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ESTUDO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
IE/UNICAMP - IEI/UFRJ - FDC - FUNCEX
Além de apresentar baixo índice de penetração em nível
nacional, o país também exibe significativas desigualdades na sua
densidade telefônica, refletindo, de certa forma, os
desequilíbrios encontrados ao nível regional e de distribuição de
renda. Este fenômeno é bastante freqüente em países que
apresentam restrição na oferta de serviços telefônicos. Dessa
maneira, estados mais ricos como o de São Paulo, apresentam uma
densidade média em torno de 12 tel./100 hab., praticamente o
dobro da média nacional. Internamente, por sua vez, também os
estados reproduzem as desigualdades de oferta, apresentando
grandes desvios em relação à média.
Apesar da baixa densidade telefônica, houve um aumento
contínuo do número de localidades atendidas pelo sistema
Telebrás. Entre 1981 e 1991, o atendimento passou de 4,7 mil para
14,5 mil localidades. Em vista dessa expansão, sem dúvida, o que
distingue o Brasil de outros países em situação de "precariedade"
semelhante é a transmissão interurbana que, embora apresente
níveis elevados de congestionamento, é efetuada de forma
satisfatória, de modo a integrar todas as regiões e cidades
brasileiras. São atendidas e integradas 100% das cidades, 71% das
vilas e 27% das demais localidades com, pelo menos, um ponto de
acesso coletivo.
O número de telefones públicos ao final de 1992 era de 259,6
mil, significando uma média de 1,6 tel.publ./1000 hab., valor
relativamente baixo se comparado ao dos países industrializados,
que apresentam um índice entre 4 e 6 tel.publ./1000 hab. O
serviço de telefonia celular móvel, por sua vez, está apenas em
seu início, apresentando um valor acumulado ao redor de 66 mil
terminais, ao final de 1992.
Na área de comunicação de dados havia, ao final de 1991,
12,5 mil portas instaladas da Rede Nacional de Comunicação de
Pacotes (RENPAC) e 30,2 mil terminações TRANSDATA (aluguel de
circuitos especializados), sendo ambos os serviços fornecidos
pela Embratel. O parque instalado de Telex, por sua vez, é de
151,9 mil unidades, bastante alto para os padrões internacionais
(3ª planta internacional). De certa maneira, a rápida formação de
uma grande rede de telex no país (taxa de crescimento anual de
25% ao ano, entre 1969 e 1972) foi a saída encontrada para
contornar a restrição da oferta da telefonia básica para os
usuários comerciais e industriais. Entretanto, a recente difusão
do fax e de outras facilidades, como o correio eletrônico, estão
pondo fim à era do telex.
O tráfego telefônico escoado pela rede vem crescendo de
forma acelerada, particularmente nos segmentos interurbanos e
internacional. Enquanto no último qüinqüênio (1986/91) o tráfego
local no país (medido em pulsos) evoluiu a uma taxa geométrica de
8,7% ao ano, no mesmo período o tráfego interurbano (medido em
chamadas) cresceu a uma taxa de 14,4 % ao ano e o internacional
(medido em chamadas) a 23,2% ao ano. Em 1992, por sua vez, o
tráfego local cresceu 7%, enquanto que o interurbano 6%. Já o
tráfego telex sofreu o efeito substituição de outros meios,
apresentando ao nível interno, em 1991, decréscimo de 12% em
relação a 1990. Internacionalmente, o tráfego telex vem caindo