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vim isso e como era muito atrevida, toda vida fui ... eu falei com eles assim:
Uai, seu guarda! Se o senhor ta falando e o menino ta descendo, agora
porque o senhor vai matar ele? Aí ele falou: Num conversa muito não, senão
eu te atiro. Então eu falei: Uai, então ocê vai atira agora!”
105
“ ... eu tava com machado e cortando um pau e aí chegou um policial e falou
para mim parar. E eu peguei e falei com ele que não ia desobedecer a ordem
dele, mas não ia parar e eu tem necessidade e ele disse para mim não. Ele saiu
e foi lá e trouxe mais um companheiro e mais soldado, aí eu falei para ele
assim: Uma coisa eu vou falar proceis. Se ocês veio faze eu parar, eu não vou
parar não, porque eu tenho minhas necessidade. Eu abri o macacão assim,
desabotoei e falei com eles se eles quisesse atirar, oceis ta armado e eu não
tenho arma, eu sou tenho esse machado, mas eu não vou contra vocês, porque
vocês são autoridade. Então eles disse: quando você ver nós, ocê para,
quando nós for embora ocê recomeça, é questão de ordem ... aí quando ele
falei com eles que ia respeita a opinião deles ... aí quando eles vinha eu
chamava eles e dei um golo de café e eles foro embora”
106
“Olha, a relação da polícia com o pessoal era até boa ...”
107
“ ... o policiamento começou a fazer muitas covardia com as pessoas aí, fazia
covardia .Aqui tinha um tal de Miranda, tinha um tal de Juventino ... esse
Miranda acho que ele foi lá para Governador Valadares e lá eles mataram ele
... achou que poderia fazer a mesma coisa ... Ah, batiam, batia e fazia o
camarada carregar água , porque nesse buraco onde é o Fundo da Colina,
esse buracão , ali tinha uma mina lá em baixo, eles fazia a pessoa pegar água
lá em baixo, vinha com todo sacrifício e quando o cara chegava aqui em cima,
eles jogava água no cara ou jogava a água fora, na rua ... e se não fizesse, o
cassete comia ...”
108
“... passava por cima com cavalo, que usava mais antigamente era a
cavalaria. Quando falava que a cavalaria tava vindo, podia corre todo
mundo, que aí era problema ...”
109
“... Moço, no inicio da favela mesmo, eles era bruto demais, mas depois foi
ambientando...”
110
“... tinha que construir era a noite, mas tem um soldado que ele era baão de
demais e ele deixava esse soldado tomando conta e ele era muito bonzinho e
ainda ilumiava com a lanterna pra nós construir a noite, sabe?”
111
105
Rosalina Silva, – Rosa –, depoimento citado.
106
Geracino França Pinto, depoimento citado.
107
José Martins Sobrinho, depoimento citado.
108
Jair Rodrigues da Silva, depoimento citado.
109
José Leônidas Resende – Zezinho -, depoimento citado.
110
José Leônidas Resende – Zezinho-, depoimento citado.
111
Juraci Esteves de Castro, depoimento citado.