história regional, colonialismo e imperialismo. O que demonstra a penetraç ão do
discurso desenvolvimentista na esfera política estadual, com relação ao centro do
País, indicando sua situação periférica. Destacando ser fundamental a busca de
alternativas regionais que incrementassem as políticas orientadas para o nacional.
“País de dimensões continentais, sendo uma federação de
economias regionais, o Brasil não pode adotar e ter planos de
desenvolvimento como si (sic) fosse uma Nação da proporção da
Holanda ou da Bélgica. (...) Somos um império – somos um
continente. (...) Quando o último governo da República acelerou o
processo de industrialização no centro-sul, não cuidou ele da
distribuição geográfica das unidades de vanguarda, da localização
eqüitativa do parque manufatureiro; nem mesmo de realizar uma
política de tratamento diferenciado de nossa economia que, é por
excelência, uma economia diferenciada. O resultado foi, como não
podia deixar de ser, a concentração industrial numa restrita e limitada
área do centro-sul, destacadamente São Paulo. E como não houve
tratamento diferenciado; e como não houve preocupação na
distribuição de localização geográfica da indústria, e como não se
considerou o país uma federação de economias regionais, o
resultado foi que se fez automaticamente a pré- localização da
indústria no centro-sul. Essa localização surgiu com a força de uma
pré-determinação. As conseqüências desta distorção econômica
começam agora a ameaçar a própria unidade política do país, porque
os Estados da Amazônia, do Meio-Norte ao Nordeste e do Nordeste
ao Centro-Oeste e do Centro- Oeste ao Extremo-Sul não desejam
continuar descendo na escala do empobrecimento reduzidos à
condição de colônias internas e territórios economicamente não-
autônomos. A reação contra esse aviltamento econômico dos
Estados já está provocando uma espécie de sindicalização das
regiões marginalizadas e das áreas espoliadas. Nosso dever,
Senhores Deputados, é evitar que esta reação, em si mesma justa
assuma feição de ato predatório contra a União. Como evita-lo?
Adotando e promovendo uma política assentada no planejamento
regional, a partir da consideração do Brasil como um continente
econômico. Dessa forma, impõe-se o zoneamento do país, sua
divisão, para efeitos de desenvolvimento harmônico, em regiões geo-
econômicas que seriam cinco: Amazônia e Norte, Nordeste, Centro-
Sul, Centro-oeste e Extremo Sul. Apoiada nesse pressuposto básico,
a União estabeleceria uma política diferenciada de favores e
estímulos adequados a cada região, ajustados às suas
conveniências e exigências.”
136
136
MENSAGEM à Assembléia Legislativa. 21 de abril de 1960. AHRGS. Documentação dos
Governantes. Porto Alegre.