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O número total de alunos matriculados no Curso de Enge
nharia Industrial Elétrica que alcançou 734 em 1982, devido à eva
são e transferências para outros cursos noturnos existentes na
capital e periferia de São Paulo, fez com que no segundo semes
tre de 1984 a matrícula total no Curso ficasse reduzida a 392
alunos, com diminuição de 345 matrículas. Da exposição encaminha
da destacam-se os seguintes trechos:
Na exposição encaminhada ao Conselho é mostrada a varia
ção da procura pelo Curso de Engenharia no período de 1976/1984.
Para as 160 (cento e sessenta) vagas que foram aprovadas pelo
CFE o número de candidatos crescem de 340 no vestibular de 1976
até um máximo de 1.096 vestibulandos no ano de 1980, e partir
daí, ano a ano, esse número caiu para 452 em 81,567 em 82,479
em 83, e finalmente, 306 em 84.
O Presidente do Instituto Alberto Mesquita de Camargo,en
tidade mantenedora do Curso de Engenharia Industrial Elétrica
das Faculdades São Judas Tadeu, dirigiu-se ao CFE para solici
tar a mudança do turno diurno do curso, reconhecido pelo Parecer
nº 1.393/80, para o período noturno.
H
EITOR GURGULINO DE SOUZ
A
Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Mudan
ç
a
de Turno
INSTITUTO ALBERTO MESQUITA DE CAMARGO
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"Tudo vem fazendo a Escola para evitar a fuga
dos candidatos, e isto há três anos,
concedendo um certo número de bolsas to tais
ou parciais;fazendo concessões de forma a
permitir que os alunos em débi to para com a
Faculdade pudessem prestar exames com os
demais. No sentido de aju dar,criou mesmo um
Serviço de Bolsas des tinado aos alunos
carentes,serviço este que somente neste ano
de 1984,já atendeu individualmente até a
presente data, 30 de setembro,cerca de 172
alunos.Mais ain da "por questão
económica,ninguém deixa. rá de estudar nas
Faculdades,caso preci se e solicite".
Centenas de alunos, deixam de cândida
tar-se à Faculdade de Engenharia,asseve
rando que assim agem por não possuir ela
curso noturno,mesmo que isso os obrigue
a dirigir-se a uma escola do Interior,
uma vez que a Faculdade de Engenharia In
dustrial Elétrica São Judas Tadeu não
funciona no período noturno".
"Como a inflação até o momento não dimi
nuiu,e nem estacionou, por outro lado como
o custo da anuidade escolar está subindo
a cada ano, o IAMC teme que,
amanhã,venha a dar-se um colapso total
de matrículas no seu curso de Engenharia
Industrial Ele trica.
Qual a solução para evitar que tantos alu
nos não parem de estudar?
Depois de ouvir os alunos que deixam a es
cola,os seus professores e diretores, o
IAMC chegou à conclusão de que somente a
transferência do curso de Engenharia do
período diurno para o noturno poderá sal var
a escola. É opinião ouvida a cada pas
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so,entre alunos,que eles preferem cursar
seis anos de escola à noite,em vez de cin co
anos pela manhã, a impedir-lhes a pos
sibilidade do trabalho. Daí, a razão do
pedido que agora faz o IAMC ao CFE".
"A vista de tudo que foi dito, o IAMC(Ins
tituto Alberto Mesquita de Camargo) soli
cita ao CFE autorização para que seja per
mitido à Faculdade de Engenharia Indus
trial Elétrica, de São Paulo,funcionar no
período noturno, a partir de janeiro de
1985, apenas com a 1ª série, sendo que as
demais séries - 2ª,3ª,4ª e 5ª continuarão a
funcionar no período da manhã até que se
extingam, - a não ser que a totalidade de
alunos de cada série opte também,desde já,
pelo período noturno.
Passando para a noite, o curso de Engenha
ria será acrescido de mais um ano,seis (6)
ao todo, como se pode ver no currículo de
seis anos, que apresentamos anexo à presen
te solicitação".
O Processo foi inicialmente encaminhado à DEMEC/SP que
designou Comissão de Técnicos para visitar as instalações e apresen
tar relatório sobre a viabilidade de mudança de turno. A Comissão ana
lisou toda a documentação e a capacidade física do prédio para o qual
as Faculdades se transferirão em janeiro de 1985. Observou o "estado
bem adiantado das obras ou seja dos prédios iniciais que irão compor
todo o complexo planejado. A Comissão fez também, algumas observações
quanto ã estrutura curricular proposta para o turno noturno que é de
senvolvido em 6(seis) anos bem como informa que "as cargas horárias
apresentadas para as disciplinas do currículo mínimo obedeceu o mesmo e
a Faculdade encaminhou os documentos comprobatórios sobre a disponi
bilidade de horários dos professores que ora lecionam de dia para mi
nistrar aulas à noite". E assim conclue seu relatório a Comissão Veri
ficadora:
"Devemos, finalizando, destacar que quando os prédios
prédios estiverem prontos, realmente o "campus" das Faculdades São
Judas Tadeu será maravilhoso e o ambiente para aprender será um dos
melhores comparando-o com as Instituições de Ensino Superior já exis
tentes em São Paulo; ainda é o início de um grande projeto e, por
tanto, reafirmamos que a nosso ver a implantação de curso exclusiva
mente noturno, caso seja permitido, deve ser progressivo e durar até
o término de todas as instalações". A Delegada do MEC em São Paulo
também opina no sentido de que a implantação do curso noturno seja
gradativa ponderando a diferença dos períodos letivos de duração do
curso diurno e noturno".
II - PARECER
A exposição encaminhada pelo Instituto Alberto Mesqui ta
de Camargo mostra um quadro que e mais geral, existe não só em São
Paulo como em outros Estados do país. A própria ABENGE (Associação
Brasi leira de Escolas de Engenharia) ora sob a presidência do ilustre
ex-Conselheiro Prof. Ruy Carlos de Camargo Vieira promoveu encontros em
São Paulo durante 1984 para analisar a situação de diversos Cursos de
Engenharia, da capital e do interior do Estado, a diminuição das ma
trículas
/
a evasão e a queda de número de candidatos ao vestibular pa
ra esses Cursos nos últimos anos. Entre as soluções aventadas, tendo
em vista, principalmente, o aumento progressivo das anuidades e a si
tuação dos alunos que já trabalham ou necessitam trabalhar para poder
manter-se na escola,es tá o funcionamento de alguns cursos no turno da
noite. Para não pre judicar a manutenção dos padrões de ensino este
Conselho já decidiu que a duração dos Cursos de Engenharia deve ser de
seis anos, quando ministrados no período noturno.
Não há pois, restrições a fazer quanto ao atendimento do
pedido do IAMC, desde que o oferecimento de vagas, no turno da noi te,
seja feito em forma progressiva, para os novos alunos que ingres
sarem, a partir da 1ª série no Curso de Engenharia. Dadas as diferen
ças da estruturação curricular entre o turno diurno e o noturno não
seria possível que essa medida se aplicasse aos alunos que estão ma
triculados atualmente que terá seus estudos concluidos no regime
iniciado.A partir do próximo vestibular as vagas para o 1º ano poderão
ser oferecidos no turno noturno.
Dessa forma/também haveria a progressiva ocupação das
novas instalações que são efetivamente bem melhores que as do antigo
local onde o Instituto iniciou suas atividades. O processo informa que
a mudança de sede se dará a partir deste ano letivo.
O novo plano curricular para o curso noturno, deverá
ser encaminhado ao CFE, no prazo de 60 (sessenta) dias, como Anexo ao
Regimento das Faculdades e será objeto de apreciação em processo à par
te.
III - VOTO DO RELATOR
Tendo em vista o exposto é o relator de parecer que po
de ser autorizada a mudança de turno do Curso de Engenharia Industri
al Elétrica, ministrado pelas Faculdades São Judas Tadeu, para o pe
ríodo noturno, aumentando-se a duração total do Curso para 6(seis)anos.
a vigorar a partir do próximo concurso vestibular. A interessada de
verá encaminhar ao CFE o seu Regimento com as alterações curriculares
correspondentes para serem apreciadas em processo específico.
IV - CONCLUSÃO DA CÂMARA
A Câmara de Ensino Superior (2º Grupo) aprova o voto do
Relator.
Sala das Sessões, 31 de janeiro de 1985
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