vivencial mais íntimo.
Acontece que nesta última metade do
século XX temos assistido ã paulatina desagregação das
comunidades familiares, sendo esta talvez a causa primeira do
desamparo dos mais velhos, incapazes de prover sua própria subsistência
e merecedores, nesta altura da vida, de maior tranquilidade. Se nos
tempos mais antigos o ancião não chegava a se constituir num problema
social, tal se devia ao amparo que o seio familiar lhe dispensava. Numa
época, entretanto, em que, na maioria dos casos, todos os membros da
família são obrigados a se afastarem do lar para garantir a sobrevida
através duma renda familiar maior, o idoso fica isolado e
desassistido, em situação ' semelhante ã que se verifica com a criança
abandonada em casa enquanto a mãe trabalha.
Aparecem, assim, os lares e asilos de ido -
sos como sucedâneos do lar familiar, sendo que jamais virão a se cons
^ituir em substitutivos.
A criação de lares e asilos para idosos for
çam o abandono do tratamento empírico de sua clientela - tal como acon
tecia no seio familiar - para exigir uma profissionalização daqueles'
que lidam mais de perto com o problema. Profissionalização, por sua
vez significa formação de recursos humanos por via do processo educa-
cional, a permitir um tratamento científico do problema, de forma a
suprir em moldes optimizados a carência do afeto familiar.
Os profissionais exigidos na área se agrupam
em ramos bem diversificados, dai falar o Prof. Flávio Fernandes em es-
forço "interdisciplinar", sem perder a visão uniforme dos objetivos.
A tarefa das autoridades educacionais, nes
te âmbito, consiste em propiciar os meios para a formação dos profis
sionais da área, o que implica, também, em estimular vocações e apti
dões para a profissão. Já a manutenção dos serviços profissionais,pro
prlamente ditos, ficará a cargo da previdência e assistência social ,
sendo atividade um tanto estranha ao processo educacional. -Contudo ,
em vistas de não perder a unidade de objetivos, caberá estabelecer di_
retrizes para uma ação interministerial. v_.
Quando acima falamos na necessidade duma du
pia ação por parte das autoridades educacionais, pretendíamos exaca -
mente conjugar a formação de profissionais, na primeira fase, com o es_
timuloií, aptidões, de forma a permitir uma completa conscientização da
comunidade sobre o problema, na busca da efetiva integr-ação dos idosos