traçaram na região um espaço de legitimação e mediação do poder estadual
castilhista- borgista.
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Dessa maneira, voltamos a frisar que o campo de estudos sobre o
coronelismo é fértil e, no momento em que relacionamos outros elementos,
contemplamos temáticas ainda não abordadas pelos estudos já realizados sobre o tema.
Podem-se agregar ao tema delimitações espaciais e temporais diferenciadas, que
contribuam para o surgimento de novos trabalhos correlatos. Portanto, é fundamental
percebermos os temas como inacabados, pois é a partir de novas discussões que ocorre
crescimento intelectual e historiográfico sobre o assunto.
O segundo aspecto relacionado à temática refere-se às políticas de
colonização da República Velha no Rio Grande do Sul. Segundo Aldair Marli Lando e
Eliane Cruxem Barros, a colonização da província possuía como características: "[...]
Evitar a concentração da propriedade, proibindo a concessão de mais de um lote à
mesma pessoa [...]; as áreas concedidas deveriam ser efetivamente exploradas [...] e o
colono deveria morar no seu lote de terra, explorando-o pessoalmente ou através da
produção familiar.”
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Esse tipo de ocupação tornou a região diferente da região da Campanha
no Rio Grande do Sul, que se caracterizava pelas estâncias agropecuaristas e
latifundiárias. Essa estrutura de distribuição de terras também é característica do Planalto
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Dentre alguns trabalhos escritos na década de 1990, podemos citar: COLUSSI, Eliane L. Estado Novo e
municipalismo gaúcho. Passo Fundo: Ediupf, 1996. ; LAZZAROTTO, Danilo. Os capangas do coronel:
romance histórico. Ijuí: Sedigrf, 1995. ; MARTINI, Maria Luiza F. Sobre o caboclo camponês. Um
gaúcho a pé. Dissertação (Mestrado em Sociologia)-Programa de Pós-Graduação em Sociologia/UFRGS,
Porto Alegre, 1993; PERES, Sebastião. Coronéis & colonos. Das crises internas do poder coronelístico à
emergência dos colonos como sujeitos autônomos. Dissertação (Mestrado em História)-PUCRS, Porto
Alegre, 1994. ; FÉLIX, Loiva O .; KLEBER, Haike R ; SCHIMIDT, Benito B. Relações de poder local
versus poder estadual nas áreas de colonização alemã e italiana no Rio Grande do Sul na Primeira
República . Relatório final de pesquisa/CNPq. Porto Alegre. AVANCINI, Elza G. Coronelismo,
cooptação e resistência – 1200 votos contra o coronel – a Eleição da banha em Ijuí, 1934. In:
AVANCINI, E.G. (Coord.). Educação para crescer. Projeto Melhoria da Qualidade de Ensino: História,
OSPB e Educação Moral e cívica, 2.º grau. Porto Alegre: SE/RS. ELMIR, Cláudio Pereira. Olhares sobre
si e o outro: as várias faces do coronelismo. Cadernos de Estudos, Porto Alegre, Curso de Pós-Graduação
em História/UFRGS, n. 8, p. 24-49, dez. 1993; PEREIRA, Maristela Silva. Os corpos provisórios da
Brigada Militar. Seus aspectos sociais e utilitários (1923-1927). Dissertação (Mestrado em História)-
PUCRS, 1993. PEREIRA, Maristela Silva. Um estudo sobre a participação dos coronéis borgistas nos
conflitos armados da República Velha Rio-Grandense. Estudos Ibero-Americanos, PUCRS, v. 20, n. 2, p.
27-43, dez. 1994. SILVA, Mara Regina Kramer. Linguagem simbólica de poder – arquitetura rural
gaúcha. Dissertação (Mestrado em História)-Unisinos, São Leopoldo, 1996.
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LANDO, Aldair; BARROS, Eliane Cruxen. Capitalismo e colonização – os alemães no Rio Grande do
Sul. In : DACANAL, José Hildebrando. RS: imigração e colonização. 2. ed. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1996 . p. 22.