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ESTUDO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
IE/UNICAMP - IEI/UFRJ - FDC - FUNCEX
expansão de florestas plantadas, para os quais já adquiriu 200 mil ha de terras. Suas duas maiores
fábricas (Portucel e Soporcel13) foram responsáveis, em 1990, por 937 mil t vendidas no market
pulp, de um total de 1.211 mil t. Esta disponibilidade, no entanto, deve ter se reduzido a partir de
1991, em virtude de projetos de integração com a produção de papéis para imprimir e escrever,
em andamento nas duas empresas. Outra fábrica importante é a Celbi, que pertence a Stora14,
com capacidade de produzir até 240 mil t/ano. O governo português possui, também, um
programa de estímulo à indústria de base florestal - o PROMIM - que visa promover novas áreas,
a introdução de produtos com maior conteúdo tecnológico e melhorar a gestão e o marketing das
empresas.
A Espanha produziu, em 1990, 1.542 mil t de celulose, das quais 740 mil t foram vendidas
no market pulp (48%) e destas cerca de 30% foram exportadas. Em 1990, foi aprovada a
construção de uma nova fábrica de 350 mil t/ano de capacidade, na Galícia, com significativa
participação da Torraspapel, a maior empresa espanhola do setor. Cabe destacar a presença da
Scott Paper, com uma fábrica de 140 mil t/ano e a Ceasa, controlada pela Arjo Wiggins Appleton,
com capacidade de produzir até 178 mil t/ano.
No caso do Chile, a produção de celulose atingiu, em 1990, 850 mil t, das quais 581 mil t
foram exportadas. Os principais produtores chilenos de celulose de mercado foram a Arauco (382
mil/ton) e a CMPC (188 mil t). Havia, ainda, expansões programadas, para a primeira metade dos
anos 90, de uma fábrica de 350 mil t/ano da Arauco, uma de 315 mil t/ano da CMPC e uma, em
estudo, de 250 mil t/ano da Linacel15. Outro fato importante é a crescente participação de
grandes empresas multinacionais do setor em projetos naquele país, tais como Scott Paper (EUA),
Simpson (EUA), Attisholz (Suíça), Fletcher Chalenger16 (Nova Zelândia) e Stora (Suécia) e a
presença de empresas japonesas proprietárias de grandes áreas de reservas florestais. A Stora
comprou uma participação em um investimento florestal da Arauco. A Cellulose Attisholz deverá
ampliar sua fábrica, com capacidade de produzir 140 mil t/ano, em mais 70 mil t/ano ate o final de
1993. A indústria chilena contou, na sua fase de estruturação, com forte apoio do Estado. A partir
de 1974, um decreto-lei incentivou o plantio de florestas, através da garantia da inexpropiabilidade
das terras ocupadas e de um incentivo fiscal que permitia a restituição dos gastos efetivados na
13 A Arjo Wiggins Apleton possuía uma participação de 42,9% nesta empresa, até 1992, embora estivesse
interessada em se desfazer do negócio. Esta empresa, AWA, possuí 30% da Papel de Salto, no Brasil, controlada
atuamente pelo Grupo Votorantim.
14 Empresa de origem sueca, quinta maior empresa em faturamento no mundo, segundo o ranking da PPI.
15 Segundo um estudo da Hawkins Wright, a Arauco iria expandir suas linhas de celulose ate 1994 em 370 mil
ton/ano e a Pacifico em 330 mil ton/ano. Informações mais recentes, apontam que a produção de celulose chilena
cresceu 38% entre 1991 e 1990, indicando que parte deste aumento de capacidade já se concretizou. Ver STUMPO,
G. (s.d.). El Setor de Celulosa y Papel en Chile. Santiago, CEPAL/ONUDI.
16 A FC possuí uma fábrica, a BioBio, com capacidade de produzir 60 mil tons/ano de pasta mecânica e 107 mil
tons/ano de newsprint. Outro investimento importante na América do Sul, foi a aquisição no final dos anos oitenta
de ações da Pisa, no Brasil, com capacidade de produzir cerca de 200 mil tons/ano de newsprint.