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UNIVERSIDADE FEDERAL
DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS
MESTRADO EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE
ANELISE KAPPES MARQUES
ANÁLISE DA DIVERSIDADE FITOPLANCTÔNICA NO RESERVATÓRIO DA
USINA HIDROELÉTRICA LUIS EDUARDO MAGALHÃES, NO MÉDIO
TOCANTINS- TO: ESTRUTURA DA COMUNIDADE, FLUTUAÇÕES
TEMPORAIS E ESPACIAIS
PALMAS
2006
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ANELISE KAPPES MARQUES
ANÁLISE DA DIVERSIDADE FITOPLANCTÔNICA NO RESERVATÓRIO DA
USINA HIDROELÉTRICA LUIS EDUARDO MAGALHÃES, NO MÉDIO
TOCANTINS- TO: ESTRUTURA DA COMUNIDADE, FLUTUAÇÕES
TEMPORAIS E ESPACIAIS
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
Graduação em Ciências do Ambiente da
Universidade Federal do Tocantins, como
requisito para obtenção do título de Mestre em
Ciências do Ambiente.
Orientador: Prof.ª Dr.ª Paula Benevides de
Morais
Co-Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Helena Baeta
Neves
PALMAS
2006
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M357a Marques, Anelise Kappes
Análise da diversidade fitoplanctônica no reservatório da Usina
Hidroelétrica Luís Eduardo Magalhães, no Médio Tocantins-To: estrutura da
comunidade, flutuações temporais e espacias / Anelise Kappes Marques.
Palmas: UFT, 2005.
157 p.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Tocantins, Curso de
Pós-Graduação em Ciência do Ambiente, 2005.
Orientadora: Profª. Drª. Paula Benevides de Morais.
1. Reservatório. 2. Fitoplâncton. 3. Liminologia. . I.Título.
CDU 504
Bibliotecário: Paulo Roberto Moreira de Almeida
CRB-2 / 1118
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS É proibida a reprodução total ou parcial, de
qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos do autor (Lei 9.610/98) é
crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
TERMO DE APROVAÇÃO
ANELISE KAPPES MARQUES
ANÁLISE DA DIVERSIDADE FITOPLANCTÔNICA NO RESERVATÓRIO DA
USINA HIDROELÉTRICA LUIS EDUARDO MAGALHÃES, NO MÉDIO
TOCANTINS- TO: ESTRUTURA DA COMUNIDADE, FLUTUAÇÕES
TEMPORAIS E ESPACIAIS
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no
curso de Pós-graduação em Ciências do Ambiente, da Universidade Federal do
Tocantins, pela seguinte banca examinadora:
Orientador: Prof.ª Dr.ª Paula Benevides de Morais
Prof.ª do Curso de Engenharia Ambiental, UFT
Prof.ª Dr.ª Maria Helena Baeta Neves
Instituto de Estudos do Mar Alte. Paulo Moreira - IEAPM
Prof. Dr. Aparecido Osdimir Bertolin
Prof. do Curso de Ciências Biológicas, UFT
Palmas, 17 de fevereiro de 2006
ii
Dedicatória
Ao Claudius pelo amor, apoio e respeito.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço sinceramente à Prof.ª Dr.ª Paula Benevides de Morais que
possibilitou a realização deste trabalho, com orientação, ensinamentos, confiança e
amizade durante todo o nosso convívio.
À Prof.ª Dr.ª Maria Helena Baeta Neves por sua disponibilidade e
comentários e correções que muito contribuíram para a minha aprendizagem.
Ao professor Dr. Aparecido Osdimir Bertolin, pelos conselhos, por gentilmente
aceitar em participar da banca.
Aos professores do Curso de Mestrado em Ciências do Ambiente pelos
ensinamentos e estímulos persistentes.
Ao amigo e colaborador Deusiano Florêncio dos Reis, que sempre
prontamente me atendeu nas solicitações, nas coletas e análises físico e químicas.
Ao LACEN-TO por ter permitido meus afastamentos para o cumprimento das
disciplinas.
À Coordenação Municipal de Ciência e Tecnologia e Cooperação
Internacional, na pessoa do Sr. Sadi Cassol pela amizade, compreensão e incentivo.
À Fernanda Villibor Xavier, amiga inseparável de todos os momentos que
trilhou comigo este caminho, e que sem sua presença nos estudos e discussões
nada teria significado.
À minha mãe, Tânia Maria Uhrig, que sempre acreditou em mim
incondicionalmente.
Esta dissertação não teria chegado ao seu término sem a ajuda constante e o
apoio recebido da minha família, Claudius, João Pedro e Rodrigo.
iv
Vivemos numa época perigosa. O homem domina a
natureza antes que tenha aprendido a dominar-se a si
mesmo.
Albert Schweitzer
v
SUMÁRIO
LISTA DE GRÁFICOS........................................................................................viii
LISTA FIGURAS E TABELAS............................................................................ix
LISTA DE SIGLAS..............................................................................................x
LISTA DE SÍMBOLOS........................................................................................xi
RESUMO.............................................................................................................xii
ABSTRACT.........................................................................................................xiii
1 INTRODUÇÃO................................................................................................1
2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 3
2.1 ECOLOGIA DE RESERVATÓRIOS E QUALIDADE DA ÁGUA .................. 3
2.2 COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA............................................................8
2.3 A COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA E A SAÚDE PÚBLICA....................13
2.4 A FICOLOGIA NO BRASIL E NA AMAZÔNIA LEGAL...................................23
3 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................. 29
3.1 ÁREA DE ESTUDO...................................................................................... 29
3.1.1 Caracterização da Área de Estudo............................................................ 29
3.1.2 Localização e Caracterização dos Pontos Amostrais............................... 30
3.2 MÉTODOS................................................................................................... 32
3.2.1 Coleta........................................................................................................ 32
3.2.2 Determinação Qualitativa da Comunidade Fitoplanctônica.......................32
3.2.3 Determinação Quantitativa da Comunidade Fitoplanctônica.................... 33
3.2.4 Determinação das Variáveis Limnológicas................................................34
3.2.5 Determinação dos Índices de Diversidade................................................ 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 37
4.1 COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA.......................................................... 37
4.1.1 Composição de Espécies.......................................................................... 37
4.1.2 Inventário Taxonômico.............................................................................. 45
4.2 VARIÁVEIS LIMNOLÓGICAS...................................................................... 102
4.2.1 Temperatura.............................................................................................. 103
4.2.2 Transparência e Turbidez......................................................................... 104
4.2.3 Oxigênio Dissolvido................................................................................... 106
4.2.4 Nutrientes.................................................................................................. 107
vi
4.2.5 Clorofila-a Total......................................................................................... 109
4.2.6 Potencial Hidrogeniônico – pH................................................................... 111
4.3 ANÁLISE NUMÉRICA DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA................ 112
4.3.1 Riqueza..................................................................................................... 112
4.3.2 Densidade................................................................................................. 116
4.3.3 Índice de Eqüitabilidade............................................................................. 119
4.3.4 Índice de Diversidade de Shannon-Wiener............................................... 121
4.3.5 Dominância e Abundância......................................................................... 123
4.3.6 Abundância Relativa................................................................................. 129
4.3.7 Análise de Agrupamento e Ordenação..................................................... 133
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 143
vii
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 TEMPERATURA DA ÁGUA DA ÁREA LIMNÉTICA EM
QUATRO PONTOS AMOSTRAIS DO RESERVATÓRIO DA
UHE LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL
DE 2005 103
GRÁFICO 2 TRANSPARÊNCIA DA ÁGUA DA ÁREA LIMNÉTICA DO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 105
GRÁFICO 3 TURBIDEZ DA ÁGUA DA ÁREA LIMNÉTICA DO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005. 105
GRÁFICO 4 OXIGÊNIO DISSOLVIDO DA ÁGUA DA ÁREA LIMNÉTICA DE
QUATRO PONTOS AMOSTRAIS DO RESERVATÓRIO DA
UHE LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL
DE 2005 106
GRÁFICO 5 FLUTUAÇÃO DOS VALORES DE FÓSFORO TOTAL DA ÁGUA
EM QUATRO PONTOS AMOSTRAIS DA ÁREA LIMNÉTICA DO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 107
GRÁFICO 6 FLUTUAÇÃO DOS VALORES DE NITROGÊNIO TOTAL DA
ÁGUA DE QUATRO PONTOS AMOSTRAIS DA ÁREA
LIMNÉTICA DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 109
GRÁFICO 7 FLUTUAÇÃO DOS VALORES DE CLOROFILA-A TOTAL EM
µg/l DA ÁGUA EM QUATRO PONTOS AMOSTRAIS DA ÁREA
LIMNÉTICA DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 110
GRÁFICO 8 VALORES DE DENSIDADE (ind.ml
-1
) E CLOROFILA A (mg/l)
NO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO DE JUNHO DE 2004
A ABRIL DE 2005 111
GRÁFICO 9 FLUTUAÇÃO DOS VALORES DE pH DA ÁGUA EM QUATRO
PONTOS AMOSTRAIS DA ÁREA LIMNÉTICA DO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 112
GRÁFICO 10 RIQUEZA ESPECÍFICA DE QUATRO PONTOS AMOSTRAIS
(LIM1 A LIM4) DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 116
GRÁFICO 11 DENSIDADE (ind.ml
-1
) NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A
ABRIL DE 2005, EM QUATRO PONTOS AMOSTRAIS NO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO 119
GRÁFICO 12 ÍNDICE DE EQÜITABILIDADE DA COMUNIDADE
FITOPLANCTÔNICA DE QUATRO PONTOS AMOSTRAIS
(LIM1 A LIM4) DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 120
GRÁFICO 13 DIVERSIDADE ESPECÍFICA (bits.ind
-1
) DA COMUNIDADE
FITOPLANCTÔNICA EM QUATRO PONTOS AMOSTRAIS NO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 123
viii
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
FIGURA 1 MAPA DOS PONTOS DE COLETA NO RESERVATÓRIO DA
UHE LAJEADO 31
TABELA 1 MÉTODOS UTILIZADOS PARA A ANÁLISE DOS
PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS 34
TABELA 2 TOTAL DE GÊNEROS REGISTRADOS NO RESERVATÓRIO
DA UHE LAJEADO DISTRIBUÍDOS EM SUAS RESPECTIVAS
CLASSES 37
TABELA 3 ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DAS
ESPÉCIES EM SEIS COLETAS ENTRE JUNHO DE 2004 A
ABRIL DE 2005 38
TABELA 4 MÉDIA DOS NUTRIENTES DA ESTAÇÃO SECA E CHUVOSA
DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO 109
TABELA 5 ANÁLISE TEMPORAL DA RIQUEZA ESPECÍFICA DO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO, EM SEIS COLETAS
ENTRE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 114
TABELA 6 ESPÉCIES ABUNDANTES E DOMINANTES NO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO DE JUNHO DE 2004 A
ABRIL DE 2005 128
TABELA 7 ABUNDÂNCIA RELATIVA DAS CLASSES DE ALGAS (%) EM
LIM1 NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 129
TABELA 8 ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) EM LIM2 NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 130
TABELA 9 ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) EM LIM3 NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 131
TABELA 10 ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) EM LIM4 NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 131
TABELA 11 ESPÉCIES DE MAIOR ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 133
FIGURA 2 DENDOGRAMA PELO MÉTODO MDS BASEADO NA
DENSIDADE DAS CLASSES EM LIM1, LIM2, LIM3 E LIM4 NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 134
FIGURA 3 ORDENAÇÃO PELO MÉTODO MDS BASEADO NA
DENSIDADE DAS CLASSES EM LIM1, LIM2, LIM3 E LIM4 NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005 134
TABELA 12 CONTRIBUIÇÃO EM PORCENTAGEM (%) DAS CLASSES
MAIS REPRESENTATIVAS NAS SEIS COLETAS PARA A
SIMILARIDADE DENTRO DOS GRUPOS (MÉTODO SIMPER) 137
TABELA 13 CONTRIBUIÇÃO EM PORCENTAGEM (%) DAS CLASSES
MAIS REPRESENTATIVAS NAS SEIS COLETAS PARA A
DISSIMILARIDADE DENTRO DOS GRUPOS (MÉTODO
SIMPER) 137
ix
LISTA DE SIGLAS
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
APHA American Public Health Association
APP Área de Proteção Permanente
CDB Convenção da Diversidade Biológica
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
COPSAD Conferência Pan-Americana sobre Saúde e Meio Ambiente no
Desenvolvimento Humano Sustentável
FURG Fundação Universidade de Rio Grande
GM/MS Gabinete do Ministro do Ministério da Saúde
HPLC High Performance Liquid Chromatography
IEEGA Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental
INPA Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
MDS non-Metric Dimensional Scaling
NTU Unidade Nefelométrica de Turbidez
NUPELIA Núcleo de Pesquisa em Limnologia Ictiologia e Aqüicultura
OD Oxigênio Dissolvido
OMS Organização Mundial de Saúde
PBA Plano Básico Ambiental
pH Potencial Hidrogeniônico
PNRH Política Nacional de Recursos Hídricos
PRIMER Plymouth Routines in Multi Ecological Research
SEAGRO
Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado do
Tocantis
SIMPER Similarity Percentages
SUS Sistema Único de Saúde
UHE Usina Hidrelétrica
UNIFAP Universidade Federal do Amapá
x
LISTA DE SÍMBOLOS
% Por cento
µS
Micro Siemens
Ind.ml
-1
Indivíduo por mililitro
km Quilômetro
km
2
Quilômetro quadrado
l Litro
m Metro
mg/l
Miligrama por litro
ml
Mililitro
ºC Graus Celsius
ppb
Partes por bilhão
μg/l
Micrograma por litro
μm Micrômetro
xi
RESUMO
O presente trabalho objetivou verificar a estrutura temporal e espacial da
comunidade fitoplanctônica frente aos influxos ambientais e atividades do entorno da
Usina Hidroelétrica Luis Eduardo Magalhães, no médio Tocantins, TO. Realizaram-
se coletas bimestrais, nos períodos de seca e chuva, de junho de 2004 a abril de
2005, em quatro pontos separados em aproximadamente 50 km, na área limnética
do reservatório, que se caracteriza por ser menos sensível aos influxos ambientais.
As coletas foram realizadas com rede de plâncton de 20 µm, fixadas em solução
Transeu na proporção de 1:1 para as análises qualitativas e em lugol acético para as
análises quantitativas. Observou-se a composição e densidade dos organismos,
variáveis limnológicas, assim como índices de diversidade específica e
eqüitabilidade, riqueza e dominância. A variação sazonal exerceu grande influência
na estrutura da comunidade. A riqueza, densidade e diversidade específica
apresentaram maiores valores na estação seca. Chorophyceae, Zygnemaphyceae,
Euglenophyceae e Cyanophyceae foram as classes mais representadas em número
de espécies tanto no período de seca quanto no período de chuva. Os pontos
amostrais localizados na entrada do reservatório e à montante do barramento se
caracterizaram mais estáveis em relação à estrutura da comunidade. Nos pontos
próximos a Porto Nacional e Palmas a comunidade fitoplanctônica foi mais
suscetível aos influxos ambientais. A presença de Cylindrospermopsis raciborskii
como espécie abundante e dominante e Microcystis aeruginosa freqüente em
amostras qualitativas demonstrou que o reservatório está sujeito a florações de
cianobactérias com possíveis riscos à saúde pública.
Palavras-chave: reservatório, fitoplâncton, limnologia.
xii
ABSTRACT
This dissertation aims at verifying the temporal and spatial structure of the
phytoplanktonic community concerning the environmental influxes and activities in
the surroundings of the hydro-electric power Luis Eduardo Magalhães, in the mid-
Tocantins river, TO. The bimestrial samples have been collected during the draught
and rainy seasons, from June 2004 to April 2005, in four points separated by
approximately 50 km, in the limnetic area of the reservoir, which is characterized for
being less susceptible to the environmental influxes. The qualitative samples were
colected with 20 µm plankton net and fixed with Traseau solution. The composition
and density of the species, the limnological variants as well as the rates of specific
diversity and equitability, richness dominance have been observed. The sazonality
influenced in the structure of phytoplankton community. Richness, density, and
specific diversity show higher values in the draugth season. Chorophyceae,
Zygnemaphyceae, Euglenophyceae and Cyanophyceae were more representative in
species number during the draught and rainy seasons. The amostral points localized
at entrance of reservoir and amount of catchment were characterized for community
sctucture stable. The phytoplankton commuty were more suceptible to the
enviromental influxes in the amostral points nearby Porto Nacional and Palmas. The
presence of Cylindrospermopsis raciborskii as an abundant and dominant species
and of Microcystis aeruginosa, frequent in qualitative samples, shows that the
reservoir is subjected to cyanobacterial blooms, which indicates possible risks to the
health of nearby population.
Key-words: reservoir, phytoplankton, limnology
xiii
1 INTRODUÇÃO
A água é um dos principais recursos naturais funcionando como elo de
relação mútua entre solo, clima e vida. Fornece subsistência para muitas
comunidades gerando alimentação e/ou renda e, além de ser via de transporte, é
fonte de energia propiciada pela construção de hidroelétricas. A intensa construção
de barramentos a partir da década de 70 produziu impactos nos ecossistemas
aquáticos. Os reservatórios formados recebem permanentemente as contribuições e
influxos das bacias hidrográficas pelo uso do solo, descargas de nutrientes e
materiais em suspensão. São sistemas complexos com diferenças espaciais e
temporais onde os processos físicos, químicos e biológicos devem ser conhecidos
para o gerenciamento integrado e usos múltiplos. De acordo com HENRY (1999), as
represas funcionam, ao interceptar o fluxo das águas de um rio, como “coletores de
eventos” proporcionando informações fundamentais sobre as bacias hidrográficas,
constituindo centros de convergência das várias atividades desenvolvidas na bacia
hidrográfica, inclusive de seus usos e aspectos econômicos e sociais. Além disso, as
informações introduzidas no reservatório (entradas de material em suspensão,
nutrientes inorgânicos e orgânicos, poluentes), interferem nos processos de
organização das comunidades planctônicas e de peixes, bem como na composição
da água e do sedimento, nas qualidades cênicas e na saúde pública das
comunidades do entorno.
A deterioração dos ecossistemas em geral, e especificamente a dos
ecossistemas aquáticos pelo estresse antropogênico e pela poluição está ocorrendo
em escala global. ZOHARI (2004) descreve que é crucial identificar as mudanças
ambientais nos primeiros estágios, enquanto as estratégias de gerenciamento ainda
são uma opção. Algumas variáveis que refletem o funcionamento do ecossistema,
como a produção primária, nível de nutrientes, e respiração, não são alteradas
inicialmente e somente em estágios mais avançados de deterioração se tornam
evidentes. Neste contexto, os organismos fitoplanctônicos por serem extremamente
sensíveis aos influxos ambientais passam a indicar a qualidade de vida do sistema,
especialmente pelas flutuações na composição e densidade das espécies. O estudo
das inter-relações dos fatores físico-químicos e biológicos do ambiente lêntico pode
contribuir na tomada de decisões relacionadas ao controle, prevenção e preservação
1
da qualidade da água, bem como na adoção de medidas relacionadas ao
gerenciamento e usos múltiplos do reservatório, pois na pesquisa ecológica, o
conhecimento dos reservatórios como ecossistemas implica uma abordagem
científica abrangente que permita a compreensão de sua dinâmica (TUNDISI, 1999).
O conhecimento sobre a biodiversidade ficológica e a sua representatividade
nas coleções biológicas no país ainda é bastante incipiente (MENEZES et al., 2002).
Tal situação decorre do número reduzido de taxonomistas, concentrado nas regiões
sudeste e sul, ausência de especialistas em determinados grupos taxonômicos de
algas, problemas nas estratégias de amostragem, metodologia de identificação e
preservação de material. A situação agrava-se pela deficiência da infra-estrutura,
falta de bibliografia adequada, com poucas chaves de identificação elaboradas com
base em material nacional e a falta de uma política nacional consistente que atenda
ao financiamento de projetos em taxonomia.
TUNDISI (2003) relata a relevância do estudo do fitoplâncton para que se
possa compreender a ecologia aquática, pois, a fertilidade dos ambientes dricos
depende, em grande parte, da comunidade fitoplanctônica. O estudo desta categoria
ecológica, sua composição e distribuição temporal e espacial têm fundamental
importância para o conhecimento dos principais mecanismos de funcionamento dos
ecossistemas aquáticos, pois esta comunidade passa a refletir os tipos de atividades
da comunidade do entorno.
O uso e ocupação do solo da bacia de drenagem aliados aos múltiplos usos
do reservatório interferem de forma dinâmica na comunidade que irá se estabelecer
no corpo hídrico. Se houver impactos, principalmente em relação ao enriquecimento
artificial poderão surgir na comunidade fitoplanctônica espécies potencialmente
tóxicas que oferecem riscos à saúde pública.
Esta dissertação tem como objetivos caracterizar a estrutura temporal e
espacial da comunidade fitoplanctônica do reservatório da Usina Hidrelétrica Luis
Eduardo Magalhães no médio Tocantins TO; caracterizar a diversidade biológica:
riqueza e abundância relativa dos grupos taxonômicos pertencentes à comunidade
fitoplanctônica do reservatório; verificar a estabilidade da ficoflórula referente à
variação da densidade de espécies potencialmente tóxicas; assim como comparar
as possíveis alterações na composição da comunidade fitoplanctônica em relação
ao aporte de nitrogênio e fósforo do reservatório nas estações chuvosa e seca.
2
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ECOLOGIA DE RESERVATÓRIOS E QUALIDADE DA ÁGUA
As principais bacias hidrográficas brasileiras foram reguladas pela
construção de reservatórios artificiais, os quais isoladamente ou em cascata
constituem um importante impacto quali-quantitativo nos principais ecossistemas de
águas interiores (TUNDISI; TUNDISI; ROCHA, 2002). O grande potencial
hidroelétrico da bacia hidrográfica Tocantins – Araguaia, e sua localização frente aos
mercados da região nordeste colocam a região como prioritária para a
implementação de aproveitamentos hidroelétricos (BRASIL, 2003b). O rio Tocantins
apresenta um potencial energético suficiente para responder às demandas do país,
com a implantação de reservatórios emrie, como proposto pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (ANEEL, 2005).
REIS-PEREIRA (2002a) salienta que é preocupante a instalação de
impactos ambientais em função dos usos ltiplos que serão ampliados e
diversificados e poderão produzir alterações na qualidade da água, na organização
das comunidades aquáticas. Os reservatórios têm importância, econômica,
ecológica e social, interferindo qualitativa e quantitativamente com as redes
hidrográficas. TUNDISI, TUNDISI e ROCHA (2002), destacam que os impactos
pelas construções de represas, entre eles, problemas de saúde pública devido à
deterioração ambiental, estão relacionados ao tamanho, volume, tempo de retenção
do reservatório, localização geográfica entre outros. A biodiversidade aquática passa
a ser afetada por algumas características como morfometria, escalas temporais e
espaciais, tempo de retenção, latitude e longitude.
A qualidade da água pode ser entendida como uma conseqüência dos
processos atuantes na bacia hidrográfica, sendo a ação antrópica reguladora do
equilíbrio entre sistemas. Esta ação pode definir ainda as condições de vida e de
desenvolvimento das comunidades aquáticas, dentre elas o fitoplâncton, bem como
seus mecanismos básicos de funcionamento. Além da classificação das algas, se
faz necessário o monitoramento das condições físicas e químicas do corpo hídrico
para a identificação das condições favoráveis ao intenso crescimento desses
3
microrganismos, que podem ocasionar riscos à saúde pública, assim como suas
flutuações no espaço e no tempo (TUNDISI, 2003).
A heterogeneidade da distribuição do fitoplâncton e sua abundância podem
variar temporal e espacialmente. A escala de variação temporal está correlacionada
aos fatores climáticos como radiação, temperatura da água e chuvas. A
sazonalidade do plâncton é um dos mais estudados exemplos de sucessão, ou seja,
ocorrem mudanças temporais na comunidade e no ecossistema, onde espécies
mais bem adaptadas às novas condições do ambiente podem excluir as originais. A
variação espacial é estreitamente relacionada aos influxos ambientais e estes
podem regular a composição e densidade da flora ficológica (HENRY, 1999).
O estudo das inter-relações dos fatores físico-químicos e biológicos do
ambiente lêntico pode contribuir na tomada de decisões relacionadas ao controle,
prevenção e preservação da qualidade da água, bem como na adoção de medidas
relacionadas ao gerenciamento e usos múltiplos do reservatório e da saúde pública
(SANT’ANNA; AZEVEDO, 2000).
O fitoplâncton em reservatórios pode ser estudado sob o ponto de vista
qualitativo, onde os aspectos taxonômicos e de estrutura populacional são
enfocados. Os estudos quantitativos do fitoplâncton abordam os padrões de
distribuição espacial e temporal e podem ser uma importante ferramenta na
avaliação da qualidade de água dos recursos hídricos. As flutuações temporais e
espaciais do fitoplâncton em suas respectivas composições e biomassa são
indicadores eficientes das alterações sejam elas naturais ou antrópicas nos
ecossistemas aquáticos. Pesquisas feitas em épocas diferentes revelam que a
composição dos organismos fitoplanctônicos pode variar de acordo com as
mudanças nas condições ambientais e físico-químicas no corpo hídrico (BARBOSA,
2005).
As características que descrevem as propriedades de um sistema aquático
são conhecidas por propriedades ou variáveis limnológicas e variam em um tempo e
no espaço, quer em um dado sistema aquático, quer entre sistemas diferentes
(NOVO; BRAGA, 1995).
GIANI, FIGUEIREDO e ETEROVICK (1999) propõem que as mudanças
progressivas na comunidade fitoplanctônica são governadas por ações autogênicas,
governadas pelos próprios organismos e alogênicas, causadas por fatores externos.
4
O barramento dos rios intensifica a sedimentação das partículas, e a
retenção de nutrientes dentro do reservatório. O crescimento do fitoplâncton é
influenciado por fatores limitantes (nitrogênio e fósforo) e controladores. Nutriente
limitante é aquele, que sendo essencial para uma determinada população, limita seu
crescimento. Em baixas concentrações do nutriente limitante, o crescimento
populacional é baixo. Com a elevação da concentração do nutriente limitante, o
crescimento populacional também aumenta (VON SPERLING, 1996).
No ambiente aquático, cada espécie de alga apresenta características
inferiores e superiores que constituem os seus limites de tolerância, entretanto, a
composição física e química da água de um reservatório apresenta variações que
dependem da estação do ano, do período do dia, do local e da profundidade. O
fósforo é o nutriente que potencialmente limita o crescimento do fitoplâncton e, a
liberação de substâncias nos ecossistemas aquáticos produz uma variedade de
respostas complexas nos organismos. A concentração de nutrientes disponíveis no
meio é indispensável ao metabolismo das algas (XAVIER, 1979).
REIS PEREIRA (2002a), destaca no que no reservatório da UHE Lajeado,
considerando a inexistência de indústrias e atividades agrícolas de grande porte na
área de influência, a geologia e o uso do solo são as principais fontes de nitrogênio e
fósforo para o reservatório.
O nitrogênio, juntamente com o fósforo, está entre os nutrientes mais
importantes nos ecossistemas aquáticos por limitar a produção do fitoplâncton. As
formas de nitrogênio disponíveis são as inorgânicas (amônia, nitrito e nitrato), e
alguns componentes orgânicos, sendo as mais abundantes, em geral, amônia e/ou
nitrato (ALMEIDA; GIANI, 2002). Como indicadores de poluição de água, os
compostos nitrogenados constituem um dos mais importantes fatores de avaliação
da qualidade da água. O nitrogênio pode, na forma molecular, ser fixado ou por
atividade de certas espécies de algas cianobactérias, ou de bactérias (PEREIRA,
2004).
O enriquecimento dos corpos d’água, principalmente por nitrogênio e fósforo
causam o fenômeno da eutrofização, que é um dos problemas ambientais mais
difundidos das águas continentais (CHORUS; BARTRAM, 1999). O processo de
eutrofização interfere nas características físicas e químicas da água e,
consequentemente, ocorrem profundas modificações qualitativas e quantitativas nas
5
comunidades aquáticas (FERREIRA et al., 2005). Uma importante conseqüência
desse enriquecimento é o aumento do crescimento de algas (TUNDISI, 2003).
Deficiência em fósforo pode acarretar inibição do desenvolvimento do fitoplâncton e
resultar em decréscimo da produtividade no sistema. As concentrações ótimas de
fósforo na água necessárias ao desenvolvimento de algas situam-se ao redor de 0,1
a 1,8 mg/l.
Quando ocorre um crescimento exagerado dessa comunidade, algumas
espécies tendem a serem dominantes, devido a sua ampla capacidade adaptativa. A
exemplo disso, as cianobactérias, são amplamente relatas (BRANCO; SENNA,
1996; SANT’ANNA; AZEVEDO, 2000; PEREIRA, 2004), por suas florações e, por
poderem produzir organismos potencialmente tóxicos.
Entre os fatores controladores do fitoplâncton podem ser ressaltados a
temperatura e o pH, que determinam o modo pelo qual o mesmo é capaz de utilizar
os fatores limitantes. A temperatura da água influencia os processos biológicos,
reações químicas e bioquímicas que ocorrem na coluna d’água. A solubilidade dos
gases decresce e a dos minerais cresce com o aumento da temperatura da água e,
a maior parte dos organismos possui faixas de temperaturas ótimas para sua
reprodução. A temperatura da água apresenta pequena variação, de forma lenta
durante o dia, e sua mudança pode resultar em modificações em outras
propriedades como a redução da viscosidade da água por sua elevação, podendo
ocorrer o afundamento de muitos microorganismos aquáticos, principalmente do
fitoplâncton (MOTA, 1997). A temperatura é um importante parâmetro por sua
influência direta sobre o fitoplâncton e pela reação existente entre ela e o teor de
gases dissolvidos. Assim, as variações de temperatura estão ligadas à economia de
oxigênio, de dióxido de carbono, ao teor de carbonatos, ao pH (BRANCO; SENNA,
1996).
Algumas algas são exigentes em relação ao pH, como Bacillariophyceae,
que é um grupo muito sensível às variações de pH, enquanto outras são mais
tolerantes. Algas que vivem em meio pantanoso ou de várzea, exigem geralmente,
valores baixos de pH (de 4 a 6). Outras vivem em pH próximo a 6. As algas retiram,
para a sua síntese orgânica, o dióxido de carbono da água em que vivem. Este
processo tem enorme importância, pois em águas fracamente tamponadas durante
todo o dia, havendo maior intensidade de fotossíntese, o pH pode elevar-se
6
bastante. Há casos citados em que o pH chegou a 10. E à noite havendo maior
intensidade de respiração, o pH pode tornar-se ácido (BRANCO, 1976). Segundo
MAIER (1987), os pHs dos rios brasileiros têm tendência de neutro a ácido. REIS–
PEREIRA (2002a) apresentou dados de pH do reservatório da UHE Lajeado no
período de 2000 a 2002 variando de levemente ácido a alcalino (6,69 a 8,35).
O oxigênio dissolvido (OD) é um dos parâmetros mais importantes para
exame da qualidade da água, pois revela a possibilidade de manutenção de vida dos
organismos aeróbios. Além do oxigênio dissolvido em águas naturais ter origem na
reaeração atmosférica, também pode ser derivado de atividade fotossintética de
algas. É uma importante medida no controle da poluição das águas, é preciso
conhecer sua concentração para verificar e manter as condições aeróbicas de um
corpo d’água (TUNDISI, 2003). É geralmente medido em miligramas por litro (mg/l)
da água analisada. O oxigênio é um gás pouco solúvel em água e a sua solubilidade
depende da pressão (altitude), temperatura e sais dissolvidos, normalmente a
concentração de saturação está em torno de 8 mg/l a 25
o
C entre 0 e 1.000 m de
altitude (VALENTE; PADILHA; SILVA, 1997). Os valores de OD inferiores ao valor
de saturação podem indicar a presença de matéria orgânica e, valores superiores, a
existência de crescimento anormal de algas, uma vez que, elas liberam oxigênio
durante o processo de fotossíntese. A escassez de OD pode levar ao
desaparecimento da biota de um determinado corpo d'água, podendo também
ocasionar mau cheiro (CETESB, 2005).
Juntamente com a determinação da densidade do fitoplâncton, um dos
métodos mais adequados para a determinação do standing stock é a medida da
clorofila-a, que expressa a biomassa do fitoplâncton. Sendo a clorofila um dos
principais responsáveis pela fotossíntese, o conhecimento de sua concentração
pode dar indicações da biomassa do fitoplâncton. Nos últimos anos, tem se tornado
cada vez mais freqüente a utilização da concentração de clorofila para expressar a
biomassa fitoplactônica (ESTEVES, 1988). No reservatório da UHE Lajeado, na fase
de enchimento, a clorofila-a encontrou suas maiores concentrações (até 12,78 μg/l)
na antiga calha do rio, atualmente onde se localiza a parte limnetica (REIS-
PEREIRA, 2002a). Em lagos tropicais os maiores valores de clorofila-a geralmente
estão relacionados a maior densidade do fitoplâncton e aos menores valores de
transparência (CHALE, 2004).
7
A transparência está relacionada com o material em suspensão, tanto
mineral como orgânico. O disco de Secchi é o equipamento usado para medir esse
parâmetro. De acordo com PÁDUA (2005), a produtividade aquática será mais
elevada, em especial do fitoplâncton, onde a zona fótica tiver maior profundidade, ou
seja, na faixa que vai até ao ponto da máxima profundidade atingida pela luz e onde
ainda seja possível ocorrer a fotossíntese.
A turbidez da água pode ser considerada, do ponto de vista óptico, o oposto
de sua transparência e, segundo ESTEVES (1988), os principais responsáveis pela
turbidez da água são, principalmente, as partículas suspensas (bactérias,
fitoplâncton, detritos orgânicos e inorgânicos), e em menor proporção os compostos
dissolvidos. Valores elevados de turbidez reduzem a penetração da luz, dificultando
o processo de fotossíntese do fitoplâncton (PÁDUA, 2005).
WETZEL (2000), argumenta que a pesquisa limnológica, a descrição da
biota aquática, e das condições ambientais podem ajudar a enfrentar a deterioração
dos corpos hídricos, um dos graves problemas da sociedade humana. A
caracterização da biodiversidade aquática serve como um importante agente
indicador da saúde do ecossistema. O estudo da composição taxonômica do
fitoplâncton, do índice de diversidade, na comunidade proporcionará informação
básica sobre os gradientes horizontais referentes a eutrofização, poluição, e
variações da estrutura da ficoflórula. Essas variações da composição do fitoplâncton,
e as diversas associações que ocorrem no espaço e no tempo, constituem uma
resposta rápida e preditiva às modificações nas condições ambientais.
2.2 COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA
A construção de ambientes lênticos artificiais, com fins de armazenamento
de água para consumo, irrigação e produção de energia elétrica, têm sido comum no
Brasil, entretanto, pouco se conhece sobre a diversidade de sua flórula
fitoplanctônica (HUSZAR, 1989).
Um dos principais objetivos da ecologia fitoplanctônica tem sido
compreender os fatores que regulam a dinâmica e a produção da mesma, uma vez
que estes organismos o os principais produtores primários nos sistemas
aquáticos, e base das cadeias alimentares, pois é por meio da fotossíntese realizada
8
pelas microalgas que a energia entra na cadeia alimentar (MORAIS, 2000). As
microalgas fitoplanctônicas são em sua grande maioria autotróficas, unicelulares
solitárias ou coloniais. O fitoplâncton é o componente fotossintético do plâncton
constituído por cianobactérias procariontes e muitos grupos de algas eucarióticas. O
termo alga e sua imensa abrangência inclui organismos de diferentes tipos quanto
sua similaridade nas características morfológicas, fisiológicas, ecológicas e
reprodução e foi proposto inicialmente por Lineu em 1753. Este termo não tem
significado taxonômico, porém estes organismos dividem características que
permitem ser tratados como grupos, o que faz o termo ser aceito (BICUDO;
MENEZES, 2005). Algas são um grupo grande e diverso em ecossistemas de água
doce e de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2003b), em torno
de 10.000 espécies identificadas nas águas doces brasileiras: 800 Cyanophyceae,
3.500 Chlorophyceae, 1.200 Bacillariophyceae, 2.000 flagelados pertencentes a
muitos grupos, 50 Rodophyta e alguns outros grupos.
O conhecimento da estrutura celular, modo de reprodução, ciclo de vida,
ecofisiologia são parâmetros usados correntemente para a identificação das
espécies (KOMÁREK; ANAGNOSTIDIS, 1986). As diferenças que hoje
reconhecemos e às quais atribuímos grande importância, dizem respeito não à
morfologia do fitoplâncton, mas principalmente aos tipos de pigmentos encontrados,
à localização destes, aos tipos de substâncias de reserva e à reprodução, assim
como características moleculares que são decisivas para avaliação, principalmente
na taxonomia de cianobactérias, entretanto as características fenotípicas devem
estar em conformidade com os estudos moleculares e ecológicos (KOMÁREK;
ANAGNOSTIDIS, 1999; KOMÁREK; KOMÁRKOVA, 2002).
Por muitos anos a classificação algal tem sido muito instável e esta
classificação ainda é dinâmica. O esquema filogenético para as algas proposto por
VAN-DEN-HOEK, MANN e JANHS (1995), inclui 11 divisões e 30 classes e
encontra-se de acordo com BICUDO e MENEZES (2005) aberto em relação a
gêneros, uma vez que um alto nível de exigências para sua inclusão nas classes.
O sistema mais utilizado atualmente é o proposto por ROUND (1965) e aprimorado
em 1975, para Chlorophytas, um sistema estabelecido no qual todos os gêneros
têm inclusão em classes e famílias, mesmo que suplantado pelo sistema VAN-DEN-
HOEK, MANN e JANHS (1995).
9
Chlorophyceae, Zygnemaphyceae, Cyanophyceae, Chrysophyceae,
Cryptophyceae, Bacillariophyceae, Dinophyceae, Euglenophyceae, e Xantophyceae
encontram-se entre as principais classes de algas de água doce, além de grupos
menores ainda pouco estudados (NOGUEIRA, 1999) como Chlamidophyceae,
Oedogoniophyceae, entre outros.
Euglenophyceae é composta de algas com ampla distribuição ao redor do
mundo, especialmente em ambientes continentais, e podem ocorrer principalmente
em águas com elevados teores de matéria orgânica, nitrogênio e sforo (ALVES-
DA-SILVA; BRIDI, 2004). GIANI, FIGUEIREDO e ETEROVICK (1999), descrevem
que o fato destes organismos poderem se movimentar é uma vantagem em
ambientes túrbidos com relação à luz e permite, ainda, que estas algas possam
utilizar nutrientes presentes em camadas mais profundas, podendo em seguida
voltar para a região eufótica.
Xanthophyceae inclui mais de 600 espécies, são organismos fotossintéticos,
que geralmente não são abundantes. Na planície de inundação do alto rio Paraná,
Xanthophyceae foi estudada quanto à taxonomia e contribuição para a densidade e
biomassa fitoplanctônica total por BOVO-SCOMPARIM et al. (2005), onde foram
identificados 21 táxons, que apresentaram densidade e biomassa reduzida em todo
o período estudado (fevereiro de 2000 a fevereiro de 2001), sendo maior no período
de águas altas.
Oedogoniophyceae foram registradas por DIAS (1990), no Distrito Federal,
onde foi a mais representativa (42,8%) dentre as Chlorophyta. O período de
maturação sexual imprescindível para a taxonomia desta classe ocorreu durante a
primavera/verão.
Dinophyceae possui indivíduos unicelulares, fundamentalmente biflagelados,
ainda que possam aparecer formas cocóides, filamentosas, palmelóides ou
amebóides. A parede celular ou teca quando está presente é composta
primariamente de celulose e se divide em epiteca e hipoteca. Geralmente são
fotossintéticos, mas também possuem indivíduos heterotróficos, possuem clorofila-a,
clorofila-c e betacaroteno.
Chrysophyceae e Cryptophyceae são grupos relativamente pequenos em
número de espécies e táxons infraespecíficos (BICUDO et al., 1996). As algas da
família Chrysophyceae são unicelulares ou coloniais, freqüentemente flageladas ou
10
com estágio flagelado. Podem ser autotróficas, mixotróficas ou heterotróficas;
preferem águas oligotróficas com pH levemente ácido, crescem bem em altas
temperaturas. Poucas espécies são multicelulares. Espécies de Cryptophyceae são
mais resistentes e tolerantes às condições predominantemente heterotróficas que se
desenvolvem no período de chuvas (OLIVEIRA; CALHEIROS, 2000).
Chlorophyceae, Zygnemaphyceae, Bacillariophyceae e Cyanophyceae são
os grupos que assumem maior importância ecológica nos ecossistemas aquáticos
de água doce. HENRY (1999), descreve que Chlorophyceae é o grupo mais diverso
de algas em reservatórios tropicais, geralmente correspondendo a quase metade
dos neros componentes do fitoplâncton, sendo a variação da composição entre
lagos e reservatório, pequena. Os fatores ambientais limitantes para as
Chlorophyceae, especialmente as não móveis, são o clima de luz subaquático, a
estabilidade da coluna d’água que separa espacialmente luz e nutrientes, perdas por
sedimentação e o autossombreamento das algas.
Zygnemaphyceae inclui a ordem Desmidiales reconhecida por espécies com
ornamentações (poros, pontuações espinhos, verrugas, escrobilações, dentículos,
estrias), com representantes sempre presentes em ambientes lóticos; constituindo
ainda, um dos grupos de algas, com maior riqueza nos ambientes aquáticos
amazônicos (MELO et al., 2005). São algas de ambientes de água doce límpida,
possuindo espécies solitárias e filamentosas, com a presença de poros entre as
membranas e a célula composta por duas semicélulas ligadas e idênticas (SILVA,
2000).
As algas diatomáceas (Bacillariophyceae) constituem um dos grupos de
algas de maior diversidade específica, sendo representadas por cerca de 250
gêneros e, 100.000 espécies que apresentam ampla distribuição geográfica,
ocorrendo ao longo de rios, estuários, em lagos, no ambiente marinho em locais
úmidos, gelo e águas termais (VAN-DE-HOECK; MANN; JANHS, 1995). A flora de
diatomáceas neotropical, principalmente amazônica ainda é pouco conhecida
(RAUPP; MELO, 2005). Ecologicamente, são importantes pela sua utilização como
indicadoras da qualidade de água, detectam a poluição das águas doces, que de
acordo com LOBO, CALLEGARO e BENDER (2002), é um dos grandes problemas
do mundo moderno. São organismos bastante sensíveis às mudanças ambientais
podendo apresentar uma forte flutuação temporal.
11
Cyanophyceae, cianobactérias ou cianofíceas (algas azuis) são
microorganismos procarióticos, aeróbicos e fotoautotróficos que ocupam posição
intermediária entre algas eucarióticas e bactérias, apresentado clorofila-a, porém
sem sistema de membranas (ROCHA, 2003). As espécies de cianobactérias podem
ser definidas de acordo com KOMÁREK e KOMÁRKOVA (2002), como um grupo de
populações que pertencem a um mesmo genótipo, com características fenotípicas
estáveis (definidas e reconhecidas) e pelas mesmas demandas ecológicas. Seus
processos vitais requerem somente água, dióxido de carbono, substâncias
inorgânicas e luz.
As cianobactérias são cosmopolitas e eficientes no deslocamento na coluna
d'água por possuírem vacúolos gasosos ou pseudovacúolos que permitem a
otimização da absorção da luminosidade. Esses vacúolos gasosos diminuem a
densidade das cianobactérias para um valor inferior ao da água. Assim, são
impelidas para a superfície, não dependendo apenas da turbulência para se
manterem na zona fótica (PAERL; TUCKER, 1995). São também eficientes na
obtenção de gás carbônico e na competição por sombrear as demais algas,
aproveitando-se dos nutrientes liberados pelas mesmas, assim como algumas
espécies são fixadoras de nitrogênio, contribuindo para a fertilidade das águas
(CHORUS; BARTRAM, 1999).
A capacidade de crescimento nos mais diferentes meios é uma das
características mais marcantes das cianobactérias. Entretanto, ambientes de água
doce são os mais importantes para o seu crescimento, visto que a maioria das
espécies apresenta um melhor desenvolvimento em águas neutras a alcalinas (pH
6-9), com temperatura entre 15 a 30 ºC e alta concentração de nutrientes,
principalmente nitrogênio e fósforo (BRANDÃO; AZEVEDO, 2001). A represa do
Funil, (RJ) foi caracterizada pela dominância de cianobactérias na maior parte do
tempo entre junho de 2002 a junho de 2003 (COSTA SOARES et al., 2005).
Elevadas temperaturas e alta disponibilidade de nutrientes aliadas a períodos
relativamente extensos de estratificação foram características importantes para a
persistência da dominância de Anabaena circinalis, Cylindropermopsis raciborskii na
maior parte do ano seguido de florações de Microcystis aeruginosa.
Segundo DEBERDT (2004), em condições naturais as cianobactérias
convivem de forma equilibrada com os demais organismos presentes em lagos e
12
reservatórios, não sendo comum à ocorrência da dominância de uma espécie sobre
as demais. Porém, o aumento da carga de nutrientes no sistema pode resultar em
um crescente aumento da dominância desses organismos. Assim, as cianobactérias
passam a atuar como indicadoras de poluição juntamente com parâmetros físicos e
químicos da água. No reservatório de Barra Bonita (SP), DELLAMANO-OLIVEIRA,
RODRIGUES e GOUVEIA (2005) destacam que o processo de eutrofização vem
aumentando ao longo dos anos e o reservatório é dominado por poucas espécies de
cianobactérias.
2.3 A COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA E A SAÚDE PÚBLICA
Mudanças na natureza e escala das atividades humanas têm conseqüências
para a qualidade e quantidade dos recursos hídricos (CHORUS; BARTRAM, 1999).
A qualidade da água pode ser entendida como uma conseqüência dos processos
atuantes na bacia hidrográfica, representados principalmente, pelo substrato
geológico e pelo clima, ou antrópico, representado pela ação do homem, que
responde decisivamente pelo equilíbrio entre sistemas, geralmente originando
modificações nos processos e nas formas. Estes processos definem ainda as
condições de vida e de desenvolvimento das comunidades aquáticas, dentre elas o
fitoplâncton, bem como seus mecanismos básicos de funcionamento (TUNDISI;
TUNDISI; ROCHA, 2002). A avaliação da qualidade da água e da comunidade
fitoplanctônica em ambientes aquáticos permite estabelecer formas de manejo
desses sistemas, evitando possíveis problemas à saúde humana (MATSUZAKI;
MUCCI; ROCHA, 2004), uma vez que a água tem influência direta sobre a saúde, a
qualidade de vida e o desenvolvimento do ser humano (OMS, 2001).
As florações (intenso crescimento desses microrganismos na superfície da
água formando uma densa camada de lulas com vários centímetros de
profundidade) promovem grandes problemas sociais, econômicos e ambientais nos
ecossistemas de água doce, como a redução do oxigênio dissolvido na coluna
d’água, mortandade de peixes, perda da qualidade cênica e a produção de toxinas.
Não somente contribuem para a formação de uma “espuma” superficial e um odor
desagradável, mas também afetam o gosto e a qualidade da água potável
(CARMICHEL,1996). Em relação à saúde humana e animal, a produção de toxinas
13
por cianobactérias é outro aspecto a ser considerado. DELLAMANO-OLIVEIRA;
RODRIGUES e GOUVEA, (2005), destacaram que o estudo das populações de
cianobactérias é importante por gerar informações taxonômicas e ecológicas sobre
este grupo, além de subsidiar estudos de interesse socioeconômico e de saúde
pública. A relevância dos estudos ecológicos e sanitários do fitoplâncton, em saúde
pública, deve-se ao fato de que eles atestam a qualidade e possibilitam o
monitoramento das águas utilizadas para diversos fins, principalmente aqueles
ligados diretamente à saúde humana (MATSUZAKI; MUCCI; ROCHA, 2004).
Vários países e seus centros de saúde pública oficiais têm se preocupado
em pesquisar o efeito das cianobactérias na qualidade da água, tanto para beber
quanto para usos recreacionais.
A Primeira Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde, realizada
em Ottawa em 21 de novembro de 1986, organizada conjuntamente pela
Organização Mundial de Saúde, o Ministério de Saúde e Bem Estar Social do
Canadá e a Associação Canadense de Saúde Pública trocou experiências e
conhecimentos dirigidos à promoção da saúde. Inspirada pelos princípios da
Declaração de Alma-Ata (1978) e pela meta “saúde para todos no ano 2000”
(SÍCOLI; NASCIMENTO, 2003), esta conferência emitiu a “Carta de Otawa” um
marco fundamental na história da Saúde Pública, que reconhece como “pré-
requisitos fundamentais para a saúde: a paz, a educação, a moradia, a alimentação,
a renda, um ecossistema estável, justiça social e a equidade” (BRASIL, 1996). Na
Carta de Otawa conceitua-se a promoção da saúde “como o processo de
capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e
saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo”. E acrescenta-
se que “para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os
indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e
modificar favoravelmente o meio ambiente” (BUSS,2000).
Após várias conferências internacionais, entre elas Alma Ata, Otawa, a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, RIO 92 (OMS, 2001) e a Conferência Pan-Americana sobre Saúde e
Meio Ambiente no Desenvolvimento Humano Sustentável (COPSAD), em 1995, o
Ministério da Saúde elaborou o Plano Nacional de Saúde e Ambiente no
Desenvolvimento Sustentável, caracterizado como um trabalho integrador entre as
14
áreas da saúde e meio ambiente, incluindo entre elas os recursos hídricos na
prevenção, e correção dos danos provocados à saúde em decorrência das
condições ambientais diversas. Estabeleceu-se então, o Subsistema Nacional de
Vigilância em Saúde Ambiental, integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), que
reconhece a importância da relação entre saúde e ambiente, atuando na vigilância
ambiental e, em direção ao desenvolvimento sustentável. Por definição, a vigilância
ambiental em saúde se configura como um conjunto de ações que proporcionam o
conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e,
condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade
de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle dos fatores de riscos e
das doenças ou agravos relacionados à variável ambiental (BRASIL, 2001a).
NETTO e CARNEIRO (2002), destacam que esse conceito possui um olhar sócio-
ecológico e encontra-se ainda em fase de construção, uma vez que a saúde deve
ser tratada como produto de um amplo espectro de fatores relacionados com a
qualidade de vida, incluindo um padrão adequado de alimentação e nutrição, e de
habitação e saneamento; boas condições de trabalho; oportunidades de educação
ao longo de toda a vida; ambiente físico limpo; apoio social para famílias e
indivíduos; estilo de vida responsável; e um espectro adequado de cuidados de
saúde. Suas atividades estariam, então, mais voltadas ao coletivo de indivíduos, e
ao ambiente, compreendido num sentido amplo, de ambiente físico, social, político,
econômico e cultural, através de políticas públicas e de condições favoráveis ao
desenvolvimento da saúde (as escolhas saudáveis serão as mais fáceis), e do
reforço (empowerment) da capacidade dos indivíduos e das comunidades (BUSS,
2000).
As tarefas fundamentais da vigilância ambiental em saúde, referem-se aos
processos de produção, integração, processamento e interpretação de informações
visando o conhecimento dos problemas de saúde existentes, relacionados aos
fatores ambientais, sua priorização para tomada de decisão e execução de ações
relativas às atividades de promoção, prevenção e controle recomendadas e
executadas por este sistema e sua permanente avaliação. Dentre os objetivos
destaca-se: conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e
desenvolvimento visando o fortalecimento da participação da população na
promoção da saúde e qualidade de vida (BRASIL, 2001a).
15
Os esforços do Ministério da Saúde para diretrizes em ações que visam a
qualidade da água do abastecimento humano, se concentram na portaria ministerial
518 de 25 de março de 2004, que aprova a norma da qualidade da água para
consumo humano (BRASIL, 2001b) e revoga a Portaria 1469 GM/MS de 29/12/2000.
A portaria 518/2004 (BRASIL, 2005a) é considerada um avanço para a saúde
pública do país, pois além dos padrões de potabilidade estabelece procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para o
consumo humano. Os reservatórios e mananciais do país, em sua grande maioria
apresentam florações de cianobactérias, entretanto o controle da qualidade da água
bruta junto ao ponto de captação e o monitoramento de cianobactérias constam
desta norma, objetivando mitigar o risco para a saúde pública e a uma diminuição
substancial da disponibilidade hídrica para usos prioritários conforme preconiza a
Política Nacional de Recursos Hídricos.
A lei 9433 de 08/01/1997 que institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos, estabelece em seus fundamentos que a água é um recurso natural limitado
e deve ser gerenciado a fim de proporcionar seus usos múltiplos (BRASIL, 2002).
Entretanto, em situação de escassez o uso prioritário deve ser para a
dessedentação humana e animal. As diretrizes gerais de ação da Política Nacional
de Recursos Hídricos contam com a gestão sistemática dos recursos hídricos sem
dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade e, com a adequação dessa
gestão às diversidades regionais do país, integrada com a gestão ambiental.
A água é um bem imprescindível à vida, mas ao mesmo tempo, pode se
transformar em um importante meio de transmissão de doenças. O modelo de
desenvolvimento social e econômico no Brasil, com característica desordenada e
sem planejamento estimulou a incidência de poluição e degradação ambiental, em
níveis preocupantes, com alterações no ambiente interferindo diretamente na saúde
humana (NETTO; CARNEIRO, 2002). Um fator importante que contribui para a
poluição e contaminação dos cursos d’água e que, conseqüentemente confere risco
de agravo à saúde humana pela água, diz respeito à ocupação dos espaços rurais e
urbanos que é realizada sem um adequado planejamento visando com o equilíbrio
entre o ambiente e a sua utilização.
16
Mundialmente a crescente eutrofização dos reservatórios com a
conseqüente degradação da qualidade da água tem sido destacada por autores
como TUNDISI (2003) e CARMICHAEL (1996) e, sempre está relacionada com o
aumento da densidade de cianobactérias. As cianobactérias são representativas de
um estado de eutrofização avançado, possuindo capacidades competitivas, o que as
torna dominantes nestas situações. O aumento das florações indica que o
ecossistema local está fora do equilíbrio, devido ao aumento da eutrofização dos
corpos hídricos e outros impactos negativos na ecologia aquática. O incremento de
cianobactérias acarreta riscos tanto para o ambiente, com a desoxigenação da água,
alteração das características organolépticas da mesma e de animais aquáticos,
como a produção de toxinas e intoxicações animais. Entretanto, muito ainda está
para ser conhecido sobre a ecologia das cianobactérias e suas implicações na
saúde humana.
O controle e monitoramento da comunidade fitoplanctônica se faz importante
primeiramente realizando a contagem das células cianobacterianas em água bruta.
Caso não seja viável, deverá optar-se pela quantificação da clorofila-a, que dará
uma idéia aproximada da biomassa desses microorganismos. Dependendo da
quantidade de células encontradas, devem-se tomar precauções, alertando sobre os
riscos quanto ao consumo humano e animal e sua possível bioacumulação ao longo
da cadeia trófica (MINILLO et al, 2000).
No Brasil o marco legal para o monitoramento de cianobactérias para água
de consumo humano foi a implementação da portaria 1469, de 20 de dezembro de
2000 (BRASIL, 2001b), sendo mais tarde substituída pela portaria 518, de 25 de
março de 2004 (BRASIL, 2005a). Os limites aceitáveis para as toxinas de
cianobactérias em água para consumo humano são de 1 μg/l para microcistinas; 15
μg/l para cilindrospermopsina e 3 μg/l para saxitoxinas. Entretanto, inexiste uma
proposta legal para águas recreacionais ou para a avaliação de ecossistemas
lênticos artificiais. É importante ter a noção de que a ausência visível das células
não implica na ausência de toxinas, uma vez que a lise celular leva à sua liberação,
por isso a extrema importância dos estudos e monitoramento dos corpos hídricos,
uma vez que permitirão um controle adequado para seus múltiplos usos.
17
A água exerce papel fundamental no quadro de saúde da população,
afetando de várias maneiras a saúde do homem, seja através da ingestão direta,
preparação de alimentos, na higiene pessoal, na higiene do ambiente, nos
processos industriais ou nas atividades de lazer (BRASIL, 2003b). Portanto, existem
vários riscos associados ao consumo e manuseio da água, os quais devem ser
considerados no gerenciamento dos recursos hídricos. Tais riscos podem ser
coletivos ou individuais, imediatos ou de médio e longo prazo, incluindo a
contaminação por toxinas de algas. Vários problemas de saúde humana após
contato com florações de cianobactérias foram reportados mundialmente, em
atividades recreacionais ou consumo de água de reservatórios contaminados
(MATTHIENSEN; YUNES; CODD, 1999).
As primeiras intoxicações de populações humanas por cianotoxinas foram
descritas na Austrália, Inglaterra, China e África do Sul (ROSET; AGUAYO; MUÑOZ,
2001). Em Caruaru (PE), 56 entre 130 pacientes expostos a microcistina e
cilindrospermopsina através de água usada para a diálise, morreram (AZEVEDO,
1996).
A primeira citação de ocorrência de cianotoxinas no reservatório da UHE
Lajeado (JARDIN et al. 2002) foi em outubro de 2002, em um ensaio promovido pela
Companhia de Saneamento do Tocantins, a fim de treinar seus técnicos para a
futura implementação da Portaria do Ministério da Saúde 1469. Coletaram-se
amostras de vários pontos do reservatório para análises qualitativas e quantitativas.
Como os resultados apontaram maior diversidade de cianobactérias na Praia da
Graciosa, no município de Palmas, com a presença dos táxons Microcystis
aeruginosa, Radiocystis fernandoi, Cylindrospermopsis sp, Aphanotece sp, e
Cylindrospermopsis raciborskii, realizou-se o ensaio para a detecção da presença de
microcistina, embora a densidade de células de cianobactérias no exame
quantitativo tenha sido reduzida. Neste ponto foi detectada a presença de
microcistina nas frações solúvel e particulada, com valores superiores a 3,0 ppb
(limite superior de detecção do método).
A proposta de níveis de alerta para monitoramento e manejo de
cianobactérias é baseada nas informações contidas em CHORUS e BARTRAM
(1999) e está de acordo também com o proposto pela “American Water Works
18
Association Research Foundation” e por STEFFENSEN e NICHOLSON (1994). A
biota aquática sofre impactos de efeito direto, pelo consumo de células diretamente
da coluna d’água, e de efeito indireto pelo consumo de outros organismos que
tenham acumulado cianotoxinas (bioacumulação). O monitoramento das condições
físicas, químicas e biológicas é importante, mas a classificação das algas, com suas
flutuações, no espaço e no tempo, é fundamental para a identificação das épocas
favoráveis aos florescimentos e à concentração de toxinas na água (TUNDISI,
2003).
O manejo das bacias hidrográficas com programas de prevenção de
eutrofização, juntamente com o tratamento de águas represadas com cnicas de
aeração ou inativação de nutrientes e o controle biológico, como a biomanipulação
que modifica a estrutura da comunidade aquática o, de acordo com AZEVEDO
(2003), medidas preventivas das florações de cianobactérias a serem adotadas, pois
evitam problemas potenciais de toxicidade. Para a seleção da melhor opção, deve
ser feito um estudo das comunidades biológicas juntamente com as variáveis físicas
e químicas do ecossistema aquático.
As alterações nas condições ambientais promovem mudanças na
composição das comunidades aquáticas, criando oportunidades para que novas
espécies se estabeleçam (GONZÁLES; ROA, 1999). Florações são caracterizadas
pelo rápido e intenso crescimento de uma espécie, que se torna dominante e por
conseqüência, passa a reduzir as outras espécies presentes no corpo hídrico e
podem ser potencialmente tóxicas, além de conferir a água uma cor verde intensa,
diminuindo sua transparência (AZEVEDO, 2003). As altas biomassas de
cianobactérias também contribuem para perda das qualidades cênicas, impedem o
uso recreacional (pelas espumas e fortes odores) e afetam o gosto de água potável
(CHORUS; BARTRAM,1999), além da produção de toxinas. De acordo com dados
do Ministério da Saúde (BRASIL, 2003a), nem todas as florações apresentam
toxicidade, entretanto, cerca de 50% das florações testadas em diferentes países
mostraram-se tóxicas em biensaios. No Brasil, 82% das cepas isoladas
apresentaram toxicidade, sendo 9,7% neurotóxicas enquanto as demais
hepatotóxicas.
Florações de cianobactérias são monitoradas através de medidas de
densidade (indivíduos/ml). Entre os fatores que podem produzir floração incluem: o
19
aporte de nutrientes (nitrogênio e fósforo) pela erosão do solo inadequado sistema
de esgoto, fertilizantes, efluentes industriais, entre outros; a perda do fluxo no
reservatório e o alto tempo de retenção da água, pois altas vazões podem carrear as
algas do sistema e romper seu crescimento; o clima morno e ensolarado produz
calor e luz que estimulam o crescimento algal; a profundidade da zona fótica
(CHORUS; BARTRAM, 1999).
A fácil adaptabilidade sobre as mudanças de condições ambientais e a
provável estabilização de desenvolvimento nos novos nichos estabelecidos, parece
ser uma característica comum na diferenciação de cianobactérias (KOMÁREK;
KOMÁRKOVA, 2002). Para ser capaz de se estabelecer em um novo ambiente, uma
espécie exótica deve ser capaz de aumentar sua abundância, o que depende
basicamente, das oportunidades que a comunidade provê além de suas próprias
características invasivas (SOUZA; BARBOSA, 2005). O desenvolvimento em massa
e a significância ecológica pelas florações e toxicidade colocam as cianobactérias
entre os mais importantes organismos planctônicos (KOMÁREK, 2002).
A produção de toxinas é o efeito mais grave resultante da ocorrência de
florações. Em água doce, cianobactérias são os organismos fitoplanctônicos mais
aptos a produzir biotoxinas, ambas neurotoxinas (alcalóides) e hepatoxinas
(peptídeos). A descrição de ocorrência de cianobactérias e a contaminação de
ambientes aquáticos por suas toxinas têm sido relatadas na literatura toxicológica
mundial. CHORUS e BARTRAM (1999) destacam que o abundante crescimento de
cianobactérias e o desenvolvimento de cepas contendo cianotoxinas é uma
experiência comum em águas interiores poluídas de todo o mundo e tem começado
a preocupar os gestores por sua influência na saúde humana.
De acordo com suas estruturas químicas, as toxinas podem ser incluídas em
três grandes grupos: os peptídeos cíclicos, os alcalóides e os lipossacarídeos.
Entretanto, por sua ação farmacológica, as principais classes de cianotoxinas até
agora caracterizadas são as neurotoxinas e hepatoxinas, além de toxinas irritantes
ao contato (SANT’ANNA; AZEVEDO, 2000).
As intoxicações humanas podem ter origem no contato direto com as
cianobactérias (em zonas de lazer), pela inalação das formas adultas ou dos
esporos, ingestão das mesmas ou de suas toxinas. As intoxicações pela ingestão
são as mais comuns e as mais graves e, as intoxicações por inalação causam
20
alterações respiratórias como bronquite aguda, pleurite, edema pulmonar agudo.
Cianobactérias podem causar um amplo espectro de sintomas em humanos, com
sintomatologia similar a muitas doenças, por isso, a dificuldade de diagnóstico. As
intoxicações humanas por cianobactérias podem ocasionar problemas hepáticos
(hepatotoxinas), neurológicos (neurotoxinas), distúrbios gastrointestinais e reações
respiratórias e alérgicas.
As hepatotoxinas incluem as microcistinas, nodularinas e
cilindrospermopsinas, que produzem sintomas como fraqueza, palidez,
extremidades frias, respiração ofegante, vômito e diarréia. Podem, também,
ocasionar morte por parada respiratória e hemorragia hepática (MATSUZAKI;
MUCCI; ROCHA, 2004).
As neurotoxinas funcionam como bloqueadores musculares, entre outros
fatores. As anatoxinas-a são neurotoxinas organofosfatadas que causam a hiper-
salivação em animais e morte devido à inibição de acetilcolinesterase. As
saxitoxinas (neurotoxinas carbamato-alcalóides) provocam envenenamento com
paralisia, quando mariscos contaminados são consumidos.
Problemas dermatológicos e irritação nos olhos também podem ocorrer.
Pessoas expostas a florações de cianobactérias por nadar em rios e lagos
contaminados têm experimentado irritação de pele, reações alérgicas, sintomas
gastrintestinais e problemas respiratórios provocados por toxinas irritantes do grupo
polissacarídeos, também denominadas de dermatotoxinas. Todos os sintomas de
intoxicações por contato desaparecem assim que o contato com os microrganismos
for evitado. O contrário acontece com a ingestão de água ou animais (moluscos)
contaminados que podem provocar uma intoxicação crônica pela ingestão
prolongada e em pequenas doses.
A avaliação da toxicidade pode ser feita através de métodos químicos e
bioensaios (AZEVEDO, 2003; SHAW et al., 1999). Os bioensaios com camundongos
são métodos muito rápidos, dando uma resposta mais expedita da toxicidade e
refletem o efeito das toxinas nos ecossistemas, embora exijam a manutenção de um
biotério (CORREIA; DELGADO; CASTRO, 2001). Para a quantificação e
determinação de cianotoxinas o método químico mais utilizado é a Cromatografia
Líquida de Alta Resolução (HPLC), técnica mais dispendiosa, que dectecta níveis
21
muito pequenos de toxinas presentes na água. Utiliza-se também kits para a
identificação colorimétrica de microcistinas solúveis e particuladas na água bruta.
Nem todas as cianobactérias produzem toxinas. Dentre as cianobactérias
produtoras de toxinas podemos encontrar Anabaena flos-aquae, Microcystis
aeruginosa, Cylindrospermopsis raciborskii, Oscillatoria aghardii, e Nodularia
spumigena (MATTHIENSEN; YUNES; CODD, 1999). SANT’ANNA e AZEVEDO
(2000), registram a ocorrência de pelo menos vinte espécies potencialmentexicas,
incluídas em quatorze gêneros, em diferentes ambientes aquáticos brasileiros.
Anabaena é o gênero com mais espécies potencialmente tóxicas: A. circinalis, A.
flos-aquae, A. planctonica, A. solitaria e A. spiroides.
Microcystis aeruginosa, espécie também conhecida como potencialmente
tóxica, tem ampla distribuição geográfica relatada (KOMÁREK; ANAGNOSTIDIS,
1999; SANT’ANNA; AZEVEDO, 2000), e no Brasil é a espécie que possui a
distribuição mais ampla. Florações de Microcystis earuginosa têm sido registradas
nas águas do estuário da Lagoa dos Patos (RS) por períodos irregulares nas últimas
duas décadas (MINILLO et al., 2000), assim como no Lago Paranoá (DF) registradas
por BRANCO e SENNA (1994).
As espécies planctônicas de Microcystis com aerótopos nas lulas são
comumente distribuídas através do mundo e têm um papel importante na
eutrofização dos corpos d’água e, portanto começaram a ser intensamente
estudadas. KOMÁREK e KORMÁKOVA (2002), revisando as espécies européias de
Microcystis consideram este gênero cocóide uma das mais significantes
cianobactérias, pois suas diferentes populações causam intensas florações nos
corpos d’água. O desenvolvimento em águas doces e estagnadas e, o aumento da
eutrofização ampliou a distribuição de Microcystis aeruginosa desenvolvendo-se
comumente em reservatórios eutróficos e com muitos casos de toxicidade descritos
(SANT’ANA; AZEVEDO, 2000; KOMÁREK; KORMÁKOVA 2002).
Cylindrospermopsis raciborskii cresce abundantemente em lagos de água
doce de regiões subtropicais e rios com altos níveis de fósforo e outros nutrientes. É
componente importante entre as espécies formadoras de florações têm começado a
substituir outras algas que formam florações como alga dominante, tornando-se
extremamente invasiva seguindo o enriquecimento de nutrientes dos lagos,
22
reservatórios e rios através do mundo e parece estar se movendo para climas mais
temperados. (BITTENCOURT-OLIVEIRA et al., 2005). Esta espécie tem sido
encontrada no Zimbábue, Hungria, Tailândia, México, Austrália, Brasil, e mais
recentemente no sudoeste dos Estados Unidos. Ocorre, portanto em águas de
regiões tropicais, subtropicais assim como em climas temperados, e vem
expandindo sua distribuição, tornando-se “espécie-chave” em vários ecossistemas
(SOUZA; BARBOSA, 2005). CHORUS e BARTRAM (1999) destacam que, em
regiões tropicais as diferenças sazonais nos fatores ambientais freqüentemente não
são suficientes para induzir a substituição de cianobactérias.
Cylindrospermopsis raciborskii possui cilindrospermopsina, toxina de ação
lenta, requerendo de cinco a sete dias para produzir efeito tóxico máximo. Na
Austrália, pessoas apresentaram náusea, vômito e danos no fígado após o consumo
de água tratada contendo Cylindrospermopsis raciborskii (SANT’ANNA; AZEVEDO,
2000). O lago Paranoá (DF), por mais de 35 anos tem sido considerado eutrófico e
como conseqüência estabeleceu-se a dominância de C. raciborskii e florações
recorrentes de Microcystis aeruginosa (BRANCO; SENNA, 1994; MENDONÇA-
GALVÃO; PADOVESI-FONSECA, 2005). Na Lagoa de Cima (RJ), observou-se uma
predominância de Cylindrospermopsis raciborskii em junho de 1995, o que não
ocorreu nos anos 70 e 80, onde Zygnemaphyceae, Chlorophyceae e
Baccilariophyceae alternavam-se como dominantes no fitoplâncton (PEDROSA;
REZENDE, 1999). Essa mudança foi associada ao aumento do grau trófico do
sistema. De acordo com dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2003a), tem sido
observado um grande aumento na ocorrência de C. raciborskii em diferentes regiões
brasileiras (BOUVY et al., 1999; CONTE et al., 2000; JARDIN; FONSECA;
AZEVEDO, 1999; HUSZAR, 2000). No reservatório da UHE Lajeado a maior
densidade de Microcystis aeruginosa e Cylindrospermopsis raciborskii foi
apresentada no período da seca em 2002 (REIS-PEREIRA, 2002a).
2.4 A FICOLOGIA NO BRASIL E NA AMAZÔNIA LEGAL
A biodiversidade é um dos termos científicos mais conhecidos e divulgados
atualmente, mas a construção desse conceito remonta das iniciativas de
identificação e localização das espécies, unindo a biogeografia e a taxonomia, desde
23
os séculos XVI e XVII (LEWINSOHN, 2001). Existe uma preocupação mundial a
respeito de sua conservação. A Convenção da Diversidade Biológica (CDB),
apresentada na reunião das Nações Unidas do Rio de Janeiro sobre o Meio
Ambiente (Eco-92), é o principal instrumento do compromisso firmado pela maioria
das nações do mundo desde então, para buscar “...a conservação da diversidade
biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e
eqüitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos" (BRASIL,
1998, 2000). Estes termos, de acordo com a CDB, significam a variabilidade de
organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os
ecossistemas terrestres, marinhos, outros ecossistemas aquáticos e os complexos
ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de
espécies, entre espécies e de ecossistemas (BRASIL, 1998).
JOLY (2001) relata que a biodiversidade é o sustentáculo do
desenvolvimento biotecnológico, e sugere que o processo de degradação biótica
está acelerado devido ao crescimento explosivo da população humana agravado,
pelo aumento da capacidade de alterar o meio ambiente. Nesse contexto, o
levantamento da diversidade fitoplanctônica se faz importante, pois a mesma poderá
contribuir para a avaliação de sua riqueza e o entendimento dos processos que
afetam a produtividade biológica, devendo ser um pré-requisito para a racionalização
do manejo dos ambientes lóticos.
O estudo das algas ainda não se desenvolveu em todo o território brasileiro,
ficando centrado nas regiões sul e sudeste (HUSZAR, 1989). importantes
coleções e literaturas disponíveis em muitos centros de pesquisa entre eles o
Instituto de Botânica em São Paulo, o Museu Nacional no Rio de Janeiro, a
Universidade Federal do Paraná, e a Fundação Zoobotânica no Rio Grande do Sul
(BRASIL, 2003b). BICUDO e MENEZES (2005) contribuíram com o conhecimento
das algas continentais do Brasil descrevendo 583 gêneros para o Brasil.
Na região sul a Fundação Universidade de Rio Grande (FURG), a Fundação
Zoobotânica e o Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura
(NUPÉLIA) destacam-se pela maior parte das publicações com ênfase em
Cyanophyceae e Bacillariophyceae (MATTHIENSEN; YUNES; CODD, 1999; TRAIN;
RODRIGUES, 1998).
24
No sudeste, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro
concentra sua atuação na dinâmica da comunidade planctônica, fitoflagelados
continentais e Chlorophyta filamentosas (HUSZAR, 1989; MENEZES; ALVES DIAS,
2001). O Instituto de Botânica, em São Paulo, em uma análise preliminar baseada
em catálogos, somou o total de 2.226 táxons já documentados, os quais estão assim
distribuídos: 1.053 de Zygnemaphyceae, 388 de Cyanophyceae, 299 de
Chlorophyceae, 110 de Euglenophyceae, 62 de Xanthophyceae, 61 de
Bacillariophyceae, 49 de Oedogoniophyceae, 46 de Chrysophyceae, 43 de
Cryptophyceae, 41 de Dinophyceae, 31 de Charophyceae, 21 de Prasinophyceae,
14 de Rhodophyceae, e 8 de Raphidophyceae (BICUDO et al., 1996).
No centro-oeste e Distrito Federal destacam-se os trabalhos de SENNA
(1992a, 1994) sobre a classe Cyanophyceae e de NOGUEIRA (1999) com grande
contribuição para a ordem Chlorococcales. A Flora de Goiás e Tocantins foi objeto
de estudo da Universidade Federal de Goiás e contribuiu principalmente para o
conhecimento de Euglenophyceae.
Na Amazônia Legal o inventário taxonômico sobre a diversidade de algas
ainda é incipiente em frente à sua enorme diversidade e ao número elevado de
ecossistemas aquáticos representados na região. O conhecimento, na sua grande
maioria, é dominado por autores estrangeiros (BITTENCOURT-OLIVEIRA, 1993).
No Amazonas, com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (INPA), publicou-se alguns trabalhos sobre os organismos planctônicos e
a variação e estratégias das espécies do Lago Batata, Lago Mussurá e Rio
Trombetas, (HUSZAR, 1994; SOPHIA; HUSZAR, 1996; MELO; HUSZAR, 2000),
assim como no Parque Nacional do Jaú (MELO et al, 2005) tendo as desmídias e
diatomáceas como enfoque principal. Os lagos urbanos de Manaus foram estudados
pelo INPA (SOARES et al., 2005) nas estações secas em julho de 2004, registrando
um total de 42 espécies com predomínio de Zygnemaphyceae na riqueza.
Oedogoniophyceae e Zygnemaphyceae foram citadas por DIAS e SOPHIA (1996)
para a planície de inundação do Amazonas no município de Paritins; e 98 táxons da
desmidioflora do Lago Novo (AM), foram identificados e descritos por LOPES e
BICUDO (2003). Trinta e dois táxons de Chlorococcales foram descritos por
BITTENCOURT-OLIVEIRA (1993) para o reservatório de Balbina, sendo 43,7%
deles primeira citação para o estado.
25
Em Rondônia, ALBUQUERQUE e MENEZES (1997) estudaram as algas
flageladas clorofiladas no sudeste do estado, identificando 38 espécies de
Euglenophyceae, 3 espécies Dinophyceae e 1 espécie de Chysophyceae. O Igarapé
Bate-Estacas foi estudado limnologicamente por CODA-MIYAI et al. (2005), onde se
observou composição fitoplanctônica pouco diversificada com a presença de
desmidiaceas. Apesar de vários trabalhos terem sido realizados para a bacia
amazônica, poucos foram efetuados no estado do Amapá com raras informações
disponíveis para o estado. A Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), possui
trabalhos como a composição fitoplanctônica do lago Floriano Peixoto em Macapá,
com cinco classes taxonômicas e dominância de Chlorophyceae (MOREIRA; SÁ-
OLIVEIRA, 2005). De acordo com SOUSA et al. (2003), a biodiversidade do Acre,
apesar da ficoflórula ser exuberante e diversificada, conta apenas com poucos
estudos ficológicos como o do lago Amapá, onde foram identificados vinte e cinco
gêneros de Euglenophyceae, dentre os quais, Trachellomonas e Euglena foram os
mais representativos em termos qualitativos (KEPPELER; LOPES; LIMA, 1999). A
divisão Chlorophyta foi representada por dez táxons principalmente pelas famílias
Botryococcaceae, Treubariaceae, Volvocaceae, Closteriaceae e Desmidiaceae. A
“Taxonomia e Distribuição Geográfica das Algas do Estado do Acre” representa uma
contribuição ao conhecimento da flora de algas amazônicas é estudada a partir de
2003 pela Universidade Federal do Acre, enfatizando a composição florística das
algas planctônicas e perifíticas, em vel de gênero, das classes Chlorophyceae,
Zygnemaphyceae, Chrysophyceae e Oedogoniophyceae Bacillariophyceae,
Crypthophyceae, Euglenophyceae, Raphydophyceae e Xantophyceae (LOPES;
LOPES, 2005).
Estudos limnológicos de 17 corpos d’água com o levantamento da
biodiversidade fitoplanctônica e variáveis limnológicas foram realizados no Pará, no
projeto “Flona dos Carajás”, contribuindo com o conhecimento da estrutura e
funcionamento dos ambientes aquáticos das lagoas Serra Norte e Sul no período de
abril a setembro de 2004, correspondente aos períodos de chuva e estiagem
(PEREIRA et al., 2005; CENTROGOLO et al., 2005).
O Tocantins tem sua comunidade fitoplanctônica sendo estudada,
principalmente em função dos grandes empreendimentos hidroelétricos que estão
sendo construídos em cadeia na área da Bacia Araguaia Tocantins. Estes
26
empreendimentos demandam licenciamento ambiental que exige programas de
monitoramento. Atualmente o rio Tocantins possui três usinas hidroelétricas em
funcionamento, UHE Serra da Mesa (GO), UHE Lajeado (TO) e UHE Tucuruí (PA); e
uma em construção UHE Peixe Angical (TO), mas existe um planejamento da
ANEEL para a implantação de mais usinas em cascata no rio Tocantins, entre elas
UHE Cana Brava, UHE São Salvador, UHE Ipueiras, UHE Tupiratins, UHE Estreito e
UHE Serra Quebrada; que além da produção de energia elétrica, viabilizará a
implantação da Hidrovia Araguaia Tocantins. Para o médio Tocantins estão
previstas a implantação de cinco usinas hidrelétricas, Lajeado, Serra Quebrada,
Estreito, Tupiratins e Ipueiras (REIS-PEREIRA, 2002b). Com a implementação
desse conjunto de empreendimentos hidroelétricos o Rio Tocantins terá cerca de
77% de sua extensão transformada em ambientes lênticos, formando um sistema
em cascata com a necessidade de gerenciamento integrado dos mesmos como
base fundamental para a conservação do recurso água.
A UHE Serra da Mesa está situada a montante da UHE Lajeado, com sua
formação iniciada em 1996 prolongando-se até abril de 1998, é o maior reservatório
do Brasil em volume de água e o quinto maior em área alagada. DE FILLIPO et al.
(1999) descreve que a dominância das Bacillariophyta foi substituída por
Chlorophyceae e outros grupos que formaram densas populações no período de
enchimento e pós-enchimento do reservatório. Com vistas a analisar o balanço de
carbono no meio pelágico, a dinâmica sazonal horizontal e vertical do fitoplâncton foi
analisada no reservatório Serra da Mesa por TRINDADE et al. (2005), em três
diferentes períodos climáticos (início das chuvas, final das chuvas e no período
seco), apresentando nove classes, entre elas Chlorophyceae, Bacillariophyceae e
Zygnemaphyceae.
Para a caracterização limnológica dos sistemas aquáticos da área de
influência do aproveitamento hidroelétrico AHE Ipueiras, a jusante da UHE Peixe
Angical, REIS-PEREIRA (2002b) observou cento e dois táxons distribuídos nas
classes Chlorophyceae, Zygnemaphyceae, Oedogoniophyceae, Cyanophyceae,
Bacillariophyceae e Fitoflagelados.
A composição e densidade fitoplanctônica do Reservatório da UHE Lajeado
foi monitorada pela INVESTCO S/A, empresa concessionária, no Plano Básico
Ambiental 09 Limnologia (PBA09). De acordo com o IIEGA (2004), durante o
27
período de 1998 e 1999 foram realizadas 6 amostragens (fevereiro, março, abril,
julho, agosto e dezembro) em quatro pontos no rio Tocantins. Os pontos amostrados
foram Brejinho de Nazaré, Porto Nacional, Palmas, e em Lajeado à jusante das
obras da barragem. No ano de 2000 e 2001, as coletas foram bimestrais, ampliando
os pontos de amostragem para 14, sendo 8 nos principais afluentes e 2 na calha do
rio. No período de 1998 a 2001, a comunidade fitoplanctônica não foi analisada, mas
a analisou-se clorofila-a e feofitina, parâmetros que podem inferir sobre o standing
stock do fitoplâncton. Analisaram-se também parâmetros físicos e químicos
juntamente com a presença de coliformes fecais (termotolerantes). Em 2002, com a
formação do reservatório, as coletas passaram a ser mensal a partir de março na
desembocadura dos principais tributários e áreas de inundação. O IIEGA (2004), no
relatório técnico final do PBA 09, sugere um monitoramento fitoplanctônico
permanente, pois houve um aumento considerável na proliferação de cianobactérias
em relação aos outros grupos no ano de 2003.
REIS PEREIRA (2002a) relacionou a composição da ficoflórula do
reservatório da UHE Lajeado durante a fase rio (maio de 2000 a agosto de 2001),
mensalmente em 14 pontos e durante o período de enchimento (setembro a
dezembro de 2001). A densidade da comunidade somente foi avaliada em novembro
e dezembro de 2001, no período de enchimento. Em setembro a dezembro de 2001,
o reservatório apresentou um total de 201 táxons distribuídos entre Chlorophyceae,
Cyanophyceae, Baccilariophyceae, Dinophyceae, Euglenophyceae, Chrysophyceae
e Xantophyceae. A maior parte dos táxons descritos pertencem às classes
Chlorophyceae e Cyanophyceae.
28
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 ÁREA DE ESTUDO
3.1.1 Caracterização da Área de Estudo
A bacia do rio Tocantins, formada pelo sistema hidrográfico dos rios
Araguaia e Tocantins e seus afluentes, localiza-se quase que integralmente entre os
paralelos 2º e 18º e os meridianos de longitude 46º e 56º. Estes dois eixos fluviais se
unem no extremo setentrional da bacia, formando o Baixo Tocantins. O rio Tocantins
forma-se a partir dos rios das Almas e Maranhão, cujas cabeceiras localizam-se na
Serra dos Pirineus, no Planalto de Goiás, a mais de 1.000 m de altitude, e corre em
direção sul-norte, a desembocar no rio Pará, braço oriental da embocadura do rio
Amazonas, percorrendo aproximadamente 2.500 km até sua desembocadura na
Bacia de Marajó. Cerca de 1.100 km correspondem ao Alto Tocantins e 370 km ao
Médio Tocantins, área de influência da UHE Lajeado (ANEEL, 2005).
Na área da bacia predominam os latossolos vermelho-amarelo e vermelho
escuro, com texturas variáveis de dia a argilosa, associados a solos
concrecionários, areias quartzosas, solos podzólicos vermelho-amarelo, dentre
outros. O cerrado é a vegetação predominante na bacia do Médio Tocantins (IEEGA,
2004). O clima tropical úmido se caracteriza por períodos chuvosos, de outubro a
março (que concentram 85% da pluviosidade anual) e secos, de abril a setembro. As
temperaturas médias da região variam de 24 ºC a 35,4 ºC (SEAGRO, 2005).
A Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães - UHE Lajeado iniciou seu
enchimento em setembro de 2001, com encerramento em fevereiro de 2002.
Miracema do Tocantins, Lajeado, Palmas, Porto Nacional, Brejinho de Nazaré e
Ipueiras, são municípios do entorno, com aproximadamente 220.147 habitantes. O
reservatório abrange 630 km
2
, extensão de 172 km e tempo de residência da água
de 24 dias (REIS PEREIRA, 2002a). Tem como principais tributários os ribeirões
Lajeadinho Santa Luzia, Água Fria, Taquaruçu, São João (Palmas), Mangues, Água
Suja, São João (Porto Nacional), e rios do Carmo, Areias e Crixás.
29
3.1.2 Localização e Caracterização dos Pontos Amostrais
Ao longo do eixo longitudinal, se observam três zonas distintas, a zona
fluvial, a zona de transição e a zona lacustre. As amostras foram realizadas nos
pontos limnéticos, fisicamente divididos em aproximadamente 50 km e
denominados, LIM1 (22L 0777296, UTM 8755368); LIM2 (22L 0784353, UTM
8800591); LIM3 (22L 0787530, UTM 887738) e LIM4 (22L 0788043, UTM 8917856),
(fig. 1).
O rio Tocantins e seus tributários funcionam como elemento de
heterogeneidade espacial para o reservatório da UHE Lajeado, permitindo a
formação de compartimentos específicos. O reservatório em fase
predominantemente rio, de acordo com REIS-PEREIRA, (2002a), vai da
extremidade do reservatório a montante em Ipueiras/Brejinho de Nazaré até Porto
Nacional, caracterizada pela manutenção do comportamento lótico, fluxo
relativamente alto e elevada concentração de material em suspensão. O ponto
amostral LIM1 se localiza nessa área de influência, com margens de solo arenoso e
vegetação natural preservada.
LIM2 se encontra próximo ao município de Porto Nacional, a segunda maior
cidade do entorno, com influência direta de três contribuintes (Rio Crixás, Rio Areias,
Córrego Manduca). De acordo com REIS-PEREIRA (2002a), nessa área, o
reservatório apresenta fase predominantemente represa, de Porto Nacional até
Palmas, onde a bacia se alarga e a profundidade média é de 12 a 25 m com linha de
praia extensa e maior disponibilidade de luz. Nas margens, o cerrado permanece e o
solo é argiloso.
A área que vai de Palmas ao barramento caracteriza a fase
predominantemente represa com a bacia estreita, profunda (de 12 a 40 metros),
estabilidade temporária e elevada transparência. O ponto LIM3 está localizado nesta
área de influência, próximo a Palmas, onde se concentra a maior população do
entorno e com abrangência de quatro tributários antropizados (Córrego São João,
Rio Taquaruçú, Brejo Comprido e Água Fria).
30
LIM4 se localiza a montante da barragem com margens cobertas de cerrado
e solo arenoso, concentrando todas as características do reservatório.
FIGURA 1 – MAPA DOS PONTOS DE COLETA NO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO
31
3.2 MÉTODOS
3.2.1 Coleta
O estudo qualitativo e quantitativo foi realizado através de coletas bimestrais
observando a dinâmica sazonal (seca-chuva) de junho de 2004 a abril de 2005.
Para a análise qualitativa as coletas foram realizadas com rede de plâncton
com abertura de 20 µm e posteriormente preservadas em solução Transeau
(BICUDO; MENEZES, 2005) na proporção de 1:1 e acondicionadas em frascos de
250 ml.
Para quantificar a densidade (fitoplâncton total) realizou-se a coleta de um
litro de água bruta na subsuperfície com posterior fixação em lugol acético.
Algumas variáveis limnológicas possuem medida direta, como
condutividade, profundidade, temperatura da água, transparência e turbidez, que
foram avaliadas in loco. Dois litros de água bruta foram coletados para as análises
de nutrientes e clorofila-a e oxigênio dissolvido.
Todas as amostras foram acondicionadas em caixas térmicas com gelo, até
seu processamento no laboratório.
3.2.2 Determinação Qualitativa da Comunidade Fitoplanctônica
Na análise qualitativa foram abordados os aspectos taxonômicos e da
estrutura populacional. A determinação qualitativa realizou-se sob microscópico
ótico, binocular Olympus, MX41, equipado com Câmera Digital colorida e ocular
micrometrada observando-se os organismos em vista frontal, apical e lateral, com
vista à identificação, mensuração e captura de imagens.
A comunidade científica ainda não conseguiu incluir todos os gêneros de
algas conhecidos no sistema (VAN-DEN-HOEK; MANN; JANHS, 1995), e
provavelmente só concluirá daqui a 10 ou 15 anos. Por isso, utilizou-se o sistema de
ROUND (1965), aprimorado para Chlorophytas (ROUND,1971), mesmo que
suplantado pelo sistema de VAN-DEN-HOEK, MANN e JANHS (1995), pois, se
32
fosse utilizado este último, alguns gêneros ficariam sem classificação, o que não
acontece com o já estabelecido sistema de Round (BICUDO; MENEZES, 2005).
Todas as características (morfológicas e morfométricas da vida vegetativa e
reprodutiva) de valor taxonômico das espécies foram analisadas de acordo com
bibliografias especializadas. Para a identificação de Chlorophyceae utilizou-se
KOMÁREK (1983), NOGUEIRA (1991, 1996, 1995, 1999), MARTINS DA SILVA
(1994), SANT’ANNA (1984), HINDÁK (1984, 1997), FERREIRA e MENEZES (2000),
COMAS (1996) e PRESCOTT (1973). Para Zygnemaphyceae utilizou-se SILVA (2000),
LENZENWEGER (1996, 1997, 1999, 2003), LOPES e BICUDO (2003), SOPHIA, DIAS
e HUSZAR (1991), PRESCOTT, BICUDO e VINYARD (1982), PRESCOTT et al.
(1989), SOPHIA e SILVA (1989). Para Chlamydophyceae, Dinophyceae e outros
fitoflagelados utilizou-se MENEZES (1989, 1994). As espécies da classe
Cyanophyceae foram identificadas através de KOMÁREK e ANAGNOSTIDIS (1999),
WERNER e ROSA (1992), BRANCO e SENNA (1991) e SENNA (1992a, 1992b).
HUSZAR (1996), BOVO-SCOMPARIN et al. (2005) foram utilizados para a
identificação Xanthophyceae. Para a classe Euglenophyceae as citações mais
utilizadas foram MENEZES, NASCIMENTO e FONSECA (1995), ALVES DA SILVA
e BRIDI (2004), MENEZES et al. (2002).
Esta pesquisa possui enfoque ecológico, para tanto, se registrou a
composição das espécies, contendo descrições, imagens microscópicas e desenhos
de publicações indexadas de todos os táxons, incluindo informações sobre a
morfologia, e o intervalo de variação das dimensões das espécies encontradas. As
imagens foram fotografadas em aumento de 400x correspondendo à escala de 10
µm para 25,3 cm.
3.2.3 Determinação Quantitativa da Comunidade Fitoplanctônica
A análise quantitativa foi realizada de acordo com o método descrito por
UTHERMÖHL (1958), que se baseia na distribuição aleatória dos indivíduos no
fundo da mara de sedimentação. O volume sedimentado foi de 10 ml, em função
da concentração da amostra. A contagem foi realizada em microscópio invertido,
cujos campos de contagem foram distribuídos em transectos verticais paralelos,
cobrindo praticamente toda a área da câmara, sorteados aleatoriamente. O tempo
33
de sedimentação foi no mínimo de três horas para cada centímetro de altura da
câmara (MARGALEF, 1983). Na contagem do fitoplâncton, consideraram-se como
um indivíduo organismos unicelulares, filamentos, tricomas, colônias e cenóbios. O
número de campos contados foi o necessário para alcançar 100 indivíduos da
espécie mais freqüente, ou estabilizar o número de espécies adicionadas por campo
(área mínima de compensação), LUND, KIPLING e LECREN (1958), consideram o
erro de contagem inferior a 20%, a um nível de significância de 95%. Os resultados
da contagem foram expressos em indivíduos por ml, calculada de acordo com
NOGUEIRA (1999).
Este método é um dos mais recomendados para quantificação do
fitoplâncton total, ainda que se torne problemático para águas com baixas
densidades fitoplanctônicas e, ao mesmo tempo, com detritos orgânicos e
inorgânicos em abundância, como é o caso de grande parte das águas interiores
brasileiras (HUSZAR; GIANI, 2004).
3.2.4 Determinação das Variáveis Limnológicas
As variáveis limnológicas (parâmetros físicos e químicos da água)
temperatura, transparência, oxigênio dissolvido, turbidez, condutividade,
profundidade, concentração de nutrientes (nitrogênio e fósforo), clorofila-a e pH
foram analisados de acordo com APHA (1998).
TABELA 1 - MÉTODOS UTILIZADOS PARA A ANÁLISE DOS PARÂMETROS SICOS E
QUÍMICOS
Parâmetros físicos
Condutividade (µS) Medida direta / condutivímetro
Profundidade (m) Ecobatímetro
Temperatura da água (ºC) Medida direta / termômetro
Transparência (m) Disco de Secchi
Turbidez (NTU) Turbidímetro
Oxigênio Dissolvido(mg/l) Winckler, modificado pela azida sódica,
Parâmetros químicos
PH Método eletrométrico,
Nitrogênio Total (mg/l) Método de destilação Kjedahl
Fósforo Total (mg/l) Espectrofotometria
Clorofila-a (µg/l)
Espectrofotometria
FONTE: APHA, 1998
34
3.2.5 Determinação dos Índices de Diversidade
As medidas de riqueza específica, índice de eqüitabilidade e diversidade de
Shannon-Wiener, abundância relativa e dominância foram utilizados para detectar
possíveis variações na composição e na estrutura da comunidade fitoplanctônica.
A riqueza específica correspondeu ao número total de xons presentes em
cada amostra (NOGUEIRA, 1999).
A diversidade específica foi calculada pelo Índice de Diversidade de
Shannon-Wiener (H’) é uma função da densidade de espécies em uma
comunidade e da uniformidade dos indivíduos entre as espécies (SHANNON;
WEAVER, 1963).
H’ = p
i
x log
2
x p
i
p
i
= Ni/N
onde: Ni = densidade da espécie
N = densidade total da amostra
A equitatividade para os dados de densidade foi calculada a partir de
PIELOU (1979) e expressa em percentual.
E = H / H
max
onde: H = diversidade da amostra
H = diversidade da amostra calculada como Log
2
S
onde S= número de espécies da amostra.
Espécie dominante de acordo com LOBO e LEIGHTON (1986), é aquela que
apresenta densidades superiores a 50% da densidade total da amostra, e espécie
abundante é aquela que cuja densidade foi superior a densidade média de cada
amostra.
A Abundância Relativa é calculada de forma a demonstrar percentualmente
o quanto cada táxon é presente dentro da amostra (ODUM, 1983).
Para o tratamento e análise dos dados utilizou-se a Análise de
Agrupamento, onde os dendrogramas representativos das análises de agrupamento
foram realizados com os dados do número de indivíduos das espécies presentes em
35
cada coleta nos seis períodos. Foi utilizado o coeficiente de dissimilaridade de Bray-
Curtis e os grupos foram fusionados pela média simples - UPGMA (ROMESBURG,
1984).
Conjuntamente com a Análise de Agrupamento realizou-se a Análise de
Ordenação onde a técnica exploratória de ordenação utilizada é conhecida como
escalonamento não métrico unidirecional (non-Metric Dimensional Scaling - MDS).
No MDS, existe um grau de distorção ou estresse entre os postos de similaridade e
os correspondentes postos de distância no diagrama de ordenação. Por convenção,
valores do estresse menores que 0,2 indicam uma boa representação do diagrama
em duas dimensões (CLARK; WARWICK, 1994).
A complementação das análises de agrupamento e ordenação incluiu o
cálculo das porcentagens de similaridade inter-grupos e entre-grupos formados nas
respectivas análises através do programa SIMPER. O método consiste na
identificação das classes que mais contribuíram para a formação de cada grupo e na
medição da contribuição média à similaridade ou dissimilaridade de cada grupo.
Uma classe com alta contribuição dentro de um grupo de amostras, e baixa nos
demais pode ser considerada como uma boa discriminadora do ambiente estudado.
As análises foram feitas pelo programa estatístico PRIMER v.5 (Plymouth Routines
in Multi Ecological Research).
36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA
4.1.1 Composição de Espécies
A composição das comunidades fitoplanctônicas é muito variada nos
ambientes e tem como característica refletir toda e qualquer alteração ambiental
sofrida. Segundo REYNOLDS (1987), a composição é influenciada por inúmeros
fatores bióticos e abióticos como por exemplo a mistura da coluna d’água, luz,
temperatura, macro e micronutrientes, substâncias tóxicas e microorganismos
parasitas e herbívoros.
As amostras temporais e espaciais no reservatório da UHE Lajeado
apresentaram a comunidade fitoplanctônica composta de 151 espécies distribuídos
nas classes Bacillariophyceae, Chlamydophyceae, Chlorophyceae,
Coscinodiscophyceae, Cryptophyceae, Chrysophyceae, Cyanophyceae,
Dinophyceae, Euglenophyceae, Fragillariophyceae, Oedogonophyceae
Xantophyceae e Zygnemaphyceae. Dentre os táxons encontrados 19 foram
identificados a níveis de gênero; 132 a níveis específicos, dentre os quais 122
espécies e 10 variedades.
TABELA 2 - TOTAL DE GÊNEROS REGISTRADOS NO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO
DISTRIBUÍDOS EM SUAS RESPECTIVAS CLASSES
Classes Número de Espécies
Bacillariophyceae
Chlorophyceae
Chrysophyceae
Clamydophyceae
Coscinodiscophyceae
Cryptophyceae
Cyanophyceae
Dinophyceae
Euglenophyceae
Fragillariophyceae
Oedogoniophyceae
Xantophyceae
Zygnemaphyceae
11
49
2
4
6
1
15
3
20
4
2
3
31
Total 151
37
Das classes presentes no reservatório, Chlorophyceae foi representada pelo
maior número de espécies (49), seguida de Zygnemaphyceae (31). Euglenophyceae
foi representativa com 20 espécies e Cyanophyceae apresentou 15 espécies.
Bacillariophyta dividida nas classes Coscinodiscophyceae, Bacillariopyceae e
Fragillariophyceae contribuiu com 21 espécies. Chrysophyceae, Clamydophyceae,
Cryptophyceae, Dinophyceae, Oedogoniophyceae e Xantophyceae apresentaram
poucas espécies, variando de 1 a 4.
Os gêneros com maior número de xons encontrados foram Staurastrum
(14), Scenedesmus (8), Trachelomonas (7), Coelastrum (6) e Chroococcus (6).
A freqüência de ocorrência das espécies de cada classe, estão na tabela 3
que representa a ocorrência da espécie em 0 (nenhum ponto amostral) a 4 (todos os
pontos amostrais em cada período).
TABELA 3 - ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES EM SEIS COLETAS
ENTRE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
continua
CLASSES/PERÍODOS Jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/05 Abr/05
Bacillariophyceae
Cymbella sp 0 3 1 2 2 1
Encyonema sp 1 1 2 0 0 0
Eunotia sp 1 2 1 0 2 1
Frustulia sp 0 0 1 1 1 1
Gyrosigma sp 1 2 1 3 2 3
Gomphonema sp 0 1 2 0 0 1
Navicula sp 1 2 4 3 2 1
Pinnularia sp 2 4 2 0 3 1
Placoneis sp 1 2 2 0 2 1
Surirella cf. didyma 4 2 3 2 4 3
Tryblonella sp 1 0 0 1 0 0
Chlorophyceae
Actinastrum hanztchii 0 0 0 0 0 4
Ankistrodesmus bernardii 0 0 1 1 0 1
A. densus 2 2 3 2 2 2
A. falcatus var tumidus 1 0 0 0 0 0
A. fusiformis 0 1 0 2 0 1
A. spiralis 1 0 2 2 1 1
Botryococcus braunii 2 1 2 1 1 0
Chlorella vulgaris 4 3 4 3 4 4
Coelastrum cambricum 0 1 0 1 0 1
38
C. indicum 0 0 0 1 1 1
TABELA 3 - ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES EM SEIS COLETAS
ENTRE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
continuação
CLASSES/PERÍODOS Jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/05 Abr/05
Coelastrum microporum 1 1 4 1 3 3
C. proboscideum 0 0 1 1 1 0
C. pseudomicroporum 0 2 1 0 1 2
C. reticulatum 3 4 3 4 3 2
Dictyosphaerium ehrembergianum 1 0 0 1 1 2
D. pulchellum 0 0 1 0 1 3
D. tetrachotomum 0 0 0 0 0 1
Elakatotrix biplex 0 1 0 0 0 0
E. genevensis 0 2 2 1 0 1
Eutetramorus fotii 0 1 1 0 0 3
E. planctonicus 1 1 1 0 1 1
Golenkinia radiata 0 1 2 0 1 3
Kirchneriella dianae 1 2 1 1 1 2
K. obesa 0 0 1 1 0 1
Micratinium borhemiense 0 1 0 0 0 1
M. pussilum 0 1 0 0 1 2
Monoraphidium arcuatum 2 4 3 3 2 4
M. dybowskii 2 2 1 0 1 1
M. irregulare 0 1 0 0 0 0
M. tortile 1 0 1 0 0 0
Neproclamys willeana 0 0 1 0 0 0
Neprocytium aghardianum 0 0 1 0 1 0
Oocystis lacustris 2 3 4 4 1 2
Pediastrum duplex 1 3 3 3 2 3
P. simplex 4 4 3 4 4 4
Phytelios viridis 0 0 1 0 0 0
Radiococcus planctonicus 4 4 4 4 4 4
Scenedesmus acuminatus 0 1 0 2 0 2
S. bicaudatus 1 1 1 0 0 2
S. ellipticus 1 4 1 2 0 1
S. javanensis 1 0 2 2 0 3
S. opoliensis 2 1 1 0 2 1
Scenedesmus quadricauda 3 1 4 3 1 3
S. quadricauda var. maximus 0 0 0 0 0 3
Selenastrum bibraianum 0 0 0 0 3 1
Sphaeorocystis schoereteri 0 1 3 0 1 2
Tetraedron trigonun 0 0 0 0 0 1
Tetrallantos lagerheim 0 0 1 0 0 0
Westella botryoides 2 1 1 1 2 3
39
TABELA 3 - ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES EM SEIS COLETAS
ENTRE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
continuação
CLASSES/PERÍODOS Jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/05 Abr/05
Crysophyceae
Dinobryum divergens 1 3 0 1 0 2
D. sertularia 0 1 0 0 0 1
Clamydophyceae
Eudorina elegans 3 2 3 2 3 2
E. unicocca 1 1 2 1 0 2
Pandorina morum 0 1 0 1 1 4
Volvox cf. aureus 0 0 0 0 3 1
Coscinodiscophyceae
Aulacoseira granulata 4 4 3 4 4 4
A. granulata var angustissima 1 1 0 2 2 1
Aulacoseira italica 3 3 3 4 4 4
Cyclotella meneghiniana 4 4 4 4 4 4
C.stelligera 4 4 3 3 0 4
C. pseudostelligera 0 1 0 1 0 0
Cryptophyceae
Cryptomonas cf. pirenoidifera 2 0 2 2 2 1
Cyanophyceae
Chroococcus dispersus 2 3 2 1 0 1
C. limneticus 0 0 0 0 1 0
C.minor 1 1 1 2 1 1
C.minimus 0 4 3 0 1 0
C. minutus 3 2 4 2 1 2
C. turgidus 0 1 1 2 1 0
Cylindrospermopsis raciborskii 4 4 4 3 4 4
Leptolyngbya fragilis 1 0 3 1 1 2
Lyngbya martesiana 0 0 0 0 2 0
L. perelegans 0 0 0 0 1 0
Microcystis aeruginosa 0 3 3 2 3 3
Oscillatoria limnetica 2 3 4 3 4 4
O. limosa 2 2 4 4 3 4
O. rubescens 0 1 0 3 1 4
Phormidium cf.tortuosum 0 1 0 0 1 2
Dinophyceae
Gloechidinium sp 0 0 1 1 1 0
Peridinium gatunense 3 4 1 1 2 0
Peridinium sp 0 3 1 0 0 0
Euglenophyceae
Euglena acus 1 2 0 0 0 1
E. caudata 0 0 0 0 0 1
40
TABELA 3 - ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES EM SEIS COLETAS
ENTRE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
continuação
CLASSES/PERÍODOS Jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/05 Abr/05
Euglena oxyuris 2 1 0 0 2 2
E. spirogyra 0 0 0 0 1 0
Euglena sp 0 0 0 0 0 1
Lepocinclis salina 0 0 0 0 1 1
L. ovum 2 2 0 0 0 1
Phacus longicauda 1 1 0 0 2 3
P. pleuronectes 0 0 0 0 1 0
Strombomonas chodatii 0 0 0 0 1 0
S. fluviatilis 0 0 0 0 1 1
S. urceolata 0 0 0 0 0 3
S. verrucosa 1 0 2 0 4 0
Trachelomonas armata 1 0 0 0 0 0
T. armata var armata 0 0 0 0 0 1
T. híspida 0 2 3 2 3 1
T. hispida var duplex 0 0 1 0 1 1
T. volvocina 2 1 0 2 0 0
T. volvocinopsis 0 1 0 0 0 0
T.zingeri 0 0 0 0 0 1
Fragillariophyceae
Fragillaria cf. tenera 0 1 1 1 1 1
Fragillaria sp 1 0 1 1 0 1
Synedra sp 1 0 1 0 1 4
Ulnaria ulna 1 2 4 0 3 4
Oedogoniophyceae
Oedogonium sp1 1 1 0 0 1 0
Oegonium sp2 0 1 0 0 0 0
Xantophyceae
Centritractus belenophorus 0 2 1 3 2 2
Isthmocloron gracile 2 2 0 0 2 4
Tetraplekton torsun 1 1 2 0 1 2
Zygnemaphyceae
Closterium gracile 0 0 0 0 1
C. juncidum var elongatum 0 0 0 0 0 1
C. moniliferum 0 0 0 1 1 0
C. setaceum 0 0 0 0 0 1
C. candianum var candianum 0 0 0 0 0 1
C. contractum 0 1 3 3 1 3
C. margaritatum 0 0 0 0 0 1
C. subespeciosum 0 0 0 0 0 1
Euastrum denticulatum 0 1 2 0 0 0
Hyaloteca dissiliens 0 0 0 0 1 1
41
TABELA 3 - ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES EM SEIS COLETAS
ENTRE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
conclusão
CLASSES/PERÍODOS Jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/05 Abr/05
Mougeotia cf delicata 0 1 0 0 0 0
Spirogyra sp1 0 1 0 0 1 0
Spirogyra sp2 0 1 0 0 1 0
Staurastrum excavatum 3 3 4 2 1 4
S. forficulatum 0 2 1 1 1 3
S. laeve 0 1 1 1 0 1
S. leptocladum var leptocladum 3 1 4 1 2 2
S. leptocladum var cornutum 1 1 3 1 2 2
S. leptocadum v. cornutum f. africanum 0 0 0 0 1 2
S. margaritaceum 1 1 0 2 1 4
S. cf polytrichum 0 0 0 0 1 0
S. quadrangulare 0 0 0 0 0 2
S. rotula 0 1 0 0 1 1
S. tetracerum 0 3 0 0 0 1
S. trifidum 0 0 0 0 1 1
S. volans 1 1 1 0 0 1
Staurodesmus convergens 0 1 0 0 0 1
S. crassus 0 0 2 1 0 2
S. cuspidatus 0 0 0 0 1 3
S. lobatus 0 0 0 0 0 1
S. triangularis 0 1 0 0 0 1
NOTAS: 0 = ausência em todos os pontos amostrais; 1 = presença em 1 ponto amostral; 2 =
presença em 2 pontos amostrais; 3 = presença em 3 pontos amostrais; 4 = presença em
todos os pontos amostrais.
As diatomáceas são constituintes das classes Bacillariophyceae
Coscinodiscophyceae e Fragillariophyceae. No período deste estudo,
Coscinodiscophyceae (centrales) foi representada principalmente por Aulacoseira
granulata, A. granulata var. angustíssima, A. italica, Cyclotella meneghiniana e C.
stelligera que foram freqüentes na maioria dos pontos amostrais. ESTEVES (1988)
cita as diatomáceas penales como formas mais freqüentes de ambientes fluviais,
enquanto que as centrales são mais freqüentes em ambientes lacustres
(Aulacoseira e Cyclotella).
Estas espécies participavam da comunidade fitoplanctônica do
reservatório no período de dezembro de 2002 a abril de 2003. De acordo com o
IIEGA (2004), a partir de coletas bimestrais, o reservatório da UHE Lajeado
42
apresentou comportamento similar ao da fase rio e enchimento, onde as penales
foram as principais representantes da classe Bacillariophyceae. Com a formação do
reservatório observou-se a representatividade das centrales com três espécies de
Aulacoseira (A. italica, A. granulata e A. pseudogranulata ) e Cyclotella sp1.
REIS-PEREIRA (2002b) na caracterização limnológica da AHE Ipueiras,
destaca que Chlorophyceae e Zygnemaphyceae apresentaram-se sempre com
elevada contribuição, variando entre 34 a 74%, enquanto os demais grupos
indicaram uma porcentagem de ocorrência variada entre as oito estações de coleta.
A divisão Chlorophyta representou o maior número de táxons no reservatório.
Chlorophyceae apresentou o gênero Radiococcus planctonicus em todos os pontos
durante o período de estudo. Chlorella vulgaris, Coelastrum reticulatum,
Monoraphidium arcutum, Oocystis lacustris e Pediastrum simplex foram espécies
freqüentes. Staurastrum excavatum e S. leptocladum foram as Zygnemaphyceae
mais representativas.
SOARES et al. (2005), descrevem Staurastrum como o gênero melhor
representado seguido de Coelastrum, Cosmarium e Staurodesmus nos lagos
urbanos de Manaus, Irariquara e Japiim. MELO e HUSZAR (2000), também
confirmam que nos estudos conhecidos para a Amazônia, as desmídias têm
freqüentemente, apresentado o maior número de táxons em relação aos demais
grupos. MELO (2005) registrou a ocorrência de 136 espécies de desmídias para o
Parque Nacional do Jaú, (Amazonas), incluídos em 17 gêneros. Staurastrum,
Closterium e Cosmarium, foram os gêneros com maior diversidade taxonômica. No
reservatório da UHE Lajeado, Cosmarium e Closterium, apresentaram 4 espécies
cada.
Oedogoniophyceae foi pouco freqüente, apresentando somente 2 espécies
do gênero Oedogonium. DIAS e SOPHIA (1996) descreveram 4 espécies de
Oedogoniaceae para Paritins, (Amazonas), encontrando as espécies férteis. Nas
amostras coletadas as espécies de Oedogonium apresentaram-se estéreis, o que
impossibilita a classificação infragenérica.
Assim como Oedogoniophyceae, a classe Cryptophyceae foi pouco
representativa, apresentando Cryptomonas pirenoidifera apenas pontualmente,
desenvolvendo-se também no período de chuvas como em descrito por OLIVEIRA e
CALHEIROS (2000), para o sul do Pantanal.
43
No reservatório da UHE Luis Eduardo Magalhães no período de junho de
2004 a abril de 2005 foram observados 5 gêneros de Euglenophyceae: Euglena
Ehrenberg, Lepocinclis Perty, Phacus Dujardin, Strombomonas Deflandre e
Trachelomonas Ehrenberg, distribuídos em 20 espécies que se apresentaram mais
freqüentes em fevereiro e abril de 2005. Trachelomonas representou o gênero mais
diverso com 7 espécies e esteve presente em todos períodos avaliados. As espécies
Euglena acus, E. caudata, E. spirogyra, e E. oxyuris encontradas no reservatório da
UHE Lajeado, tambémo citadas para o Parque Estadual Delta do Jacuí, (ALVES-
DA-SILVA; BRIDI, 2004), onde foram apresentados 23 táxons específicos e infra-
específicos do gênero Euglena. No Acre, KEPPLER, LOPES e LIMA (1999),
descrevem Euglena como o gênero qualitativo mais representativo dentre as
euglenáceas, encontrando 8 espécies, 2 das quais (E. acus e E. oxyuris), também
encontradas no reservatório da UHE Lajeado.
Euglenophyceae alimentam-se fagotroficamente, possuindo a habilidade de
degradar a matéria orgânica, absorver diretamente a amônia e contribuir na
assimilação do carbono orgânico. Estas funcionam como indicadoras da qualidade
da água em processos de eutrofização, e na autodepuração de sistemas aquáticos.
As espécies encontradas no reservatório da UHE Lajeado,ficaram praticamente
restritas ao período chuvoso (fevereiro e abril de 2005), pois o conseqüente aumento
da turbidez e a baixa transparência, podem ter favorecido o desenvolvimento deste
grupo na área limnética do reservatório. MATSUZAKI, MUCCI e ROCHA (2004), em
um estudo sobre a comunidade fitoplanctônica em um pesqueiro em São Paulo
observaram que Euglenophyceae foi favorecida em ambientes de baixa
transparência por possuírem flagelos e, dessa forma, se locomoverem para locais
com maior intensidade luminosa na coluna d’água.
Xanthophyceae foi representada por duas famílias (Centritactaceae e
Pleurochloridaceae), mais freqüentes no reservatório da UHE Lajeado, em abril de
2005, e distribuídas em três espécies: Centritractus belenophorus, Isthmocloron
gracile e Tetraplekton torsun, que também ocorreram no alto rio Paraná, conforme
citado por BOVO-SCOMPARIN et al. (2005). registros de Isthmocloron gracile
para o Amazonas, por UHERKOVICH (1981), de Tetraplekton torsun para o
Amazonas por UHERKOVICH e SCHMIDIT (1974), e Goiás por NOGUEIRA e
44
RODRIGUES (1999) Centritractus belenophorus foi registrado para o Amazonas
(UHERKOVICH; SCHMIDIT, 1974), e para o Pará (HUSZAR, 1996).
Cylidrospermopsis raciborskii e Microcystis aeruginosa foram as
cianobactérias mais freqüentes no período estudado no reservatório da UHE
Lajeado, M. aeruginosa somente não ocorreu em junho de 2004. DE FILLIPO et al.
(1999), descrevem a presença de M. aeruginosa na área central do reservatório
Serra da Mesa, assim como REIS-PEREIRA (2002b) na caracterização limnológica
da AHE Ipueiras, relata que embora Chlorophyta e Bacillariophyta fossem
predominantes, C. raciborskii ocorreu no período de novembro de 2001 a junho de
2002, próximo à cidade de Peixe e a montante da foz do Rio Santo Antônio.
BRANCO e SENNA (1991), relatam que C. raciborskii é considerada por muitos
autores como constituindo 100% da biomassa total e tem caracterizado a
comunidade fitoplanctônica como “monocultura” no Lago Paranoá, Distrito Federal.
Eudorina elegans foi a espécie mais freqüente de Clamydophyceae, no
reservatório a UHE Lajeado, assim como Peridinium gatunense foi mais
representativo para Dinophyceae, somente não ocorrendo em abril de 2005.
4.1.2 Inventário Taxonômico
Neste item são referidos e ilustrados os táxons encontrados, registrando a
composição da comunidade fitoplanctônica do reservatório da UHE Lajeado. o
apresentadas descrições sucintas das espécies e, o intervalo de variação em suas
dimensões. As imagens fotografadas correspondem ao material encontrado no
reservatório enquanto que os desenhos taxonômicos pertencem a autores
conhecidos citados como fonte.
45
Bacillariophyta
Bacillariophyceae
Gênero Cymbella C. Agardh 1830
Cymbella sp
Célula solitária, valvas normalmente dorsiventrais com extremidades arredondadas,
rostradas ou capitadas. Superfície
valvar plana, estrias uniseriadas
com aréolas alongadas 58,19-
80,96 µm compr. x 15,18-20,24 µm
larg.
Gênero Encyonema Kutzing 1833
Encyonema sp
Frústulas solitárias, valvas
dorsiventrais. Margem ventral
quase reta, margem dorsal
convexa e extremidades afiladas.
Célula com 25,3-37,95 µm compr.
x 7,59-10,12 µm larg.
Gênero Eunotia Ehremberg 1837
Eunotia sp
Valvas isopolares, levemente
arcuadas, dorsiventrais e
assimétricas em relação ao eixo
apical, com ápices subcapitados,
48,07-65,75 µm compr. x 3,79-6,32
µm larg.
46
Gênero Frustulia Rabenhorst 1853
Frustulia sp
Frústulas solitárias, valvas linear-lanceoladas às vezes com extremidades capitadas.
Superfície valvar plana. Sistema de
rafe reto ocupando grande parte do
comprimento valvar. Célula com
101,2-179,63 µm compr. x 12,65-
30,36 µm larg.
Gênero Gomphonema Ehremberg 1832
Gomphonema sp
Valvas lanceoladas, heteropolares,
dilatadas na metade superior,
extremidades capitadas-rostradas.
Rafe central reta, 80,96-111,32 µm
compr. x 12,65-17,71 µm larg.
Gênero Gyrosigma Hassal 1845
Gyrosigma sp
Células solitárias, valvas sigmóides
com extremidades rostradas.
Sistema de rafe central e sigmóide,
80,96-121,44 µm compr. x 10,12-
15,18 µm larg.
47
Gênero Navícula Bory 1822
Navícula sp
Células solitárias, valvas lanceoladas com extremidade abruptas, rostradas ou
capitadas. Estrias retas e radiadas
ao longo da valva. Área central
expandida geralmente circular.
Rafe central com terminações
simples expandidas em poros,
35,42-43,01 µm compr. x 10,12-
20,24 µm larg.
Gênero Pinnularia Ehremberg 1843
Pinnularia sp
Células solitárias com valvas
lineares levemente dilatadas na
região central onde se localizam
estrias mais curtas, 75,9-126,5 µm
compr. x 12,71-27,83 µm larg.
Gênero Placoneis Mereschkowsky 1903
Placoneis sp
Células solitárias, valvas lanceoladas.
Área central transversalmente
expandida, circular ou elíptica, com
estrias irregulares e curtas. Rafe
central, 43,01-78,43 µm compr. x
17,71-27,83 µm larg.
48
Gênero Surirella Turpin 1828
Surirella cf. didyma Kuetzing 1844
Células solitárias, valvas geralmente elípticas ou obovadas. Sistema de rafe ao redor
de todo o perímetro valvar. Estrias
multisseriadas contendo aréolas
pequenas e arredondadas, 63,25-
212,52 µm compr. x 25,3-68,31 µm
larg.
Gênero Tryblionella W. Smith 1853
Tryblionella sp
Células solitárias com valvas
robustas, podendo ser elípticas ou
lineares, 55,66 µm compr. x 15,18-
20,24 µm larg.
Coscinodiscophyceae
Gênero Aulacoseira Thwaites 1848
Aulacoseira granulata (Ehrenberg) Simonsen 1979.
Filamentos longos, células
cilíndricas, freqüentemente com
dentes marginais, sulco pouco
profundo de recorte angular, 2-4
espinhos de tamanhos diferentes,
17,71-25,3 µm compr. x 5,06-7,59
µm larg.
49
Aulacoseira granulata var. angustissima (O. Muller) Simonsen 1879
Filamentos longos, frústulas
cilíndricas em vista pleural
formando cadeias retas unidas por
espinhos de ligação curtos e um
único longo, 22,77 µm compr. x
2,53 µm larg.
Aulacoseira italica (Ehrenberg) Simonsen 1979
Frústulas cilíndricas unidas em
cadeias filamentosas retas, lulas
com 22,77-27,83 µm compr. x
2,53-7,59 µm larg.
Gênero Cyclotella Kützing Brebisson 1838
Cyclotella meneghiniana Kütz 1844
Células isoladas, frústulas
esféricas em vista valvar, parede
com estrias radiais e periféricas,
área centra hialina. Superfície
valvar ondulada, 12,65-20,24 µm
de diâmetro.
50
Cyclotella stelligera Cleve & Grunn 1881
Células isoladas, valvas circulares,
região marginal com costelas
radiadas, região central possui
uma estrutura distinta em forma de
estrela. Diâmetro das frústulas
10,12-17,71 µm.
Cyclotella pseudostelligera Hustedt 1939
Célula solitária, cilíndrica, com o
centro da valva com estrutura em
forma de estrela, são sempre
menor que 10 µm de diâmetro,
6,32-8,85 µm de diâmetro valvar.
Fragilariophyceae
Gênero Fragilaria Lyngbye 1819
Fragilaria cf. tenera W. S. 1856
Células muito estreitas, valvas
lineares afilando para pontas
capitadas, 207,46-326,13 µm
compr. x 2,53-5,06 µm larg.
51
Fragilaria sp
Valvas lineares, linear-lanceoladas
afilando-se para extremidades
arredondadas, 101,2-151,8 µm
compr. x 2,53-5,06 µm larg.
Gênero Ulnaria Kutzing 1844
Ulnaria ulna (Nitzch) Compére 2001
Valvas lineares à linear-
lanceoladas, sem constrição
mediana. Extremidades rostradas,
área central retangular, estrias
paralelas, 179,63-250,42 µm
compr. x 5,06-12,65 µm larg.
Gênero Synedra Ehrenberg 1830
Synedra sp
Células solitárias, com frústulas
retangulares em vista pleural.
Valvas lineares, 91,08-116,38 µm
compr. x 5,06-12,65 µm larg.
52
Chlorophyta
Chlorophyceae
Família Coccomyxaceae
Gênero Elakathrotrix Wille 1898
Elakatothrix biplex var biplex Hindak
Indivíduos coloniais. Colônias com
2-4 a 8 células fusiformes para
irregularmente fusiformes arredon-
dando-se nas pontas, 7,59-8,85 µm
compr. x 2,53-3,79 µm larg. O
envelope mucilaginoso é fracamente
visível.
FONTE: HINDÁK, 1997
Elakatothrix genevensis (Reverdin) Hindak 1962
Indivíduos coloniais. Colônia regularmente fusiforme, 40,48-50,19 µm compr. x 7,59-
10,12 µm larg. Células únicas ou em pares (formados após divisão celular) que
ficam obliquamente paralelas, em
que ambos os pólos afilam
gradualmente até a extremidade,
15,18-27,83 µm compr. x 2,53-5,06
µm larg. A matriz mucilaginosa é
ampla, homogênea e hialina.
FONTE: HINDÁK, 1997
53
Família Chlorococcaceae
Gênero Schroederia Lemmermann 1898
Schroederia judayi G. M. Smith 1916
Indivíduos unicelulares. Células
isoladas, fusiformes, retas ou
curvas, ápices atenuados, um
deles pontiagudo e o outro
bifurcado, 63,25 µm compr. x 7,59
µm larg.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Gênero Tetraëdron Kutzing 1845
Tetraëdron trigonum (Naeg.) Hansgirg 1889
Indivíduos unicelulares. Células, isoladas, achatadas, com forma triangular onde
cada ângulo se estende a um
processo curto, margens
ligeiramente ncavas, 7,59-10,12
µm compr. x 5,06-7,59 µm larg.
incluindo os espinhos.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Família Dictyosphaeriaceae
Gênero Botryococcus Kutzing 1849
Botryococcus braunii Kützing 1849
Indivíduos coloniais. Colônias globosas com numerosos grupos de 4 células unidas
por mucilagem. A bainha de
mucilagem geralmente possui
coloração escura envolvendo as
células esféricas que são
densamente agregadas, 7,59 µm
compr. x 5,06 µm larg.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
54
Gênero Dictyosphaerium Näegeli 1849
Dictyosphaerium ehrenbergianum Näegeli 1849
Indivíduos coloniais. Colônias
esféricas ovóides ou irregulares
formadas por vários grupos de
células ovóides, 7,59-10,12 µm
compr. x 5,06-7,59 µm larg.
ligadas por fios de mucilagem.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Dictyosphaerium tetrachromum Printz 1983
Indivíduos coloniais. Colônias 4
(-16) célula, células 10,12 µm
compr. x 7,59 µm larg.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Dictyosphaerium pulchellum Wood 1874
Indivíduos coloniais. Colônias
esféricas ou ovóides 2,53-5,06 µm
de diâmetro, formadas por grupos
de 4 células ligadas por fios de
mucilagem remanescente.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
55
Gênero Westella de Wildemann 1897
Westella botryoides (W. West) De Wildeman 1987
Colônias de vida livre, formadas de
4 a 8 células com arranjo
tetraédrico. As células são
esféricas com mucilagem ao seu
redor, 7,59-12,65 µm diâmetro.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Família Hidrodictyaceae
Gênero Pediastrum Meyen 1829
Pediastrum duplex Meyen 1829
Indivíduos coloniais. Cenóbio arredondado com grandes espaços entre as células.
Células externas destituídas de
processos, ocorrendo uma
concavidade mediana na margem
livre das células. Células internas
conectadas entre si por quatro
pontos, 7,59-12,65 µm alt. x 10,12-
12,65 µm larg.
FONTE: NOGUEIRA e RODRIGUES, 1999
Pediastrum simplex Meyen 1829
Indivíduos coloniais. Cenóbio arredondado ou levemente irregular com células
dispostas concentricamente. Célu-
las externas com um longo
processo na margem 12,65-27,83
µm alt. x 7,59-15,18 µm larg.
Células internas poligonais, 12,65
µm alt. x 10,12-12,65 µm larg.
FONTE: KOMÁREK, 1983
56
Família Micratinaceae
Gênero Golenkinia Chodat 1894
Golenkinia radiata Chodat 1894
Indivíduos unicelulares, solitários,
esféricos, 12,65-15,18 µm de
diâmetro, recobertos por numerosos
espinhos hialinos longos, retos
distribuídos uniformemente 12,65-
20,24 µm compr.
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
Gênero Micractinium Fresenius 1858
Micractinium pusillum Frenesius 1858
Indivíduos coloniais. Colônias
globosas com arranjo tetraédrico
das células. Células esféricas, 5,06
µm diâmetro com setas hialinas
35,42 µm compr.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Micractinium borhemiense (Conrad) Korsikov 1953
Indivíduos coloniais. Colônias
piramidais compostas de células
3,79-5,06 µm de diâmetro,
esféricas com 1 ou 2 setas longas
e hialinas.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
57
Gênero Phytelios Frenzel 1891
Phytelios viridis Frenzel 1891
Indivíduos unicelulares com células
isoladas, esféricas, 7,59-12,65 µm
diâmetro. Parede celular com setas
curtas distribuídas uniformemente
por toda a lula 2,53-5,06 µm
compr.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Família Oocystaceae
Gênero Ankistrodesmus Corda 1838
Ankistrodesmus bernardii Komarek 1983
Colônias alongadas, células 40,48-55,66
µm compr. x 2,53-5,06 µm larg.
fusiformes, sigmoidais adelgaçando-se
gradualmente para os ápices
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Ankistrodesmus densus Korsikov 1953
Colônias com muitas células
densamente agregadas, 50,6-55,66
µm compr. x 2,53 µm larg,
fusiformes, afilando-se
gradualmen-te em direção ao
ápice, torcidas uma sobre as
outras.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
58
Ankistrodesmus falcatus var tumidus (Corda) Ralfs 1848
Célula solitária ou agrupada, o
envolta em mucilagem, 70,84 µm
compr. x 5,06 µm larg. lunada e
fusiforme, margem ventral inchada
na região mediana.
FONTE: HUSZAR, 1996
Akistrodesmus fusiformis Corda 1838
Colônias com células 37,95-55,66
µm compr. x 2,53 µm larg.
fusiformes retas, estreitas,
dispostas cruciadamente afilando-
se gradualmente em direção ao
ápice.
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
Ankistrodesmus spiralis (Turner) Lemmermann 1908
Colônia alongada com células
45,54-68,31 µm compr. x 2,53 µm
larg. fusiformes entrelaçando-se
densamente na porção mediana,
torcidas uma em torno das outras e
afilando-se gradualmente em
direção ao ápice.
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
59
Gênero Chlorella Beijerinnck 1890
Chlorella vulgaris Beijerinnck 1890
Indivíduos solitários. Células
esféricas, 10,12-12,65 µm de
diâmetro; cloroplasto parietal.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Gênero Kirchneriella Schmidle 1893
Kirchneriella dianae (Bohlin) Comas 1980
Indivíduos coloniais. Colônias arredondadas com lulas 6,32-10,12 µm compr. x
5,06-7,59 µm larg. lunadas com
incisão mediana em forma de U.
Ápices afilados, voltados para a
periferia da colônia, distancia entre
ápices aproximadamente 5,06 µm.
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
Kirchneriella obesa (W.West) Schmidle 1893
Indivíduos coloniais. Colônia com 4
células distribuídas em mucilagem
inconspícua, lunadas, quase
circulares 7,59-10,12 µm de
diâmetro, com incisão mediana em
forma de U. Ápices celulares
arredondados.
60
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
Gênero Monoraphidium Komarková-Legnerova 1970
Monoraphidium arcuatum (Korsikov) Hindak 1970
Células alongadas, fusiformes,
levemente lunadas para arcuadas,
55,66-63,25 µm compr. x 2,53 µm
larg.
FONTE: HINDÁK, 1977
Monoraphidium dybowskii (Woloszynka) Hindak e Kormakóva – Legenerová 1969
Células isoladas, fusiformes-
alongadas, ápices arredondadas,
22,77 µm x 5,06 µm.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Monoraphidium irregulare (G. M. Smith) Kormakóva – Legenerová 1969
Células solitárias, fusiformes,
sigmóides, perfazendo 1-2 voltas
afilando-se para o ápice, 65,78 µm
compr. 2,53 µm larg.
FONTE: HINDÁK, 1977
61
Monoraphidium tortile (W&G. West) Kormakóva – Legenerová 1969
Células solitárias, fusiformes,
afilando-se para o ápice, 22,77 µm
compr. x 2,53 µm larg.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Gênero Neproclamys Korsikov 1953
Nephroclamys willeana (Printz) Korsikov 1953
Indivíduos coloniais ou solitários,
com lulas lunadas com pólos
arredondados, 5,06 µm de diâmetro.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Gênero Nephrocytium Korsikov 1953
Nephrocytium agardhianum Näegeli 1849
Indivíduos coloniais. Colônias
levemente ovadas, composta de 4 a
8 células ovóides envoltas em uma
bainha mucilaginosa ampla e
homogênea. Células com ápices
arredondados, 12,65 µm compr. x
5,06 µm larg.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
62
Gênero Oocystis Näegeli 1855
Oocystis lacustris Chodat 1897
Células isoladas ou em disposição
irregular em colônias com
mucilagem hialina. Células 7,59-
15,18 µm compr. x 5,06-10,12 µm
larg. elípticas, pólos levemente
pontiagudos.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Gênero Selenastrum Reinsch 1867
Selenastrum bibraianum Reinsch 1867
Indivíduo colonial 4-8 celulado,
12,65-17,71 µm compr. x 2,53 µm
larg. Células lunadas reunidas
dorsalmente por mucilagem central
pouco evidente, cruciadas.
FONTE: BITTENCOURT-OLIVEIRA, 1993
Família Palmelaceae
Gênero Sphaerocystis Chodat 1897
Sphaerocystis schoereteri Chodat 1897
Indivíduo colonial. Colônias
esféricas com células esféricas
5.06-7,59 µm de diâmetro
irregularmente distribuídas em
muci-lagem homogênea. Colônias
filhas às vezes presentes.
63
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Família Radiococcaceae
Gênero Eutetramorus Walton 1918.
Eutetramorus fotii (Hindak) Komarek 1979
Indivíduos coloniais. Colônias
arredondadas com grupos de 4-8
células esféricas 5,06-10,12 µm de
diâmetro, dispostas em 2 planos
paralelos envoltas em mucilagem
hialina.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Eutetramorus planctonicus (Korsikov) Bourrely 1966
Indivíduos coloniais. Colônias
irregularmente alongadas com
muitos grupos de 4-8 células
esféricas 5,06 µm de diâmetro, em
2 a 2 planos diferentes.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Gênero Radiococcus Schmidle 1902
Radiococcus planktonicus Lund 1956
Indivíduos coloniais. Colônias
arredondadas 17-11-25,3 µm
diâmetro, formadas por células
esféricas 2,53-7,59 µm de diâmetro,
dispostas irregularmente em
mucilagem hialina.
64
FONTE: SANT’ANNA, 1994
Família Scenedesmaceae
Gênero Actinastrum Lagerheim 1882
Actinastrum hantszchii Lagerheim 1882
Indivíduos coloniais com cenóbios
de 4 a 8 células radiando de um
centro comum em direções
diferentes. Células cilíndricas
afilando-se em direção ao ápice,
15,18 µm compr. x 2,53 µm larg.
FONTE: KOMÁREK, 1983
Gênero Coelastrum Näegeli in Kutzing 1849
Coelastrum cambricum Archer 1868
Indivíduos coloniais com cenóbios
esféricos com lulas octogonais,
10,12 µm de diâmetro; 4 lados retos
e 4 côncavos, processo cônico
truncado de ápice espessado e
voltados para a periferia da colônia.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Coelastrum indicum Turner
Indivíduos coloniais com cenóbio esférico com espaços intracelulares pequenos e
triangulares. Células 7,59-15,18 µm
compr. x 10,12-12,65 µm larg.
ovadas em vista lateral com ou sem
ápices espessados, cinco processos
reduzidos que se unem á célula
vizinha.
65
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
Coelastrum microporum Näegeli 1855
Indivíduos coloniais com cenóbios
esféricos, globosos com espaços
intercelulares pequenos. Células
esféricas, 7,59-10,12 µm de
diâmetro sem processos entre si.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Coelastrum proboscideum Bohlim 1896
Indivíduos coloniais com cenóbios
piramidais ou cúbicos, compostos
de 4-8-16-32 células 7,59 µm x 7,59
µm truncadas ou cônicas com o
ápice do cone direcionado para a
periferia da colônia.
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
Coelastrum pseudomicroporum Korsikov 1953
Indivíduos coloniais com cenóbios
esféricos, espaços celulares
aproximadamente triangulares.
Células ovóides, 10,12-15,18 µm de
diâmetro que se unem às outras por
processos mucilaginosos curtos (5 a
6 processos).
FONTE: SANT’ANNA, 1984
66
Coelastrum reticulatum (Dang.) Senn 1899
Indivíduos coloniais com cenóbios
esféricos quase sempre formando
um cenóbio múltiplo. Células
globosas, 2,53-5,06 µm de
diâmetro, ligadas entre si por
processos mucilaginosos que unem
uma célula a outra.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Gênero Scenedesmus Meyen 1829
Scendesmus acuminatus (Lagerheim) Chodat var acuminatus 1902
Indivíduos coloniais com cenóbio
linear, reto com 4-8 células, 22,77-
25,3 µm compr. x 5,06-6,32 µm larg.
dispostas linearmente ou
alternadamente. Células externas
lunadas, células internas fusiformes
afilando-se em ápices agudos.
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
Scenedesmus bicaudatus (Hansgirg) Chodat 1926
Indivíduos coloniais com cenóbios planos, com 2-4 lulas oblongas, com pólos
amplamente arredondados
dispostas linearmente 10,12 µm
compr. x 2,53 µm larg. Células
externas com 1 espinho 7,59-10,12
67
µm compr. em cada lo diagonalmente oposto ao da outra. Células internas sem
espinhos.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Scenedesmus ellipticus Corda 1835
Indivíduos coloniais com cenóbios
de 2-4 células com pólos
arredondados, lula 5,06-7,59 µm
compr. x 2,53 µm larg.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Scenedesmus javanensis Chodat var javanensis 1926
Indivíduos coloniais com cenóbio
retos, 4-8 células lunadas dispostas
em ziguezague, os polos internos
de cada células são unidos à região
mediana convexa da célula vizinha.
Células com 53,13 µm compr. x
10,12 µm larg.
FONTE: SILVA, 1999
Scenedesmus opoliensis P. Richt 1926
Indivíduos coloniais com cenóbios
planos formados por 4 células
paralelas, 15,18-25,3 µm compr. x
5,06-7,59 µm larg. Células externas
com pontas alongadas, pólos
truncados e com espinho. Células
internas elípticas, sem espinhos.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
68
Scenedesmus quadricauda (Turpin) Brébisson var quadricauda 1835
Indivíduos coloniais com cenóbio reto, linear 2-4 células com pólos arredondados,
ovóide-cilindricas, 12,65-22,77 µm
compr. x 5,06-10,12 µm larg.
disposição linear, com a presença
de quatro espinhos 17,71-22,77 µm
compr. um em cada pólo das
células externas.
FONTE: MARTINS DA SILVA, 1994
Scenedesmus quadricauda (Turpin) Brébisson var maximus West & West 1895
Indivíduos coloniais com cenóbio
reto, linear, 2-4 células ovóides-
cilíndricas, com 35,42 µm compr. x
7,59 µm larg. Espinho 30,36 µm
compr. difere da espécie tipo por
suas maiores dimensões.
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Gênero Tetrallantos Teiling 1916
Tetrallantos lagerheimii Teiling 1916
Indivíduos coloniais com cenóbios de 4 células reniformes, 2 das quais em um
mesmo plano, as outras dispostas
verticalmente e tocando seus
ápices, 10,12-15 µm compr. x 3,79-
7,59 µm larg. bainha mucilaginosa
delicada e somente às vezes
presente.
69
FONTE: SANT’ANNA, 1984
Classe Zygnemaphyceae
Família Desmidiaceae
Gênero Closterium Nitzch 1817
Closterium gracile Brebisson ex Ralfs 1848
Célula reta na região mediana, aproximadamente 100 vezes mais comprida que
largacurva na região apical, ápices
obtusos ou truncados levemente
curvados. Sete pirenóides por
semicélula dispostos mediana-
mente, 512,39 µm compr. x 5,06 µm
larg.
FONTE: SILVA, 2000
Closterium juncidum Ralfs var elongatum Roy 1894
Célula levemente curvada, 50 vezes
mais longa que larga, com 379,5 µm
compr. x 7,59 µm larg. região
central interna da célula
suavemente côncava, pólos
truncados.
FONTE: LENZNWEGER, 1996
Closterium moniliferum (Bory) Ehrenberg ex Ralfs 1848
Célula lunada, 5,7 vezes mais longa
que larga 154,33-164 µm compr. x
27,83 µm larg. margem dorsal
70
convexa, ventral côncava. Ápices arredondados 4 a 7 pirenóides dispostos em série
mediana.
FONTE: SILVA, 2000
Closterium setaceum Ehremberg ex Ralfs 1835
Célula delgada, fusiforme na porção
mediana, 28,9 vezes mais larga que
longa, 365,73-389,62 µm compr. x
12,65-17,71 µm larg.
FONTE: LENZNWEGER, 1996
Gênero Cosmarium Corda ex Ralfs 1848
Cosmarium contractum Kirchner 1878
Células 1,3 vezes mais compridas que largas, constrição mediana profunda.
Semicélula obloga, margem lisa,
ápice levemente convexo. 20,24-
25,3 µm compr. x 15,18-25,3 µm
larg. istmo 5,06-10,12 µm compr.
FONTE: SILVA, 2000
Cosmarium contractum Kirchner var minutum (Delp.) West & West 1905
Células 1,6 vezes mais longas que
largas, seno aberto, semicélulas
subcirculares, vista vertical oblonga,
parede celular lisa, 12,65 µm compr.
x 7,59 µm larg. istmo 2,53-5,06 µm
compr.
71
FONTE: SILVA e CEÇY, 2004
Cosmarium candianum var. candianum f. candianum Delponte 1877
Célula 1-1,1 vezes mais compridas
que larga, semicélula trapeziforme,
45,54-51,0 µm compr. x 45,54 µm
larg. istmo 16-18 µm. Vista apical
elíptica.
FONTE: LOPES e BICUDO, 2003
Cosmarium margaritatum (Lundell) Roy & Bisset 1897
Célula tão comprida quanto larga,
constrição mediana profunda.
Semicélula reniforme, ângulos
basais e ápices arredondados,
parede celular granulosa, 50,6 µm
compr. x 45,54 µm larg. istmo 21-25
µm.
FONTE: SILVA, 2000
Cosmarium subspeciosum Nordsted 1969
Célula 1,3 vez mais comprida que larga, constrição mediana profunda, seno
fechado. Semicélula semicircular a
trapeziforme, margens convexas,
parede celular granulosa com pares
de grânulos em series radiais, 51
µm compr. x 37,95 µm larg. istmo
15,18 µm compr.
72
FONTE: SILVA, 2000
Gênero Euastrum Ehremberg 1832
Euastrum denticulatum Kirchner 1937
Célula com constrição mediana profunda, seno linear fechado. Semicélula em vista
frontal retangular dividida em
lóbulos, margens crenuladas,
margem subapical côncava, ângulos
do lobo apical com um denticulo
cada. Semicélula 17,71-20,24 µm
compr. x 22,77 µm larg. istmo 5,06-
7,59 µm compr.
FONTE: SILVA, 2000
Gênero Hyaloteca Ehrenberg ex Ralfs 1848
Hyaloteca dissiliens (Smith) Brebisson 1848
Filamentos com células 1,3 vezes mais largas que longas, seno mediano em
depressão anelar suave, as vezes
inexistente. Semicélula transversal-
mente oblonga, margens laterais
retais, às vezes levemente conve-
xas. Vista apical circular 27,83-
35,42 μm compr. x 12,65 μm de
larg.
FONTE: DIAS e SOPHIA, 1996
73
Gênero Staurastrum Meyen ex Ralfs 1848
Staurastrum excavatum West et West
Células pequenas em comprimento, constrição mediana profunda, seno aberto.
Semicélula campanulada continuando em processos apicais longos, ondulados com
três espinhos. A margem apical possui uma depressão na região mediana. Em vista
apical a célula é fusiforme
estendendo-se em processos com
três espinhos, 10,12-12,65 μm
compr. x 7,59-10,12 μm larg. sem
processo, 27,83-45,54 μm larg. com
processo, istmo 5,06-7,59 μm
compr.
FONTE: PRESCOT et al. 1982
Staurastrum forficulatum Lundell 1958
Célula tão comprida quanto larga, constrição mediana profunda, seno aberto.
Semicélula piramidal truncada, ângulos laterais levemente projetados em processos
bispinados ou espinhos entrecruzados. Vista apical triangular, margens levemente
côncavas, ângulos agudos
terminados em dois espinhos
sobrepostos e pares de espinhos
intramarginais, 20,24-25,3 μm
compr. x 17,71-22,77 μm larg.
com processo, istmo 10,12-12,65
μm compr. espinhos 2,53 μm
compr.
74
FONTE: SILVA, 2000
Staurastrum laeve Ralfs 1848
Célula 1,6 vezes mais comprida que larga sem considerar os processos, constrição
mediana ampla, seno aberto. Semicélula semicircular, ângulos apicais projetados
em processos curtos e bifurcados.
Vista apical triangular terminando
em processos bifurcados
bispinados, 20,24-30,36 μm
compr. x 12,65-17,71 μm larg.
sem processo, 20,24-30,36 μm
larg. com processo, istmo 5,06-
10,12 μm compr.
FONTE: SOPHIA, 1991
Staurastrum leptocladum Nordstedt var. leptocladum 1869
Célula 1,4 vezes mais comprida que larga, constrição mediana rasa, istmo inflado.
Semicélula subcampanulada divergindo em longos processos crenulados com pares
de espinhos intramarginais. Vista apical fusiforme, pólos terminados em processos
longos, crenulados, extremidades 3-
denticuladas, 25,3-40,48 μm compr.
x 12,65-17,71 μm larg. sem
processos, 50,6-58,19 μm larg. com
processos, istmo 5,06 μm compr.
FONTE: SILVA, 2000
75
Staurastrum leptocladum Nordstedt var. leptocladum f. africanum G. S. West 1869
Possui forma levemente mais larga que a típica, processos horizontalmente
direcionados. Base da semicélula
inflada. Em vista apical possui forma
oval, 35,42-40,48 μm compr. x
113,85-136,62 μm larg. com
processos, istmo 7,59-10,12 μm
compr.
FONTE: PRESCOT et al. 1982
Staurastrum leptocladum Nordstedt var. cornutum Wille 1884
A diferença entre esta variedade e a espécie tipo é a ocorrência de dois espinhos
submarginais, pontiagudos e curtos,
um em cada face do indivíduo em
sentidos opostos, 32,82 μm compr.
x 93,61 μm larg. com processos,
istmo 5,06 μm compr.
FONTE: SOPHIA e HUSZAR, 1996
76
Staurastrum margaritaceum (Ehremberg) Ralfs 1848
Células 1,5 vezes mais comprida que larga, constrição mediana rasa, seno aberto.
Semicélula trapeziforme, com uma série de seis processos ligeiramente voltados
para o ápice, ornados com uma
série de quatro grânulos acima do
istmo. Vista apical 6-angular
estendidos em processos crenula-
dos, 25,3-35,42 μm compr. x 17,2-
20,24 μm larg. sem processos,
35,42-40,48 μm larg. com
processos, istmo 5,06-10,12 μm
compr.
FONTE: SILVA, 2000.
Staurastrum polytrichum (Perty) Rabenhorst 1868
Célula 1,3 vezes mais comprida que larga, constrição mediana profunda, seno
aberto. Semicélula elíptica com
espinhos. Em vista apical a célula é
triangular com pólos arredondados,
75,90 μm compr. x 55,66 μm larg.
sem espinhos, istmo 22,77 μm
compr.
FONTE: LENZWEGER, 1997
77
Staurastrum quadrangulare (Breb.) Ralfs 1945
Célula 1,3-1,6 vezes mais comprida que larga. Semicélula subretangular. Vista
apical retangular com ângulos
truncados emarginados com dois
pares de espinhos superpostos,
20,24 μm compr. x 12,65-15,18 μm
larg. sem processos, 22,77-30,36
μm larg. com processos, istmo
7,59-10,12 μm compr.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
Staurastrum rotula Nordstedt 1869
Célula 2 vezes mais comprida que larga sem considerar os processos. Constrição
mediana rasa, seno aberto.
Semicélula elíptica, série de sete
processos longos com margens
nodulosas e extremidades 3-
denticuladas compostas por 2
espinhos, 34,2 μm compr. x 58,18-
75,59 μm larg. com processos,
istmo 10,12 μm compr.
78
FONTE: SILVA, 2000
Staurastrum tetracerum West & West 1921
Célula tão longa quanto larga, incluindo os processos, constrição mediana profunda.
Semicélula triangular. Em vista
apical 3-angular, com cada ângulo
terminando em um processo, 20,24-
30,36 μm compr. x 10,12-12,65 μm
larg. sem processo, 30,36 μm larg.
com processo, istmo 7,59 μm
compr.
FONTE: SOPHIA e HUSZAR, 1996.
Staurastrum trifidum Nordstedt 1896
Célula 1,1 vezes mais comprida que larga, constrição mediana profunda, seno
aberto. Semicélula subpiramidal, truncada, ângulos com três espinhos longos,
recurvados. Vista apical triangular,
margens levemente côncavas,
ângulos com três espinhos, um
superior e dois inferiores, 30,36 μm
compr. x 27,83 μm larg.
FONTE: SILVA, 2000
79
Staurastrum volans West & West 1895
Célula 1,6 vezes mais comprida que larga, constrição moderada, seno aberto.
Semicélula subcircular, margem apical subcircular, ângulos apicais terminados em
processos longos divergentes acima do ápice. Vista apical circular, pólos terminados
em processos longos e ondulados,
extremidade bifurcada, 20,24 μm
compr. x 12,65 μm larg. sem
processo, 30,36 μm larg. com
processo, istmo 5,06-7,59 μm
compr.
FONTE: SILVA, 2000
Gênero Staurodesmus Teiling 1948
Staurodesmus crassus (West & West) Florin 1957
Células 1,0-1,2 vezes mais
compridas que largas, semicélula
trapeziforme com um espinho curto
em cada ângulo. Em vista apical,
elíptica, 10,12-17,71 μm compr. x
8,85-12,65 μm larg. istmo 5,06-
10,12 μm compr.
FONTE: LENZWEGER, 1997
80
Staurodesmus convergens (Ehr. Ex Rafs) Teiling 1948
Célula 1,7 vezes mais comprida que larga, semicélula transversalmente elíptica,
ângulos arredondados no terço
mediano da semicélula ornados
com um espinho longo. Vista apical
da célula elíptica com um espinho
longo em cada ápice, 30,36 μm
compr. x 17,71 μm larg. istmo 12,65
μm compr.
FONTE: LENZWEGER, 1997
Staurodesmus cuspidatus (Breb. Ex Ralfs) Teil. 1967
Célula 1,2-1,4 vezes mais comprida que larga, constrição mediana moderada, seno
aberto. Semicélula triangular, margens laterais levemente convexas, ângulos
terminados em um espinho. Vista
apical triangular com ângulos
arredondados terminados em um
espinho, 20,24-27,83 μm compr. x
27,83-40,07 μm larg. com espinho,
22,77 μm larg. sem espinho, istmo
estreito, alongado 5,06-7,59 μm
compr. espinho 8 μm compr.
81
FONTE: LENZWEGER, 1997
Staurodesmus lobatus (Börgessen) Bourrely 1967
Célula 1,14 vezes mais comprida que larga sem considerar os espinhos. Semicélula
oblongo-elíptica, ângulos arredondados com um espinho curto, ligeiramente
convergente. Vista apical da célula
elíptica, com um espinho curto em
cada ápice, 20,24 μm compr. x
17,71 μm larg. istmo 10,12 μm
compr. espinho 2,53 μm compr.
FONTE: LOPES E BICUDO, 2003
Staurodesmus triangularis (Lagerheim) Teiling 1948
Célula 1,4-1,5 vezes mais comprida que larga sem considerar os espinhos.
Constrição mediana profunda. Semicélula triangular, margens laterais levemente
convexas, ângulos apicais
terminando em um espinho
horizontal. Vista apical elíptica,
15,18 μm compr. x 27,83-32,89 μm
larg. com espinho, 10,12 μm larg.
sem espinho, istmo 5,06-7,59 μm
compr. espinho 12,0 μm compr.
FONTE: SOPHIA e HUSZAR, 1996
82
Família Mesotaeniace
Gênero Mougeotia C. Agardh 1824
Mougeotia cf delicata Beck 1926
Células cilíndricas formando
filamentos com pirenóides em fila
única, material estéril, 30,36 μm
compr. x 2,53 μm de larg.
Família Zygnemaceae
Gênero Spirogyra Link 1820
Spirogyra sp1
Filamentos unisseriados simples, constituídos por células cilíndricas. Cloroplastídeos
parietais com a forma de fita helicóide com pirenóides arranjados em série. Foi
impossível identificar este táxon a
nível de espécie pois estava estéril,
171,1-273,24 μm compr. x 27-83-
40,48 μm de larg. pirenóides 2,53-
5,06 μm de diâmetro.
Spirogyra sp2
83
Filamentos unisseriados simples, constituídos por células cilíndricas. Cloroplastídeos
parietais com a forma de fita helicóide com pirenóides arranjados em série. Tornou-
se impossível identificar este táxon
em nível de espéciepois estava
estéril, 242,88 μm compr. x 17,71
μm de larg. pirenóides com 7,59 μm
de diâmetro.
Crysophyceae
Familia Dinobryaceae
Gênero Dinobryum Ehremberg 1835
Dinobryum divergens Imhof 1887
Indivíduos coloniais, indivíduos isolados às vezes presentes. Colônias dendróides
geralmente ramificadas, lóricas cilíndricas, pólo anterior com margens laterais retas
e paralelas e pólo posterior
amplamente afilado, inserindo no
pólo anterior da rica inferior.
Porção mediana da lórica com
parede crenulada, 40,48-48,07 μm
compr. x 7,59-8,85 μm de larg.
FONTE: NOGUEIRA e RODRIGUES, 1999
Dinobryum sertularia Ehrenberg 1835
Indivíduos solitários, raramente em
colônias, lórica subcampanulada
com pólo posterior cônico e
margens laterais lisas, 37,95 μm
compr. x 7,59 μm de larg.
FONTE: NOGUEIRA, 1999
84
Chlamydophyceae
Família Volvocaceae
Gênero Eudorina Ehremberg 1832
Eudorina elegans Ehrenberg 1832
Indivíduos coloniais. Colônias arredondadas, geralmente 24-32 células esféricas,
dispostas em 5 séries paralelas distintas de 4-8-8-8-4, mais ou menos globosa,
mucilagem evidente, com 70,84-
73,37 µm de diâmetro. Células com
cloroplasto único, poculiforme, dois
ou mais pirenóides, dois flagelos de
comprimentos iguais, 10,12-12,65
µm de diâmetro.
FONTE: KEPPLER, LOPES e LIMA, 1999
Eudorina unicocca G. M. Smith 1930
Indivíduos coloniais. Colônia mais
ou menos globosa, mucilagem
evidente. Célula com pólo posterior
mamiliforme, estigma anterior, dois
flagelos de comprimento iguais 7,49
µm de diâmetro.
FONTE: KEPPLER, LOPES e LIMA, 1999
85
Gênero Pandorina Bory de St. Vicent 1824
Pandorina morum (O. F. Mueller) Bory 1824
Indivíduos coloniais. Colônias com células distribuídas em camadas superpostas
extremamente compactas envoltas por uma bainha mucilaginosa. Células
assumindo forma angular com pólos
afilados voltados para o lado interno
da colônia. Estigma arredondado.
Flagelos 1-1,5 vezes o tamanho da
célula, 10,12-15,18 μm compr. x
10,12 μm de larg.
FONTE: MENEZES, 1994
Gênero Volvox Linnaeus 1914
Volvox cf aureus Ehrenberg 1832
Indivíduos coloniais. Colônias
esféricas, gelatinosas, 366,85 μm
de diâmetro, com grande número de
células com 5,06 μm de diâmetro,
situadas na periferia.
Cryptophyceae
Família Cryptomonadaceae
Gênero Cryptomonas Ehremberg
Cryptomonas cf. pireinoidifera Gleiter 1922
86
Célula mais ou menos achatada,
elíptica ou ovóide-alongado, com
uma película firme, dois
cromatóforos laterais.
FONTE: HUSZAR, 1986
Cyanophyta
Classe Cyanophyceae
Família Chroococcaceae
Gênero Chroococcus Nägeli 1849
Chroococcus dispersus (Keissler) Lemmermann 1904
Colônias mais ou menos esféricas com 4-16-(32) células, mucilagem colonial hialina.
Células esféricas, 2,53-5,06 µm de
diâmetro, sem aerótopos, com
conteúdo homogêneo e compactas
irregularmente em pequenos
grupos.
FONTE: SENNA, 1994
Chroococcus limneticus Lemmermann 1898
Colônias com mucilagem hialina
com grupos de 4 a 40 lulas,
arranjadas em grupos de 2 a 4
células. Células distantes esféricas,
5,06 µm de diâmetro, azuis
esverdeadas, sem aerótopos.
FONTE: KOMÁREK e ANAGNOSTIDIS, 1999
Chroococcus minimus (Keissler) Lemmermann 1904
87
Colônias com mucilagem hialina,
com grupos de 2 a 8 células que
são arranjadas mais ou menos
regularmente dentro da colônia.
Células esféricas, 1,26-2,53 µm de
diâmetro, em pálido azul-esverdado,
sem aerótopos.
FONTE: SILVA, 1999
Chroococcus minor (Kützing) Nägeli 1849
Colônia irregular, gelatinosa, mucilagem delicada, hialina, raramente grande com 2-4
células por grupo. Células
arredondadas 1,26-2,53 µm de
diâmetro, sem aerótopos, conteúdo
celular homogêneo, bainha
mucilaginosa envolvendo cada
célula.
FONTE: SILVA, 1999
Chroococcus minutus (Kütz) Nägeli 1849
Colônias com 2-4 células. Células
esféricas ou hemisféricas, 2,53-5,06
µm de diâmetro, arredondadas, sem
aerótopos, com conteúdo
homogêneo ou granuloso.
FONTE: SENNA, 1994
Chroococcus turgidus (Kützing) Nägeli 1849
88
Colônias usualmente com 2-8 células. Células individuais com bainha hialina e
lamelada. Células esféricas ou
hemisféricas, 10,12-16,44 µm de
comprimento x 5,06-11,38 µm de
diâmetro, sem aerótopos, com azul
esverdeado intenso a violeta.
FONTE: SENNA, 1994
Família Microcystaceae
Gênero Microcystis Kützing ex Lemmermann 1907
Microcystis aeruginosa Kützing ex Lemmermann 1846
Colônias esféricas ou alongadas
com buracos e numerosas células
esféricas densamente arranjadas
em mucilagem hialina. Células
2,53-7,59 µm de diâmetros, azuis–
esverdeadas, com aerótopos.
FONTE: KOMÁREK, 1999
Família Nostocaceae
Gênero Cylindrospermopsis (Woloszýnska) Seenayya & Subba Raju 1972
Cylindrospermopsis raciborskii (Woloszýnska) Seenayya & Subba Raju 1972
Células 5,06-7,59 µm de
comprimento x 2,53-3,79 µm de
diâmetro. Heterocito terminal 5,06-
10,12 µm de comprimento x 2,53
µm de diâmetro.
89
FONTE: BRANCO e SENNA, 1991
Familia Oscillatoriaceae
Gênero Lyngbya Agardh ex Gomont 1892
Lyngbya martesiana Meneghini ex Gomont, 1892
Filamentos isolados, tricomas retos
ou curvos, não constritos nos septos
transversais. Células 2-3 vezes
mais largas que longas, 2,53- 5,06
µm de comprimento x 10,12-12,65
µm de diâmetro.
FONTE: SENNA, 1994
Lyngbya perelegans Lemmermann 1899
Filamentos isolados, tricomas retos ou curvos. Células com conteúdo verde azulado
homogêneo, 7,59 µm de comprimento x 2,53-3,79 µm de diâmetro. Septos da
parede celular sem constrição.
Bainha estreita incolor, mantendo as
células ligeiramente afastadas entre
si. Granulo refringente de cada lado
do filamento.
FONTE: SENNA, 1994
90
Gênero Oscillatoria Vaucher ex Gomont 1892
Oscillatoria limnetica Lemmermann
1900
Tricomas longos, sem mucilagem,
constituído de numerosas células
5,06-10,12 µm de comprimento x
2,53 µm de diâmetro.
FONTE: HUSZAR, 1996
Oscillatoria limosa C. Agardh ex Gomont, 1892
Tricoma reto, não constrito nos
septos transversais. Células mais
largas que longas, célula apical
hemisférica com leve espessamento
polar, não capitada. Células 2,53-
5,06 µm de comprimento x 10,12-
15,18 µm de diâmetro.
FONTE: SANT’ANNA e AZEVEDO, 1995
Oscillatoria rubescens DC. ex Gomont 1892
Tricoma reto, ápice atenuado, sem
constrição nos septos transversais.
Células até 3 vezes mais largas que
compridas, 2,53 µm de
comprimento x 6,32-7,59 µm de
diâmetro. Citoplasma verde
azulado, célula apical sem caliptra.
FONTE: WERNER e ROSA, 1992
Família Phormidiaceae
Gênero Phormidium Kützing ex Gomont 1892
Phormidium cf tortuosum
91
Tricomas solitários, retos,
atenuando nas células apicais,
constrição leve na parede celular.
Células com 5,06 µm de
comprimento x 2,53 µm de
diâmetro, azul esverdeado pálido,
com conteúdo celular homogêneo.
FONTE: KOMÁREK, 1989
Família Pseudoanabaenaceae
Gênero Leptolyngbya Anagnostidis & Komárek 1988
Leptolyngbya fragilis (Gomont) Anagnostidis & Komárek 1988
Filamento solitário reto, conteúdo
celular homogêneo. Parede celular
constrita e não granulada, células
apicais cônicas 1,6 µm x 2,53 µm.
FONTE: KOMÁREK, 1989
Dinophyceae
Família Peridiniaceae
Gênero Glochidinium Boltowskoy 1999
Glochidinium cf. penardiforme
Indivíduos isolados e ativamente natantes, a célula é ovóide ou tem um contorno
pentagonal em vista ventral. O
cíngulo situa-se na porção
equatorial da célula e é circular
profundamente excavado, 25,5-
30,36 µm compr. x 27,83-30,36 µm
de diâmetro.
92
Gênero Peridinium Ehrenberg 1832.
Peridinium cf. gatunense Nygard
Indivíduos solitários, livres natantes
células arredondadas ou ovóides. O
cíngulo localiza-se na porção
equatorial da célula, com epiteca e
hipoteca com tamanho similares
entre si, 20,24-63,25 µm de
diâmetro.
Peridinium sp1
Indivíduos solitários, livres natantes
com células ovóides levemente
pentagonais em vista taxonômica. O
cíngulo localiza-se na porção
equatorial da célula, com epiteca e
hipoteca com tamanho similares
entre si, 35,42 µm de diâmetro.
Euglenophyta
Euglenophyceae
Família: Euglenaceae
Gênero: Euglena Ehremberg 1830
Euglena cf. acus Ehremberg 1886
Célula estreitamente fusiforme,
370-379 µm x 7,59-10,12 µm com
pólo posterior se atenuando em
processo caudal cônico e hialino.
93
FONTE: KEPPLER, LOPES e LIMA, 1999
Euglena caudata Hübner 1886
Corpo celular fusiforme com uma
longa cauda e movimentos ativos,
estigmas bem evidenciados, 67,78
µm compr. x 17,71 µm larg.
FONTE: BICUDO e MENEZES, 2005
Euglena oxyuris Schmarda 1946
Células cilíndricas, geralmente
torcidas, pólo anterior
arredondado, pólo posterior com
processo caudal cônico, hialino,
116,38-151,8 µm compr. 20,24 µm
larg.
94
FONTE: KEPPLER, LOPES e LIMA, 1999
Euglena spirogyra Ehremberg 1838
Célula de aspecto granular, periplasto
com coloração intensa, 182,16 µm x
20,24 µm, pólo posterior com processo
caudal hialino.
FONTE: KEPPLER, LOPES e LIMA, 1999
Euglena sp
Células fusiformes, cilíndricas na
porção mediana, grãos de paramilo
alongados, pólo posterior atenuado
em processo caudal cônico e
hiliano, 45 µm x 15,18 µm.
95
Gênero Lepocinclis Perty 1852
Lepocinclis ovum (Ehrenberg) Lemmermann 1910 var. ovum
Células elíptico-alargadas, 35,42-
40,48 µm x 22,77 µm, pólo anterior
arredondado, pólo posterior
atenuado em processo caudal
hialino e cônico, 10,12 µm compr.
FONTE: MENEZES e FERNANDES,1987
Lepocinclis salina Fritsch 1914
Célula de contorno oval, 37,95 µm x
30,36 µm pólo posterior
arredondado, processo caudal
ausente, cloroplastos numerosos,
estigma vermelho e volumoso.
FONTE: XAVIER, 1989
Gênero Phacus Dujardin 1841
Phacus longicauda (Ehreberg) Dujardin var. atenuata 1841
96
Células de contorno arredondado, obovado ou elíptico. Pólo posterior prolongando-
se em processo caudal longo, reto,
50,6-80,93 µm compr. Película com
estrias longitudinais bem marcadas
desde o ápice a a cauda.
Comprimento incluindo processo
caudal 101,2-123-97 µm x 35,42-
53,15 µm larg.
FONTE: KEPPLER, LOPES e LIMA, 1999
Phacus pleuronectes (Muller) Dujardin 1841
Células ovado-alargadas, levemente
torcidas, 60,72 µm compr. x 37,95
µm larg. incluindo o processo
caudal. lo anterior arredondado,
pólo posterior atenuado em proceso
caudal cônico 10,12 µm compr.
FONTE: PEREIRA, REYES e KRAM, 2000
Gênero: Strombomonas Deflandre 1930
Strombomonas chodatii (Skv.) Deflandre 1930
Lórica oblonga, irregular com parede rugosa, lo anterior levemente mais largo,
68,31 µm compr. x 25,3 µm, pólo
anterior atenuando-se em colarinho
7,59 µm altura x 7,59 µm compr.
pólo posterior atenuando-se em
processo caudal 10,12-12,65 µm.
FONTE: ALVES DA SILVA e BRIDI, 2004
Strombomonas fluviatilis (Lemmermann) Defl. var fluviatilis 1930
97
Lórica elíptica 40,40 µm compr. x
17,71 µm larg. pólo anterior
projetado em colarinho levemente
reto, 5,06 µm compr. x 5,06 µm,
pólo posterior atenuado em
processo caudal 7,59 µm compr.
parede com grânulos.
FONTE: ALVES DA SILVA e BRIDI, 2004
Strombomonas urceolata (Stokes) Deflandre 1930
Lóricas 37,95-40,48 µm compr. x
22,65 µm larg. parede hialina ou
esverdeada. Pólo anterior atenuado
em colarinho curto, subcilíndrico,
2,53 µm alt. x 5,06 µm compr. Pólo
posterior atenuado em processo
caudal cônico 7,59 µm compr.
FONTE: ALVES DA SILVA e BRIDI, 2004
Strombomonas verrucosa (Daday) Deflandre 1930
Lórica elíptica, 53,13-58,19 µm
compr. x 25,3 µm larg. Pólo anterior
com colarinho cilíndrico, reto,
truncado, 7,59 µm alt. parede
granulosa. Pólo posterior atenuado
em processo caudal cônico reto,
12,6 µm compr.
FONTE: MENEZES, 1992
Gênero Trachelomonas Ehrenberg 1833
Trachelomonas armata (Ehremberg) Stein 1978
98
Lóricas ovadas; 41,0-44,01 µm compr. x 32,0-34,03 µm larg. pólos arredondados,
poro com espessamento anelar;
colo ausente; parede pontuada;
espinhos cônicos distribuídos por
toda a superfície da rica, os
maiores concentrados no pólo
posterior.
FONTE: MENEZES,1994
Trachelomonas armata (Ehr.) Stein emend. var. armata 1978
Lóricas elípticas ou ovadas 37,95-43,01 µm compr. x 27,83-30,36 µm larg. colarinho
ausente, parede pontuada
espinhosa. Espinhos nicos retos
com distribuição regular em toda a
superfície, os maiores (5,06-7,59
µm compr.) concentrados no lo
posterior.
FONTE: MENEZES, NASCIMENTO e FONSECA,1995
Trachelomonas híspida (Perty) Stein emend.Deflandre 1926
Lóricas elípticas 20,24-22,77 µm
compr. x 15,18-17,71 µm,
espessamento anelar presente,
parede pontuada e espinhosa com
espinhos 2,53 µm compr. cônicos,
retos, distribuídos regularmente em
toda a superfície da lorica.
FONTE: MENEZES, NASCIMENTO e FONSECA, 1995
Trachelomonas híspida (Perty) Stein emend.Defl. var duplex 1926
99
Lóricas oblongas, elíptico alargadas,
32,89-35,4 µm comprimento x
20,24-32,89 µm larg. pólos
arredondados, parede pontuada
com espinhos. Espinhos somente
nos pólos.
FONTE: KEPPLER, LOPES e LIMA, 1999
Trachelomonas volvocina Ehremberg var. volvocina 1838
Lóricas esféricas, 12,65 µm de
diâmetro, colo ausente, parede lisa,
hialina ou amarelo acastanhada.
FONTE: MENEZES, 1991
Trachelomonas volvocinopsis Swirenko 1914
Lóricas esféricas, 15,18-17,71 µm
de diâmetro; espessamento anelar e
colo ausente, sem pirenóides.
FONTE: MENEZES, 1991
Trachelomonas zingeri Roll 1925
100
Lóricas oblongo elípticas, 35,42 µm
compr. x 17,71 µm de larg.
colarinho 2,53 µm compr. x 2,53 µm
de larg. Parede verde acastanhada,
pontua-da e espinhosa. Espinhos
por toda a lorica com menos de 2,53
µm de comprimento.
FONTE: MENEZES, NASCIMENTO e FONSECA, 1995
Oedogoniophyceae
Familia Oedogoniaceae
Gênero Oedogonium Link ex Hirn 1900
Oedogonium sp1
Filamentos simples, unisseriados e
polarizados. Células cilíndricas. É
impossível identificar este táxon ao
nível de espécie, pois está estéril,
37,95-43,01 μm compr. x 7,59-12,65
μm de larg.
Oedogonium sp2
Filamentos simples, unisseriados e
polarizados. Células cilíndricas. É
impossível identificar este táxon ao
nível de espécie, pois está estéril,
32,89 μm compr. x 20,24 μm de
larg.
101
Xanthophyceae
Família Centritactaceae
Gênero Centritractus Lemmermann 1900
Centritractus belenophorus Lemmermann 1900
Células solitárias, cilindricas, pólos
cônicos com um espinho, células
com numerosos cloroplastos discoi-
dais. 17,71-25,3 μm compr. x 7,59
μm larg. 108,79-129,03 μm compr.
total, espinho 43,01-48,07 μm
compr.
FONTE: BOVO-SCOMPARIN et al. 2005
Família Pleurochloridaceae
Gênero Isthmocloron Skuja 1948
Isthmochloron gracile (Reinsch) Skuja 1949
Célula solitária, 4-angulada, cada
ângulo com um processo bifurcado
terminando em espinhos, 40,48-
45,54 μm compr. x 37,95-43,01 μm
larg.
FONTE: BOVO-SCOMPARIN et al. 2005
Gênero Tetraplekton Fott 1957
Tetraplekton torsun (Skuja) Dedusenko Scegolova 1962
Células solitárias, em vista frontal tetraédricas ou triangulares, com quatro espinhos
sobrepostos, levemente achatadas
nas laterais. Ângulos convergidos e
torcidos em par um contra o outro a
90º C. 58,19-68,31 μm compr. x
17,17-22,77 μm larg.
102
FONTE: BOVO-SCOMPARIN et al. 2005
4.2 VARIÁVEIS LIMNOLÓGICAS
A análise de parâmetros físicos e químicos da água constitui importante
ferramenta utilizada no monitoramento de qualidade das águas. Alguns deles, como
temperatura, cor, turbidez, transparência, oxigênio dissolvido, pH, condutividade,
nutrientes e outros, podem interferir na dinâmica de populações aquáticas
(MATSUZAKI; MUCCI; ROCHA, 2004). Os fatores físicos e químicos podem
determinar quais neros e espécies irão se estabelecer e dominar ecossistemas
específicos.
Em lagos de regiões tropicais tem-se observado que a periodicidade do
fitoplâncton não é uniforme e existem poucas evidências para a ocorrência e
flutuações ligadas às estações do ano (flutuações sazonais). Assim, a variação da
composição específica ou da densidade do fitoplâncton nesses lagos está
associada, geralmente, a fatores locais (ESTEVES, 1988).
4.2.1 Temperatura
A distribuição espacial da temperatura da água na área limnética do
reservatório da UHE Lajeado teve valor máximo de 31,7 ºC, registrado em LIM3 em
outubro de 2004, e valor mínimo de 25 ºC, em LIM1 em junho de 2004 (graf. 1). O
estudo da variação temporal mostra que os meses de agosto e outubro
apresentaram temperaturas mais elevadas, coincidindo com a estação seca,
ocorrendo decréscimo a partir de dezembro com o início do período chuvoso, e nova
elevação gradativa entre fevereiro e abril de 2005. De acordo com REIS-PEREIRA
(2002a), na fase enchimento o reservatório também apresentou queda na
temperatura no período chuvoso e temperaturas máximas em novembro. A média
anual da temperatura da água no epilímnio foi 28,1 ºC em LIM1; 28,53 ºC em LIM2;
29,95 ºC em LIM3 e 29,24 ºC em LIM4. FINDLAY e KLING (2001), observaram que
o epilímnio é a porção do reservatório caracterizada por ser bem misturada e possuir
103
0
5
10
15
20
25
30
35
LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM3 LIM 4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Temperatura da água (ºC)
temperaturas quase que uniformes. ESTEVES (1988), destaca que em lagos
tropicais a temperatura encontra-se acima dos valores limitantes ao crescimento.
GRÁFICO 1 - TEMPERATURA DA ÁGUA DA ÁREA LIMNÉTICA EM QUATRO PONTOS
AMOSTRAIS DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO
DE 2004 A ABRIL DE 2005
4.2.2 Transparência e Turbidez
A variação da transparência da água está apresentada no gráfico 2, que
mostra os maiores valores registrados em LIM1 (3,35 m) e LIM3 (3,4 m) em agosto
de 2004, e em LIM4 (3,53 m) em outubro de 2004. Nos meses de seca ocorreu a
elevação dos valores de transparência em todos os pontos, exceto LIM2 (1,87 m)
em agosto.
Os meses de seca apresentaram águas mais transparentes que no período
das chuvas, excetuando os valores ocorridos em LIM3 e LIM4 em dezembro de
2004. Nos meses chuvosos foram registrados os menores valores de transparência:
0,50 m e 0,25 m respectivamente, em LIM1, em dezembro de 2004 e fevereiro de
2005. As menores transparências neste período provavelmente são derivadas do
aumento da precipitação e conseqüente aumento de sólidos em suspensão, no
sistema decorrente do transporte de material alóctone. O IIEGA (2004) observou que
os principais contribuintes para sólidos em suspensão são sólidos inorgânicos, e que
os sólidos de origem orgânica tendem a elevar-se no período chuvoso no
reservatório da UHE Lajeado. REIS-PEREIRA (2002a) também atribui às chuvas o
decréscimo da transparência, observando dinâmica de valores mais elevados em
104
setembro, que se reduziram de outubro a janeiro e voltaram a elevar-se em fevereiro
(oscilando entre 0,56 e 1,30 m).
Em termos de média aritmética, as médias anuais de transparência são de
1,56 m em LIM1; 1,57 m em LIM2; 2,01 m em LIM3 e 2,27 m em LIM4.
GRÁFICO 2 - TRANSPARÊNCIA DA ÁGUA DA ÁREA LIMNÉTICA DO RESERVATÓRIO DA UHE
LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
A turbidez oscilou entre 1,14 e 4,69 NTU em junho, agosto e outubro de
2004, elevando-se em dezembro de 2004 e fevereiro de 2005 conforme
demonstrado no gráfico 3. As médias anuais de turbidez foram de 25,59 NTU em
LIM1; 11,44 NTU em LIM2; 14,07 NTU em LIM3 e 4,99 NTU em LIM4.
Pode-se verificar que transparência e turbidez mostraram comportamentos
inversamente proporcionais, principalmente em seus maiores picos como em LIM1
105
0
1
2
3
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LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Transparência (m)
em dezembro e fevereiro, onde se observa um aumento da turbidez e o decréscimo
dos resultados de transparência.
GRÁFICO 3 - TURBIDEZ DA ÁGUA DA ÁREA LIMNÉTICA DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO
NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
4.2.3 Oxigênio Dissolvido
Os valores de oxigênio dissolvido oscilaram entre 5,31 mg/l (em LIM2/fev.05)
e 10,23 mg/l (em LIM2/out.05) (graf. 4). REIS-PEREIRA (2002a) também observou
menores valores de oxigênio em fevereiro e associa essa depleção provavelmente a
intensificação do processo de decomposição de matéria orgânica provenientes da
bacia, pelo escoamento superficial através das chuvas. Segundo NOGUEIRA
(1999), os teores de oxigênio são uma das medidas mais utilizadas para a avaliação
dos ecossistemas aquáticos, porque fornece informações sobre reações biológicas e
bioquímicas da água, bem como a capacidade de recepção de matéria orgânica sem
causar maiores alterações. Esta variável pode ser produzida e consumida pelos
organismos aquáticos.
As concentrações mais acentuadas de oxigênio dissolvido foram observadas
na seca (em outubro), e logo após o fim do período chuvoso (em abril).
As médias anuais de oxigênio ao longo do período amostral foram 7,32 mg/l
em LIM1; 7,47mg/l em LIM2; 7,44mg/l em LIM3 e 7,99mg/l em LIM4. De maneira
geral, o reservatório apresentou-se bem oxigenado no epilímnio durante os períodos
avaliados, compatível com os valores propostos pela Resolução CONAMA nº 357 de
17 de março de 2005 para água de classe II (BRASIL, 2005b).
106
0
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LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM3 LIM4 LIM1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM2 LIM 3 LIM 4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Turbidez (NTU)
0
2
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LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM4 LIM1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Oxigênio dissolvido (mg/l)
GRÁFICO 4 - OXIGÊNIO DISSOLVIDO DA ÁGUA DA ÁREA LIMNÉTICA DE QUATRO PONTOS
AMOSTRAIS DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO DE
2004 A ABRIL DE 2005
4.2.4 Nutrientes
Diferente do que ocorre em zonas temperadas, nas quais os fatores
limitantes para o fitoplâncton são a radiação solar e a temperatura, nos climas
tropical e subtropical o desenvolvimento do fitoplâncton está associado,
principalmente à concentração de nutrientes, e sua limitação é estabelecida pela
relação dos teores de fósforo e nitrogênio. Os valores de fósforo total no reservatório
da UHE Lajeado apresentaram suas maiores concentrações em fevereiro e abril de
2005, principalmente em LIM2 (graf. 5). Em 2002a, REIS-PEREIRA observou que no
reservatório da UHE Lajeado o fósforo foi fator limitante, assim como no estudo de
MATSUZAKI, MUCCI e ROCHA (2004), onde este nutriente foi considerado fator
limitante para o fitoplâncton, pois é imediatamente incorporado à cadeia alimentar,
logo após sua introdução ao meio. A média sazonal das concentrações de fósforo no
reservatório da UHE Lajeado, na estiagem, foi de 0,102mg/l em LIM1; 0,141mg/l em
LIM2; 0,011mg/l em LIM3 e 0,085mg/l em LIM4. Na época das maiores
concentrações pluviométricas, o fósforo total apresentou concentrações médias de
0,355mg/l em LIM1; 0,163mg/l em LIM2; 0,228mg/l em LIM3 e 0,197mg/l em LIM4.
Uma das principais fontes de fósforo no ambiente aquático seria a entrada por
107
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Fosforo Total (mg/l)
escoamento superficial da bacia de drenagem, o que confirma sua elevação no
reservatório em fevereiro, no ápice do período chuvoso.
GRÁFICO 5 - FLUTUAÇÃO DOS VALORES DE FÓSFORO TOTAL DA ÁGUA EM QUATRO
PONTOS AMOSTRAIS DA ÁREA LIMNÉTICA DO RESERVATÓRIO DA UHE
LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
O fósforo é o maior nutriente controlador da ocorrência de florações de
cianobactérias em muitas regiões do mundo, contudo compostos nitrogenados
algumas vezes são relevantes na determinação da quantidade de cianobactérias
presentes. Entretanto, algumas cianobactérias são aptas a fixar nitrogênio
atmosférico. A presença de heterocitos em algumas espécies de cianobactérias
encontradas, mostra a capacidade dessas algas de fixarem nitrogênio diretamente
da atmosfera, obtendo vantagens sob condições de estresse de nutrientes no
ambiente aquático (MATSUZAKI; MUCCI; ROCHA, 2004). Ao contrário do
demonstrado qualitativamente no reservatório da UHE Lajeado, onde
Cylindrospermopsis raciborskii apresentou-se na grande maioria das vezes
heterocitado, TUCCI E SANT’ANNA (2003), observaram no Lago das Garças - SP,
que a fixação do nitrogênio pode ser descartada como estratégia para o intenso
desenvolvimento dessa espécie, pois somente um número reduzido de tricomas
apresentou heterocito.
O nitrogênio total de acordo com o gráfico 6, oscilou entre 4,1 e 25,15 mg/l e
apresentando suas maiores concentrações em LIM1 e LIM2 em outubro de 2004
(25,15 e 22,36 respectivamente). NOGUEIRA (1999), salientou que o papel dos
nutrientes dissolvidos varia de acordo com o nutriente. Nitratos e amônio são fontes
108
0
5
10
15
20
25
30
LIM 1 LIM2 LIM3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM2 LIM3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Nitrogênio Total (mg/l)
de nitrogênio para produtores primários. O nitrito é uma fase intermediária. A
distribuição horizontal dos nitratos (tab. 4) no reservatório da UHE Lajeado
apresentou maior média no período da seca (1,97mg/l) e, menores dias no
período das chuvas (0,33 mg/l). Os nitritos apresentaram média de 0,0065mg/l na
estação seca e 0,009797mg/l na estação chuvosa. Segundo ESTEVES (1988),
nitritos são encontrados em baixas concentrações em ambientes oxigenados e,
podem ser assimilados pelo fitoplâncton em caso de escassez de nitrato e amônio.
Na represa Samambaia, NOGUEIRA (1999), registrou que os nitratos mostram
valores acentuados na superfície, em agosto, na estação da seca, assim como os
valores médios de nitrito que registraram diferenças significativas entre os períodos
seco e chuvoso encontrando, no primeiro período, os valores mais elevados.
BRANCO e SENNA (1991), registraram que uma das conseqüências mais
sérias do enriquecimento dos corpos hídricos têm sido as florações algais
freqüentes, e a massiva presença da cianobactéria Cylindrospermopsis raciborskii,
que tem progressivamente reduzido os usos múltiplos do reservatório do Lago
Paranoá (Distrito Federal). Esta alga é encontrada em todas as partes do
reservatório da UHE Lajeado como espécie abundante e dominante do fitoplâncton.
GRÁFICO 6 - FLUTUAÇÃO DOS VALORES DE NITROGÊNIO TOTAL DA ÁGUA DE QUATRO
PONTOS AMOSTRAIS DA ÁREA LIMNÉTICA DO RESERVATÓRIO DA UHE
LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
TABELA 4 - MÉDIA DOS NUTRIENTES EM mg/L DA ESTAÇÃO SECA E CHUVOSA DO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO
109
0
5
10
15
20
25
LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Clorofila-a (mg/l)
NUTRIENTE MÉDIA DA ESTAÇÃO SECA MÉDIA DA ESTAÇÃO CHUVOSA
Nitrito (mg/l) 0,0065 0,0970
Nitrato (mg/l) 1,9700 0,8000
Amônio (mg/l) 0,2600 0,3300
Nitrogênio Total (mg/l) 13,9401 19,9725
Fósforo Total (mg/l) 0,1020 0,3550
4.2.5 Clorofila-a Total
Os teores de clorofila-a encontrados no reservatório da UHE Lajeado, de
acordo com o gráfico 7 ficaram entre 3,7 a 20,5 μg/l, com alguns picos mais
elevados em dezembro, fevereiro e abril. As maiores concentrações ocorreram em
LIM1, LIM2 e LIM4 em dezembro de 2004, em LIM4 em fevereiro, e LIM2 em abril de
2005, muito provavelmente devido às condições de transporte do plâncton pelo fluxo
contínuo do sistema.
A média de clorofila da estação seca foi de 5,78 mg/l e de 9 mg/l no período
das chuvas. REIS-PEREIRA (2002a), observou concentrações de até 12,78 mg/l na
fase enchimento do reservatório.
GRÁFICO 7 - FLUTUAÇÃO DOS VALORES DE CLOROFILA-a TOTAL EM µg/l DA ÁGUA EM
QUATRO PONTOS AMOSTRAIS DA ÁREA LIMNÉTICA DO RESERVATÓRIO DA
UHE LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
110
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
LIM 1 LIM2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Clorofila-a (mg/l) Densidade (ind/ml)
Em um estudo no Lago das Garças, São Paulo, MOURA (1996), verificou a
falta de padrão da concentração de clorofila-a, não tratando essa variável como um
bom índice de biomassa do fitoplâncton. O mesmo se observou no reservatório da
UHE Lajeado, onde os valores de clorofila a não apresentaram qualquer relação
com os valores de densidade como demonstrado no gráfico 8 (com valores em
Log
10
).
GRÁFICO 8 - VALORES DE DENSIDADE (ind.ml
-1
) E CLOROFILA A (mg/l) NO RESERVATÓRIO DA
UHE LAJEADO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
4.2.6 Potencial Hidrogeniônico – pH
111
A águas do reservatório da UHE Lajeado apresentaram pH variando de 6,1
a 7,92 com distribuição quase homogênea (graf. 9). As comunidades aquáticas
podem interferir nos valores de pH do meio, sendo que as algas podem elevar o pH
por meio do processo de fotossíntese (MATSUZAKI; MUCCI; ROCHA, 2004). As
variações anuais tenderam a neutralidade e corroboram com ESTEVES (1988), que
atribui a maioria dos ecossistemas aquáticos valores de pH entre 6 e 8 e com
NOGUEIRA (1999), que na represa Samambaia obteve variação anual de 6,83 e
talvez, decorrente da uniformidade presente ao longo do ano no reservatório.
GRÁFICO 9 - FLUTUAÇÃO DOS VALORES DE pH DA ÁGUA EM QUATRO PONTOS AMOSTRAIS
DA ÁREA LIMNÉTICA DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
4.3 ANÁLISE NUMÉRICA DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA
4.3.1 Riqueza
112
0
2
4
6
8
10
LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4 LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
pH
A diversidade biológica é um conceito multidimensional e não pode ser
reduzido a um único número. Entende-se por diversidade de espécies a interação
entre seus dois componentes básicos: a riqueza específica que é o número total de
espécies presentes, e a eqüitabilidade, que se relaciona com a abundância relativa
de espécies e grau de dominância.
Conforme apresentado na tabela 5, Chlorophyceae apresentou o maior
índice de riqueza específica seguida por Zygnemaphyceae e Cyanophyceae.
Chlorophyceae contribuiu com o maior número de espécies em todo o período do
estudo, e foi principalmente representada pela ordem Chlorococcales. De acordo
com NOGUEIRA (1999), Chlorococcales apresenta maior riqueza específica em
lagos tropicais, inclusive nos ambientes brasileiros. ECHENQUE, NUNEZ-
AVELLANEDA e DUQUE (2004), em estudos dos lagos amazônicos registraram alta
riqueza específica e abundância de Chlorococcales, em torno de 12% da densidade
total. REYNOLDS (1988), considera Chlorophyceae como classe de táxons
colonizadores (c-estrategistas) que substituem as espécies ruderais (r-estrategistas)
quando a turbulência diminui.
Zygnemaphyceae foi bastante representativa, em todas as amostras, com
maior número de espécies ocorrendo em de agosto, fevereiro e abril, principalmente
da ordem Desmidiales (desmídias). Para MELO E HUSZAR (2000), no lago Batata,
Amazonas, o maior número de táxons de desmídias também ocorreu no período de
chuvas quando se observou uma maior população de macrófitas nos lagos, fato que
pode contribuir para sua maior diversidade.
Cyanophyceae esteve presente, principalmente representada pelas ordens
Chroococcales e Oscillatorialles enquanto que Bacillariophyta apresentou baixa
riqueza, principalmente de espécies cêntricas da classe Coscinodiscophyceae.
Bacillariophyceae quase não ocorreram no reservatório. ÇETIN e SEN (1988),
estudando a variação sazonal em lagos da Turquia, observaram que as formas
penadas foram mais ricas em táxons do que as cêntricas quando avaliaram a
distribuição vertical, porém as diatomáceas cêntricas parecem ser típicas das formas
planctônicas.
A classe Euglenophyceae destacou-se, principalmente no período chuvoso,
provavelmente devido ao conseqüente aumento da turbidez e matéria orgânica que
podem ter favorecido o desenvolvimento deste grupo na área limnética do
113
reservatório, uma vez que, de acordo com ALVES-DA-SILVA e BRIDI (2004), são
indicadores de ambientes ricos em matéria orgânica.
Crysophyceae, Clamydophyceae, Cryptophyceae, Dinophyceae,
Xantophyceae e Oedogoniophyceae apresentaram poucos táxons durante o período
de estudo. DIAS e SOPHIA (1996) registraram Oedogonium férteis
(Oedogoniophyceae) em Paritins, Amazonas. Apesar de Oedogonium não ser uma
espécie bastante freqüente nas amostras, quando ocorreu no reservatório da UHE
Lajeado não apresentou nenhum indício de maturação sexual, provavelmente pelas
condições ambientais favoráveis à multiplicação vegetativa. FINDLAY e KLING
(2001), ressaltam ainda que Crysophyceae e Dinophyceae costumam ter maior
presença em profundidades variadas, geralmente onde as concentrações de
nutrientes são altas para poderem selecionar níveis ótimos de crescimento. Essa
capacidade de migração vertical na coluna d’água pode explicar a baixa riqueza
destas classes no epilíminio.
TABELA 5 - ANÁLISE TEMPORAL DA RIQUEZA ESPECÍFICA DO RESERVATÓRIO DA UHE
LAJEADO, EM SEIS COLETAS ENTRE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
CLASSES / Nº TÁXONS Jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/05 Abr/05
Bacillariophyceae 8 9 11 7 9 11
Chlorophyceae 25 33 35 27 30 40
Chrysophyceae 2 2 0 1 0 2
Clamydophyceae 2 3 2 3 3 4
Coscinodiscophyceae 5 6 5 6 4 5
Cryptophyceae 1 0 1 1 1 1
Cyanophyceae 8 13 11 11 15 12
Dinophyceae 1 2 3 2 2 0
Euglenophyceae 7 10 5 3 11 14
Fragillariophyceae 3 2 4 2 0 4
Oedogoniophyceae 1 2 0 0 1 0
Xantophyceae 2 3 2 1 3 3
Zygnemaphyceae 7 17 9 10 18 18
Total 72 102 98 74 97 114
Em uma avaliação temporal, a maior riqueza do período da seca ocorreu em
agosto, principalmente representada por Chlorophyceae e Zygnemaphyceae,
Cyanophyceae e Euglenophyceae. No período chuvoso a maior riqueza ocorreu em
abril, onde as chuvas não foram tão constantes. As classes que mais contribuíram
com a riqueza foram as mesmas da estiagem, porém com elevação das espécies de
114
Euglenophyceae e Zygnemaphyceae, principalmente do gênero Staurastrum. Em
média, o maior número de táxons ocorreu no período chuvoso. Corroborando
parcialmente com o comportamento apresentado no reservatório da UHE Lajeado,
PEREIRA et al. (2005), relatam que no peodo chuvoso Cyanophyceae e
Zygnemaphyceae apresentaram maior riqueza na serra norte da Flona dos Carajás,
Pará. No período de estiagem Cyanophyceae, Chlorophyceae e Zygnemaphyceae
possuíram maior representatividade.
Embora inventários biológicos ainda sejam incompletos, o número de táxons
registrados para a área limnética do reservatório foi 151. SCHAFFER (1985),
mencionou que o número de espécies presentes em um dado ambiente pode refletir
a heterogeneidade do mesmo. Em média, a riqueza específica no período de chuvas
foi de 95 espécies enquanto que no período de estiagem foi de 90,6 espécies.
Em uma análise espacial, o ponto amostral LIM1, (graf. 10) apresentou o
maior número de táxons em agosto e outubro, decaindo em dezembro com o
aumento do período chuvoso. Este ponto amostral apresentou os menores valores
de riqueza.
O ponto amostral LIM2 demonstrou o mesmo comportamento de LIM1, onde
o maior número de espécies ocorreu em agosto e outubro reduzindo-se em
dezembro. Porém o número de táxons voltou a permanecer estável em fevereiro e
abril.
O ponto amostral LIM3,próximo a Palmas apresentou queda no número de
espécies em relação aos pontos LIM2 e LIM4, principalmente em junho de 2004. A
avaliação da redução de riqueza para o ponto situado mais centralmente no
reservatório, somadas às variáveis físicas e químicas, pode indicar a existência de
proliferação em grande quantidade de algum grupo de algas (FERREIRA et al.,
2005). A presença de Cylindrospermopsis raciborskii em grande densidade em LIM3
pode ter ocasionado a redução na riqueza das espécies. SANT’ANNA et al. (2004),
ressaltam que, como conseqüência da grande densidade de C. raciborskii, a
diversidade e a riqueza diminuem significativamente.
O ponto amostral LIM4 apresentou-se bastante estável em relação ao
número de espécies. Somente no início das chuvas a riqueza diminuiu. Observou-se
que houve diferenças sazonais nos pontos amostrais, sendo o maior número de
táxons registrados na estiagem. A distribuição espacial da comunidade no
115
reservatório evidenciou que a riqueza foi levemente diferente entre os pontos, sendo
que LIM2 e LIM4 apresentaram maior riqueza. As classes que apresentaram maior
número de espécies foram Chlorophyceae (49), Zygnemaphyceae (31),
Euglenophyceae (20) e Cyanophyceae (15).
GRÁFICO 10 - RIQUEZA ESPECÍFICA DE QUATRO PONTOS AMOSTRAIS (LIM1 A LIM4) DO
RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL
DE 2005
4.3.2 Densidade
116
0
10
20
30
40
50
60
Espécies
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Pontos amostrais
LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
A densidade da comunidade fitoplanctônica é representada pelo número de
indivíduos presentes por volume, expressa em ind.ml
-1
. De acordo com o gráfico 11,
no ponto amostral LIM1 observou-se os maiores valores de densidade em agosto de
2004 (364 ind.ml
-1
) onde Cyanophyceae foi mais presente que outros grupos
(40,4%). Os menores valores de densidade no ponto amostral LIM1 ocorreram em
fevereiro de 2005 (102 ind.ml
-1
), com o decréscimo de Cyanophyceae (19,61%) e
aumento de Chlorophyceae (40,19%). Estes períodos coincidem com o ápice do
período de estiagem e chuvas respectivamente. Como este ponto se localiza na
entrada do reservatório, e as Cyanophyceae são um grupo bastante sensível à
turbulência dos sistemas hídricos, é provável que sua maior densidade em agosto se
explique pelo aumento do tempo de retenção da água na estiagem, o que não
ocorre em fevereiro devido a pluviosidade que impulsionou o decréscimo deste
grupo, e o maior valor da densidade de Chlorophyceae que se apresentou mais
estável ao hidrodinamismo local. A densidade total acumulada em LIM1 foi de 1206
ind.ml
-1
.
A densidade em LIM2 apresentou menor valor em junho de 2004, 121
ind.ml
-1
, pertencentes à Chlorophyceae, Coscinodiscophyceae e Cyanophyceae,
mantendo-se relativamente estável em agosto, outubro e dezembro de 2004 (304,
281 e 297 ind.ml
-1
respectivamente). Em fevereiro ocorreu um decréscimo (151
ind.ml
-1
) tornando a aumentar em abril de 2005 (256 ind.ml
-1
). Registrou-se 1645
ind.ml
-1
de densidade total acumulada em LIM2.
Em LIM3, observou-se que a densidade foi de 205 ind.ml
-1
, apresentando um
acréscimo considerável em agosto e outubro, quando apresentou maiores valores
(679 e 489 ind.ml
-1
). Com o início do período chuvoso, LIM3 exibiu valores de
densidade mais estáveis em dezembro de 2004, fevereiro e abril de 2005 com 244,
255 e 317 ind.ml
-1
respectivamente. A densidade total acumulada neste ponto foi de
2189 ind.ml
-1
.
Observou-se que a densidade no ponto LIM4 oscilou entre 250 e 514
ind.ml
-1
. Em outubro de 2004 e abril de 2005 apresentou os maiores valores, 514 e
497 ind.ml
-1
respectivamente. LIM4 apresentou 2154 ind.ml
-1
de densidade total
acumulada no período avaliado.
Em uma análise temporal, a densidade oscilou entre 121 ind.ml
-1
a 679
ind.ml
-1
. Os maiores valores de densidade foram observados em agosto e outubro de
117
2004, com a contribuição da espécie Cylindropermopsis raciborskii e devido à
estiagem, principalmente em LIM3 e LIM4. No período de dezembro de 2004 a
fevereiro de 2005, há uma redução da densidade pela diluição do mero de
indivíduos por mL por ocasião do menor tempo de retenção da água no reservatório
devido às precipitações. O gráfico 11 demonstra que a densidade começou a se
elevar com o término das chuvas em abril de 2005.
Os pontos LIM3 e LIM4 apresentaram maior densidade total acumulada,
distribuída principalmente nas classes Cyanophyceae, Chlorophyceae e
Coscinodiscophyceae (Bacillaryophyta) que apresentou maiores valores de
densidade no período da estiagem. A não limitação por nutrientes durante quase
todo o período de amostragens em LIM1, LIM2, LIM3 e LIM4, beneficiou a
densidade. Em um lago de inundação do Parque Nacional do Jaú (Amazonas),
RAUPP e MELO (2005), descrevem que os maiores valores de densidade de
Bacillariophyta foram observados no período da seca, podendo se associar ao
possível aumento da concentração de nutrientes.
De acordo com REYNOLDS (1988), a zona fótica é a aproximação válida do
limite fotossintético, e a competição por luz é provavelmente o fator mais importante
entre as comunidades fototróficas. A transparência apresentou redução de valores
em dezembro fevereiro e abril, (variando de 0,5 a 2,3 m em dezembro, de 0,25 a 1 m
em fevereiro e de 0,7 a 1,25 em abril) podendo ser positivamente relacionado com
as menores densidades neste período, excetuando-se em LIM4, no mês de abril de
2005. Devido ao período chuvoso o aumento da turbidez principalmente em LIM1 e
LIM2 (gráfico 3) também pode ter favorecido a diminuição da densidade assim como
a diminuição do tempo de retenção da água.
Em praticamente todos os períodos amostrados, Cylindrospermopsis
raciborskii foi a espécie que apresentou a maior densidade. Das 24 análises
realizadas ao longo do ciclo hidrológico, em 66,66% esta espécie foi representada
com a maior densidade nas amostras, e contribuiu especialmente a partir de agosto
em todos os pontos. Em outubro e dezembro, apresentou as maiores densidades
dos pontos LIM3 e LIM4, e em fevereiro e abril contribuiu com as maiores
densidades em todas as estações amostrais. TRINDADE et al. (2005) em um estudo
no reservatório da UHE Serra da Mesa (GO), registraram que Cylindropermopsis
raciborskii contribuiu com as maiores biomassas nos três períodos avaliados (início
118
das chuvas, final das chuvas e no período seco). C. raciborskii é uma espécie r-
estrategista, comum em ambientes limitados por luz e/ou nitrogênio, capaz de
agüentar a instabilidade física da coluna d’água (REYNOLDS, 1988).
A densidade total acumulada em todos os pontos no período chuvoso foi de
755 ind.ml
-1
e no período de estiagem 986,75 ind.ml
-1
, concordando com os dados
de IIEGA (2004) em que indicam um aumento da densidade no período de seca no
reservatório da UHE Lajeado, onde a temperatura foi mais alta. MATSUZAKI,
MUCCI e ROCHA (2004) em estudo em um lago recreacional em São Paulo,
observaram que nos períodos de temperaturas elevadas a densidade foi maior que a
encontrada em outros períodos concordando com MARGALEF (1983), que afirma
que a velocidade dos processos orgânicos depende da temperatura.
GRÁFICO 11 - DENSIDADE (ind.ml
-1
) NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005, EM
QUATRO PONTOS AMOSTRAIS NO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO
4.3.3 Índice de Eqüitabilidade
O índice de eqüitabilidade reflete o grau de organização da comunidade, e a
variação percentual de seus componentes, e o distanciamento dessa comunidade
de outra com espécies eqüitativamente representadas. Na interpretação deste
119
0
100
200
300
400
500
600
700
ind.ml
-1
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Pontos amostrais
LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
índice, o valor mínimo é zero e o máximo é um, representa uma eqüitabilidade baixa
e alta respectivamente.
Em LIM1, a eqüitabilidade mostrou-se praticamente estável, variando de
0,58949140 a 0,66972219 nos seis períodos avaliados, o que pode demonstrar a
estabilidade da comunidade fitoplanctônica frente aos influxos ambientais na entrada
do reservatório.
Os valores de eqüitabilidade em LIM2 oscilaram entre 0,52212728 e
0,80370788, apresentando o maior valor em dezembro, provavelmente devido à
grande densidade de Cylindrospermopsis raciborskii, Pediastrum simplex,
Aulacoseira granulata e Oscilatoria limosa. O valor elevado da eqüitabilidade refere-
se à ocorrência em alta abundância de quatro espécies.
A eqüitabilidade em LIM3 esteve no intervalo de 0,36223421 e 0,64775751,
com seus maiores valores em julho, possivelmente pela distribuição quase uniforme
das espécies nas classes Chlorophyceae (42%), Cryptophyceae (19%) e
Cyanophyceae (35%), e menores valores em agosto, provavelmente explicados pela
dominância de cianobactérias, principalmente Cylindrospermopsis raciborskii.
Em LIM4 observa-se o mesmo comportamento de LIM1, com a estrutura da
comunidade praticamente estável, tendo a eqüitabilidade variando entre 0,53322634
e 0,62887021.
Destaca-se que os pontos LIM1 e LIM4 foram mais estáveis em relação ao
índice de eqüitabilidade que LIM2 e LIM3, que apresentaram maiores oscilações.
Esta oscilação pode ser explicada pela alteração de variáveis limnológicas (turbidez,
transparência e fósforo total) e pela localização dos mesmos, uma vez que se
encontram muito próximos a áreas antropizadas (Porto Nacional e Palmas).
A eqüitabilidade do reservatório pode ser considerada como média,
tendendo a alta, pois permaneceu entre os intervalos de 0,362234209 a
0,803707882, manteve-se estável entre os intervalos de 0,522127284 a
0,674580968 em 87,5% dos pontos nos períodos avaliados (graf. 12).
GRÁFICO 12 - ÍNDICE DE EQUITABILIDADE DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA DE QUATRO
PONTOS AMOSTRAIS (LIM1 A LIM4) DO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
120
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Pontos amostrais
LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
4.3.4 Índice de Diversidade de Shannon-Wiener
A diversidade específica foi estimada segundo o Índice de Shannon-Wiener,
a partir dos dados de densidade específica. O índice de Shannon-Wiener expressa a
ação recíproca da riqueza e da equitatividade sobre a diversidade (HENRY, 1999).
Os valores do índice de diversidade específica aplicada à densidade do
fitoplâncton estão representados no gráfico 13 em bits.ind
-1
. De maneira geral, os
valores da diversidade mantiveram-se homogêneos ao longo dos meses oscilando
entre 1,591047631 e 2,767976992 bits.ind
-1
até fevereiro de 2005, quando
apresentou tendência de decréscimo nos pontos LIM2 e LIM3 (1,892386407 e
1,595877901 bits.ind
-1
), provavelmente relacionado ao aumento da pluviosidade e
turbulência. Em abril, com o início do período seco houve uma tendência à
estabilização, todos os pontos apresentaram diversidade específica acima de
2,014450332 bits.ind
-1
.
Em uma análise espacial a diversidade específica do fitoplâncton apresentou
maiores valores e estabilidade no ponto LIM1, na entrada do reservatório. Apesar
deste ponto sofrer grande influência do ambiente lótico, e as condições ambientais
sofrerem alterações constantes em relação aos nutrientes, principalmente o fósforo
que oscilou de 0,06 a 0,62 e turbidez (com variação de 1,14 a 59 NTU); a
comunidade composta principalmente por Chlorophyceae não mostrou grande
variação, pois são mais aptas a adquirir nutrientes em condições de turbulência
(REYNOLDS, 1988).
121
O ponto LIM2 apresentou pico de diversidade específica em dezembro de
2004. Também neste ponto, Chlorophyceae foi a classe mais representativa em
riqueza (13 xons) e em abundância relativa (38,72%). O aumento das chuvas
neste período pode servir para homogeneizar as condições limnológicas existentes,
resultando no aumento da diversidade específica deste grupo.
Os menores valores da diversidade foram obtidos em LIM3 em agosto de
2004 e fevereiro de 2005. Apesar de LIM3 estar localizado próximo à área mais
antropizada do reservatório, que recebe a contribuição dos tributários, Brejo
Comprido e Água Fria, ambos com estações de tratamento de esgoto que podem
contribuir com o aumento dos nutrientes no local, em agosto apresentou os menores
valores de nitrogênio e sforo total de todo o período de estudo (4,166 e 0,001 mg/l
respectivamente). Em fevereiro de 2005 os valores de nitrogênio e fósforo total
aumentaram de forma geral em todos os pontos do reservatório, incluindo LIM3
(19,97 e 0,52 mg/l). Os menores valores de diversidade específica em LIM3 podem
estar associados à presença de Cylindrospermopsis raciborskii que em agosto e
outubro foi considerada espécie dominante neste ponto. Segundo NOGUEIRA
(1999), valores mais baixos de diversidade específica na represa Samambaia (GO),
aconteceram devido à dominância de alguma espécie. SOUZA e BARBOSA (2005),
identificaram a presença de C raciborskii no lago Dom Helvécio, no trecho do médio
rio Doce e observaram que, devido ao amplo espectro adaptativo e competitivo, esta
espécie pode exercer alterações locais importantes no ambiente em que ocorre,
além de reduzir a diversidade do fitoplâncton, ameaçando inclusive a biodiversidade
regional. Em estudos após sua introdução, observou-se a diminuição de 20% da
riqueza, 80% da densidade, e 50% da diversidade da comunidade fitoplanctônica
original.
No ponto LIM4 a variação da diversidade específica foi pequena, oscilando
entre 2,014450332 e 2,62341603 bits.ind
-1
o que pode indicar a estabilidade da
estrutura da comunidade, mais uma vez dependente da dinâmica e qualidade da
água.
De um modo geral, a diversidade específica manteve-se acima de
1,591047631 bits.ind
-1
chegando a atingir 2,767976992 bits.ind
-1
, mantendo-se
relativamente estável, podendo indicar que a estrutura da comunidade do
reservatório da UHE Lajeado é bastante diversificada, caracterizando a ausência de
122
espécies dominantes no sistema na maior parte do período avaliado, de maneira
similar ao que NOGUEIRA (1999), encontrou na Represa Samambaia (GO).
GRÁFICO 13 - DIVERSIDADE ESPECÍFICA (bits.ind
-1
) DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA EM
QUATRO PONTOS AMOSTRAIS NO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO NO
PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
4.3.5 Dominância e Abundância
Os conceitos de abundância e dominância foram estabelecidos de acordo
com LOBO e LEIGHTON (1986), sendo espécies abundantes aqueles táxons cujas
densidades foram superiores à densidade média de cada amostra, e dominantes os
123
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
bits.ind
-1
jun/04 ago/04 out/04 dez/04 fev/05 abr/05
Pontos amostrais
LIM 1 LIM 2 LIM 3 LIM 4
táxons que apresentam densidades acima da metade da densidade total da
amostra. REIS-PEREIRA (2002a) classifica espécie dominante como aquela que
possui no mínimo de 50% da densidade total da amostra.
No reservatório da UHE Lajeado as classes mais abundantes foram
Cyanophyceae, Chlorophyceae e Coscinodiscophyceae. AKIN-ORIOLA (2003), em
um estudo no reservatório de Awba, Nigéria, encontrou os mesmos padrões de
distribuição de classes referentes à abundância. Entretanto, Cyanophyceae foi
caracterizada principalmente por Microcystis aeruginosa. Chlorophyceae foi também
a segunda classe em abundância, representada por Pediastrum. Dentre as
Coscinodiscophyceae, o nero Cyclotella (Cyclotela meneghiniana e Cyclotela
stelligera) foi abundante, principalmente em junho, agosto e outubro, ocorrendo
praticamente todos os pontos. Com o início das chuvas, a abundância deste gênero
diminuiu, ficando restrita ao ponto LIM4 em dezembro, a LIM1 em fevereiro, e a
LIM1 e LIM3 em abril. GONULOL e OBALI (1998), consideraram Cyclotella e
Aulacoseira como gêneros característicos de lagos oligotróficos, também sendo
encontrados em ambientes mesotróficos. Cyclotella e Aulacoseira foram
encontradas em todos os meses no reservatório de Keban por ÇETIN E SEN (1988).
Aulacoseira granulata e outras quatro espécies de Bacillariophyta
(Aulacoseira ambígua, Eunotia asterionelloides, Eunotia naegeli e Stenopterobia
planctonica) foram descritas como espécies dominantes por RAUPP e MELO (2005),
em um lago de inundação do Parque Nacional do Jaú no Amazonas. No reservatório
da UHE Lajeado, não ocorreu dominância desta espécie, porém foi considerada
espécie abundante em praticamente todos os períodos avaliados (tab. 6). Outubro
de 2004 foi o único período em que Aulacoseira granulata não foi abundante em
nenhum ponto. Esta espécie foi considerada por TRAIN e RODRIGUES (1998),
como r-estrategista e dominante no rio Baía, Paraná.
Chlorophyceae se caracterizou como abundante no reservatório,
representada por Chlorella vulgaris que ocorreu em LIM1, LIM2 e LIM3 em junho de
2004. Em LIM1, em outubro de 2004 as espécies abundantes desse grupo foram
Radiococcus planktonicus, Staurastrum leptocladum e Scenedemus quadricauda
que também apresentou-se abundante em dezembro, juntamente com Cosmarium
contractum.
124
Monoraphidium arcuatum após ocorrer em LIM1, em agosto de 2004, foi a
única Chlorophyceae abundante em fevereiro de 2005, ocorrendo novamente em
LIM1. NOGUEIRA (1999) considera este gênero oportunista, desenvolvendo-se em
ambientes turbulentos que possuam grande disponibilidade de luz. Essa descrição
concorda com as características do ponto amostral onde esta espécie foi abundante.
Assim como M. arcuatum, Staurastrum excavatum foi a única Chlorophyceae
abundante em abril de 2005, em LIM1. Esta espécie também caracterizou-se como
abundante em LIM4 em agosto e dezembro de 2004. Pediastrum simplex foi
abundante em LIM1 em agosto e outubro, e em LIM2 em dezembro. De acordo com
GONULOL e OBALI (1998), P. simplex é uma espécie característica de ambientes
mesotróficos. Coelastrum reticulatum foi abundante em LIM4 em junho, Staurastrum
leptocladum em LIM1 em outubro e Ankistrodesmus spiralis em LIM4 em dezembro
de 2004. De acordo com NOGUEIRA (1999), Chlorophyceae possuem maior
capacidade de absorção de nutrientes, uma vantagem adaptativa principalmente em
ambientes com maior transparência e baixas concentrações de nutrientes.
Euglenophyceae e Cryptophyceae caracterizadas por Trachelomonas e
Cryptomonas respectivamente foram pouco representativas em abundância.
Trachelomonas foi considerado por KEPPLER, LOPES e LIMA (1999), o gênero
mais representativo das Euglenophyceae do Lago Amapá, Acre, apresentando o
maior número de espécies. Cryptophyceae estão sempre presentes nos lagos
tropicais, mas raramente estão em alta densidade (HUSZAR, 1994). Cryptomonas é
característico de ambientes meso-eutróficos, pois é bom competidor por fósforo,
porém exigindo altos valores de nitrato. Talvez essa seja a razão de encontrar este
gênero abundante em junho de 2004, onde os valores de fósforo em LIM1 e LIM3
foram 0.006 e 0,196 mg/l e os valores de nitrato foram 1,1 e 0,3 mg/l.
Nove espécies de Cyanophyceae foram consideradas abundantes:
Chroococcus minimus, C. minutus, C. turgidus, Oscillatoria limnetica, O. lacustris, O.
limosa, Leptolyngbya fragilis, Planktolyngbya sp e Cylindrospermopsis raciborskii. C.
raciborskii foi a cianobactéria mais representativa em termos de abundância,
ocorrendo em LIM3 em junho, em agosto em todos os pontos, em outubro e
dezembro não foi considerada abundante em LIM1, e novamente abundante em
todos os pontos em fevereiro e abril de 2005.
125
Cylindrospermopsis raciborskii foi considerada espécie comum
principalmente no período de altas temperaturas em um estudo realizado em São
Paulo por MATSUZAKI, MUCCI e ROCHA (2004). TUCCI e SANT’ANNA (2003)
atribuem a grande expansão desta espécie em ambientes aquáticos brasileiros a
partir dos anos 90 ao aumento da eutrofização dos ecossistemas aquáticos nas mais
diversas regiões do país. A alta adaptação e capacidade competitiva podem definir
C. raciborskii como espécie abundante e dominante no reservatório da UHE
Lajeado.
C. raciborskii foi registrada no reservatório como espécie dominante
somente em LIM3 em agosto e outubro de 2004, período caracterizado pela seca e
maior tempo de retenção da água no reservatório. HUSZAR et al. (2000) em análise
da comunidade fitoplanctônica de oito ecossistemas aquáticos brasileiros, encontrou
C. raciborskii dominado em cinco deles. BRANCO e SENNA (1996) atribuíram a
dominância de C. raciborskii no Lago Paranoá (DF) ao processo de eutrofização
artificial decorrente dos impactos antrópicos. LIM3 apresentou os maiores valores de
temperatura em outubro de 2004, corroborando com HAMILTON et al. (2005), que
enfatiza que temperatura, pH e nutrientes são as variáveis limnológicas mais
importantes ao desenvolvimento de C. raciborskii.
REIS-PEREIRA (2002a) enfatiza que do ponto de vista quantitativo, C.
raciborskii foi dominante principalmente na região de Brejinho de Nazaré (entrada do
reservatório), em Palmas e nas proximidades do barramento, a partir da
desembocadura dos tributários Santa Luzia e Lajeadinho de setembro a dezembro
de 2001. A autora descreve que na fase rio esta espécie já ocorria nestes sistemas,
tornando-se provavelmente inóculos desse processo no reservatório.
Na UHE Serra da Mesa, localizada a montante da UHE Lajeado, DE
FILLIPO et al. (1999) observaram que a presença de cianobactérias foi comum a
partir da predominância do ambiente lêntico para o lótico, incluindo o gênero
Microcystis, todavia sem exercer dominância. Microcystis aeruginosa desenvolve-se
comumente em reservatórios eutróficos e muitos casos de toxicidade foram
descritos. Supostamente, a espécie tem distribuição cosmopolita, com exceção das
áreas polares e subpolares. Em regiões tropicais tem sido considerada como
comum.
126
Durante este estudo, Microcystis aeruginosa permaneceu com o
comportamento descrito pelo IIEGA (2004), na fase de enchimento e estabilização
do reservatório (1998 a 2003), onde foi um gênero sempre presente, porém ser
exercer dominância; ocorreu principalmente em dezembro de 2002, à montante do
barramento, na antiga calha do rio próximo a Palmas, na área de influência do rio
Lajeadinho e Crixás; em fevereiro na área de influência do Ribeirão o João e
novamente no ribeirão Crixás. Em termos quantitativos, não foi significante,
oscilando entre 6 a 42 ind.ml, em dezembro entre 6 a 14 ind.ml em fevereiro, sendo
a densidade máxima de 42 ind.ml, no ribeirão Crixás, em dezembro.
DE FILLIPO et al. (1999), descreveram que a presença de M. aeruginosa na
área central do reservatório de Serra da Mesa decorre mais de sua capacidade de
explorar melhor o ambiente termicamente estável, que propriamente da associação
com processos de eutrofização. Pelo fato daquele reservatório localizar-se a
montante da UHE Lajeado, este reservatório pode estar recebendo inóculos de
Microcystis do reservatório de Serra da Mesa.
M. aeruginosa, apesar de não ser considerada espécie dominante e
abundante na área limnética do reservatório da UHE Lajeado, esteve
qualitativamente presente em praticamente todos os pontos e períodos avaliados,
apresentando colônias micro a macroscópicas com buracos irregulares,
característica de colônias antigas. KOMÁREK (1991), constatou as mesmas
características quando revisava as espécies de Microcystis no Japão.
Os dados demonstram que, na estiagem ocorreu dominância no
reservatório, caracterizada pela espécie C. raciborskii somente em LIM3, área
próxima a Palmas. De um modo geral, houve um grupo de táxons abundantes na
represa com 27 espécies consideradas abundantes. A estação seca apresentou o
maior número de espécies abundantes, totalizando 21 táxons distribuídos entre
Cryptophyceae (1), Coscinodiscophyceae (3), Cyanophyceae (7) e Chlorophyceae
(10 espécies). Na estação chuvosa, o número de espécies abundantes ficou
reduzido a 15, sendo 1 espécie de Euglenophyceae, 2 de Coscinodiscophyceae, 5
de Cyanophyceae e 7 espécies de Chlorophyceae. Cyanophyceae e Chlorophyceae
foram as classes mais abundantes em número de espécies encontradas durante
este estudo. No período em que não houve dominância de nenhuma espécie, sendo
127
encontradas espécies abundantes, as condições ambientais possivelmente
estariam propícias para o desenvolvimento de vários grupos algais (NOGUEIRA,
1999).
TABELA 6 - ESPÉCIES ABUNDANTES E DOMINANTES NO RESERVATÓRIO DA UHE LAJEADO
DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
LIM1 LIM2 LIM3 LIM4
Junho/04 Cyclotela
meneghiniana
Cyclotela stelligera
Chlorella vulgaris
C. pirenoidifera
A. granulata
M. arcuatum
Cyclotela
meneghiniana
Cyclotela stelligera
Chlorella vulgaris
Oscillatoria lacustris
C. raciborskii
Oocystis
lacustris
Chlorella vulgaris
C. pirenoidifera
Cyclotela
meneghiniana
C. reticulatum
Agosto/04 C. raciborskii
A granulata
P. simplex
O limosa
Cyclotela stelligera
C. raciborskii
Cyclotela stelligera
C. raciborskii*
Cyclotela
meneghiniana
S. forficulatum
C. raciborskii
Cyclotela
meneghiniana
Cyclotela
stelligera
C. minutus
Planktolyngbya
S. excavatum
Outubro/04 Chroococcus
minimus
P. simplex
R. planktonicus
S. quadricauda
S. leptocladum
Oscillatoria limnética
C. raciborskii
C. raciborskii*
Cyclotela
meneghiniana
C. raciborskii
Cyclotela
meneghiniana
Cyclotela
stelligera
O limosa
128
Dezembro/04 Chroococcus turgidus
S. quadricauda
T.volvocina
C.contractum
C.raciborskii
Pediastrum simplex
A granulata
O limosa
C. raciborskii
C. turgidus
A. granulata
C. raciborskii
A spiralis
Cyclotela
meneghiniana
O limnetica
S. excavatum
Fevereiro/05 C.raciborskii
Cyclotela
meneghiniana
M. arcuatum
C. raciborskii C. raciborskii
A granulata
C. raciborskii
A granulata
Abril/05 C. raciborskii
Cyclotela stelligera
Staurastrum
excavatum
C. raciborskii
Aulacoseira
granulata
Leptolyngbya fragilis
C. raciborskii
Cyclotela
meneghiniana
Chlorella vulgaris
C. raciborskii
NOTA: * espécie dominante
4.3.6 Abundância Relativa
A abundância relativa demonstra percentualmente o quanto cada táxon é
representativa dentro da amostra. A tabela 7 indica que no ponto amostral LIM1,
Chlorophyceae apresentou a maior abundância relativa registrando seus valores
mais elevados em outubro, dezembro e fevereiro. Na represa Samambaia,
NOGUEIRA (1999), apresentou resultados semelhantes aos encontrados no
reservatório da UHE Lajeado, onde Chlorophyceae apresentou maiores densidades
em todas as estações no período de estudo, principalmente no final da seca e início
da estação chuvosa. Cyanophyceae também foi representativa apresentando a
maior abundância em agosto e abril. Em junho, período com maiores temperaturas,
Coscinodiscophyceae assumiu importância pontual, demonstrando maiores valores
de abundância, principalmente relacionadas ao gênero Cyclotella. ÇETIN e SEN
(1988), observaram Cyclotella como gênero comum no reservatório de Keban,
Turquia e associaram o aumento da temperatura da água ao desenvolvimento das
diatomáceas.
129
TABELA 7 - ABUNDÂNCIA RELATIVA DAS CLASSES DE ALGAS (%) EM LIM1 NO PERÍODO DE
JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
LIM1
Classes jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/05 Abr/05
Bacillariophyceae 0 3,85 5,90 10,11 13,73 3,43
Chlorophyceae 27,55 16,76 47,30 35,38 40,19 27,45
Chrysophyceae 0 1,36 0 0 0 0
Clamydophyceae 4,55 0 0 0 0 0
Coscinodiscophyceae 44,90 21,98 0 5,10 12,75 17,16
Cryptophyceae 9,18 0 0 0 6,86 0
Cyanophyceae 4,59 40,4 23,08 24,72 19,61 45,10
Dinophyceae 0 2,47 0 0 0 0
Euglenophyceae 4,59 10,20 0 0 6,86 0
Oedogoniophyceae 0 0 0 14,61 0 0
Xantophyceae 0 0 0 0 0 0
Zygnemaphyceae 4,59 2,74 23,68 10,11 0 6,86
Durante as amostragens, Cianophyceae foi a classe mais representativa para
valores de abundância relativa em LIM2 ao longo do período de estudo, com
maiores valores identificados em outubro, fevereiro e abril conforme apresentado na
tabela 8. Coscinodiscophyceae também apresentou valores altos de abundância
relativa em abril (32,42 e 38,66%). Chlorophyceae Coscinodiscophyceae e
Cianophyceae apresentaram valores elevados em junho (36,36; 27,2 e 36,36%
respectivamente).
TABELA 8 - ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) EM LIM2 NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE
2005
LIM2
Classes
jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/04 abr/04
Bacillariophyceae 0 3,94 13,41 6,06 0 0
Chlorophyceae 36,36 16,45 5,36 38,72 13,25 16,02
Chrysophyceae 0 1,95 0 2,02 0 3,13
Clamydophyceae 0 4,28 0 2,02 0 6,64
Coscinodiscophyceae 36,36 25 8,05 22,56 13,24 32,42
Cryptophyceae 0 0 5,39 0 0 0
Cyanophyceae 27,20 42,11 65,13 20,54 66,8 38,66
Dinophyceae 0 0 0 2,02 0 0
130
Euglenophyceae 0 1,95 0 0 6,80 0
Oedogoniophyceae 0 0 0 0 0 0
Xantophyceae 0 0 0 2,02 0 0
Zygnemaphyceae 0 4,28 2,68 4,04 0 3,13
Em LIM3, registrou-se maiores valores de abundância relativa de
Chlorophyceae em junho, enquanto que Cyanophyceae foi a classe de abundância
mais elevada em agosto, outubro e dezembro, sendo substituída por
Coscinodiscophyceae em fevereiro e voltando a apresentar maior abundância
relativa em abril (tab. 9). Associado aos maiores valores de Cyanophyceae em
agosto, outubro e dezembro, Zygnemaphyceae ocorreu com reduzidos valores de
abundância relativa no mesmo período. Este ponto, comparado aos outros pontos
amostrais foi o que demonstrou os maiores valores de abundância relativa de
Cyanophyceae, em média de 51,7%.
TABELA 9 - ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) EM LIM3 NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE
2005
LIM3
Classes
jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/04 abr/04
Bacillariophyceae 3,90 0 0 0 0 3,79
Chlorophyceae 42,44 5,89 9,59 25 10,67 19,24
Chrysophyceae 0 0 0 0 0 0
Clamydophyceae 0 0 1,92 2,87 5,33 1,89
Coscinodiscophyceae 0 14,87 16,84 8,60 47,56 28,71
Cryptophyceae 19,10 0 0 0 0 1,89
Cyanophyceae 34,63 68,30 65,88 60,66 36,44 44,48
Dinophyceae 0 0,74 0 0 0 0
Euglenophyceae 0 0,74 0 0 0 0
Oedogoniophyceae 0 0 0 0 0 0
Xantophyceae 0 0,74 0 0 0 0
Zygnemaphyceae 0 8,69 5,79 2,87 0 0
A abundância relativa em LIM4 apresentou maiores valores de
Coscinodiscophyceae, em junho e em agosto e outubro de Cyanophyceae (tab. 10).
Em dezembro, Chlorophyceae e Cyanophyceae apresentaram os maiores valores e
131
abundância relativa. Em fevereiro e abril Cyanophyceae novamente foi a classe com
maior número de indivíduos em LIM4.
TABELA 10 - ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) EM LIM4 NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL
DE 2005
LIM4
Classes
jun/04 Ago/04 Out/04 Dez/04 Fev/04 abr/04
Bacillariophyceae 0 3,61 Que 2,8 0 0
Chlorophyceae 28,77 16,27 13,62 35,2 10,04 17,77
Chrysophyceae 4,11 0 0 0 0 0
Clamydophyceae 2,05 3,51 1,38 0 2,6 0
Coscinodiscophyceae 46,58 21,39 21,79 18,8 17,48 18,78
Cryptophyceae 0 0 0 2,8 4,83 0
Cyanophyceae 14,38 49,7 59,1 26,8 59,85 59,9
Dinophyceae 0 0 0 0 2,6 0
Euglenophyceae 2,05 0 0 2,8 2,6 0
Oedogoniophyceae 0 0 0 0 0 0
Xantophyceae 2,06 0 0 0 0 0
Zygnemaphyceae 0 5,48 1,4 10,8 0 3,55
Chlorophyceae, Cyanophyceae e Coscinodiscophyceae foram as classes com
maiores abundâncias relativas em todos os pontos amostrais durante o período
avaliado. Entretanto, pode-se observar a presença menos significativa de classes
como Bacillariophyceae, Euglenophyceae, Cryptophyceae, Chrysophyceae,
Clamydophyceae, Dinophyceae, Oedogoniophyceae, Zygnemaphyceae e
Xantophyceae que apresentaram baixos valores percentuais em relação às outras
classes citadas. BOVO-SCOMPARIM et al. (2005), observaram que Xanthophyceae
foram pouco presentes, que sua contribuição para a densidade foi baixa para o
período estudado e seus valores mais elevados ocorreram na época chuvosa; dados
que discordam dos resultados encontrados no reservatório da UHE Lajeado onde
foram mais presentes na estiagem.
Cyanophyceae contribuiu com os maiores valores médios de abundância
relativa na estiagem (41,21%), quase não alterando os valores no período de maior
pluviosidade (41,96%), comportamento homogêneo provavelmente proveniente das
altas densidades de Cylindrospermopsis raciborskii (tab. 11).
No ano de 2003, apenas um ano após a formação do reservatório, a análise
da comunidade fitoplanctônica mostrou que nos meses de novembro e dezembro, a
132
proliferação de cianobactérias aumentou consideravelmente em relação aos meses
anteriores, sendo que a maioria das estações amostrais apresentou abundância de
cianobactérias superior a 50% em relação a outros grupos fitoplanctônicos. No canal
do Rio Tocantins próximo à cidade de Brejinho de Nazaré, as cianobactérias
representaram 80,3% do total do fitoplâncton (IIEGA, 2004). No ecossistema
estudado as classes Dinophyceae, Cryptophyceae, Chrysophyceae e
Oegoniophyceae foram numericamente pouco representativas em termos de
densidade.
TABELA 11 - ESPÉCIES DE MAIOR ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) NO PERÍODO DE JUNHO DE
2004 A ABRIL DE 2005
LIM1 LIM2 LIM3 LIM4
Junho/04 Cyclotela stelligera
22,45%
Cyclotella sp
Oscillatoria
lacustris
Cyclotela
meneghiniana
Chlorella vulgaris
18,18%
C. vulgaris
22,93%
Cyclotela
meneghiniana
40,41%
Agosto/04 C. raciborskii
31,04%
C. raciborskii
42,11%
C. raciborskii
63,92%
C. raciborskii
30,12%
Outubro/04 Chroococcus
minimus 17,84%
Oscillatoria
limnética
35,25%
C. raciborskii
58,7%
C. raciborskii
37,16%
Dezembro/04 Chroococcus
turgidus
27,72%
Pediastrum
simplex
18,52%
C. raciborskii
38,52%
C. raciborskii
48,8%
Fevereiro/05 C. raciborskii
19,61%
C. raciborskii
40,4%
C. raciborskii
36,44%
C. raciborskii
42,38%
Abril/05 C. raciborskii
34,7%
C. raciborskii
22,66%
C. raciborskii
36,91%
C. raciborskii
45,18%
4.3.7 Análise de Agrupamento e Ordenação
133
L3jun04
L1out04
L1dez04
L1fev05
L2jun04
L1jun04
L4jun04
L3ago04
L2abr05
L3fev05
L3dez04
L4out04
L3out04
L4abr05
L3abr05
L2ago04
L4ago04
L1abr05
L4dez04
L1ago04
L2dez04
L2out04
L2fev05
L4fev05
100
90
80
70
60
50
Similarity
A análise de Agrupamento visa descrever a estrutura da comunidade
fitoplanctônica determinando a composição e densidade através de um grau de
similaridade suficiente para reuni-los em um mesmo grupo. A análise Ordenação é
um conjunto de técnicas pelas quais objetos são posicionados em relação a um ou
mais eixos, de tal maneira que suas posições relativas aos eixos, e entre eles,
proporcionem o máximo de informação sobre suas semelhanças ecológicas
(VALETIN, 2000). As similaridades da comunidade fitoplanctônica entre os
diferentes períodos foram analisadas pelos métodos de Cluster e MDS não métrico.
O dendograma e a ordenação resultante separaram as classes e os seis períodos
avaliados em quatro grupos principais (fig. 2 e 3).
FIGURA 2 - DENDOGRAMA PELO MÉTODO MDS BASEADO NA DENSIDADE DAS CLASSES EM
LIM1, LIM2, LIM3 E LIM4 NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005.
FIGURA 3 - ORDENAÇÃO PELO MÉTODO MDS BASEADO NA DENSIDADE DAS CLASSES EM
LIM1, LIM2, LIM3 E LIM4 NO PERÍODO DE JUNHO DE 2004 A ABRIL DE 2005
134
L1jun04
L1ago04
L1out04
L1dez04
L1fev05
L1abr05
L2jun04
L2ago04
L2out04
L2dez04
L2fev05
L2abr05
L3jun04
L3ago04
L3out04
L3dez04
L3fev05
L3abr05
L4jun04
L4ago04
L4out04
L4dez04
L4fev05
L4abr05
Stress: 0,19
NOTA: L1 = LIM1; L2= LIM2; L3 = LIM3; L4 = LIM4
A análise de similaridade evidenciou que a estrutura da comunidade
apresenta um certo grau de estabilidade, representado principalmente pelo grupo II.
Este grupo reuniu amostras de diferentes pontos, tanto no período chuvoso como na
estiagem, demonstrando que, no que se refere às densidades das classes, a
comunidade apresenta um comportamento próximo. Isto também é demonstrado
pela ordenação, que estabelece um cluster com grande número de unidades
amostrais, congregando diferentes pontos de coleta em ambos períodos (seca e
chuva). No entanto, esta estabilidade é relativa, evidenciada pela presença do
grupamento I, em especial, e; pelas unidades amostrais que não foram agrupadas
(LIM1 junho 2004 e fevereiro de 2005; LIM2 junho de 2004; e, LIM4 junho 2004).
Junho representou o mês mais complexo, pelo fato de ser a transição entre chuva e
seca, que pode tornar a estrutura da comunidade mais instável.
O grupo I apresentou a menor similaridade média (67%) unindo duas áreas
do reservatório, LIM1 (outubro e dezembro de 2004) nos períodos de seca e chuva e
LIM3 em junho de 2004, na estação seca. O método SIMPER (tab. 12) indicou que
neste grupo Chlorophyceae (55,35%) apresentou a principal contribuição seguida de
Cyanophyceae (32,39%).
135
O grupo II apresentou a maior similaridade média (73,79%), e foi formado
pelo agrupamento das três áreas caracteristicamente nticas nos períodos de seca
e chuva (LIM2 agosto de 2004 e abril de 2005; LIM3 outubro e dezembro de 2004,
fevereiro e abril de 2005; LIM4 agosto e outubro de 2004 e abril de 2005), em função
da contribuição da abundância de Cyanophyceae (51,10%), Coscinodiscophyceae
(25,86%) e Chlorophyceae (17,47%) analisadas pelo método SIMPER.
O grupo III (73,79% de similaridade) formou-se pelos pontos LIM1, LIM2 e
LIM4. LIM1 esteve presente na estação seca e chuvosa (agosto de 2004 e abril de
2005), porém LIM2 e LIM4 ocorreram somente em dezembro, período chuvoso. A
análise pelo método SIMPER destacou Cyanophyceae (34,72%) como a maior
contribuição para o grupo III, seguida de Chlorophyceae (32,01%) e
Coscinodiscophyceae (22,04%).
O grupo IV apresentou similaridade média de 70,08% e foi representado por
LIM2 (outubro de 2004 e fevereiro de 2005) e LIM4 (fevereiro 2005) em função da
presença de cianobactérias. Na análise pelo método SIMPER Cyanophyceae foi
mais representativa, com a contribuição de 72,88% seguida de
Coscinodiscophyceae (12,84%) e Chlorophyceae (10,45%).
Entre os grupos I e III a dissimilaridade média apresentada foi de 38,70%
(tab. 13) com maior contribuição de Coscinodiscophyceae (29,73%) e
Cyanophyceae (23,71%).
Cyanophyceae (45,01%) foi a principal responsável pelas maiores
dissimilaridades entre os grupos III e II que obtiveram dissimilaridade média de
33,50%.
Nos grupos I e II a dissimilaridade média foi de 54,94% e Cyanophyceae
(43,28%) novamente contribuiu para as maiores dissimilaridades, seguida de
Chlorophyceae (27,59%).
Entre os grupos III e IV a dissimilaridade média foi de 41,65% novamente
com maiores contribuições de Cyanophyceae (29,75%) e Chlorophyceae (28,34%),
assim como entre os grupos I e IV (dissimilaridade média de 59,80%) onde
Cyanophyceae contribuiu com 38,27% e Chlorophyceae com 22,54%.
Cyanophyceae (34,12%) e Coscinodiscophyceae (26,38%) foram as
principais classes que contribuíram para as dissimilaridades entre os grupos II e IV
que apresentaram dissimilaridade média de 36,75%.
136
A separação dos períodos na análise de ordenação MDS correspondeu ao
padrão gerado pela análise de agrupamento (fig. 3). Nos níveis de similaridade
supracitados, os períodos foram agrupados na plotagem das duas primeiras
dimensões com um stress de 0,19 indicando que houve uma correspondência
confiável entre as áreas nos períodos. Desta forma, as áreas dos grupos II e III
comportaram-se como único agrupamento, revelando grande homogeneidade entre
as mesmas nos grupos, diferenciando-se da área dos grupos I e IV.
TABELA 12 - CONTRIBUIÇÃO EM PORCENTAGEM (%) DAS CLASSES MAIS
REPRESENTATIVAS NAS SEIS COLETAS PARA A SIMILARIDADE DENTRO
DOS GRUPOS (MÉTODO SIMPER)
Grupo I Grupo II Grupo III Grupo VI
Similaridade dentro dos
grupos (%)
67,24 73,79 71,50 70,08
Classes
Bacillariophyceae 7,01 - - -
Chlorophyceae 55,35 17,47 32,01 10,45
Coscinodiscophycea - 25,86 22,04 12,84
Cyanophyceae 32,39 51,10 34,72 72,88
Zygnemaphyceae - - 5,86 -
TABELA 13 - CONTRIBUIÇÃO EM PORCENTAGEM (%) DAS CLASSES MAIS
REPRESENTATIVAS NAS SEIS COLETAS PARA A DISSIMILARIDADE
DENTRO DOS GRUPOS (MÉTODO SIMPER)
Grupo
III x I
Grupo
III x II
Grupo
I x II
Grupo
III x VI
Grupo
I x VI
Grupo
II x VI
Dissimilaridade dentro
dos grupos (%)
38,70 33,50 54,94 41,65 59,80 36,75
Classes
Bacillariophyceae - - - 7,58 6,58 6,50
Clamydophyceae - 4,23 3,49 - - -
137
Chlorophyceae 12,20 14,64 8,52 28,34 22,54 15,92
Coscinodiscophyceae 29,73 17,53 27,59 13,64 10,65 26,38
Crysophyceae 7,46 - 4,46 - 6,33 4,07
Cyanophyceae 23,71 45,01 43,28 29,75 38,27 34,12
Euglenophyceae 5,46 4,83 - 5,16 - -
Oedogoniophyceae 4,99 - - - - -
Zygnemaphyceae 8,60 4,83 5,72 6,66 7,70 4,36
As análises de agrupamento e ordenação permitiram concluir que além de
Cyanophyceae, a estação amostral LIM1 localizada na entrada do reservatório, se
caracterizou por apresentar contribuições das classes Chlorophyceae e
Coscinodiscophyceae. Chlorophyceae apresentou suas maiores contribuições no
período da estiagem principalmente relacionadas as maiores densidades e
freqüência (tab. 3) de Chlorella vulgaris e Oocystis lacustris, espécies freqüentes em
reservatórios (BICUDO; MENEZES, 2005).
Cyanophyceae foi presente em todos os pontos do reservatório tanto na
estação seca como chuvosa provavelmente pela temperatura da água que se
manteve entre 25 e 31,7ºC (graf. 1). A Fundação Nacional da Saúde destaca que a
temperatura da água é um dos principais fatores para a manutenção das espécies
de cianobactérias (BRASIL, 2003a). ZALOCAR DE DOMITROVIC, ASSELBORN e
CASCO (1998), observaram que Cylindropermopsis raciborskii tornou-se abundante
e dominante quando as temperaturas da água apresentaram valores acima de 20ºC.
A presença constante de cianobactérias em todos os períodos avaliados nos
pontos caracterizados pelo ambiente predominantemente lêntico (LIM2, LIM3 e
LIM4), pode estar também associada à diminuição gradual da turbulência e aumento
do tempo de retenção da água (REIS-PEREIRA, 2002a), que segundo a Fundação
Nacional da Saúde (BRASIL 2003a), é uma característica amplamente aceita pelos
microbiologistas e limnologistas para a permanência de cianobactérias e formação
de florações. As cianobactérias também podem ter se favorecido da descarga de
nutrientes. SANT’ANNA e AZEVEDO (2000), relatam que a proximidade de áreas
mais antropizadas geralmente promovem o aparecimento em massa de
Cyanophyceae, podendo ocorrer espécies potencialmente tóxicas.
Em LIM2, LIM3 e LIM4 observou-se também grande contribuição de
Coscinodiscophyceae nos período chuvoso. A presença das diatomáceas cêntricas
pode ser explicada pelo fato destes organismos possuírem uma carapaça silicosa, o
138
que as tornam mais pesadas e de mais fácil ressuspensão na coluna d’água em
épocas de maior turbulência e diminuição do tempo de retenção da água devido ás
constantes chuvas (ÇETIN; SEN, 1988).
A ocupação humana das bacias de drenagem, associada ao
desenvolvimento desordenado das cidades e à ocupação indiscriminada do solo,
tem alterado drasticamente os ecossistemas aquáticos, principalmente acelerando o
aporte de nutrientes para os corpos d’água (eutrofização) e o aporte de quantidades
expressivas de sedimentos (assoreamento), afetando a estrutura e o funcionamento
das comunidades e suas relações tróficas.
Propostas de múltiplos usos estão sendo avaliadas e discutidas
continuamente pelos órgãos ambientais e sociedade para o reservatório da UHE
Lajeado. Em nível governamental o “Projeto Orla” propõe a ocupação imobiliária na
área lindeira do reservatório em Palmas com a instalação de áreas para lazer e
comércio, inclusive com a instalação de marina para o atracamento de barcos.
Grandes e pequenos agricultores têm intensificado os usos do solo na área litorânea
do reservatório, pelas condições climáticas e pela facilidade de irrigação adequada
ao desenvolvimento da fruticultura de espécies econômicas podendo ser produzidas
o ano todo. Áreas agricultáveis com projetos de soja e fruticultura irrigada estão
sendo implementadas entre Porto Nacional e Palmas e podem contribuir com o
enriquecimento do sistema por fertilizantes, elevação da taxa de sedimentação e da
turbidez.
A ocupação do entorno ocorre sem a preservação da área de proteção
permanente (APP), sendo que muitas propriedades têm instalado casas e piers na
área lindeira, sem respeitar a APP de 100 metros.
Existe ainda a possibilidade de instalação de tanques redes principalmente
na região de Brejinho de Nazaré. A falta de controle destes ambientes pode levar a
perdas da qualidade da água do reservatório. A qualidade da água também pode ser
modificada por atividades mineração. Atualmente existem aproximadamente oito
empresas atuando na extração de areia e seixo, que podem aumentar de forma
significativa a turbidez e a concentração de sólidos totais dissolvidos, devido ao
revolvimento do material no fundo do leito do reservatório, de acordo com
BONATTO et al. (2005). As fontes pontuais de resíduos domésticos aportam ao
reservatório principalmente próximas às áreas mais antropizadas. Resíduos
139
industriais ainda não foram observados pela inexistência de industrias na área do
entorno.
Todos esses usos poderão contribuir para a aceleração do processo de
eutrofização artificial com a introdução de nutrientes (nitrogênio e fósforo) para o
sistema o que torna o reservatório em risco potencial para a formação de florações
de cianobactérias uma vez que possui em sua comunidade espécies
potencialmente tóxicas, abundantes e dominantes como Cylindrospermopsis
raciborskii ou presentes qualitativamente como Microcystis aeruginosa.
Pelo fato de nossas sociedades serem complexas e inter-relacionadas, não
se pode isolar a saúde de outros interesses. Os elos indissolúveis entre a população
e o seu meio constituem a base para uma abordagem sócio-ecológica da saúde. O
princípio orientador a nível mundial, das nações, das regiões e das comunidades é a
necessidade de encorajar os cuidados mútuos cuidar uns dos outros, das
comunidades e do ambiente natural. É preciso assegurar a conservação dos
recursos naturais do planeta, numa perspectiva de responsabilidade global (BRASIL,
2003c) Nesse contexto, os gestores dos ambientes devem proteger a saúde humana
dos efeitos adversos quer diretos, quer indiretos, relacionados com os fatores
físicos, químicos e biológicos, reconhecendo que as mulheres e os homens fazem
parte de um ecossistema complexo. Os recursos naturais, extremamente
diversificados mas limitados, que enriquecem a vida, o essenciais à espécie
humana. As políticas promotoras de saúde serão eficazes se os recursos do
ambiente forem preservados e se forem desenvolvidas estratégias ecológicas a nível
local, regional e nacional. Torna-se, assim, necessário que os governos se
comprometam a todos estes níveis (SÍCOLLI; NASCIMENTO, 2003). Muitas vezes,
não registros das intoxicações, pois nem sempre a presença de cianobactérias
na água é visível e a sintomatologia é idêntica à de outras doenças (CORREIA;
DELGADO; CASTRO, 2001). Sem dúvida que por todos os problemas apresentados
e pela presença de toxinas, os programas de monitoramento são essenciais e que a
melhor solução seria a prevenção da acumulação dos compostos essenciais para a
ocorrência de florescência de cianobactérias.
140
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados obtidos permitem concluir que:
- Os pontos amostrais localizados na entrada do reservatório e à montante
do barramento se caracterizaram mais estáveis em relação à estrutura
da comunidade. Nos pontos próximos a Porto Nacional e Palmas a
comunidade fitoplanctônica foi mais suscetível aos influxos ambientais.
- A variação sazonal exerceu grande influência na estrutura da
comunidade. A riqueza, densidade e diversidade específica
apresentaram maiores valores na estação seca.
- As classes mais representadas em número de espécies tanto no período
de seca quanto no período de chuva foram Chlorophyceae,
Zygnemaphyceae, Cyanophyceae e Euglenophyceae.
- No reservatório da UHE Lajeado ocorreu o predomínio de algas com
características r-estrategistas, Cyanophyceae foram predominantes em
densidade.
141
- Foi registrado alta freqüência de Cylindrospermopsis raciborskii como
espécie abundante e dominante.
- Apesar da estrutura da comunidade sofrer alterações com a
sazonalidade, Cylindrospermopsis raciborskii, espécie potencialmente
tóxica, praticamente não sofreu variações em relação à densidade média
no período deste estudo.
- Microcystis aeruginosa esteve presente qualitativamente na maioria dos
pontos amostrados.
- O reservatório da UHE Lajeado está, de maneira geral, sujeito ao
fenômeno de “floração” na maioria dos pontos amostrados. A evolução
do reservatório provocou esperada alteração da comunidade
fitoplanctônica com maior freqüência das Chlorophyceae e
Cyanophyceae.
- A presença de Cylindrospermopsis raciborskii e Microcystis aeruginosa
indicam o potencial tóxico e os possíveis problemas que podem ocorrer à
saúde pública, caso esse ambiente não seja monitorado. Estudos
adicionais são recomendados, com a finalidade de se evitar efeitos
deletérios ao ambiente e à saúde da população.
- A análise das variáveis limnológicas e da comunidade fitoplanctônica em
escalas temporais e espaciais passa a ser uma estratégia de
monitoramento, que juntamente com o manejo e gerenciamento poderão
minimizar os impactos dos usos múltiplos no reservatório e manutenção
da qualidade da água.
142
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