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ESTUDO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
IE/UNICAMP - IEI/UFRJ - FDC - FUNCEX
A indústria de cerâmica branca - incluindo cerâmica para revestimentos e louças sanitárias
- é composta por um conjunto de 156 empresas, distribuídas em todas as regiões do País, porém
com elevada concentração nas regiões Sul e Sudeste. Embora a indústria seja constituída por um
grande número de pequenas e médias empresas, as empresas líderes podem ser consideradas
empresas de grande porte, uma vez que 8 (oito) empresas brasileiras figuram entre as 50 maiores
empresas do mundo em capacidade de produção.
Embora o investimento para a instalação de fábricas de cerâmica para revestimentos possa
ser considerado baixo quando comparado com outros setores industriais, os investimentos
necessários à produção em conformidade às normas técnicas, à pesquisa e desenvolvimento de
produtos, inclusive pelo aspecto do design, a capacitação de recursos humanos e toda a estrutura
de comercialização e marketing são exigências de um padrão competitivo desenvolvido e que são
negligenciadas por muitos novos concorrentes. Existe então uma parcela de empresas que, através
de um investimento apenas mínimo para instalação, concorrem a partir de condições desiguais em
relação às empresas de elevada capacitação, obtendo preços mais baixos através da produção em
não-conformidade às normas técnicas e descumprimento à legislação fiscal e trabalhista.
A indústria brasileira utiliza-se de tecnologia de origem italiana e mais recentemente
espanhola, possuindo grande parte da produção total (aproximadamente 71%) em processo de
monoqueima que se constitui em tecnologia de última geração para o setor. No entanto, ainda
existem empresas que, embora sejam líderes de mercado, convivem com equipamentos de
gerações passadas em quase 50% de sua capacidade instalada. As decisões de investimento em
modernização vem sendo postergadas, diante do mercado interno recessivo. A automação,
predominante nos países líderes onde atinge todas as etapas do processo ainda é parcial no Brasil,
embora existam empresas com plantas quase integralmente automatizadas. Em conseqüência, a
produtividade das empresas brasileiras ainda é, em geral, a metade da produtividade das empresas
italianas.
Os maiores problemas que o setor enfrenta, no entanto, referem-se à qualidade da matéria-
prima, à baixa disponibilidade de gás natural (com grande variedade de fontes energéticas
utilizadas pelas empresas) e ao desenvolvimento de produto com baixa capacitação em design e
baixa capacidade de inovação, o que determina os baixos valores dos produtos brasileiros no
mercado internacional. A qualidade do produto quanto ao atendimento às normas internacionais já
não é problema tão acentuado, uma vez que o setor vem se adequando às normas ISO -
International Organization for Standartization.
nessa área e há uma corrente de pesquisadores a nível internacional que defende o emprego intensivo da tecnologia
de alvenaria estrutural para países em desenvolvimento. Está prevista para 21-24 de agosto de 1994, a realização do
5º Seminário Internacional em Alvenaria Estrutural para Países em Desenvolvimento, em Florianópolis-SC,
organizado conjuntamente pela Universidade Federal de Santa Catarina e University of Edinburgh (Reino Unido).