filhos, e na viuvez uma senhora moça, mas de pouca saúde, e que se viu a
braços com as maiores dificuldades na educação de seus filhos.
E tudo por que? Somente por mal orientada por uma vidente que
não passava de uma falsa profetisa, que outra coisa não visava senão
o seu endeusamento. (O FERRABRAZ, 18 maio 1956, n.82, Capa [grifos
nossos])
Na análise do último artigo, encontramos uma homenagem da equipe
editorial aos 4 anos de emancipação política do município. Mudam os Tempos
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faz uma retrospectiva da trajetória percorrida pela localidade desde o tempo
dos mucker, como podemos acompanhar:
Há cerca de oitenta anos, Sapiranga era teatro de uma sangrenta
luta fratricida.
Uns fanáticos, obsecados por uma falsa ideologia, arvoraram-se em
semi-deuses e espalharam por toda a colônia o terror, a morte, o
incêndio, a ruína e a desolação.
Julgavam, por certo, êles, estarem fazendo uma boa obra, mas,
travestidos com peles de ovelha, derramavam em torno de si, o pânico, a
desgraça.
Não julgavam aqueles homens que, derrubando matas, cultivando
as terras e abrindo picadas, estavam preparando o berço de futuro
risonho, aos pósteros, estirpadas, naturalmente as teorias falsas e
erradas que estavam adotando.
Correram os anos. Passaram os homens de então, dando lugar a
uma geração nova, possuída de uma nova vitalidade, de uma outra
orientação, de uma vontade firme de vencer, não pelas armas, nem
pela idéia fixa, num ideal fictício, mas, orientada pela bússola do
trabalho, pelo iman do progresso e pelo farol do bem estar.
Passaram quarenta lustros. Mudaram-se o ambiente e o homem.
E, hoje, onde então se levantavam barreiras para os incolas se
protegerem contra a ação das forças armadas, onde se faziam barricadas
a favor dos erros dos homens, onde se derrubavam árvores para impedir
a passagem da Legalidade, estão levantadas as chaminés das fábricas,
estão as couraças e os escudos contra o analfabetismo; estão abertas as
amplas estradas do progresso e, em vez dos mastros de espias, erguem-
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O FERRABRAZ, fev. 1959, n.117, Capa e p.16.