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1
A UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E DE FOSFÓRO SOBRE OS
COMPONEBTES DE PRODUÇÃO DO GIRASSOL (Helianthus Annus L.)
Clovis de Souza Barros
Areia-PB
2005
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2
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E DE FOSFÓRO SOBRE OS
COMPONEBTES DE PRODUÇÃO DO GIRASSOL (Helianthus Annus L.)
CLOVIS DE SOUZA BARROS
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AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E DE FOSFÓRO SOBRE OS
COMPONEBTES DE PRODUÇÃO DO GIRASSOL (Helianthus Annus L.)
Dissertação apresentada ao Curso de
Mestrado, Área de Concentração Solos
e Nutrição de Plantas, do Programa de
Pós-Graduação em Agronomia da
Universidade federal da Paraíba, como
requisito à obtenção do título de
Mestre.
Orientador: Prof. Francisco Assis de Oliveira, Dr.
CLOVIS DE SOUZA BARROS
4
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E DE FOSFÓRO SOBRE OS
COMPONEBTES DE PRODUÇÃO DO GIRASSOL (Helianthus Annus L.)
Data de aprovação em 13/12/2005
BANCA EXAMINADORA:
______________________________
Dr. Francisco Assis de Oliveira
CCA/ UFPB- Areia, PB
Orientador
_____________________________
Dr. Ivandro de França da Silva
CCA/ UFPB- Areia, PB
Examinador
_____________________________
Dr. Rivaldo Vital dos Santos
CSTR/ UFCG/- Patos- PB
Examinador
DEDICATÓRIA
5
Aos meus pais, João Gitirana Barros e Catharina Ribeiro de Souza Barros
À minha esposa Valdene Guimarães Duarte de Souza Barros
À minha filha Ana Beatriz Guimarães Barros
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela minha saúde e por me dá forças para superar os obstáculos;
Ao meu orientador Dr. Francisco Assis de Oliveira pela dedicação e
aprendizado;
6
Ao Ex-Coordenador, professor Dr. Genildo Bandeira Bruno, pelo apoio e
principalmente pelo seu exemplo;
À coordenadora professora Dr. Riselane de Lucena Alcântara Bruno pelo
constante bom humor;
Aos meus pais, João Gitirana Barros e Catharina Ribeiro de Souza Barros por
me proporcionar valiosa educação;
À minha grandiosa esposa Valdene Guimarães Barros por estar sempre ao
meu lado compartilhando e superando os momentos difíceis;
À minha filha Ana Beatriz Guimarães Barros, por me fazer cada dia mais feliz;
Ao grande amigo e irmão M.
.
., Carlos Alberto Ferraz juntamente com sua
espoa cunhada Alcenina Guimarães Ferraz, pelo apoio prestado
constantemente;
Aos meus irmãos Enio, Everaldo, Cleiton, Ivaldo e Nelson que mesmo distante
não poderia deixar de agradecer;
A todos os meus cunhados e cunhadas;
A Dr. Aldira Guimarães e seu esposo Dr. Carlos Domingues pela
compreensão, solidariedade, incentivo e constante apoio;
Ao meu sogro Manuel Duarte e minha sogra Marize Guimarães;
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UFPB,
pela transmissão de conhecimentos e incentivo à pesquísa e também os
funcionários;
Aos funcionários do laboratório do DSER/UFPB, pela ajuda nas análises do
material de pesquisa;
Ao professor Dr. Walter Esfrain Pereira, pela apoio na realização das análise
estatísticas
7
Aos colegas de curso: Gibran, Harlan, Valdemir, Aldenir, Francieudo, Cinthya,
Noelma, Karina, Adriana, Mônica, Adamo e Herlens pela amizade e
companheirismo;
Ao casal Gasparino e Sanderly pelo apoio, compreensão e solidariedade;
Ao governo Federal pela concessão da bolsa de estudo, através do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
8
Da retidão da moral e da sabedoria, de onde emanam o amor e a fé,
ressaltam a perfeição e o conhecimento dos homens.
Clovis de S. B. .
·
.
9
SUMÁRIO
Páginas
LISTA DE TABELAS..............................................................................
xi
LISTA DE FIGURAS..............................................................................
xiii
LISTA DE QUADROS............................................................................
xiv
RESUMO...............................................................................................
xv
ABSTRACT............................................................................................
xvi
1. INTRODUÇÃO...................................................................................
1
2. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................
3
2.1 Características agronômicas........................................................
3
2.2 Botânica da cultura......................................................................
4
2.3 Períodos fenológicos da cultura...................................................
4
2.3.1 Desenvolvimento vegetativo..............................................
4
2.3.2 Desenvolvimento reprodutivo.............................................
6
2.4 Principal uso da cultura................................................................
7
2.5 Características de crescimento....................................................
8
2.6 Importância da calagem...............................................................
9
2.7 Importância da adubação fosfatada............................................
10
2.8 Efeito da calagem no aproveitamento do fósforo........................
13
2.9 Área foliar e altura de planta........................................................
14
2.10 Consumo de água pelas culturas .............................................
14
2.11 Efeito da calagem e do fósforo no rendimento da matéria
seca e massa verde do girassol..............................................
15
2.12 Absorção do fósforo, cálcio e magnésio pelas culturas...........
16
3. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................
17
3.1 Local do experimento...................................................................
17
3.2 Amostragem e análise do solo.....................................................
18
3.3 Definição dos tratamentos...........................................................
20
3.4 Delineamento experimental.........................................................
21
3.5 Aplicação dos tratamentos .........................................................
22
3.6 Cultura utilizada...........................................................................
22
10
3.7 Instalação e condução do experimento.......................................
22
3.7.1 Preparação das unidades experimentais.............................
22
3.7.2 Condução do experimento...................................................
23
3.8 Tomada de dados........................................................................
24
3.8.1 Fenologia da planta.............................................................
24
3.8.2 Altura de planta....................................................................
24
3.8.3 Área foliar.............................................................................
25
3.8.4 Produção de massa verde e matéria seca..........................
25
3.8.5 Consumo de água pelas plantas.........................................
26
3.8.6 Análise de crescimento........................................................
26
3.8.7 Nutrientes na planta.............................................................
26
3.9 Análise dos Resultados................................................................
27
4. RESULTADOS E DISCUSSÂO.........................................................
28
4.1 Fenologia......................................................................................
28
4.2 Correção da acidez do solo.........................................................
28
4.3 Altura de planta............................................................................
29
4.4 Área foliar....................................................................................
34
4.5 Matéria seca e verde das plantas...............................................
37
4. 6 Consumo de água pelas plantas................................................
43
4.7 Análise de crescimento...............................................................
47
4.7.1 Taxa de crescimento relativo..............................................
48
4.7.2 Razão de área foliar............................................................
50
4.7.3 Taxa de assimilação líquida................................................
52
4.8 Nutrientes na planta.....................................................................
54
4.8.1 Teor de nutrientes na parte aérea......................................
54
4.8.2 Conteúdo de nutrientes na planta.......................................
58
5. CONCLUSÃO....................................................................................
63
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS..................................................
64
11
LISTA DE TABELAS
Páginas
Tabela 1. Análise física e química do solo utilizado no experimento............... 20
Tabela 2. Níveis de calcário e doses de fósforo usado no experimento com
a cultura do girassol.........................................................................................
21
Tabela 3. Análise de variância referente a altura de planta (planta teste)
(AP) e área foliar (AF) na cultura do girassol, variedade IAC-
Uruguai, submetido a diferentes níveis de calcário e doses de
fósforo aplicados ao solo................................................................
30
Tabela 4. Resultados médios de altura de planta (AP) da cultura do girassol,
variedade IAC-Uruguai em diferentes épocas de determinações,
submetidos a diferentes níveis de calcário e doses de fósforo
aplicado ao solo.............................................................................
32
Tabela 5. Resultados médios de área foliar (AF) da cultura do girassol,
variedade IAC-Uruguai em diferentes épocas de determinações
submetido a diferentes níveis de calcário e doses de fósforo
aplicados ao solo............................................................................
36
Tabela 6. Análise de variância referente ao peso de matéria seca (MS),
matéria (MV) e consumo de água (CA) na cultura do girassol,
variedade IAC- Uruguai, submetido a diferentes níveis de calcário
e doses de fósforo aplicados ao solo.............................................
38
Tabela 7. Resultados médios de massa verde (MV) e matéria seca (MS) da
cultura do girassol, variedade IAC-Uruguai em diferentes épocas
de determinações submetido a diferentes níveis de calcário e
doses de fósforo aplicados ao solo..........................................................
40
Tabela 8. Resultados médios do consumo de água (CA) da cultura do
girassol, variedade IAC-Uruguai em diferentes épocas de
determinações
submetido a diferentes níveis de calcário e doses
de fósforo aplicados ao solo...............
.........................................................
45
Tabela 9. Resultados médios da taxa de crescimento relativo (TCR) da
12
cultura do girassol, variedade IAC-Uruguai submetido a diferentes
níveis de calcário e doses de fósforo aplicados ao solo.
......................................................................................................................
50
Tabela 10. Resultados médios da razão de área foliar (RAF) da cultura do
girassol, variedade IAC-Uruguai submetido a diferentes níveis de
calcário e doses de fósforo aplicados ao
solo..................................................................................................
51
Tabela 11. Resultados médios da taxa de assimilação líquida (TAL) da
cultura do girassol, variedade IAC-Uruguai submetido a
diferentes níveis de calcário e doses de fósforo aplicados ao
solo. ...............................................................................................
53
Tabela 12. Análise de variância referente aos teores de fósforo (P), cálcio
(Ca) e magnésio (Mg) na folha e caule da cultura do girassol,
variedade IAC-Uruguai, submetido a diferentes níveis de
calcário e doses de fósforo aplicado ao
solo................................................................................................
54
Tabela 13. Resultados médios dos teores de fósforo (P), cálcio (Ca) e
magnésio (Mg) na parte aérea (folha e caule) da cultura do
girassol, variedade IAC-Uruguai submetido a diferentes níveis
de calcário e doses de fósforo aplicados ao
solo...........................................................................................................................
56
Tabela 14. Análise de variância referente ao conteúdo de fósforo(P), cálcio
(Ca) e magnésio (Mg) na parte aérea da cultura do girassol,
variedade IAC-Uruguai, submetido a diferentes níveis de
calcário e doses de fósforo aplicados ao
solo................................................................................................
59
Tabela 15. Resultados médios do conteúdo de fósforo (P), cálcio (Ca) e
magnésio (Mg) na planta da cultura do girassol, variedade IAC-
Uruguai submetido a diferentes níveis de calcário e doses de
fósforo aplicados ao solo.............................................................
61
13
LISTA DE FIGURAS
Páginas
Figura 1. Altura de planta da cultura do girassol em função do ciclo da
cultura para as épocas de determinações aos 21, 47, 55 e 60
dias..................................................................................................
33
Figura 2. Correlação entre a área foliar do girassol determinada pelo método
das pesagens e a área foliar estimada pelo método do
comprimento versus maior largura da folha....................................
34
Figura 3. Área foliar da planta da cultura do girassol em função do ciclo da
cultura para as épocas de determinações aos 21, 47, 55 e 60
dias..................................................................................................
37
Figura 4 Produção de matéria seca da cultura do girassol em função do
ciclo da cultura para as épocas de determinações aos 33, 53 e
81 dias..........................................................................................
42
Figura 5. Produção de massa verde da cultura do girassol em função do
ciclo da cultura para as épocas de determinações aos 33, 53 e 81
dias..........................................................................................
43
Figura 6. Consumo de água pela cultura do girassol em função do ciclo da
cultura para as épocas de determinações aos 30, 51 e 76
dias..................................................................................................
47
14
LISTA DE QUADROS
Página
Quadro 1. Fases de desenvolvimento vegetativo da cultura............. 5
Quadro 2. Fases de desenvolvimento reprodutivo da cultura........... 6
15
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE CALCÁRIO E DE FOSFÓRO SOBRE OS
COMPONEBTES DE PRODUÇÃO DO GIRASSOL (Helianthus Annus L.)
RESUMO
A cultura do girassol caracteriza-se por ser de grande importância econômica e se
adaptar em diversas condições edafoclimáticas, mas para o seu cultivo é
necessário que o solo apresente condições favoráveis para um bom
desenvolvimento. O maior problema relacionado à reação do solo diz respeito à
acidez excessiva, uma vez que cerca de 70% dos solos cultivados apresentam
esse problema. Todavia, a prática da calagem torna-se de vital importância no
manejo da fertilidade do solo. Outro fato importante, que vale salientar é o baixo
teor de fósforo(P) disponível e alta capacidade de adsorção nos Latossolos
brasileiros, o que reduz a eficiência da adubação fosfatada, comprometendo a
produção das culturas. Com isso, torna-se necessário estabelecer recomendação
de adubação fosfatada para a cultura do girassol, fornecendo quantidades
adequadas ao solo e evitando o uso de doses muito elevadas, que onera os
custos de produção. Desse modo, esse trabalho teve como objetivo estudar em
um Latossolo Vermelho Amarelo da região Nordeste no Brejo paraibano, com
acidez elevada e baixo nível de fósforo disponível, o efeito de doses crescentes
de calcário dolomítico e de fósforo sobre algumas características dos
componentes de produção da cultura do girassol, em condições controladas.
Utilizou-se como tratamentos o calcário (2,5, 3,5 e 4,5 t de calcário) e fósforo
(0,0 ; 80, 160, 240 e 320 kg P
2
O
5
) distribuídos em esquema fatorial 3 x 4 + dois
tratamentos adicionais testemunhas ( 0,0 t calcário em 240 kg P
2
O
5
e 2,5 t
calcário em 0,0 kg P
2
O
5
) com os tratamentos distribuídos num delineamento em
blocos ao acaso, com três repetições. A variável altura de planta, área foliar,
consumo de água, produção de fitomassa fresca e verde, teores de nutriente P,
Ca e Mg na folha e no caule e conteúdo de nutrientes P, Ca e Mg na planta não
foram influenciadas de forma significativa pelos tratamentos do fatorial, mas
houve efeito entre o fatorial e os tratamentos testemunhas para todas as variáveis
avaliadas.
Palavras-chave: cultivo, adubação fosfatada, correção do solo
16
EVALUATION OF THE APPLICATION OF CALCAREOUS AND PHOSPHORUM
ON THE COMPONENTS OF PRODUCTION OF THE SUNFLOWER
(HELIANTHUS ANNUS L.)
ABSTACT
Sunflower cropping is caracterized by the great economical importance and to
used in several eda- climateric conditions, but for its cropping it is necessary that
the ground presents favorable conditions for good development. The biggest
problem related to the reaction of the ground says respect to the extreme acidity, a
time that about 70% of cultivated ground presents this problem. However the
patical one of the liming becomes very importance in the handling of the fertility
ground. Other important inssue in a slow valley to point out is the low avaliable text
of phosphorum (P) and high capacity of getting in the brazilian latosoils, which
decrease phosphate manuring efficiency, chamaging culture production. In had
became necessary to establish phosphate manuring recomendation to the
sunflower culture, giving adequate quantity to the ground and avoiding higher
dosis which it spends money. To estudy in a Yellow Red Latosoil of the Northeast
region in the paraiba, heath with hing acidity and low level of phosphorum, the
effect of increasing dosis of calcareous rock and phosphorum on some
caracteristics of the components of prodution of the cropping of sunflower, in
controled conditions. The calcareous rock was used as treatments (0,0; 2,5; 3,5
and 4,5t ha
-1
) e phosphorum (0,0; 80; 160; 240 and 320 kg ha
-1
P
2
O
5
) distributed in
a factorial scheme 3 x 4 more two treatments you add to witnesses (0,0
calcareous t ha
-1
in 240kg ha
-1
P
2
O
5
; 2,5 t ha
-1
calcareous in 0,0kg ha
-1
P
2
O
5
) with
the treatments distributed in a delineation block-type to perhaps, with three
repetitions. The variable height of plant, leaf area, water consuming, cool and
green production of fitomassa, texts of nutrients P, Ca and Mg in the leaf and
caule and content of P, Ca and Mg in the plant had not been influenced of
significant form for the treatments of the factorial, but it had effect between the
factorial and the treatments witnesses for all the evaluated variable.
Key Words: Cropping/ phosphat manuring/ soil replacement
17
1. INTRODUÇÃO
O girassol (Helianthus annus L.), é uma cultura dicotiledônea, oleaginosa,
pertencente à família compositae, originária dos Estados Unidos e México, que se
adapta em diversas condições edafoclimáticas, sendo cultivada hoje em todos os
continentes (Silva, 1990). Caracteriza-se por ser de grande importância
econômica e a sua área cultivada atinge aproximadamente 18 milhões de
hectares, estando situado no mundo, como a quarta oleaginosa em produção de
grãos e a quinta em área cultivada (Embrapa, 2003). Os maiores produtores
mundiais com base na safra 2003/2004 são Rússia, Ucrânia, Argentina, China e
Índia (Vieira, 2005), com uma estimativa de produção de 25,23 milhões de
toneladas em abril de 2005.
Essa cultura por apresentar um óleo de excelente qualidade, compete
fortemente com a maioria das oleaginosas, mas pode ser utilizado com outras
finalidades, constituindo também, numa importante fonte de proteínas utilizada na
silagem para alimentação animal (Felix & Ramos, 1982).
Conforme Cruz et al. (1983), a cultura de girassol destaca-se no mercado
com grandes perspectivas para a economia mundial. Esta perspectiva tem se
tornado mais evidente nos últimos anos devido principalmente a forte expansão
da economia globalizada que exige cada vez mais fontes alternativas de
combustível fazendo-se necessário impulsionar a produção mundial de óleo de
girassol.
No Brasil, tem sido crescente o interesse de pesquisadores, autoridades
governamentais e agricultores pela cultura do girassol. Sangoi (1985), menciona
que este interesse é decorrente das características agronômicas dessa
oleaginosa, cujo cultivo vem desencadeando uma série de pesquisas visando
obter informações que permitam alcançar maiores rendimentos da cultura.
Vale ressaltar que na região Nordeste em especial, as condições
edafoclimáticas do semi-árido brasileiro, oferecem excelentes qualidades para a
exploração do cultivo do girassol (Zaffaroni et al., 1994).
Segundo Vieira (2000), necessário se faz realizar estudos mais
aprofundados objetivando a inclusão do girassol no contesto das produções
agrícolas na região. Hoje, a cultura é utilizada apenas para pesquisa, visando
18
avaliar o comportamento agronômico das variedades IAC-Uruguai, EMB-122 e
Catissol 01, já existente no mercado e que tem apresentado boa adaptação em
grande parte do território nacional. Ademais o solo desta região apresenta-se
sistemas de cultivos consorciados, com duas ou mais culturas exploradas na
mesma área e tempo.
Portanto o girassol pode ser uma boa opção para o programa da
agricultura familiar ajudando no processo de inclusão social dos pequenos
agricultores, propiciando fonte de renda, gerando mão-de-obra e matéria prima
para inúmeras aplicações industriais, tornando-se uma excelente alternativa para
a região, se fortalecer no programa do biodiesel brasileiro.
Como as condições de fertilidade do solo não são tão favoráveis onde
apresenta altos índices de acidez e baixos níveis de fósforo, faz-se necessário,
portanto, uma adequada preparação do solo para otimizar a produção nesta
região.
Acredita-se que é possível através de resultados experimentais, oriundos
da aplicação de doses crescentes de calcário e de fósforo na exploração do
girassol, se consiga estabelecer níveis do corretivo e da adubação fosfatada,
associada ou isolada, que proporcionem rendimentos da cultura economicamente
viáveis.
Neste sentido, esta pesquisa parte da seguinte hipótese: a acidez elevada,
e baixo nível de fósforo disponível no solo são fatores que concorrem para limitar
a produção das culturas em geral e em especial a do girassol.
Com base neste argumento o presente trabalho teve como objetivo,
estudar em um Latossolo Vermelho Amarelo (LV) da região Nordeste no Brejo
paraibano com acidez elevada e baixo nível de fósforo disponível, o efeito de
doses crescentes de calcário e de fósforo sobre algumas características dos
componentes de produção da cultura do girassol.
19
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Características agronômicas
Segundo Reyes (1985) o girassol é uma cultura que apresenta uma vasta
aptidão agrícola para diferentes condições de solo e clima, podendo ser cultivada
durante todo o ano, desde que haja disponibilidade de água. É uma cultura de
fácil adaptabilidade a diferentes regiões do país adequando-se época de
semeadura às condições edafoclimaticas locais.
Para Embrapa (2003) essa cultura se desenvolve bem em solos corrigidos,
profundos, férteis, planos e bem drenados. A tolerância tanto a altas quanto a
baixas temperaturas faz com que o girassol se adapte a diferentes condições
ambientais. A temperatura ideal para uma boa produção está entre 27
o
C e 28
o
C,
porém a produção não se altera quando a temperatura fica entre 8
o
C e 34
o
C,
indicando adaptação a regiões com dias quentes e noites frias.
Balla (1997) afirma ser o girassol uma planta muito rústica, resistente à
seca, ao frio e ao calor. Oliveira et al. (2004) afirmam que o girassol é indicado
como boa alternativa no sistema de rotação e sucessão de cultivo e, excelente
recicladora de nutrientes e promotora de colonização micorrízica, proporcionando
ganhos expressivos de produtividade nas culturas que lhe seguem: soja após
girassol aumento de 15% e milho após girassol aumento de 30%.
Em algumas regiões do Brasil onde existe a possibilidade de safrinha, o
girassol se encaixa bem, principalmente pela possibilidade de obter um melhor
aproveitamento de terra, que normalmente fica ociosa após a colheita do milho ou
soja (Oliveira et al., 2004).
Zaffaroni et al. (1994) ao estudarem o potencial agroclimático dessa cultura
no estado da Paraíba, recomendam para o seu plantio, os meses de
julho/setembro como os mais indicados para semeadura. Em Guaiba-RS, Sangoi
& Silva (1985) verificaram que o plantio feito nos meses de agosto ou setembro
proporcionou maior rendimento de grãos e de óleo. Para Ungaro (1986), o
girassol é menos exigente que o milho quanto aos aspectos ambientais propícios
para o plantio e crescimento.
20
Baseado nas informações dos autores citados, referentes à cultura do
girassol, foi possível ajustar às características agronômicas às condições
climáticas da região para realização desse estudo. Portanto a época estabelecida
para a semeadura foi o mês de setembro e, considerando o final da estação
chuvosa na região as plantas foram submetidas às irrigações durante todo o ciclo
da cultura.
2.2 Botânica da cultura
O girassol (Helianthus annus L.) é uma planta herbácea, dicotiledônea,
pertencente à família das compostas, que apresenta um sistema radicular
profundo, chegando a 2m de profundidade, geralmente com inúmeras raízes
secundárias; caule tipicamente não ramificado, ereto e cilíndrico; altura variando
de 1,0m a 3,0m; diâmetro da haste de 2,0cm a 5,0cm; folhas inferiores opostas e
superiores geralmente alternadas com três nervuras principais de coloração
variando de verde escuro a verde amarelo; inflorescência em capítulos, formados
por inúmeras flores, situadas em um receptáculo discoidal; flores do tipo lingulada
e tubulosa; o fruto apresenta coloração diversificada; planta alógoma de
polinização entomófila; o ciclo vegetativo varia de 90 a 130 dias (Calegare et al.,
1993).
2.3 Períodos fenológicos da cultura
O desenvolvimento vegetativo e reprodutivo do girassol descrito por
Schneiter & Miller (1981), são subdivididos em várias fases:
2.3.1 Desenvolvimento vegetativo
Compreende as fases de germinação e emergência da plântula até o início
do aparecimento do botão floral (inflorescência). Estas fases são determinadas
pelo número de folhas apresentadas desde a emergência da plântula, que varia
de acordo com a variedade e o ambiente (Quadro 1).
21
Quadro1. Fases de desenvolvimento vegetativo da cultura do girassol segundo
(Schneiter & Miller 1981).
Fases Descrição da planta
F
1
Representa a emergência vegetativa. A planta já emergiu e aparece a
primeira folha, acima dos cotilédones. Cada folha mede mais de 4cm.
F
2
É a fase determinada contando-se o numero de folhas verdadeiras, que
apresentam largura com menos de 4cm. Inicia-se a senescência das
folhas (próximas aos cotilédones). Devem-se contar as cicatrizes
foliares (excluindo os cotilédones) para se determinar a fase verdadeira
da planta.
22
2.3.2 Desenvolvimento reprodutivo
Compreende as fases que vai a partir do aparecimento do botão floral até a
maturação da planta (Quadro 2).
Quadro 2. Fases de desenvolvimento reprodutivo da cultura do girassol
segundo Schneiter & Miller (1981)
Fases Descrição da Planta
F
1
No ápice da planta, forma-se um botão floral no lugar de um
agrupamento de folhas. Olhando-se o mesmo notam-se as brácteas, que
t
em forma de estrela com pontas murchas.
F
2
O botão floral se distancia de 0,5 a 2,0cm acima das folhas mais
próximas do capítulo, que estão unidas ao caule. As brácteas estão
unidas diretamente entre si.
F
3
O botão floral se distancia de 2,0cm acima da folha mais próxima do
capítulo.
F
4
A inflorescência começa a se abrir, notando-se as lígulas (flores radiais)
ainda imaturas.
F
5
Inicia-se a floração propriamente dita. Pode ser subdividida em
subfases, dependendo da porcentagem da floração (flores férteis) do
capítulo, F
5
.
1
(10%), F
5.2
(20%),....., F
5.9
(90%).
F
6
A floração está completa e as flores radiais estão murchas.
F
7
O capítulo do girassol começa a mudar da cor verde-escuro para
amarelo pálido, primeiro sinal da senescência da planta.
F
8
O capítulo está totalmente amarelo, porém, as brácteas permanecem
verdes.
F
9
Todo o capítulo apresenta a cor marrom e as brácteas cor amarelas.
Esta fase é considerada como a maturação fisiológica da planta do
girassol.
23
2.4 Principal uso da cultura
A cultura do girassol caracteriza-se por ser de grande importância
econômica, sendo a quinta fonte de óleo vegetal mais consumida no mundo
7,88%, seguindo a do amendoim 9,6%, algodão 10,5%, canola 11,7% e soja
56,3% (Oliveira et al., 2004). Seus grãos atendem a indústria de óleo e seus
resíduos servem para ração animal, sob a forma de tortas, como também atende
ao mercado de sementes para pássaros e a matéria seca e destinada à produção
de silagem de excelente qualidade.
Pena Neto (1981) afirma que a torta de girassol possui cerca de 24% de
fibra podendo ser empregada, com sucesso, na alimentação animal. O óleo é o
principal produto extraído do girassol, é constituído de 85% a 91% de ácidos
graxos insaturados (oléico, linolênico e linoleico).
Banys et al. (1996) mencionam que, apesar de ter sido introduzido no
Brasil como oleaginosa, a cultura do girassol tem sido estudada também como
forrageira alternativa. Almeida et al. (1995), compararam silagem de sorgo, milho
e girassol e, concluíram que as silagens de milho e girassol foram
qualitativamente superiores às de sorgo.
Segundo Ramos (1996), a silagem do girassol é de elevado valor nutritivo
(30% de matéria seca, 11% de proteína bruta e 4,993kcal de energia bruta) além
de ser bem aceita pelos animais. É utilizado na alimentação animal sob forma de
grãos e farelo que sobram da extração do óleo. Embrapa (1983) caracteriza o
farelo de girassol como um subproduto da indústria de óleos vegetais, resultante
da moagem de sementes, no processo industrial da extração do óleo, podendo ou
não conter casca, desse modo, deve ser considerado como um concentrado
protéico de boa qualidade.
Gonçalves et al. (2000) afirmam que uma alternativa a ser utilizada na
substituição do farelo de soja, é o farelo de girassol como fonte protéica na
composição de rações, uma vez que o mesmo apresenta níveis considerados de
proteína bruta, variando de 28% a 42%, com baixo custo de produção, sendo
amplamente produzido no Brasil, tendo o estado de Goiás como maior produtor
seguido de Mato Grosso do Sul.
24
Como é crescente o interesse das indústrias (Bunge Alimentos) pela
cultura do girassol para extração de óleo e considerando que esse interesse é
reflexo do aumento da demanda, pela população, para alimentos mais saudáveis,
a perspectiva é de que a demanda pelos produtos proveniente do girassol cresça
consideravelmente, (Parente, 2003).
2.5 Características de Crescimento
O tipo de solo afeta o crescimento das raízes, sobretudo, devido às
diferenças naturais que apresenta em relação às características físicas e
químicas. Klepper (1987) afirma que os solos francos arenosos, em geral, são
mais favoráveis ao desenvolvimento e crescimento do sistema radicular. De
acordo com Andrade (1992), o crescimento do sistema radicular é influenciado
por fatores genéticos e ambientais, enquanto que o seu crescimento aéreo está
associado com a espécie vegetal, podendo este variar segundo o genótipo da
cultura. Entretanto, um dos componentes do ambiente que mais afeta o
crescimento e o desenvolvimento do sistema radicular é o solo.
Apesar de existir trabalhos que tenham contribuído para o entendimento
dos fatores que afetam o crescimento e desenvolvimento das plantas,
principalmente aqueles ligados ao déficit hídrico, pouco tem se avançado na
compreensão dos fatores que os regulam (Andrade 1992).
Em geral, na comparação entre crescimento da parte aérea e sistema
radicular da planta, o que se tem aceitado é que o crescimento da parte aérea é
mais inibido que o das raízes devido os efeitos da alta demanda atmosférica
(Sharp & Davies, 1989).
No caso do girassol o perfil da folhagem sofre sucessivas mudanças ao
longo do seu desenvolvimento, devido ao surgimento contínuo de novas folhas
entre a emergência e o florescimento e ao desaparecimento das folhas mais
velhas que estão em senescência (Danuso et al., 1988). No entanto, durante o
crescimento o girassol necessita de iluminação solar suficiente. A superfície das
folhas será maior se bem expostas ao sol, o que determina o maior rendimento da
cultura Kandil (1980). A maior área foliar ocorre por ocasião do florescimento, o
25
tamanho das folhas pode ser alterados pelas condições de manejo no período
vegetativo.
2.6 Importância da calagem
A reação ou pH do solo é um dos atributos químicos mais importantes na
determinação da disponibilidade de nutrientes para as plantas. A escala de pH
varia de 0 a 14. Os valores de pH dos solos agrícolas variam geralmente numa
faixa entre 3 e 10 (Raij, 1981). A reação do solo é o fator que, em geral, mais
afeta a disponibilidade dos nutrientes às plantas. No entanto, a maior
disponibilidade ocorre na faixa de pH entre 6,0 e 7,0.
As principais causas do menor desenvolvimento das plantas, em solos
ácidos, decorre da baixa disponibilidade de alguns nutrientes, como, Ca, Mg, K,
toxidez de Mn e Al, baixa eficiência no aproveitamento de fertilizante e baixa
atividade biológica (Furtini Neto et al., 2001). Os mesmos autores afirmam que a
maioria dos solos do Brasil apresentam pH menor que 5,5, condições estas que
podem se desdobrar em um ou mais, condições de baixa fertilidade do solo,
altamente desfavoráveis para obter produtividades adequadas.
A prática da calagem torna-se de vital importância no manejo da fertilidade
do solo, haja vista que é a maneira mais fácil, correta e economicamente viável de
corrigir a acidez do solo, notadamente na camada arável (Malavolta et al.,1997).
O mesmo autor afirma também que o sucesso da calagem como uma importante
prática de manejo da fertilidade do solo depende de três fatores ou aspectos
técnicos: das características do corretivo utilizado; da dose do corretivo e da
forma e época de aplicação do corretivo. Depende também, dos aspectos de
ordem econômica, relacionados com o preço dos corretivos, com o custo do
transporte, aplicação e de incorporação dos mesmos.
Os materiais corretivos comumente usados na calagem são os óxidos,
hidróxidos, carbonatos ou silicatos de cálcio e/ou magnésio. Tanto o cálcio como
o magnésio é essencial para as plantas e, normalmente se apresentam em baixa
disponibilidade nos solos ácidos. Por outro lado são compostos químicos que
26
diminuem a atividade dos íons H
+
e Al
+3
na solução do solo, o que é benéfico para
as plantas e microrganismos (RAIJ, 1991).
Furtini Neto et al. (2001) sugerem que o corretivo mais indicado na prática
da calagem é o calcário, cujos constituintes químicos básicos são CaCO
3
e
MgCO
3
. O calcário é, relativamente rico em cálcio. Entretanto, nem todos
apresentam teor de magnésio, ou seja, o teor de MgCO
3
é muito variável.
Em função dos teores de MgCO
3
, os calcários são classificados em
calcários calcíticos, magnesianos e calcário dolomítico (Malavolta, 1987). O
calcário é um insumo relativamente barato, abundante e com jazidas de rochas
calcárias mais ou menos bem distribuídas no Brasil. Assim sendo, a calagem
pode se tornar uma prática de custo elevado, pela exigência de maquinário
apropriado, custo de aplicação, incorporação e principalmente, pelo custo de
transporte até a propriedade.
Na escolha do corretivo, é preciso estar atento para não se priorizar o
aspecto econômico, em prejuízo de aspectos técnicos, pois a lucratividade desta
prática pode ser totalmente comprometida (Furtini Neto et al., 2001). Vale lembrar
que, o máximo retorno econômico da calagem depende de integração desta
prática com os demais fatores da produção vegetal, a começar pela prática da
adubação.
Carniel (1994) afirma que a prática da calagem apresenta uma série de
benefícios, inclusive, ao corrigir a acidez do solo, aumenta-se à eficiência dos
fertilizantes, conseqüentemente aumentando o retorno econômico da adubação.
Uma calagem bem feita irá neutralizar o alumínio do solo e fornecer cálcio
e magnésio como nutrientes. Além disso, promove o aumento da disponibilidade
do fósforo e de outros nutrientes no solo, como os cátions básicos e da atividade
microbiana, entre outros benefícios (Sousa & Lobato, 2002).
2.7 Importância da adubação fosfatada
A adubação fosfatada envolve diversos aspectos que necessitam ser
examinado, incluindo a avaliação da disponibilidade do fósforo em solos, a
resposta de culturas à adubação fosfatada e economicidade dessa adubação, as
27
recomendações feitas na prática e a sua difusão em nível de agricultor (Embrapa,
1999).
Segundo Muzzili & Oliveira (1982), para se quantificar as necessidades de
determinado nutriente numa cultura, é fundamental se dispor de informações
sobre a quantidade do elemento absorvido pela planta para uma máxima
produção, a quantidade deste elemento suprida pelo solo e a porcentagem
potencial de reciclagem do mesmo.
De acordo com Raij (1981) o fósforo é um elemento que apresenta baixa
mobilidade no solo, no qual encontram-se como íons ortofosfatos HPO
4
2-
e H
2
PO
4
-
que são formas derivadas da dissociação do ácido ortofosfórico H
3
PO
4
. Essa
mobilidade está diretamente relacionada ao poder de fixação do fósforo, que tem
relevância no manejo da fertilidade do solo, visando maior eficiência do uso de
fertilizantes fosfatados.
Lopes (1983) afirma que quanto mais ácido, quanto maior teor de argila e,
principalmente, quanto maior o predomínio de óxidos de ferro e alumínio na
fração argila, maior é a capacidade de fixação de fósforo, conseqüentemente o
fósforo adsorvido torna-se menos solúvel. Isso tem importantes conseqüências
práticas, pois resulta em diminuição da eficiência de fósforo aplicado ao solo em
adubações.
Novais et al. (1985) informam que a fixação do fósforo diminui com
aplicação localizada, pois ela aumenta com o volume de solo com o qual o fósforo
entra em contato. Todavia, essa localização, ao concentrar o fósforo em reduzido
volume de solo, reduz a proporção de raízes que entra em contato com o
nutriente.
Para Raij (1991) a absorção de fósforo pelas plantas depende
principalmente da difusão do elemento na solução do solo em torno das raízes.
Essa difusão é afetada por diversas propriedades de solos, que podem aumentar
ou diminuir a sua intensidade. Esse fato descrito, explica porque devem existir no
solo quantidades de fósforo disponível bem acima daquelas que a planta
necessita. Como reflexo da baixa disponibilidade dos adubos fosfatados, são
baixos os teores de fósforo na solução do solo, raramente atingindo 0,1 g dm
-3
,
sendo em geral muito baixas.
28
Segundo Furtini Neto et al. (2001) a solução do solo apresenta a fonte
imediata de nutrientes às plantas. Desse modo às plantas absorvem,
predominantemente a forma H
2
PO
4
-
. Portanto a manutenção de uma adequada
concentração desse íon na solução do solo é de fundamental importância para o
desenvolvimento das plantas.
Para Pena Neto (1981) o fósforo é um elemento importante, pois, nas
primeiras fases de desenvolvimento da planta influi diretamente sobre o
crescimento das raízes e, posteriormente, sobre a granação, proporcionando um
perfeito enchimento dos grãos. Cerca de 60% a 70% do fósforo é absorvido nas
fases de 30 a 80 dias após a emergência, portanto, dentro desse período de
desenvolvimento da planta, o fósforo deve estar presente no solo em quantidades
suficientes, e de forma solúvel, para que seja assimilado.
Vieira (2000) menciona que para a cultura do girassol, a adubação com
fosfatos é recomendada com base na análise de solo, assim como para outras
culturas, devendo ser feita aplicação localizada no sulco ou cova de plantio na
proporção de 60 kg N, 80 kg P
2
O
5
e 80 kg k
2
O, o que promove um crescimento
inicial vigoroso das raízes A adubação fosfatada apresenta resposta variável de
cultura para cultura ou mesmo entre cultivares de mesma espécie, sendo uma
mais eficiente que a outra na absorção do nutriente do solo.
Para Siqueira et al., (1989) a quantidade de fósforo para adubação de
plantio para o girassol, deve ser feita de acordo a recomendação para milho,
cultura tomada como exemplo.
Carvalho & Nakagawa (1988), enfatizam que a exigência nutricional para a
maioria das espécies torna-se mais intensa com o início da fase reprodutiva,
sendo mais crítica por ocasião da formação dos frutos, quando considerável
quantidade de nutriente normalmente fósforo e nitrogênio é para elas
translocados. A disponibilidade de nutriente interfere na boa formação do embrião
e do órgão de reserva, assim como na sua composição química.
O fósforo em quantidades adequadas estimula o desenvolvimento radicular
da cultura, é essencial para boa formação de frutos e sementes, e incrementa a
precocidade da produção. Esse nutriente ao contrário do que acontece no solo
apresenta alta mobilidade na planta. O fósforo é indispensável ao processo de
fotossíntese, isto é, formação de substâncias orgânicas, a partir da água, gás
29
carbônico e da energia luminosa. Algumas funções de destaque dentro dos
vegetais incluem o armazenamento, transporte e utilização da energia,
desempenhando um papel fundamental na respiração e na formação de
proteínas, (Yamada et al., 2004).
O papel da adubação e da nutrição mineral na determinação do
crescimento da planta de girassol, é indispensável. Depois da água, a adubação
ocupa o primeiro lugar entre os fatores que propiciam uma boa produção, sendo a
adubação fosfatada fundamental para o bom desenvolvimento da cultura,
(Malavolta, 1992).
2.8 Efeito da calagem no aproveitamento do fósforo.
De modo geral o uso da calagem em solos ácidos é de fundamental
importância para corrigir a acidez, elevando o pH para um melhor aproveitamento
do fertilizante fosfatado nele aplicado, inclusive necessitando de menores
quantidades (Coelho & Verlengia,1977).
A disponibilidade de nutrientes no solo é função de seu pH. Quanto maior
for a acidez do solo menor será o pH. Portanto, é necessário o uso da prática da
calagem de modo que haja uma melhoria dos atributos químicos do solo,
proporcionando condições adequadas de pH aumentando a concentração e
disponibilidade do fósforo na solução do solo, e a eficiência dos fertilizantes
fosfatados.
A calagem do solo ácido cria melhores condições para a eficiência da
adubação fosfatada, principalmente devido a diminuição da capacidade do solo
em absorver ou fixar os íons fosfatos, como exemplo, Malavolta (1987) mostra o
efeito positivo da calagem no crescimento das raízes da soja pela redução na
fixação, aumento do suprimento de Ca e eliminação do alumínio tóxico,
consequentemente, aumentando a eficiência da adubação fosfatada, pois 100 kg
de P
2
0
5
por hectare, em presença de calcário aumentou a produção muito mais
que 300 kg sem correção prévia da acidez. As respostas das culturas à adubação
fosfatada tem sido variável em função do teor inicial deste nutriente no solo, ou
30
seja, quanto menor o teor deste nutriente no solo maiores serão as respostas
obtidas com a adubação.
Malavolta et al. (1997), trabalhando com soja, observaram que o calcário
aumentou a eficiência do supersimples proporcionando aumento de produção. Do
mesmo modo, Sousa & Lobato (2002) mostra que a eficiência da calagem
também pode ser observada quando se aplicou uma dose de 200 kg ha
-1
de P
2
O
5
na área sem calagem, a produtividade foi de 1,32 t ha
-1
de grão de soja,
enquanto, com essa mesma dose, na área onde foi realizada a calagem, a
produtividade da soja foi de 3,04 t ha
-1
.
2.9 Área foliar e altura de planta
Mundstok & Zagonel (1994), mencionam que o pico da área foliar
fotossinteticamente ativa da cultura do girassol ocorre por ocasião do
florescimento e o tamanho das folhas pode ser alterado pelas condições de
manejo. No entanto, a quantidade de nutriente fornecido à cultura, provoca maior
expansão foliar, principalmente na parte mediana do perfil.
Embrapa (2003) afirma também que embora as respostas das culturas
variam de um genótipo para outro o incremento da área foliar parece ser a
explicação para melhor desenvolvimento das plantas favorecido pelo
fornecimento de N. Portanto, a expansão da área foliar está relacionado com o
fornecimento de nutriente que proporciona um melhor desenvolvimento do caule e
consequentemente à altura das plantas. A cultura do girassol atinge até 2,5m de
altura quando bem manejada (correção da acidez do solo, adubação, tratos
culturais, controles de pragas e doenças e aplicação de água).
2.10 Consumo de água pela cultura do girassol
As necessidades hídricas do girassol ainda não estão perfeitamente
definidas existindo informações que indicam desde menos de 200mm até mais de
900mm por ciclo. Entretanto, na maioria dos casos, 500mm a 700mm de água
31
bem distribuídos ao longo do ciclo, resultam em rendimentos próximos ao máximo
(Embrapa, 2003).
O consumo de água pela cultura do girassol varia em função das condições
climáticas, da duração do ciclo e do manejo do solo e da cultura. O girassol
apresenta baixa eficiência no uso da água. Cada litro de água consumido produz
menos de dois gramas de matéria seca. Porém, em condições de déficit hídrico,
esta eficiência aumenta em torno de 20% a 50%. Durante a fase da semeadura à
emergência, o consumo gira em torno de 0,5 a 1,0mm/ dia, atingindo o máximo de
6 a 8mm/dia na floração e enchimento dos grãos, decrescendo após este período
(Embrapa, 2003).
Doorenbos & Kassam (1994), afirmam que a porcentagem de água total
utilizada pela cultura do girassol durante os diferentes períodos de crescimento é
de aproximadamente, 20% durante o período vegetativo, 55% durante o período
de floração e os 25% restantes durante os períodos de formação da colheita e
maturação. Em condições onde a evapotranspiração máxima é de 5 a 6mm/dia, a
absorção de água é afetada quando o esgotamento estiver em torno de 45% da
água total disponível no solo.
2.11 Efeito da calagem e do fósforo no rendimento da matéria seca e massa
verde do girassol
A calagem é indicada na cultura do girassol, quando o pH está abaixo de
5,2 de modo que a quantidade a ser aplicada no solo deve ser com base na
análise de solo, elevando o pH de modo que favoreça o crescimento das plantas
e proporcione melhores rendimentos de matéria verde. Quanto à adubação com
fósforo, a quantidade a ser aplicada deve ser também de acordo com a análise do
solo e histórico da área a ser cultivada. A recomendação de adubação mais
indicada seria 60 kg N, 80 kg P
2
O
5
e 80 kg k
2
O, (Almeida et al.,1995).
A calagem contribui para aumentar a disponibilidade do fósforo na solução
do solo, tornando-se favorável à absorção do nutriente pelas plantas,
proporcionando maior formação da cultura para uma boa produção de fitomassa.
32
O cultivo do girassol como uma cultura alternativa para a produção de
silagem se deve a inúmeras características, entre as quais são destacadas, boa
tolerância à seca, facilidade de adaptação a vários tipos de clima e solo, boa
resistência ao calor e ao frio. Possui ainda elevado potencial de produção de
matéria seca, alta concentração de proteínas bruta e boa aceitação pelos animais.
Variedade genética, fertilidade do solo, disponibilidade de água, época de plantio,
estádio de desenvolvimento da cultura e número de plantas por unidade de área
são alguns fatores capazes de influenciarem na produtividade de girassol
cultivado para silagem (Tomich, 2003).
O custo de produção da silagem de girassol pode ficar entre 20% e 30%
mais baixas que o custo da silagem de milho. O rendimento de fitomassa seca e
verde do girassol pode atingir valores de 4 a 11 t ha
-1
e de 20 a 30 t ha
-1
respectivamente, em que o plantio seja realizado em época da safrinha, sendo
cortado no ponto em que as plantas estiverem nos chamados estádio de
maturação fisiológica R
8
e R
9
(Fernandes et al., 2003).
Rezende et al. (2002) realizou um experimento na Universidade Federal de
Lavras (UFLA) e encontraram resultados de produção de matéria seca do girassol
de 7,02 t ha
-1
na variedade catissol 01 colhido aos 95 dias de ciclo, com uma
adubação de 300 kg ha
-1
na fórmula (8-28-16). Tosi et al. (1975) encontraram
resultados de 5,8 t ha
-1
de matéria seca, já Gonçalves et al. (2000) encontraram
resultados de 6,07 e 6,22 t ha
-1
, com uma densidade de 50000 plantas por
hectare.
Visando oferecer novas alternativas forrageiras para os produtores, a
Embrapa Tabuleiros Costeiros-Sergipe, está implantando o girassol de forma a
avaliar seu comportamento como planta para produção de silagem, (Embrapa,
2003).
2.12 Absorção de fósforo, cálcio e magnésio pelas culturas
A absorção é o processo pelo qual o elemento passa do substrato ( solo,
solução nutritiva) para uma parte qualquer da célula (parede, citoplasma,
vacúolo). Para que os íons seja absorvido, é necessário que ocorra o
33
estabelecimento do contato íon-raiz, que se faz através dos processos de
interceptação radicular, fluxo de massa e difusão (Faquin, 2001).
Rossi (1998) afirma que para a cultura do girassol, a absorção do fósforo é
muito lenta no começo do desenvolvimento vegetativo, crescendo intensamente
no período de formação do capítulo e na floração.
Embrapa (2003) informa que o principal período onde ocorre a maior taxa
de absorção de nutriente e crescimento mais acelerado da planta de girassol é a
fase imediatamente após a formação do botão floral até o final do florescimento.
Tanto o cálcio como o magnésio é essencial para as plantas e, normalmente se
apresentam em baixa disponibilidade nos solos ácidos. A absorção destes
elementos é diferenciada dos demais elementos, pois os mesmos constituem
como componentes corretivos e por isso a taxa de absorção é relativamente
menor.
O cálcio é um nutriente exigido em quantidades variadas por diferentes
culturas e a sua absorção está relacionada à presença de outros cátions em altas
concentrações, tal como o K
+
, Mg
2+
e NH
4
+
, que diminuem competitivamente a
absorção. Já o Mg
2+
é exigido em baixas quantidades na maioria dos casos, pois
o mesmo não é normalmente usado em adubações e sim nas calagens. A sua
absorção é inibida por altas concentrações de outros cátions como o K
+
, Ca
2+
e
NH
4
+
(Furtini Neto et al., 2001).
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local do experimento
A pesquisa foi conduzida em um abrigo protegido com tela e coberto com
telha de fibra de vidro do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) do
Centro de Ciências Agrárias (CCA) - Campus II da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), no município de Areia – PB, Localizada Fisiograficamente na
Microrregião do Brejo Paraibano (Moreira, 1989).
Segundo a classificação de Köppen (1936) o clima da região pertence ao
subtipo climático que corresponde ao clima tropical subúmido (quente úmido,
34
com chuvas de outono-inverno), temperatura média anual oscilando entre 22 e
26
o
C. A umidade relativa do ar varia entre 75% em novembro e 87% nos meses
de junho/julho (Gondim & Fernandes, 1980) e a precipitação pluviométrica anual
média 1400 mm, sendo que mais de 75% das chuvas estão concentradas entre
os meses de março a agosto (Hargreaves, 1974) com um período de menor
pluviometria que se inicia em setembro prolongando-se até fevereiro.
3.2 Amostragem e análise do solo
Como substrato, foi utilizado o material de um Latossolo Vermelho Amarelo
(Brasil, 1972, Embrapa, 1999) da fazenda Chã do Jardim pertencente ao
CCA/UFPB. O material do solo foi coletado na camada dos 20 cm superficiais do
perfil, trazido para o laboratório, onde foi destorroado, homogeneizado, colocado
para secar ao ar e à sombra, passado na peneira de malha de 6 mm. Desse
material foram retiradas alíquotas e passadas em peneira de 2 mm de malha
(ABNT N
o
10), obtendo assim a chamada terra fina seca ao ar (TFSA). Em
seguida a TFSA foi encaminhada para o laboratório de física e química de solo do
CCA/DSER, e procedidas às análises físicas e químicas do solo.As
determinações físicas foram realizadas conforme metodologias contidas em
Embrapa (1997). A granulometria das frações minerais do solo (areia, silte e
argila) foi determinada pelo método do hidrômetro utilizando-se como dispersante
o hidróxido de sódio (NaOH 1N), conforme procedimento metodológico de
Bouyoucos (1951). A densidade global ou aparente foi determinada pelo método
do cilindro volumétrico, conforme metodologia recomendada por Black (1965a) e
a densidade de partículas ou real medindo-se o volume deslocado por uma
massa de solo conhecido, em recipiente volumétrico, conforme o método descrito
por Black (1965b). Para determinação da retenção de umidade no solo foi
utilizada a panela de pressão para uma tensão de 0,033Mpa, e a membrana de
pressão para o ponto de murcha permanente na tensão de 1,5 MPa, segundo
metodologia descrita por Richards (1947).
As análises químicas do solo foram processadas no Laboratório de
Química/Fertilidade do Solo do DSER/CCA/UFPB, segundo metodologia descrita
35
por Embrapa (1997), constando de pH, condutividade elétrica, teores de cálcio,
magnésio, alumínio, fósforo, potássio, sódio e matéria orgânica. O pH foi
determinado em água na proporção (1 : 2,5), 10 ml de TFSA e 25 ml de água
destilada, e as leituras feitas em potenciômetro com eletrodo de vidro e
calomelanos. Para cálcio, magnésio e alumínio foi utilizado KCl 1N como solução
extratora e coquetel de buffer (cianeto de potássio e trietonalamina e solução
tampão pH10). A determinação de Ca
2+
+ Mg
2+
foi feita por titulação com EDTA
(sal dissódico) 0,025N e indicador eriochrome black e para Al
3+
, usou-se o NaOH
0,025N para titulação utilizando o azul de bromotimol como indicador.
Na determinação de fósforo e potássio utilizou-se a solução de Mehlich 1
(H
2
SO
4
0,025N + HCl 0,05N) como solução extratora, e o teor de fósforo foi
determinado por espectrofotometria de absorção atômica e o potássio por
fotometria de chama. A solução extratora para o sódio no complexo sortivo, foi o
HCl 0,05N, e a determinação feita com fotômetro de chamas com filtro específico.
A matéria orgânica foi quantificada em 2,5 g de solo, adicionando-se 25 ml da
solução sulfocrômica, em seguida agitação por 10 minutos, repouso por 2 horas e
adição de 50 ml de água destilada. Após 24 horas pipetou-se o sobrenadaste e,
no espectrofotômetro de absorção munido de filtro vermelho n
o
66 para
calorímetro Kllet-(Smmerson) foi efetuada a leitura da amostra.
Na tabela 1 estão descritos os resultados das análises referentes os
atributos, físico-químicas da amostra de solo, onde aponta que a área apresenta
acidez elevada e baixo teor de fósforo disponível.
36
Tabela 1. Resultados das análises físico-químicas da amostra de solo utilizado no
experimento.
ATRIBUTOS FÍSICOS ATRIBUTOS QUÍMICOS
Areia (g dm
-3
) 506 pH em água (1: 2,5) 4,20
Silte (g dm
-3
) 052 CE (dS m
-1
) 0,47
Argila (g dm
-3
) 442 Ca
2+
(cmol
c
dm
-3
) 0,15
Dens.do solo (kg dm
-3
) 1,11 Mg
2+
(cmol
c
dm
-3
) 0,15
Dens.de partícula (kg dm
-3
) 2,64 Na
+
(cmol
c
dm
-3
) 0,01
Umidade em peso-g kg
-1
Al
3+
(cmol
c
dm
-3
) 1,20
0,033 MPa 165 H
+
+ Al
3+
(cmol
c
dm
-3
) 7,34
1,5 MPa 139 K
+
(mg dm
-3
) 11,0
P (mg dm
-3
) 1,4
*M.O (g dm
-3
) 22,20
**Classificação textural - Argila Arenosa
*M.O Matéria orgânica do solo; ** CFSFMG, 1999.
3.3 Definição dos tratamentos.
Com base na análise do solo (Tabela 1) e tomando-se como referência a
determinação da necessidade de calagem pelo método da neutralização do Al
+3
trocável, do Al
+3
mais os teores de Ca
+3
+ Mg
+3
e da saturação por base
(Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999), os
tratamentos foram definidos por quatro níveis de calcário (0,0; 32,0; 45,0 e 58,0 g
vaso
-1
CaCO
3
) correspondente a (0,0; 2,5; 3,5 e 4,5 t ha
-1
de CaCO
3
) e cinco
doses de fósforo (0,0; 1,7; 3,3; 5,0; e 6,7 g vaso
-1
de P
2
O
5
) correspondente a (0,0;
80; 160; 240 e 320 kg ha
-1
de P
2
O
5
).
Segundo a análise do solo e as exigências da cultura, utilizou-se uma
adubação de manutenção a base de nitrogênio (5,0 g vaso
-1
de N), potássio (3,0 g
vaso
-1
de k
2
O correspondente a (100 kg ha
-1
N), potássio (90 kg ha
-1
k
2
O)
respectivamente e boro (3,0 mg L
-1
de H
3
BO
3
). Como fontes do nitrogênio,
fósforo, potássio e boro foram utilizados sulfato de amônio, superfosfato triplo,
cloreto de potássio e ácido bórico, respectivamente.
37
O calcário utilizado foi proveniente da Fazenda Trapiá, no município de
Patos-PB, apresentando as seguintes características: a) granulometria 100%,
70% e 50% passando respectivamente, nas peneiras de 2,00mm, 0,84mm, e
0,30mm; b) composição CaO 26% e Mg 14%; c) poder de neutralização (PN =
81%) e d) poder relativo de neutralização total (PRNT = 65%).
3.4 Delineamento experimental
O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com
tratamentos distribuídos em esquema fatorial 3 x 4 (três níveis de calcário: 32,0;
45,0 e 58,0 g vaso
-1
de CaCO
3
versus quatro doses de fósforo: 1,7; 3,3; 5,0; e 6,7
g vaso
-1
de P
2
O
5
) + dois tratamentos adicionais denominados de testemunhas
(0,0 g vaso
-1
CaCO
3
em 5,0 g vaso
-1
P
2
O
5
e 32,0 g vaso
-1
CaCO
3
em 0,0 g
vaso
-1
P
2
O
5
), com três repetições, totalizando 42 parcelas. A unidade
experimental foi constituída por um vaso plástico com capacidade para 18 litros,
contendo 15 kg do material de solo, seco ao ar. Na tabela 2 encontra-se um
resumo dos tratamentos com as doses de calcário e os níveis de fósforo utilizados
Tabela 2. Níveis de calcário e doses de fósforo usados no experimento com a
cultura do girassol.
Tratamentos CaCO
2
: P
2
O
5
Tratamentos CaCO
3
: P
2
O
5
1 32,0: 1,7 8 45,0 : 6,7
2 32,0: 3,3 9 58,0 : 1,7
3 32,0: 5,0 10 58,0 : 3,3
4 32,0: 6,7 11 58,0 : 5,0
5 45,0: 1,7 12 58,0 : 6,7
6 45,0: 3,3 13 0,0 : 5,0
7 45,0: 5,0 14 32,0 : 0,0
CaCO
3
(g vaso
-1
); P
2
O
5
(g vaso
-1
)
38
3.5 Aplicação dos tratamentos
Na aplicação dos tratamentos, a necessidade de calagem pré-estabelecida
foi corrigida para o PRNT. Os tratamentos com calcário foram aplicados ao solo
três meses antes do plantio. Durante o período de incubação, o solo permaneceu
à sombra com conteúdo de água próximo a capacidade de campo, com
revolvimento semanal do material do solo, exceto para o tratamento testemunha.
Os tratamentos com fósforo foram aplicados ao solo por ocasião do
plantio, juntamente com a adubação nitrogenada e potássica. Esses adubos
foram incorporados ao solo manualmente com o auxilio de uma pá antes do
plantio. Já o boro foi aplicado aos trinta e cinco (35) dias após a emergência das
plantas, em forma de solução nutritiva colocando-se 45 ml vaso
-1
.
3.6 Cultura utilizada.
Para testar o efeito dos tratamentos utilizou-se como cultura teste o
girassol (Helianthus Annus L.) variedade IAC-Uruguai. Planta rústica com
sementes rajadas, porte médio (190 cm) e ciclo de 90 a 120 dias.
3.7 Instalação e condução do experimento
3.7.1 Preparação das unidades experimentais
Em cada unidades experimentais (vaso plástico com capacidade para 18L)
foi feito um orifício próximo à base com aproximadamente 10mm de diâmetro,
onde se conectou uma mangueira plástica (silicone), transparente, com cerca de
35cm de comprimento, utilizada como dispositivo de drenagem do excesso de
água aplicada ao solo. Na junção do vaso com a mangueira, do lado externo, fez-
se uma vedação com massa epóx com o objetivo de evitar vazamento. Foram
colocados recipientes plásticos (garrafas pet) com capacidade para 2 litros, para
que fosse conectada a outra extremidade da mangueira com a finalidade de
39
coletar a água drenada em cada tratamento. Esse material drenado era reutilizado
em seu próprio vaso nas irrigações seguintes.
Os vasos dos respectivos tratamentos e repetições foram colocados em
uma bancada de cimento com bases laterais distante 60cm do solo. Cada vaso
recebeu uma etiqueta para sua identificação sendo colocados em suas posições
correspondentes, determinadas ao acaso, através de sorteio em blocos.
3.7.2 Condução do experimento
Após o preparo e instalação de todos os vasos, fez-se uma irrigação até
que o solo superasse a capacidade de campo e iniciasse a drenagem através das
mangueiras conectadas às garrafas plásticas, para que houvesse uma melhor
acomodação das partículas de solo nos vasos e condições adequadas de
umidade para o plantio. Passado um período de 3 horas, iniciou-se a semeadura,
colocando cerca de cinco (5) sementes por vaso, cuja operação foi realizada em
30/08/2004 às 10:00 horas da manhã. As sementes foram semeadas em sulcos
abertos, passando pelo centro do vaso em média com 1,5cm de profundidade, e
coberto por uma leve camada do mesmo solo, de modo a favorecer a
emergência.
A emergência das plântulas deu início aos cinco (5) dias após a
semeadura, ou seja, em três (3) de setembro de 2004, sendo que aos 20 dias
após a emergência foi feito um desbaste, deixando três plantas em cada vaso. A
partir daí, escolheu-se uma planta como referência (planta teste) que passaria a
ser avaliada até o final do experimento. Aos trinta e três (33) dias do ciclo (dias
após a emergência), foi coletada a primeira planta, medindo-se a altura, área
foliar, matéria seca da parte aérea e, também para verificar o consumo de água
pelas duas plantas que ficaram em cada vaso; aos cinqüenta e três (53) dias do
ciclo foi coletada a segunda planta, medindo-se altura, área foliar, matéria seca da
parte aérea e também para avaliar o consumo de água apenas da planta teste,
que foi coletada aos oitenta e um (81) dias do ciclo da cultura.
A altura e área foliar da planta teste foram avaliados em quatro períodos:
aos 21, 47, 55 e 60 dias do ciclo da cultura. Todas as plantas coletadas foram
40
pesadas em uma balança eletrônica digital, com precisão de 0,01g onde os
resultados foram expressos em gramas por planta.
Inicialmente as irrigações foram realizadas a cada dois (2) dias, colocando-
se água suficiente para manter o conteúdo de água no solo próximo da
capacidade de campo. Posteriormente, a partir dos 50 dias do ciclo da cultura, as
irrigações foram feitas diariamente. A cada intervalo de oito dias (8) procedeu a
drenagem do solo de cada vaso, cuja operação permitiu avaliar o consumo de
água pela cultura. Toda a água drenada era aproveitada no seu respectivo vaso
na irrigação seguinte, para evitar desperdício dos nutrientes lixiviados.
3.8 Tomada de dados
3.8.1 Fenologia da planta
Foram registrados os dados referentes algumas fases dos estádios
fenológicos (vegetativo e reprodutivo) da cultura durante todo o ciclo, onde foi
observados o crescimento, desenvolvimento, aparecimento do botão floral,
floração, abertura dos primeiros capítulos, maturação e colheita.
3.8.2 Altura de plantas
O acompanhamento da altura das plantas foi feito em todas plantas de
cada unidade experimental. Inicialmente permaneceriam três (3) plantas por vaso
das quais uma planta em cada unidade foi identificada para uma avaliação até o
final do ensaio. Os dados referentes a altura das outras duas (2) plantas foram
registrados na época em que as mesmas foram colhidas aos 33 e 53 dias após a
emergência. Para a planta teste os dados da altura de planta foram feitos num
período de 21 a 60 dias do ciclo da cultura, correspondendo um total de quatro
leituras (21, 47, 55 e 60 dias). Para medição da altura utilizou-se uma trena fixada
em uma haste de madeira para melhor registrar os dados, medindo-se a distância
vertical entre o colo e o ápice da planta.
41
3.8.3 Área foliar
A tomada de dados para variável área foliar foi realizada em todas a três
plantas de cada unidade experimental. A área foliar da 1
a
e 2
a
planta foi medida
na época em que as plantas foram coletadas, 33 e 53 dias respectivamente após
a emergência. De modo análogo para altura de planta na planta teste as medidas
da área foliar foram registradas em quatro épocas do ciclo da cultura (21, 47, 55 e
60 dias). Para medida da área foliar procedeu-se a partir das dimensões do
comprimento (C) e a maior largura (L). Esta operação foi realizada em cinco
folhas por planta e o resultado médio dessas cinco folhas foi multiplicado pelo
número total de folhas da planta, obtendo-se assim a área foliar por planta. Para
as dimensões da folha usou-se uma régua milimetrada.
Para o cálculo da área foliar real usou-se o procedimento adotado por
Ashley et al. (1963) para a cultura do algodão, adotando a seguinte relação AF =
C x L x f, onde AF = área foliar-cm
2
; C = comprimento da folha - cm; L = maior
largura - cm e f = fator de correção da área foliar obtida pelo método do
comprimento versus largura da folha (f = área foliar pelo método das pesagens/
área foliar estimada pelo comprimento e maior largura da folha).
3.8.4 Produção de massa verde e matéria seca
Para quantificar a produção de massa verde, as plantas foram cortadas
rente ao solo e imediatamente pesadas em uma balança eletrônica digital com
precisão de 0,01g, sendo os resultados expressos em grama por planta (g planta
-
1
). Esse procedimento foi realizado nas três plantas de cada unidade
experimental, na época em que foram coletadas. Já para a produção da matéria
seca, as plantas coletadas foram posteriormente acondicionadas em sacos de
papel e levados à estufa permanecendo em torno de 72h com uma temperatura
de 70
0
C para secagem até atingir o peso constante. Após a secagem, o material
foi pesado também eu uma balança eletrônica e os resultados expressos em
gramas por planta (g planta
-1
).
42
3.8.5 Consumo de água pelas plantas
O consumo de água ou evapotranspiração da cultura (ETC) foi estimado
pela diferença entre a quantidade de água aplicada semanalmente e o excesso
drenado em cada unidade experimental e os resultados foram expressos em
milímetros por planta, por período e por ciclo da cultura.
3.8.6 Análise de crescimento
Para a análise de crescimento da cultura foram utilizados os resultados da
área foliar e produção de massa seca, determinados em épocas distintas do ciclo
da cultura. Para essa análise foram determinados taxa de crescimento relativa,
razão de área foliar e taxa de assimilação líquida segundo metodologia de Ferri
(1979) conforme as relações a seguir:
TCR = (MS
2
–MS
1
) / MS
1
(T
2
–T
1
)
RAF = AF / MS
TAL = (MS
2
–MS
1
) / AF
1
(T
2
–T
1
), onde:
TCR = taxa de crescimento relativo- g g
-1
;
RAF = Razão de área foliar- cm
2
g
-1
;
TAL = taxa de assimilação líquida- g cm
-1
dia
-1
; MS = massa seca- g; T = tempo-
dias e AF = área foliar- cm
2
3.8.7 Nutrientes na planta
As análises de alguns elementos foram realizadas com a matéria seca da
segunda planta coletada aos 53 dias após a emergência das plântulas, período
em que se deu o aparecimento do botão floral. Após a colheita da planta, esta foi
lavada em água corrente e água destilada, cujo material separado (caule e folha),
foi pesado e triturado em um moinho modelo 5X8G008-general Eletric 110v tipo
43
willey com peneira de 1mm e acondicionado separadamente de acordo com a
parte da planta e o tratamento em sacos de papel devidamente identificados.
Posteriormente cada amostra foi submetida a análise química para quantificar os
macronutrientes P, Ca, Mg na folha e caule em todos os tratamentos e N, K e B
apenas na folha e, os resultados foram expressos em teores do nutriente na folha
(g kg
-1
) e acúmulos na planta (g planta
-1
).
Para realização das análises, pesou-se 0,2g da amostra e colocou em um
tubo de digestão seco, adicionando-se 1ml de H
2
O e em seguida adicionou 2ml
de H
2
SO
4
; adicionou 0,7g da mistura de digestão, usando um funil de haste e
diâmetro interno de 10mm onde a reação foi rápida; em seguida colocou a
amostra no bloco digestor a 160
0
C
- 180
0
C até evaporar a água, aumentando a
temperatura 350
0
C – 375
0
C, após a coleta manter esta temperatura por uma hora,
retirou os frascos do bloco digestor e deixou esfriar; completou o volume com
água destilada até a marca de 50ml, agitando com ar comprimido e deixando
decantar algumas horas antes de retirar as alíquotas para as determinações dos
elementos.
Os teores de nutrientes na matéria seca (folha e caule) foram determinadas
de acordo com as seguintes metodologias: N pelo método Kjeldhal (Tedesco et al
.,1995); P, K, Ca e Mg através de digestão nitroperclórica e o conteúdo no extrato
determinada por: P (colorimetria); K (fotometria de chama); Ca e Mg
(espectrofotometria de absorção atômica). A quantidade de nutrientes acumulada
nos tecidos das diferentes partes morfológicas das plantas do girassol (folha e
caule) foi calculada com base no teor do elemento no tecido e na produção de
matéria seca.
3.9 Análise dos resultados
Os resultados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), sendo o
nível de significância determinado pelo teste “F” e as médias comparadas entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os tratamentos com fósforo e calcário
foram submetidos à análise de regressão polinomial. Essas análises foram
realizadas através do programa “Sistema para Análise Estatística” (SAEG v.8,
2000).
44
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Fenologia
O processo de semeadura se deu em 30/09/2004 e após cinco(5) dias
ocorreu a emergência das plântulas, período que compreende o início da fase (F
1
)
de desenvolvimento vegetativo. Foram observados o comportamento das folhas,
que aos 38 dias do ciclo começou aparecer sinais de senescência das folhas
próximo aos cotilédones fase F
2
(Schneiter & Miller 1981) quadro 1; aos 51 dias
do ciclo da cultura deu início o aparecimento do botão floral, iniciando o período
de desenvolvimento reprodutivo representando a fase (F
1
) quadro 2; aos 60 dias
iniciou-se a abertura dos primeiros capítulos, representando a fase F
4
, sendo que
aos 66 dias a floração estava completa, caracterizando a fase F
6
(Schneiter &
Miller, 1981) quadro 2. Entretanto, observou-se que aos 76 dias os capítulos
apresentavam sinais de má formação devido o baixo índice de polinização e com
plantas apresentando senescência precoce, completando assim a fase F
7
e aos
81 dias considerou-se o fim do ciclo da cultura, período em que se deu a colheita.
4.2 Correção da acidez do solo
Após a incubação do solo com calcário, durante um período de noventa
(90) dias, antes do semeio das sementes da cultura do girassol, fez-se a
determinação do pH do solo, cujos resultados revelaram valores da ordem de 5,7;
5,8 e 6,1 respectivamente para os tratamentos de 2,5, 3,5 e 4,5 t ha
-1
de calcário
aplicados ao solo. Considerando-se a reação inicial do solo (Tabela 1), observou-
se que houve um acréscimo do pH com as doses de calcário aplicadas na ordem
de 35,7%, 38,1% e 45,2% respectivamente. Em todos os tratamentos com
calcário o pH do solo se elevou para faixa (> 5,2) consideradas adequadas para o
cultivo do girassol (Embrapa, 2003).
A correção da acidez para a faixa considerada adequada para a cultura
procura neutralizar o efeito de elementos tóxicos, principalmente do alumínio e do
manganês, favorece a disponibilidade do fósforo, cálcio, magnésio e molibdênio
45
para as plantas, propiciando condições adequadas para o cultivo. De acordo com
Fageria (1998) para se elevar o pH para 6 em solo de cerrado, foi necessária a
aplicação de aproximadamente 12 t ha
-1
de calcário. O mesmo autor registra
influência da aplicação de doses crescentes de calcário no pH do solo,
aproximadamente seis meses após a aplicação.
4.3 Altura de planta
De acordo com a análise de variância (Tabela 3), é possível afirmar que
houve efeito significativo (p 0,01) dos tratamentos e das épocas de observações,
sobre os resultados da altura de plantas (AP). Porém, não foi constatado efeito (p >
0,05) decorrente do fósforo e do calcário para os tratamentos do fatorial, mas
houve efeito (p 0,01) para os tratamentos testemunhas.
46
Tabela 3- Análise de variância referente a altura de planta (planta teste) (AP) e
área foliar (AF) na cultura do girassol, variedade IAC- Uruguai,
submetido a diferentes níveis de calcário e doses de fósforo aplicados
ao solo.
F.V G.L Quadrado médio
AP AF
Bloco 2 305.16
NS
91264.70
NS
Trat. 13 2212.65** 1459263.21**
C 2 152.94
NS
164585.40
NS
P 3 157.87
NS
257676.95
NS
C x P 6 392.18
NS
288947.10
NS
C 1 88.17
NS
58992.76
NS
C
2
1 217.71
NS
270178.04
NS
P 1 464.17
NS
167541.39
NS
P
2
1 0.04
NS
522278.43
NS
C x P 1 46.87
NS
779351.24*
0,0C em 240P 1 14400.00**
6130382.05**
2,5C em 0,0P 1 10500.65**
8811308.48**
Resíduo(a) 26 263.19 139397.33
Per. 3 152686.98**
24868046.38**
Per. x Trat. 39 179.09**
149438.62**
Per. x C 6 17.27
NS
57764.56
NS
Per. x P 9 11.82
NS
37885.89
NS
Per. x C x P 18 45.28
NS
31430.05
NS
Trat. Tes. x Per. 6 993.30**
762467.47**
Per. 1 453548.10**
74041590.21**
Per
2
1 3520.46**
221218.89**
Per. x C 1 2.44
NS
49477.12
NS
Per. x P 1 59.83
NS
80469.55
NS
Per. x C x P 1 23.82
NS
275385.08**
Resíduo 84 35.31 27444.5
C.V.(%) 13.9 30.8
C.V (%)- Coeficiente de variação NS- Não significativo ; * - Significativo a 5% de
probabilidade (p 0,05); ** - Significativo a 1% de probabilidade (p 0,01)
Não houve efeito (p > 0,05) da interação do fósforo versus calcário, mas
houve da interação das épocas de avaliação versus tratamentos e da época versus
tratamentos testemunhas.
Ainda no tabela 3, através do desdobramento dos tratamentos de épocas,
observa-se que ocorreu efeito (p 0,01) para as componentes lineares e
quadrática das épocas de avaliação sobre os resultados da altura de plantas para
os tratamentos do fatorial e das testemunhas.
47
Os valores médios da altura de plantas, determinados nas diversas épocas
de observação, se encontram na tabela 4. Através da comparação entre as médias
pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade, é possível observar que não houve
diferença significativa (p > 0,05) entre os tratamentos com fósforo e com calcário
aplicados ao solo sobre os resultados médios da altura de plantas, em cada época
amostrada. A altura de planta dos tratamentos do fatorial, em média foi
significativamente (p 0,05) superior em 33%, 40%, 41% e 41% a altura de plantas
das testemunhas determinadas aos 21, 47, 55 e 60 dias, respectivamente.
Porém, comparando-se os tratamentos do fatorial com os tratamentos
testemunhas, verifica-se que quando se omitiu a aplicação do fósforo e/ou do
calcário houve uma expressiva redução na estatura das plantas. Comparando-se o
tratamento testemunha com fósforo na ausência do calcário com seu
correspondente do fatorial (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
) observam-se acréscimos na altura
das plantas do fatorial da ordem de 54%, 49%, 48% e 47% em relação à altura das
plantas das testemunhas determinadas ao 21, 47, 55 e 60 dias do ciclo da cultura
(tabela 4).
Com relação à testemunha com calcário na ausência do fósforo
comparado com o seu correspondente do fatorial (2,5 t ha
-1
de calcário), houve um
aumento na altura de plantas, em prol do tratamento do fatorial da ordem de 24%,
32%, 34% e 34% respectivamente, para as determinações realizadas da altura de
plantas aos 21, 47, 55 e 60 dias do ciclo da cultura (tabela 4).
48
Tabela 4- Resultados médios da altura de planta (AP) da cultura do girassol,
variedade IAC-Uruguai em diferentes épocas de determinações,
submetido a diferentes níveis de calcário e doses de fósforo aplicado ao
solo.
Dias do ciclo da cultura
Tratamentos 21 47 55 60
.........................................cm................................
P
2
O
5
(kg ha
-1
)
080 25,4 a 129,1 a 157,7 a 164,3 a
160 25,9 a 131,4 a 159,4 a 164,6 a
240 27,7 a 132,4 a 162,6 a 167,5 a
320 27,2 a 133,2 a 164,4 a 170,2 a
Calcário (t ha
-1
)
2,5 27,1 a 130,3 a 158,3 a 163,9 a
3,5 26,4 a 133,9 a 163,1 a 169,0 a
4,5 26,1 a 130,5 a 161,7 a 167,1 a
Fatorial 26,5 a 131,5 a 161,0 a 166,6 a
Testemunha 19,9 b 94,0 b 113,8 b 117,8 b
0,0 Calc: 240 P
2
O
5
18,0 89,0 109,6 113,6
2,5 Calc: 0,0 P
2
O
5
21,8 99,0 118,0 122,0
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si,
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Observa-se, ainda através da tabela 4, que a altura de plantas em todas as
épocas amostradas, foi mais limitada pela ausência do calcário do que pela
omissão do fósforo. Ainda de acordo com a referida tabela, os resultados sugerem
que, no solo em estudo doses de fósforo superiores a 240
kg ha
-1
de P
2
O
5
na
presença da calagem ( 2,5 t ha
-1
de calcário) não promoveram aumentos
significativos na altura das plantas. Também é possível afirmar que doses de
calcário superior a 2,5 t ha
-1
na presença da aplicação de fósforo (240 kg ha
-1
de
P
2
O
5
) não promoveu aumentos significativos na altura das plantas. Entretanto, a
maior altura de planta registrada no experimento foi de 166,6cm e 117,8cm para o
49
tratamento do fatorial e testemunhas, respectivamente. De acordo com Tomich et
al. (2003) a altura de plantas do girassol variou em média de 178 a 268cm para
porte baixo e alto, respectivamente, para ensaio conduzido em condições de
campo. Ungaro et al. (2000) encontraram valores de altura de planta na ordem de
171,51cm também para ensaio conduzido em condições de campo.
A altura das plantas em função do ciclo da cultura se ajustou de forma
significativa (p 0,01) a uma função do 2
o
grau para os tratamentos do fatorial e
para os tratamentos testemunhas. De acordo com os modelos obtidos (figura 1),
teoricamente, a altura de plantas do fatorial deveria atingir o máximo aos 91,5 dias
e para as testemunhas aos 88,3 dias. Em ambos os casos os resultados foram
explicados, teoricamente, em 99% pela presença dos tratamentos.
Yf = - 96,2 + 6,6x - 0,036x
2
R
2
= 0,998**
Yt = - 68,3 + 4,76x - 0,027x
2
R
2
= 0,998**
0
30
60
90
120
150
180
0 20406080
Épocas - dias
Altura de planta - cm
Fatorial (Yf) Testemunha (Yt)
Figura 1. Altura de planta da cultura do girassol em função do ciclo
da cultura para as épocas de determinação aos 21, 47,
55 e 60 dias.
50
4.4 Área foliar
A figura 2 apresenta a correlação entre a área foliar da cultura do girassol
determinada pelo método das pesagens (AF
peso
) e área foliar estimada pelo
método do comprimento versus maior largura da folha (AF
comprimento x largura
), onde
se constata que os dados se ajustaram significativamente (p 0,01) a uma função
linear positiva, onde de acordo com o modelo obtido para se corrigir a área foliar
da cultura determinada pelo método do comprimento versus maior largura da
folha deve-se multiplicar o valor por um fator de correção (f = 0,637),
procedimento adotado no presente trabalho.
y = 1,46 + 0,637x
R
2
= 0,992**
10
20
30
40
50
60
70
10 20 30 40 50 60 70 80 90
AF
comp x larg
(cm
2
)
AF
peso
( cm
2
)
Figura 2. Correlação entre a área foliar do girassol determinada pelo
método das pesagens (AF
peso
) e área foliar estimada pelo
método do comprimento versus maior largura da folha
(AF
comprimento x largura
)
51
De acordo com a análise de variância (Tabela 3), é possível afirmar que
houve efeito significativo (p 0,01) dos tratamentos e das épocas de avaliação,
sobre os resultados da área foliar (AF). Porém, não foi constatado efeito (p > 0,05)
decorrente do fósforo e do calcário para os tratamentos do fatorial, mas houve
efeito (p 0,01) para os tratamentos testemunhas. Não houve efeito (p > 0,05) da
interação do fósforo versus calcário, mas houve da interação dos períodos de
avaliação versus tratamentos, calcário, fósforo e tratamentos testemunhas. Ainda
no referido apêndice, através da análise de regressão polinomial, observa-se que
ocorreu efeito (p 0,01) para as componentes lineares e quadrática dos períodos
de avaliação sobre os resultados da área foliar para os tratamentos do fatorial e
das testemunhas.
Os valores médios da área foliar das plantas, determinada nas diversas
épocas de observação, encontram-se na tabela 5. Através da comparação entre as
médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, é possível observar que não
houve diferença significativa (p > 0,05) entre os tratamentos do fatorial com fósforo
e com calcário aplicados ao solo sobre os resultados médios da área foliar, em
cada época amostrada. Porém, houve efeito significativo (p 0,05) entre o fatorial
e as testemunhas. Comparando-se as médias dos tratamentos do fatorial com as
dos tratamentos testemunhas verifica-se que quando se omitiu a aplicação do
fósforo e/ou do calcário houve uma expressiva redução na área foliar da cultura.
Observa-se, portanto, que a expansão da área foliar do fatorial superou em 183%,
225%, 206% e 183% a área foliar dos tratamentos testemunhas, para as
determinações realizadas aos 21, 47, 55 e 60 dias do ciclo da cultura (tabela 5).
Comparando-se a testemunha com fósforo (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
) na ausência
do calcário, com seu correspondente do fatorial, constata-se que 240 kg ha
-1
de
P
2
O
5
do fatorial promoveu incremento na área foliar (AF) da ordem de 200%,
192%, 168% e 151,7% em relação a área foliar das plantas testemunhas
determinadas aos 21, 47, 55 e 60 dias do ciclo da cultura. Para as testemunhas
com calcário (2,5 t ha
-1
de calcário), na ausência do fósforo comparada com o seu
correspondente do fatorial, houve acréscimo na área foliar em favor do tratamento
do fatorial da ordem de 183%, 270%, 268% e 219%, respectivamente para as
determinações aos 21, 47, 55 e 60 dias do ciclo da cultura (tabela 5). Observa-se,
ainda que a expansão da área foliar foi mais limitada pela ausência do fósforo do
52
que pela omissão do calcário, tendo aos 60 dias do ciclo da cultura a expansão da
área foliar do tratamento testemunha com fósforo na ausência do calcário
superado em 32% a expansão da área foliar do tratamento testemunha do calcário
na ausência do fósforo.
Tabela 5- Resultados médios da área foliar (AF) na cultura do girassol, variedade
IAC- Uruguai em diferentes épocas de determinações submetido a
diferentes níveis de calcário e doses de fósforo aplicado ao solo
Dias do ciclo da cultura
Tratamentos 21 dias 47 dias 55 dias 60 dias
P
2
O
5
(kg ha
-1
) .........................................cm
2
................................
080 153,6 a 1285,3 a 1822,4 a 1988,2 a
160 187,4 a 1315,4 a 1981,3 a 2025,0 a
240 195,8 a 1345,1 a 1996,9 a 2067,1 a
320 175,3 a 1324,9 a 1879,4 a 2102,4 a
Calcário (t ha
-1
)
2,5 170,2 a 1294,5 a 1879,9 a 1989,6 a
3,5 180,0 a 1305,3 a 1881,5 a 2051,1 a
4,5 183,9 a 1353,8 a 1998,5 a 2096,3 a
Fatoriais 178,0 a 1317,5 a 1919,9 a 2045,6 a
Testemunha 62,8 b 405,3 b 626.7 b 722,4 b
0,0Calc: 240 P
2
O
5
65,2 461,2 743,8 821,3
2,5Calc: 0,0 P
2
O
5
60,1 349,4 509,6 623,5
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre
si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
De acordo com a tabela 5, os resultados sugerem que, no solo em estudo
doses de fósforo superiores a 80 kg ha
-1
de P
2
O
5
na presença da calagem ( 2,5 t
ha
-1
de calcário) não promoveram aumentos significativos na expansão da área
foliar. Também é possível afirmar que doses de calcário superior a 2,5 t ha
-1
na
presença da aplicação de fósforo ( 80 kg ha
-1
de P
2
O
5
) não promoveu aumentos
significativos na expansão da área foliar da cultura. Ungaro et al. (2000),
53
trabalhando com três cultivares de girassol, também obtiveram, resultados
semelhantes, com índices de área foliar médio de 2,9, em condições de campo.
Esse resultado é inferior ao encontrado nesse experimento que foi de 3,57 m
2
/m
2
para o fatorial e superior ao IAF das testemunhas que foi de 1,26 m
2
/m
2
.
A expansão da área foliar em função do ciclo da cultura se ajustou de forma
significativa (p 0,01) a uma função linear positiva para os tratamentos do fatorial
e para as testemunhas. De acordo com os modelos obtidos (figura 3) o efeito foi
explicado em mais de 97% pela presença dos tratamentos e que para os
tratamentos do fatorial houve um ganho na expansão da área foliar da ordem de
1,93 vezes em relação a expansão da área foliar dos tratamentos testemunhas.
Figura 3. Área foliar de planta da cultura do girassol em função do ciclo da
cultura para as épocas de determinação aos 21, 47, 55 e 60 dias
4.5 Matéria seca e verde das planta
Conforme os resultados da análise de variância houve efeito significativo
(p 0,01) para tratamentos e para épocas de determinação sobre a variável
Yf = - 872,22 + 48,906x
R
2
= 0,989**
Yt = - 308,08 + 16,664x
R
2
= 0,974**
0
500
1000
1500
2000
2500
020406080
Épocas - dias
Área foliar - cm
2
Fatorial (Y f ) Testemunha (Yt)
54
produção de matéria seca da cultura do girassol (Tabela 6). Porém, não foi
registrado efeito (p > 0,05) dos tratamentos isolados de fósforo e de calcário do
fatorial, mas houve efeito significativo (p 0,01) dos tratamentos testemunhas.
Houve efeito significativo (p 0,01) das interações épocas versus tratamentos,
calcário, fósforo, época versus calcário versus fósforo e tratamentos testemunhas.
Tabela 6- Análise de variância referente ao peso de matéria seca (MV), matéria
verde (MS) por planta e consumo de água (CA) na cultura do girassol,
variedade IAC-Uruguai, submetido a diferentes níveis de calcário e
doses de fósforo o aplicado ao solo.
F.V G.L Quadrado médio
MV MS CA
Bloco 2 92.72
NS
13.95
NS
0.32
NS
Trat. 13 3441.31**
105.69**
10.16**
C 2 522.95*
0.50
NS
0.47
NS
P 3 58.58
NS
0.53
NS
0.31
NS
C x P 6 323.81
NS
6.56
NS
0.26
NS
C 1 714.36
NS
0.83
NS
0.11
NS
C
2
1 331.55
NS
0.17
NS
0.82*
P 1 151.71
NS
0.58
NS
0.88*
P
2
1 4.68
NS
0.44
NS
0.05
NS
C x P 1 176.55
NS
17.75
NS
0.28
NS
C em 240P 1 19834.76**
545.26**
52.05**
P em 2,5C 1 19158.46**
689.09**
68.24**
Resíduo(a) 26 146.37 7.03 0.18
Per. 2 92009.52**
6405.62**
967.85**
Per. x Trat. 26 738.91**
42.34**
3.10**
Per. x C 4 1154.21**
8.55**
0.48*
Per. x P 6 114.10
NS
7.48**
0.13
NS
Per. x C x P 12 281.33
NS
8.25**
0.08
NS
Trat. Ad. x Per. 4 2633.56**
230.68**
19.24**
Per. 1 153019.08**
12673.58**
1882.78**
Per
2
1 30999.01**
137.66**
52.91**
Per. x C 1 2139.64**
11.86
NS
0.01
NS
Per. x P 1 1.04
NS
3.16
NS
059**
Per. x Cx P 1 0.44
NS
35.43
NS
0.08
NS
Resíduo 56 215.92 9.59 0.13
C.V.(%) 20.3 26,2 30.8
C.V (%)- Coeficiente de variação; NS- Não significativo (p>0.-,05); * -
Significativo a 5% de probabilidade (p 0,05); ** - Significativo a 1% de
probabilidade (p 0,01);
55
Constata-se ainda no tabela 6, que através da análise de regressão
polinomial, houve efeito (p 0,01) para as componentes lineares e quadráticas das
épocas de determinação sobre os resultados de produção de matéria seca das
plantas. De modo análogo (Tabela 6) ocorreu com a variável produção de massa
verde, exceto época versus fósforo, época versus calcário versus fósforo. Verifica-
se que o calcário apresentou efeito significativo (p 0,05) dentro do fatorial.
Os resultados médios de produção de matéria seca e massa verde das
plantas encontram-se na tabela 7. A comparação entre as médias pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade permite afirmar que não houve diferença significativa
(p > 0,05) entre os tratamentos com fósforo e com calcário do fatorial sobre os
resultados de produção de matéria seca independente da época da determinação.
Porém, a matéria seca do fatorial superou de forma significativa (p 0,05) a
matéria seca dos tratamentos testemunhas em todas as épocas amostradas.
Idêntico comportamento ao verificado para a produção de matéria seca foi
registrado com a produção de massa verde (Tabela 7). Na referida tabela, ainda é
possível constatar que em média a matéria seca do fatorial superou em 185%,
282% e 224% a matéria seca dos tratamentos testemunhas, enquanto que para
produção de massa verde, o fatorial superou em 223%, 253% e 153% as
testemunhas, para as determinações realizadas aos 33, 53 e 81 dias do ciclo da
cultura, respectivamente.
56
Tabela 7- Resultados médios da massa verde (MV) e matéria seca (MS) por
planta da cultura do girassol, variedade IAC- Uruguai, em diferentes
épocas de determinação submetida a diferentes níveis de calcário e
doses de fósforo aplicadas ao solo.
Dias do ciclo da cultura
Tratamentos 33 53 81
MV MS MV MS MV MS
P
2
O
5
(kg ha
-1
) ......................................g planta
-1
....................................
080 21,6 a 1,4 a 93,5 a 9,6 a 118,0 a 26,9 a
160 21,9 a 1,6 a 104,3 a 11,1 a 118,7 a 28,2 a
240 23,8 a 1,6 a 104,2 a 11,2 a 121,4 a 28,5 a
320 26,6 a 1,6 a 105,0 a 11,2 a 123,2 a 29,0 a
Calcário (t há
-1
)
2,5 23,5 a 1,6 a 98,6 a 10,4 a 105,3 a 27,8 a
3,5 23,9 a 1,6 a 101,3 a 10,7 a 126,4 a 28,0 a
4,5 23,0 a 1,6 a 105,1 a 11,3 a 128,3 a 28,5 a
Fatorial 23,6 a 1,6 a 101,7 a 10,8 a 120,0 a 28,1 a
Testemunha 7,3 b 0,5 b 28,8 b 2,8 b 47,4 b 8,1 b
0,0Calc: 240 P
2
O
5
8,8 0,6 23,9 2,8 44,3 9,1
2,5Calc: 0,0 P
2
O
5
5,8 0,5 33,7 2,8 50,6 7,1
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si,
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
De acordo com os resultados apresentados na tabela 7, através da
comparação entre os tratamentos testemunhas na ausência do calcário e fósforo,
respectivamente com os seus correspondentes do fatorial (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
) e
(2,5 t ha
-1
de calcário) constata-se que houve um ganho na produção da matéria
seca a favor dos tratamentos do fatorial com fósforo e com calcário em 152%,
292% e 213% e de 232%, 271% e 290%, para as épocas de determinação aos 33,
53 e 81 dias do ciclo da cultura, respectivamente.
Comportamento semelhante ocorreu com a produção de massa verde, sendo
que o tratamento testemunha com fósforo comparado com o seu correspondente
do fatorial (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
) constatou-se acréscimo de 172%, 335% e 174% a
57
favor do fatorial e para a testemunha com calcário comparado com o seu
correspondente do fatorial (2,5 t ha
-1
de calcário) foi superado em 302%, 193% e
154%, respectivamente, para as épocas de determinação aos 33, 53 e 81 dias do
ciclo da cultura (tabela 7). Ainda é possível observar que em todas as épocas
amostradas a omissão do fósforo limitou mais a produção de matéria seca e verde
da cultura do que a ausência do calcário.
A média dos resultados de matéria verde e seca estiveram abaixo dos valores
encontrados por Tomich et al. (2003) utilizando variedade V2000 em condições de
campo, com densidade de 34407 plantas ha
-1
. Rezende et al. (2003) obtiveram
produção de matéria seca do girassol da ordem de 213g planta
-1
para uma
população de 40000 plantas
ha
-1
, portanto muito superior ao encontrado no
presente trabalho. Certamente, essa diferença esteja relacionada às condições
locais em que os trabalhos foram desenvolvidos e os materiais utilizados na
pesquisa. Já Sarmento et al. (2001) conduzindo experimento em vaso utilizando a
cultura da alfafa, verificaram aumento na produção de matéria seca com
aplicações de doses crescentes de fósforo associados à calagem. Ungaro et al.
(2000) encontraram resultados de matéria seca de 84,7g planta
-1
para a planta de
girassol variedade IAC-Anhandy em condições de campo.
Os resultados médios da produção de matéria seca do girassol, provenientes
dos tratamentos do fatorial e das testemunhas, submetidos a análise de regressão
polinomial, se ajustaram de forma significativa(p 0,01) a uma função quadrática
(figura 4), onde segundo os modelos obtidos, dentro do período examinado, o
fatorial promoveu incremento na produção de matéria seca de 0,56g planta
-1
dia
-1
,
enquanto que para os tratamentos testemunhas houve acréscimo da ordem de
0,16g planta
-1
dia
-1
, portanto um ganho na produção de matéria seca na ordem de
3,5 vezes a favor dos tratamentos do fatorial.
58
Figura 4. Produção de matéria seca da cultura do girassol em função
do ciclo da cultura para as épocas de determinações aos 33,
53, 81 dias.
Para os resultados médios da produção de massa verde da cultura do girassol,
proveniente dos tratamentos do fatorial e das testemunhas, submetidos a análise
de regressão polinomial, se ajustaram satisfatoriamente a uma função do 2
o
grau
(figura 5), cujos modelos obtidos permitem afirmar teoricamente, que a produção
máxima de massa verde seria atingida aos 72,4 dias para o fatorial e aos 113 dias
para as testemunhas.
Yf = - 0,5 - 0,02x + 0,002x
2
R
2
= 1
Yt = - 8,0 + 0,18x + 0,003x
2
R
2
= 1
0
5
10
15
20
25
30
0 20406080100
Épocas - dias
Matéria seca - g planta
-1
Fatorial (Yf) Testemunha (Yt)
59
Figura 5. Produção de massa verde da cultura do girassol em função do ciclo
da cultura para as épocas de determinação aos 33, 53, 81 dias.
4.6 Consumo de água pela cultura
Pela análise de variância, é possível observar que houve efeito significativo (p
0,01) para tratamentos e para épocas de determinação sobre a variável consumo
de água da cultura do girassol (Tabela 6). Porém, não foi registrado efeito (p >
0,05) dos tratamentos isolados de fósforo e de calcário do fatorial, mas houve
efeito significativo (p 0,01) dos tratamentos testemunhas. Houve efeito
significativo (p 0,01) da interação épocas versus tratamentos, tratamentos
testemunhas, calcário e fósforo. Ainda no tabela 6, constata que houve efeito (p
Yf = - 43,04 + 1,81x - 0,008x
2
R
2
= 1
Yt = - 223,2 + 9,70x - 0,067x
2
R
2
= 1
0
20
40
60
80
100
120
140
0 20406080100
Épocas - dias
Matéria verde - g planta
-1
Fatorial (Yf) Testemunha (Yt)
60
0,01) quadrático para calcário e linear para fósforo, através do desdobramento do
fatorial.
Na tabela 8, são apresentados os resultados médios obtidos para a variável
consumo de água por planta determinados nas diferentes épocas (30, 51 e 76
dias) do ciclo da cultura. Através da comparação entre as médias pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade, não foram observadas diferenças significativas (p >
0,05) para esta variável entre os tratamentos com fósforo assim como entre os
tratamentos com calcário do fatorial aplicados ao solo. Porém, foram constatados
diferenças significativas(p 0,01) entre os tratamentos testemunhas e o fatorial,
em todas as épocas amostradas para determinação do consumo de água por
planta nas referidas épocas e para consumo total de água. Isso demonstra que, a
omissão do fósforo e /ou do calcário foram responsáveis pela menor estatura das
plantas (tabela 4) e da expansão de área foliar (tabela 5), estruturas
fotossinteticamente ativas responsáveis pela superfície evapotranspirante da
cultura provocando assim, uma redução no consumo de água pelas culturas.
O consumo de água pelas plantas dentro do fatorial, superou em média o das
testemunhas em 33%, 93% e 98%% para as determinações realizadas aos (30, 51
e 76) dias do ciclo da cultura, respectivamente. Porém para o consumo de água
total, a demanda de água pelas plantas do fatorial superou em 84% o consumo de
água das testemunhas (tabela 8). De acordo com os resultados, e através da
comparação entre o tratamento (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
) na ausência do calcário, com
seu correspondente do fatorial, constata-se que 240 kg ha
-1
de P
2
O
5
do fatorial
promoveu incremento no consumo de água pela cultura na ordem de 26%, 83%,
91% e 77% para o consumo da emergência aos 30 dias, dos 31 aos 51 dias e dos
52 aos 76 dias e para o consumo total, respectivamente.
O consumo total médio de água pelas plantas do fatorial foi de 311,5 mm para
os 76 dias do ciclo da cultura (tabela 8), cujo valor está muito aquém das
considerações de Doorenbos & Kassam (1994) quando afirmam que as
necessidades hídricas do girassol variam de 600 a 1000 mm, dependendo do
clima e da duração do período total de crescimento. Para os mesmos autores, nas
zonas subtropicais sob irrigação, o período total de crescimento é de
aproximadamente 130 dias. Certamente as condições em que o trabalho foi
61
conduzido onde o ciclo da cultura ficou limitado a 76 dias, explique o reduzido
consumo de água pelas plantas.
Considerando o fatorial em termos percentuais, o consumo de água pelas
plantas foi de 9,6%; 26,8% e 63,6%, para os 30 dias, dos 30 aos 51 dias e dos 51
aos 76 dias respectivamente (tabela 8). Esses resultados de certa forma corrobora
com Doorenbos & Kassam (1994) quando afirmam que a porcentagem de água
total utilizada pela cultura durante os diferentes períodos de crescimento é de
aproximadamente 20% durante o período vegetativo, 55% durante o período de
floração e os 25% restantes durante os períodos de formação das colheitas as
maturação.
Tabela 8- Resultados médios do consumo de água (CA) da cultura do girassol,
variedade IAC-Uruguai, durante o ciclo da cultura, submetida a
diferentes níveis de calcário e doses de fósforo aplicado ao solo.
Dias do ciclo da cultura
Tratamentos 30 51 76 CA-Total
.......................................mm planta
-1
..............................
P
2
O
5
(kg ha
-1
)
080 29,2 a 82,8 a 191,7 a 308,7 a
160 30,8 a 86,1 a 193,3 a 310,3 a
240 30,8 a 86,1 a 198,2 a 313,6 a
320 30,8 a 84,5 a 199,8 a 313,6 a
Calcário (t ha
-1
)
2,5 29,2 a 82,8 a 198,8 a 308,7 a
3,5 30,8 a 84,5 a 198,8 a 310,3 a
4,5 30,8 a 86,1 a 204,7 a 315,2 a
Fatorial 30,30 a 84,5 a 200,7 a 311,5 a
Testemunha 22,75 b 43,8 b 101,5 b 168,9 b
0,0Calc: 240 P
2
O
5
24,4 47,1 103,9 177,1
2,5Calc: 0,0 P
2
O
5
21,1 40,6 99,1 160,8
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre
si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
62
Para a testemunha com calcário (2,5t ha
-1
de calcário), na ausência do
fósforo comparada com o seu correspondente do fatorial, houve acréscimo no
consumo a favor do tratamento do fatorial da ordem de 38%, 104%, 101% e 92%,
respectivamente, para o consumo da emergência aos 30 dias, dos 31 aos 51 dias,
dos 52 aos 76 dias e para o consumo total da cultura (tabela 8). Dentre os
tratamentos testemunhas, o que contribuiu para um maior consumo de água foi
aquele em que se omitiu a aplicação do calcário. Portanto, é possível afirmar que
o consumo de água total por planta, foi mais limitado pela ausência do fósforo,
que pela omissão do calcário, observando-se um acréscimo na ordem de 10% a
favor da testemunha com fósforo no final do ciclo da cultura. Os resultados da
referida tabela, sugerem que a ausência tanto do fósforo como do calcário, no
solo em estudo, limita sensivelmente o consumo de água pela cultura do girassol.
O consumo de água em função do ciclo da cultura se ajustou de forma
significativa (p 0,01) a uma equação polinomial do 2
o
grau para os tratamentos
do fatorial e para as testemunhas. Segundo os modelos obtidos (figura 6), o
consumo de água cresceu com o ciclo da cultura. No intervalo pesquisado a
demanda média diária de água pelas plantas foi de 4,1mm dia
-1
e de 2,2 mm dia
-1
para o fatorial e testemunhas, respectivamente.
Porém, considerando os intervalos do consumo de água da emergência aos
30 dias do ciclo da cultura o consumo foi de 1,0 a 0,7mm dia
-1
dos 30 aos 51 dias
o consumo foi de 4,2 a 2,1mm dia
-1
e dos 51 aos 76 dias o consumo foi de 8,2 a
4,1mm dia
-1
para o fatorial e testemunhas respectivamente. Para Doorenbos &
Kassam (1994), a evapotranspiração do girassol aumenta desde o
estabelecimento até a floração, podendo atingir valores tão elevados como 12 a
15 mm dia
-1
. De acordo com estudos realizados pela Embrapa (2003), o consumo
de água diário pela cultura do girassol varia de 0,5 a 7,0mm dia
-1
no período inicial
do crescimento e na floração, respectivamente. Os resultados encontrados nesse
trabalho mostram que o consumo de água por planta está de acordo com os
encontrados por Embrapa (2003). Entretanto, o consumo mínimo de água pela
cultura dentro do fatorial ocorreria aos 17,4 dias e para as testemunhas aos 16,2
dias, segundo os modelos estimados (figura 6).
63
Figura 6. Consumo de água pela planta do girassol em função das épocas do
ciclo da cultura para as épocas de determinação aos 30, 51e 76
dias.
4. 7 Análise do crescimento
De acordo com a análise de variância é possível afirmar que não houve efeito
significativo (p > 0,05) decorrente do fósforo e do calcário para os tratamentos do
fatorial, mas houve efeito (p 0,01) para os tratamentos testemunha sobre os
resultados da taxa de crescimento relativo (TCR), Tabela 9) razão de área foliar
(RAF) (Tabela 10) e taxa de assimilação líquida (TAL) (Tabela 11). Também, não
Yt = 25,8 - 1,39x + 0,043x
2
R
2
= 1
Yf = 42,8 - 3,03x + 0,087x
2
R
2
= 1
0
50
100
150
200
250
300
350
020406080
Épocas - dias
Consumo de água - mm planta
-1
Fatorial (Yf) Testemunha (Yt)
64
foi constatado efeito (p > 0,05) da interação do fósforo versus calcário, sobre
essas variáveis analisadas.
4.7.1 Taxa de crescimento relativo
Os valores médios da taxa de crescimento relativo (TCR), determinados nas
diversas fases do ciclo da cultura encontram–se na tabela 9. Através da
comparação entre as médias pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade, é
possível observar que não houve diferença significativa (p > 0,05) entre os
tratamentos com fósforo e entre os com calcário do fatorial, sobre os resultados
da TCR em cada período analisado. De acordo com a referida tabela a maior taxa
de crescimento relativo da cultura ocorreu dos 30 aos 50 dias do ciclo da cultura
e a menor foi registrada da emergência aos 30 dias, isso tanto para o fatorial
como para os tratamentos testemunhas. Porém, a TCR dos tratamentos do
fatorial, em média foi significativamente (p 0,05) superior em 144%, 40% e 14%
a TCR dos tratamentos testemunhas, nas fases, da emergência aos 30 dias, dos
30 aos 50 dias e dos 50 aos 70 dias do ciclo da cultura, respectivamente.
Porém, comparando-se os tratamentos do fatorial com os tratamentos
testemunhas, verifica-se que quando se omitiu a aplicação do fósforo e/ou do
calcário houve uma expressiva redução na TCR das plantas. Comparando-se o
tratamento testemunha com fósforo na ausência do calcário com seu
correspondente do fatorial (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
) observa-se acréscimos na TCR
do fatorial da ordem de 181%, 32% e 4% em relação a TCR das plantas do
tratamento testemunha determinadas durante as fases de crescimento da
emergência aos 30 dias, dos 30 aos 50 dias e dos 50 aos 70 dias do ciclo da
cultura, respectivamente (tabela 9).
Pelos resultados da TCR da testemunha com calcário na ausência do fósforo
comparados com os de seu correspondente do fatorial (2,5 t ha
-1
de calcário),
constata-se que houve um aumento na TCR, em prol do tratamento do fatorial da
ordem de 237%, 15% e 38%, respectivamente, para as determinações realizadas
da emergência aos 30 dias, dos 30 aos 50 dias e dos 50 aos 70 dias do ciclo da
65
cultura. Praticamente não houve diferença para a fase dos 30 aos 50 dias (tabela
9).
Observa-se, ainda através da tabela 9, que a TCR da cultura em todas as
fases determinadas, foi mais limitada pela ausência do calcário do que pela
omissão do fósforo, tendo a testemunha com fósforo superado à testemunha com
calcário em 31% e 18% para as determinações realizadas da emergência aos 30
dias e dos 50 aos 70 dias do ciclo da cultura (tabela 9).
Ainda de acordo com a referida tabela, os resultados sugerem que, no solo
em estudo doses de fósforo superiores a 80 kg ha
-1
de P
2
O
5
na presença da
calagem (2,5 t ha
-1
de calcário) não promoveram aumentos significativos na TCR
das plantas. Também é possível afirmar que doses de calcário superior a 2,5 t ha
-
1
na presença da aplicação de fósforo ( 80 kg ha
-1
de P
2
O
5
) não promoveu
aumentos significativos na TCR das plantas.
66
Tabela 9. Resultados médios da taxa do crescimento relativo (TCR) da cultura do
girassol, variedade IAC-Uruguai submetida a diferentes níveis de
calcário e doses de fósforo aplicados ao solo, durante o ciclo da
cultura.
Taxa de Crescimento Relativo – TCR Tratamentos
0– 30 dias 30 – 50 dias 50 – 70 dias
P
2
O
5
(kg ha
-1
) .................................... g g
-1
dia
-1
...........................................
080 0,048 a 0,300 a 0,118 a
160 0,049 a 0,333 a 0,076 a
240 0,059 a 0,285 a 0,106 a
320 0,059 a 0,279 a 0,083 a
Calcário (t ha
-1
)
2,5 0,054 a 0,245 a 0,119 a
3,5 0,054 a 0,319 a 0,092 a
4,5 0,052 a 0,334 a 0,076 a
Fatorial 0,044 a 0,299 a 0,096 a
Testemunha 0,018 b 0,214 b 0,094 b
0,0calc:240 P
2
O
5
0,021 0,215 0,102
2,5calc:0,0 P
2
O
5
0,016 0,213 0,086
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si,
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
4.7.2 Razão de área foliar
Os valores médios da razão de área foliar (RAF), determinados nas
diversas fases do ciclo da cultura encontram–se na tabela 10. Através da
comparação entre as médias pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade, é
possível constatar que não houve diferença significativa (p > 0,05) do fósforo e do
calcário para os tratamentos do fatorial, sobre os resultados da RAF, nas fases
do ciclo da cultura analisadas.
67
De acordo com a referida tabela a razão da área foliar da cultura
decresceu com o ciclo da cultura na ordem de 60% e 78% para o período dos 30
aos 50 dias e dos 50 aos 70 dias para o fatorial e de 54% e 73% também dos 30
aos 50 dias e dos 50 aos 70 dias respectivamente, em relação o período inicial
dos 30 dias do ciclo da cultura (tabela 10). Houve uma pequena diferença (3%)
em prol da RAF do fatorial para a fase da emergência aos 30 dias, porém dos 30
aos 50 dias e dos 50 aos70 dias do ciclo da cultura, a RAF das testemunhas
superou a RAF do fatorial em 12% e 21% respectivamente. Idêntico
comportamento ocorreu com as testemunhas, tendo a testemunha com fósforo
superado a testemunha com calcário em 5% na fase da emergência aos 30 dias,
enquanto nas fases dos 30 aos 50 dias a RAF da testemunha com calcário
superou em 32% a RAF da testemunha com fósforo
Tabela 10. Resultados médios da razão de Área Foliar (RAF) da cultura do
girassol, variedade IAC-Uruguai submetida a diferentes níveis de
calcário e doses de fósforo aplicados ao solo, durante o ciclo da
cultura.
Razão de Área Foliar – RAF Tratamentos
0 – 30 dias 30 – 50 dias 50 – 70 dias
P
2
O
5
(kg ha
-1
) ..................................... cm
2
g
-1
................................
080 232,82 a 111,03 a 48,35 a
160 253,15 a 90,883 a 54,74 a
240 230,63 a 85,232 a 64,70 a
320 242,01 a 97,277 a 39,51 a
Calcário (t ha
-1
)
2,5 235,06 a 113,77 a 39,28 a
3,5 249,64 a 85,14 a 51,81 a
4,5 234,25 a 89,41 a 64,37 a
Fatorial 239,65 a 96,11 b 51,82 b
Testemunha 232,84 b 107,43 a 62,57 a
0,0calc:240 P
2
O
5
239,19 92,72 62,48
2,5calc: 0,0 P
2
O
5
226,48 122,15 62,66
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre
si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
68
4.7.3 Taxa de assimilação líquida
Os valores médios da taxa de assimilação líquida (TAL), determinados nas
diversas fases do ciclo da cultura encontram–se na tabela 11, onde se observa
que a TAL cresceu com o ciclo da cultura, tanto para as plantas do fatorial como
as das testemunhas. Através da comparação entre as médias pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade, é possível observar que não houve diferença
significativa (p > 0,05) do fósforo e do calcário para os tratamentos do fatorial,
sobre os resultados da TAL, em cada período analisado, porém houve efeito
entre o fatorial e as testemunhas para os períodos dos 30 aos 50 dias e dos 50
aos 70 dias do ciclo da cultura. Em ambos os casos a TAL cresceu com o ciclo
da cultura. Em média, a TAL dos tratamentos do fatorial superou em 17% e 67%
a TAL das testemunhas nos períodos dos 30 aos 50 dias e dos 50 aos 70 dias
do ciclo da cultura, respectivamente
Porém, comparando-se os tratamentos do fatorial com os tratamentos
testemunhas, verifica-se que quando se omitiu a aplicação do fósforo e/ou do
calcário houve uma expressiva redução na estatura das plantas. Comparando-se
o tratamento testemunha com fósforo na ausência do calcário com seu
correspondente do fatorial (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
), observa-se que houve uma
redução de 12% e 9% na TAL do fatorial em relação a TAL das plantas das
testemunhas determinadas durante as fases de crescimento da emergência aos
30 dias e dos 30 aos 50 dias, enquanto que dos 50 aos 70 dias do ciclo da
cultura o TAL do fatorial foi superado em 110% pelas plantas das testemunhas.
Os resultados da TAL da testemunha com calcário na ausência do fósforo
comparados com os de seu correspondente do fatorial (2,5 t ha
-1
de calcário),
constata-se que houve uma pequena redução (7%) na TAL do fatorial para a fase
da emergência aos 30 dias, enquanto para as fases posteriores, ou seja, dos 30
aos 50 dias e dos 50 aos 70 dias a TAL do fatorial superou a testemunha em 17%
e 84%, respectivamente (tabela 11).
Ainda de acordo com a referida tabela, os resultados sugerem que, no solo
em estudo doses de fósforo superiores a 80 kg ha
-1
de P
2
O
5
na presença da
calagem (2,5 t ha
-1
de calcário) não promoveram aumentos significativos na TCR
das plantas. Também é possível afirmar que doses de calcário superior a 2,5 t ha
-
69
1
na presença da aplicação de fósforo ( 80 kg ha
-1
de P
2
O
5
) não promoveu
aumentos significativos na TCR das plantas.
Tabela 11 Resultados médios da taxa de assimilação líquida (TAL) da cultura do
girassol, variedade IAC-Uruguai submetida a diferentes níveis de
calcário e doses de fósforo aplicados ao solo, durante o ciclo da
cultura.
Taxa de Assimilação Líquida - TAL Tratamento
0– 30 dias 30 – 50 dias 50 – 70 dias
P
2
O
5
(kg ha
-1
) ........................................... mg cm-
2
dia
-1
.............................
080 0, 14 a 0, 50 a 1,14 a
160 0, 14 a 0, 50 a 1,02 a
240 0,14 a 0, 50 a 1,26 a
320 0, 14 a 0,60 a 1,72 a
Calcário (t ha
-1
)
2,5 0,14 a 0,48 a 1,62 a
3,5 0,14 a 0,64 a 1,27 a
4,5 0,15 a 0,56 a 0,96 a
Fatorial 0,14 a 0,56 a 1,24 a
Testemunha 0,15 a 0,48 b 0,74 b
O,0calc:240 P
2
O
5
0,16 0,55 0,60
2,5calc: 0,0 P
2
O
5
0,15 0,41 0,88
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si,
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
70
4.8 Nutrientes na planta
4.8.1 Teores de nutrientes na parte aérea
A análise de variância revelou efeito significativo (p 0,05/ 0,01) dos
tratamentos sobre os resultados dos teores de fósforo, cálcio e magnésio na
cultura do girassol (Tabela 12).
Tabela 12. Análise de variância referente aos teores de fósforo (P), cálcio (Ca) e
magnésio (Mg) em g kg
-1
na folha e no caule na cultura do girassol
variedade IAC-Uruguai, submetido a diferentes níveis de calcário e
doses de fósforo aplicado ao solo.
Quadrado médio FV GL
P-f Ca-f Mg-f P-c Ca-c Mg-c
Trat. 13 1.47
ns
60,92**
83,07** 0,15
ns
3,89** 59,61**
Bloco 2 2,65
ns
5,52
ns
19,17
ns
0,03
ns
1,16
ns
5,01
ns
C 2 0,04
ns
238,63** 27,12
ns
0,11
ns
13,97** 149,29**
P 3 1,46
ns
13,65
ns
33,11
ns
0,01
ns
0,73
ns
19,05
ns
CxP 6 0,43
ns
0,99
ns
114,99** 0,04
ns
0,86
ns
16,70
ns
C 1 0,01
ns
471,08** 53,01
ns
0,16
ns
26,15** 282,36**
C
2
1 0,06
ns
5,97
ns
1,22
ns
0,05
ns
1,78
ns
16,23
ns
P 1 0,59
ns
40,18
ns
65,53* 0,02
ns
0,66
ns
54,74
ns
P
2
1 2,30
ns
0,23
ns
33,19
ns
0,00
ns
1,36
ns
2,36
ns
CxP 1 0,23
ns
1,38
ns
26,84
ns
0,00
ns
1,42
ns
20,53
ns
0C em 240P 1 1,76
ns
148,03** 250,54** 0,29
ns
12,47** 39,31
ns
2,5C em 0P 1 7,30* 1,33** 449,73** 1,35** 0,07
ns
134,13**
Residuo 26 1,18 10,38 13,35 0,08 0,77 14,86
C.V.(%) 23.56 22.03 18.51 17.41 17.45 17.96
C.V (%)- Coeficiente de variação; NS- Não significativo (p>0,05); * - Significativo a
5% de probabilidade (p 0,05); ** - Significativo a 1% de probabilidade (p 0,01);
71
De acordo com os resultados da tabela 13, onde compara-se as médias
pelo teste de tukey a 5% de probabilidade, constata-se que não houve diferença
significativa (p 0,05) sobre os teores de fósforo, calcário e magnésio nas folhas
e caule das plantas de girassol, entre os níveis de fósforo e calcário para os
tratamentos do fatorial. Porém quando se compara os resultados das médias do
fatorial com as médias das testemunhas, praticamente não houve diferença para
os teores de fósforo nas folhas e no caule, o mesmo não foi registrado com
relação ao cálcio e ao magnésio, principalmente para os teores desse nutriente
nas folhas.
Observa-se que os teores de fósforo na folha e no caule dos tratamentos
do fatorial, em média foram superiores em 35% e 41,5% respectivamente, aos
resultados das testemunhas. Porém, quando se compara o resultado médio entre
as testemunhas, os teores de fósforo nas folhas e nos caules das plantas do
tratamento testemunha apenas com fósforo (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
) foram
superiores em 34,5% e 23,6% respectivamente, os resultados provenientes da
testemunhas apenas com aplicação de calcário (tabela 13). Os teores de fósforo
determinados nas folhas das plantas dos tratamentos que receberam aplicação
de fósforo estão todos dentro da faixa crítica (4-7g kg
-1
) considerada por Malavolta
et al. (1997) para a cultura do girassol. Rezende et al. (2000) encontraram valores
da ordem de 1,28 g kg
-1
de matéria seca. Quando se omitiu a aplicação do fósforo
os teores de P na folha estiveram abaixo dos níveis considerados críticos para a
cultura, sugerindo que é possível se encontrar resposta à aplicação de fósforo no
solo com dosagens inferiores a 80kg ha
-1
de P
2
O
5
. Raij (1991) encontrou
variações dos teores de P nas folhas de milho na ordem de 2,49 a 3,19g kg
-1
para
dois híbridos.
Para o cálcio, observa-se que houve diferença significativa quanto a
aplicação do calcário tendo a maior dose (4,5t ha
-1
de calcário) apresentado
significativamente o menor resultado de Ca
2+
nas folhas. Houve uma tendência do
teor de cálcio na folha dos tratamentos do fatorial decrescer com o aumento nas
dosagens de calcário aplicados ao solo. Comportamento semelhante ocorreu com
o Ca
2+
no caule.
Comparando-se as médias dos tratamentos do fatorial com as
dos tratamentos testemunhas, observa-se que o teor do elemento na folha foi
superior em 96% a favor do fatorial e de 23% no caule a favor da testemunha.
72
Entretanto, o tratamento testemunha com fósforo comparado com o seu
correspondente (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
) do fatorial registra um acréscimo no teor de
cálcio na folha em 129% a favor do fatorial e de 68% no caule a favor da
testemunha. Porém para tratamento testemunha apenas com calcário, comparado
com o seu correspondente (2,5 t ha
-1
de calcário), observa-se um acréscimo de
120% na folha a favor do fatorial e de 84% no caule a favor da testemunha.
Comparando os tratamentos testemunhas, observa-se um acréscimo de 30% e
2% na folha e no caule respectivamente, a favor do tratamento onde se omitiu o P
(tabela 13).
Tabela 13. Resultados médios dos teores de fósforo (P), cálcio (Ca) magnésio
(Mg) na parte aérea (folha e caule) da cultura do girassol, variedade
IAC-Uruguai, submetido a diferentes níveis de calcário e doses de
fósforo aplicado ao solo.
Tratamentos P
folha
P
caule
Ca
folha
Ca
caule
Mg
folha
Mg
caule
P
2
O
5
(kg ha
-1
) ........................................... g kg
-1
...................................
080 4,2 a
1,8 a 16,2 a 5,2 a 18,7 a 20,5 a
160 4,8 a 1,7 a 15,7 a 4,5 a 21,6 a 22,1 a
240 4,8 a
1,7
a 14,4 a 4,7 a 23,2 a 23,3 a
320 4,7 a 1,7
a 13,1 a 5,1 a 22,2 a 23,8 a
Calcário(t ha
-1
)
2,5 4,6 a 1,8
a 19,7 a 5,9 a 19,84 a 19,5 a
3,5 4,6 a 1,7 a 14,4 a 4,5 a 21,72 a 21,5 a
4,5 4,6 a 1,7 a
10,8 b 4,2 a 22,81 a 26,3 a
Fatorial 4,6 a 1,7 a 14,9 a 4,8 a 21,5 a 22,4 a
Testemunha 4,2 b 1,2 b 7,60 b 6,4 b 6,1 b 15,5 b
0,0Calc: 240 P
2
O
5
5,6 1,4 6,3 6,9 5,9 11,9
2,5Calc: 0,0 P
2
O
5
2,9 1,1 8,9 7,1 8,5 13,0
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre
si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
73
Os teores de cálcio determinados nas folhas das plantas dos tratamentos que
receberam aplicação de calcário, apenas a dose de 2,5 t ha
-1
aplicada apresentou
valor dentro da faixa crítica (17-22 g kg
-1
) considerada por Malavolta et al. (1997)
para a cultura do girassol. Quando foi omitida a aplicação do calcário os teores
de Ca
2+
nas folhas estiveram também abaixo dos níveis considerados críticos
para a cultura, sugerindo que é possível se encontrar resposta à aplicação de
calcário no solo com dosagens inferiores a 2,5 t ha
-1
do corretivo.
Para o magnésio, a tabela 13mostra que não houve diferença significativa
entre os tratamentos do fatorial sobre os teores de magnésio na folha e no caule.
Comparando-se as médias dos tratamentos do fatorial com as dos tratamentos
testemunhas, verifica-se que o teor de Mg
2+
na folha e no caule foi superior em
253% e 44% a favor do fatorial, respectivamente. Entretanto, o tratamento
testemunha com fósforo quando comparado com o seu correspondente (240kg
ha
-1
de P
2
O
5
) do fatorial observa-se que houve um acréscimo no teor de
magnésio na folha e no caule em 288% e 96% respectivamente, a favor do
fatorial. Idêntico comportamento ocorreu com a testemunha apenas com calcário.
Comparando-se os tratamentos testemunhas entre si, observa-se um acréscimo
de 30% e 9% na folha e no caule respectivamente, a favor do tratamento onde se
omitiu o P.
Os teores de magnésio absorvidos pelas plantas,foi menor quando houve
omissão da aplicação do calcário no solo (tabela 13). Isso demonstra que a
aplicação do corretivo contribui para a absorção do magnésio pelas culturas. Isso
justifica, que a absorção do magnésio está diretamente relacionado com a prática
da calagem. Os teores de magnésio determinados nas folhas das plantas dos
tratamentos que receberam aplicação de calcário, estão todos dentro da faixa
crítica (9-11g kg
-1
) considerada por Malavolta et al. (1997) para a cultura do
girassol.
Quando foi omitido a aplicação do calcário os teores de Mg
2+
nas folhas
estiveram abaixo dos níveis considerados críticos para a cultura, sugerindo que é
possível se encontrar resposta à aplicação de calcário no solo com dosagens
2,5t ha
-1
do corretivo.
De modo geral, e de acordo com a tabela 13, os resultados sugerem que, no
solo em estudo doses de fósforo superiores a 80 kg ha
-1
de P
2
O
5
na presença da
74
calagem (2,5 t ha
-1
de calcário) não contribui para um maior teor dos elementos
(fósforo, cálcio e magnésio) na parte aérea da planta. Também é possível afirmar
que doses de calcário superior a 2,5 t ha
-1
na presença da aplicação de fósforo (
80 kg ha
-1
de P
2
O
5
) não promoveu aumentos significativos nos teores desses
elementos nas partes da planta.
4.8.2 Conteúdo de nutrientes na planta
A análise de variância mostra efeito significativo (p 0,01) para os
tratamentos testemunhas, tratamento com calcário do fatorial e testemunhas,
respectivamente sobre o conteúdo de fósforo e cálcio nas plantas (Tabela 14).
Ainda no referido apêndice, houve efeito significativo (p0,01/ p0,05) para
tratamentos, tratamentos testemunhas e para interação calcário versus fósforo,
sobre a variável conteúdo de magnésio na planta.
75
Tabela 14. Análise de variância referente conteúdo dos nutrientes fósforo (P),
cálcio (Ca) e magnésio em (mg planta
-1
) na cultura do girassol
variedade IAC-Uruguai, submetido a diferentes níveis de calcário e
doses de fósforo aplicados ao solo.
Quadrado médio
FV
GL
P(mg planta
-1
)Ca(mg planta
-1
) Mg(mg planta
-1
)
Tratamentos 13 267,38
ns
2309,79
ns
20581,09**
Bloco 2 10,51
ns
238,85
ns
86,74
ns
C 2 52,15
ns
3129,68** 23959,02**
P 3 102,87
ns
597,89
ns
6342,82*
C x P 6 39,83
ns
257,04
ns
4791,79*
C 1 104,29
ns
5836,58** 47216,78**
C
2
1 0,01
ns
422,77
ns
701,25
ns
P 1 70,51
ns
163,99
ns
1419,42
ns
P
2
1 55,05
ns
24,49
ns
526,32
ns
C x P 1 0,00
ns
84,12
ns
191,62
ns
0,0C em 240 P 1 967,62** 7606,75** 64033,46**
2,5C em 0,0 P 1 1245,79** 14042,03** 56048,26**
Resíduo 26 41,84 340,99 1603,00
C.V.(%) 24.89 23.86 20.58
C.V (%)- Coeficiente de variação; NS- Não significativo (p>0.05); * - Significativo a
5% de probabilidade (p 0,05); ** - Significativo a 1% de probabilidade (p 0,01)
Na tabela 15 encontram-se os resultados médios da absorção de fósforo,
cálcio e magnésio pelas plantas, onde através da comparação entre as médias
pelo teste de tukey a 5% de probabilidade, observa-se que não houve diferença
significativa entre os tratamentos do fatorial, mas houve diferença(p 0,05) entre
os resultados do fatorial e das testemunhas para esses nutrientes avaliados.
Segundo Machado et al. (1999) o conteúdo de P na parte aérea da cultura do
girassol diferiu com o incremento de doses crescentes de fósforo aplicados ao
solo.
76
Comparando-se as médias dos tratamentos do fatorial com as dos
tratamentos testemunhas, observa-se que conteúdo de fósforo na planta foi
superior em 409% a favor do fatorial. Entretanto, comparando-se o tratamento
testemunha quando houve a omissão do calcário com o seu correspondente (240
kg ha
-1
de P
2
O
5
), observa-se um acréscimo em 318% a favor do fatorial (Tabela
15). Ainda na referida tabela, comparando-se o tratamento testemunha quando
houve omissão de P com o seu correspondente (2,5t ha
-1
de calcário), observa-se
um acréscimo de 515% a favor do fatorial. Para os tratamentos testemunhas,
observa-se que, quando se omitiu o calcário o conteúdo de P na planta foi
superior em 66%.
Para o cálcio nas plantas, comparando-se as médias dos tratamentos do
fatorial com as dos tratamentos testemunhas, observa-se que o conteúdo do
elemento na planta foi superior em 351% a favor do fatorial. Comparando-se o
tratamento testemunha quando houve a omissão do calcário com o seu
correspondente (240 kg ha
-1
de P
2
O
5
), observa-se um acréscimo em 362% a favor
do fatorial (tabela 15).
77
Tabela 15. Resultados médios do conteúdo de fósforo (P), cálcio (Ca) e magnésio
(Mg) na planta da cultura do girassol variedade IAC-Uruguai,
submetido a diferentes níveis de calcário e doses de fósforo aplicado
ao solo.
tratamentos P Ca Mg
P
2
O
5
(kg ha
-1
) ............................. (mg planta
-1
)..........................
080 25,2 a 83,3 a 185,2 a
160 28,7 a 84,9 a 224,5 a
240 31,1 a 88,4 a 229,7 a
320 31,8 a 85,6 a 248,2 a
Calcário (t ha
-1)
2,5 28,3 a 105,5 a 179,3 a
3,5 29,6 a 83,7 a 214,3 a
4,5 31,9 a 73,2 a 268,0 a
Fatorial 30,3 a 87,5 a 220,5 a
Testemunha 5,9 b 19,4 b 27,2 b
0,0Calc: 240 P
2
O
5
7,4 19,1 25,6
2,5Calc: 0,0 P
2
O
5
4,5 19,6 28,9
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem significativamente entre
si, pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Ainda de acordo com essa tabela, o tratamento testemunha quando houve
omissão de P comparado com o seu correspondente (2,5 t ha
-1
de calcário),
observa-se um acréscimo de 436% a favor do fatorial. Comparando os
tratamentos testemunhas entre si, observa-se que, quando se omitiu o fósforo o
conteúdo do elemento na planta foi superior apenas em 2,7%.
Em relação ao magnésio nas plantas, as médias dos tratamentos do fatorial
comparadas com as dos tratamentos testemunhas, observa-se que conteúdo do
Mg
2+
na planta foi superior em 709% a favor do fatorial. Porém, o tratamento
testemunha com fósforo, comparado com o seu correspondente (240 kg ha
-1
de
P
2
O
5
) observa-se um acréscimo em 797% a favor do fatorial (tabela 15). Para o
tratamento testemunha com calcário comparado com o seu correspondente (2,5 t
ha
-1
de calcário), observa-se um acréscimo de 520% a favor do fatorial. Entretanto,
78
comparando os tratamentos testemunhas entre si, observa-se que, quando se
omitiu o fósforo o conteúdo de Mg
2+
na planta foi superior apenas em 11%.
Pelos resultados obtidos verifica-se que, de maneira geral, a sequência dos
teores de P e Ca procedeu da seguinte ordem: folha > caule o mesmo não
ocorrendo para o magnésio. Para o conteúdo de P, Ca e Mg foi observado o
seguinte: Mg > Ca > P na planta.
As fotografias abaixo representam o comportamento das plantas
submetidas aos tratamentos com calcário (F1) e fósforo (F2), respectivamente.
F1 F2
79
4. CONCLUSÕES
Considerando-se as condições em que o trabalho foi desenvolvido e com base
nas análises, interpretação e discussão dos resultados é possível concluir que:
1. Os tratamentos com calcário reduziram sensivelmente a acidez do solo;
2. Não houve resposta da aplicação do fósforo ( 80kg ha
-1
de P
2
O
5
) na presença
da calagem ( 2,5t ha
-1
de calcário) e do calcário na presença do fósforo sobre
os resultados das variáveis avaliadas;
3. O fósforo aplicado na ausência do calcário e do calcário na ausência do
fósforo causaram efeito (p 0,01) sobre os resultados das características
produtivas do girassol
4. O calcário mostrou-se mais limitante sobre os resultados da altura de planta e
produção de massa verde, enquanto o fósforo foi mais limitante sobre a área
foliar, produção de matéria seca, consumo de água e absorção de P pela
cultura do girassol;
5. Os maiores valores da RAF, TCR e TAL foram registrados da emergência aos
30 dias, dos 30 aos 50 dias e dos 50 aos 70 dias do ciclo da cultura,
respectivamente.
6. O consumo de água pela cultura, foi da ordem de 311,4 mm para um período
de 76 dias do ciclo, com taxa de consumo de 1,0 mm dia
-1
para os primeiros 30
dias, 4,2 mm dia
-1
para o período dos 31 aos 51 dias e 8,2mm dia
-1
entre 52 e
76 dias do ciclo da cultura.
80
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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