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ESTUDO DA COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
IE/UNICAMP - IEI/UFRJ - FDC - FUNCEX
2.2. Diagnóstico da Competitividade - Desempenho Exportador
Um outro indicador de competitividade é a participação nacional nas exportações mundiais
de aço. Como mostra a Tabela 20, a indústria brasileira detém cerca de 7,5% do comércio
internacional de aço (dado de 1990). Verifica-se no entanto, que a participação brasileira é grande
em produtos de baixo valor agregado, como placas (30,89%) e pequena em produtos mais nobres,
com chapas galvanizadas (1,38%). Os produtos foram dispostos na tabela numa ordem crescente
de valor adicionado.
TABELA 20
PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NAS EXPORTAÇÕES MUNDIAIS
DE AÇO POR PRODUTO
(1983/90)
(percentual)
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990
Semi-acabados 7,41 18,84 28,98 23,98 29,48 34,60 39,20 30,89
Trilhos/Acessórios 0,02 0,01 0,06 0,01 - - - -
Barras/Vergalhões 2,60 3,20 2,70 2,26 7,36 13,10 12,29 14,02
Perfis 0,31 0,61 0,29 0,31 0,43 0,74 0,56 0,36
Fio-máquina 4,47 4,01 7,63 6,08 6,09 11,70 7,99 9,90
Chapas Grossas 10,83 7,75 7,90 6,66 4,83 12,59 9,17 9,65
Bobinas a Quente 8,86 7,69 6,37 5,41 4,44 8,21 6,48 8,29
Bobinas a Frio 4,75 2,84 1,81 1,96 2,01 4,24 2,65 1,69
Folhas-Flandes* 1,86 2,00 2,56 2,94 3,00 6,00 4,38 4,13
Galvanizadas 0,86 0,73 1,62 1,60 0,85 1,08 1,29 1,38
Tubos 1,02 2,56 1,61 1,65 1,14 2,15 2,36 2,37
Arames 3,00 3,88 2,79 2,62 2,19 3,91 3,41 3,33
TOTAL 5,24 5,58 6,05 5,31 5,59 9,03 8,81 7,59
Fonte: IISI, IBS.Consider
Obs: * inclui chapas cromadas e alto-carbono
No ano de 1990, percebe-se uma queda acentuada do market-share da siderurgia
brasileira, em comparação com os dois anos precedentes. Não se deve, no entanto, tomar esse
fato como indicador de perda repentina de competitividade das exportações brasileiras51. Ele
deveu-se principalmente à queda da produção da CST, da ordem de 1,3 milhão de toneladas,
causada por problemas em seu único alto-forno. Se o acidente não tivesse ocorrido, e a CST
mantivesse sua tendência de exportação (de 95% da produção), a participação brasileira no
mercado mundial de aço teria sido de 8,6%. Isto é ressaltado quando se observa que, ao nível de
produtos, a retração somente é significativa em semi-acabados (as placas são o único produto da
CST) e bobinas laminadas a frio, embora neste último o Brasil ocupe apenas uma posição marginal
no mercado internacional.
51 Neste mesmo sentido, as exportações de 1991, foram inclusive superiores às de 1989: 10,9 milhões de toneladas
(US$ 3,5 bilhões).