221
pertencessem ao sindicato durante a vigência do contrato.
428
O contrato também previa o
check-off, o desconto da contribuição sindical na folha de pagamento, desde que não
excedesse US$ 1,00/ano. A companhia aceitava ainda pagar salários, nas diferentes
classificações, tão altos quanto os das competidoras. O direito de contratar e manter a
ordem e a eficiência nas plantas eram percebidos como prerrogativas exclusivas da
gerência, assim como a demissão por justa causa, mas deviam ser submetidas a
procedimentos de queixa. O UAW reconhecia ainda o direito exclusivo da empresa em
determinar o número e a alocação das suas plantas, a introdução de novas máquinas e
ferramentas, a determinação dos produtos a serem manufaturados, os métodos a serem
utilizados no processo produtivo e o calendário da produção.
429
O sindicato comprometia-
se, ainda, a não fazer greves ao longo da duração do contrato, e a disciplinarizar seus
filiados de modo a impedir que fizessem greves não autorizadas (wildcat strikes). O UAW
428
Havia dois tipos de cláusulas contratuais prevendo a filiação de todos os trabalhadores de uma determinada
unidade de negociação no sindicato contratante, a union shop e a closed-shop. A diferença é que, na cláusula
de closed-shop, todo o novo trabalhador deve ser contratado através do sindicato ou já ser membro do
sindicato no momento da contratação, ao passo que na union shop o empregador tem pleno controle sobre a
contratação e o novo contratado nem precisa ser membro do sindicato. No entanto, o novo contratado deveria
tornar-se membro do sindicato, após um período de experiência. Se em tal período ele fosse demitido, a
empresa não deveria reportar-se ao sindicato. Cf. ESTADOS UNIDOS. DEPARTMENT OF LABOR.
BUREAU OF LABOR STATISTICS. “Types of union recognition in effect in january 1943”. In Monthly
Labor Review. Washington: US Bureau of Labor Statistics, Vol.56, No. 2, Fevereiro de 1943, p. p. 286. Em
1939, 3 dos 8 milhões de trabalhadores americanos sindicalizados trabalhavam sob contratos de closed-shop.
Cf. ESTADOS UNIDOS. DEPARTMENT OF LABOR. BUREAU OF LABOR STATISTICS. “Closed shop
and check-off in union agreements”. In Monthly Labor Review. Washington: Vol. 49, No. 4, Outubro de
1939., p. 834, 835.
429
A questão da alocação das plantas era de grande importância, dado que o Sul dos Estados Unidos era então
uma região fracamente sindicalizada e os salários eram mais baixos, e tornou-se parte das estratégias das
empresas alocar plantas nesta região. Em pesquisa realizada entre 1935 e 1937, constatou-se que, em 105
ramos industriais analisados, o salário/hora médio no Norte foi de 69,1 cents, ao passo que no Sul foi de 47,8
cents, refletindo a alta concentração das indústrias automotiva e siderúrgica na primeira e de algodão na
segunda. Mas no interior das mesmas indústrias havia diferenças importantes, refletindo a menor
sindicalização no Sul. Para 832.179 trabalhadores das mesmas indústrias, os do Sul ganhavam em média
18,6% a menos do que os do Norte, ao passo que o número de horas trabalhadas no Sul foi em média 1% do
que as do Norte. Cf. HINRICHS, A.F. e BEAL, Arthur. Monthly Labor Review. Washington: US Government
Printing Office, May 1940, Vol. 50, No. 5. HINRICHS, A.F. e BEAL, Arthur. “Geographical differences in
hours and wages, 1935 and 1937”, p. 1205. Em 1936, o United Auto Workers publicaria uma notícia com o
título de “Vá para o Sul em busca de trabalho barato”, reproduzindo, e denunciando, uma mensagem enviada