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ESTUDO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
IE/UNICAMP - IEI/UFRJ - FDC - FUNCEX
comunicados, documentos e relatórios; c) capacidade de falar e de
comunicar-se com seus superiores hierárquicos, com seus colegas e
com subordinados; d) capacidade para trabalhar em computação,
para interpretar números, fazer medições de tempo, distâncias,
volume, etc.; e) habilidade para entender, organizar e analisar
problemas quantitativos; f) capacidade de identificar e definir
problemas, formular alternativas, equacionar soluções e avaliar
resultados; g) criatividade, iniciativa, inventiva, uso de
intuição e do raciocínio lógico, transformando idéias em
aplicações práticas; h) auto-estima, motivação e capacidade de
assumir responsabilidades; i) capacidade de negociar e contra-
argumentar, espírito de colaboração e de aglutinação" (Alexim,
1992).
No caso específico do trabalhador direto, a complexificação
das tarefas tradicionais, o grau de abstração das novas tarefas
e, ainda, a participação adequada nas novas formas de gestão, ao
invés de prescindir de maiores níveis de escolaridade, como
ocorre nos processos tayloristas, pressupõem a escolaridade
básica completa (no caso brasileiro, a conclusão do 2º Grau), o
que corresponde à posse dos conhecimentos necessários à geração
de inovações ao nível do chão-da-fábrica.
Entretanto, estas não são as únicas diferenças entre os dois
tipos de organização da produção, no que se refere às mudanças no
processo de trabalho e seus impactos sobre o perfil e a
qualificação dos recursos humanos. Um elemento fundamental das
novas formas de automação é a flexibilidade, cujos impactos são
também bastante significativos.
"A introdução de sistemas flexíveis (...) combina-
se à montagem de uma ampla e complexa rede de
informações, que interliga, em maior ou menor grau, as
vendas com o embarque das mercadorias, a produção com
as compras, a contabilidade e o marketing com a P&D,
etc. Todo o processo industrial Ø afetado.
(...) Antes de mais nada, com a flexibilidade,
alteram-se as regras da concorrência e o significado de
conceitos antigos e caros ao "senso comum" na gestão
das empresas. Por exemplo, os conceitos de economia de