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"Em junho de 1979 a Câmara de Planejamento do Conselho
Federal de Educação analisou documento apresentado pelo então Con
selheiro Ruy Carlos de Camargo Vieira, intitulado "Oportunidadee
Conveniência de Abertura de Novos Cursos de Engenharia no País",
adotando-se como elemento básico para apreciação de Cartas-Consul
ta referentes a novos cursos e aumento de vagas na área da Enge-
nharia.
Em recente documento "Análise Crítica da demanda para os
cursos de Engenharia" o ex-Conselheiro Ruy Carlos de Camargo vi
eira, apoiado em relatórios, informes técnicos e informações de
âmbito mais interno à SESu/MEC e à ABENGE, após cuidadosa análise
da conjuntura apresenta preciso diagnóstico e conclui pela inopor
tunidade da ampliação de vagas daqueles cursos.
2. PARECER
A Organização Educacional de Ribeirão Pires, Fundação Edu
cacional Campograndense, Instituto Salesiano Dom Bosco, Faculda-
des Metropolitanas Unidas, Centro de Ensino Superior de Mauá e
Fundação Armando Alvares Penteado, solicitam deste Conselho, au-
torizações para funcionamento dos cursos de Engenharia, Arquite-
tura e Urbanismo.
NORBERTINO BAHIENSE FILHO
Autorização para Carta
-
C
onsulta
ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL DE RIBEIR
Ã
O
PIRES E OUTROS
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Decorridos quase oito anos desde então, torna-se pertinente uma
análise crítica daquele documento com vistas ã obtenção de dados mais
atualizados que possam vir a subsidiar a Câmara de Planejamento na
apreciação das solicitações de abertura de novos cursos.
Tenta-se, a seguir, sem esgotar o assunto, proceder a uma anã.
lise crítica de parâmetros e tendências que possam, de forma signifi.
cativa, caracterizar hoje em dia a oportunidade e a conveniência de
abertura de novos cursos de Engenharia no País. Este documento cons -
titui, portanto, um segmento natural daquele primeiro estudo, consoli
dando ou invalidando previsões anteriores, e procedendo ã avaliação
dos critérios então introduzidos e utilizados".
Relaciona, em seguida, a bibliografia de apoio:
1. Curso de Engenharia - Estruturas Curriculares
SESu/MEC/CEEng/ABENGE Março de 1980
2. A Situação Atual dos Cursos de Engenharia e Tecnologia no
Brasil (Implantão da Nova Concepção de Ensino de Engenharia
Preconizada pelo CFE) SESu/MEC/CEEng/ABENGE Março de 1980
3. Caracterização Profissional das Várias Habilitações do Curso
de Engenharia ABENGE Abril de 1982
4. Formação do Engenheiro Industrial
ABENGE Junho de 1982
5. Perfil Profissional do Engenheiro
ABENGE/CONFEA Dezembro de 1984
6. Diplomas Acadêmicos, Títulos e Atribuições Profissionais
ABENGE 1º Semestre de 1985
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"Da mesma forma como considerado no documento de 1979, o exa
me casuístico dos pedidos de novas autorizações deve ser considerado
dentro de certas perspectivas gerais que se relacionam de maneira am
pla com a necessidade social dos cursos pretendidos, visando não só as
peculiaridades regionais como também ao País como um todo".
Assim destacam-se a seguir dados de interesse para a caracte
rização do panorama geral existente na área de Engenharia,... .
A Tabela I apresenta o número total de vagas oferecidas nos
cursos de Engenharia ministrados no País de 1973 a 1981. Lamentavel-
mente inexistem dados publicados para os anos seguintes de 1981, mas
devido ã sensível diminuição de autorizações de novos cursos pode-se
prever que o total de vagas oferecidas em 1987 não tenha superado cer
ca de 33.500.
A Tabela II apresenta o total de formandos no período
compre-endido entre 1963 e 1985.
"Com relação â demanda para as vagas oferecidas, às matrículas
iniciais e â evasão que tem sido observada nas séries seguidas , convém
destacar a preocupação crescente das instituições de ensino de
Engenharia manifestada através da década de 1980. Em 1984 foi efetua-do
pela ABENGE um levantamento sobre as instituições dos Estados de São
Paulo e Rio de Janeiro, que mostrou acentuada queda no número de
candidatos ao vestibular no período de 1979 a 1984. Por exemplo, na
Faculdade de Engenharia Industrial,a maior Escola de Engenharia do
País, o número de candidatos reduziu-se nesse período de 10.477 a
2.619; na UFSCar, a única Universidade Federal no Estado de São Paulo,
de 3.192 a 844; na Faculdade de Engenharia Química de Lorena,ins-
tituição isolada típica ou interior do Estado de São Paulo,de 700 a 240.
A Tabela III apresenta a evolução da relação inscrições ao
ves-tibular/vagas oferecidas nos cursos de Engenharia, de 1978 a 1982,
pa-ra as várias habilitações. Observa-se que o valor médio de 7,1
inseri. ções/vaga existente em 1977, mencionado no estudo apresentado
ao CFE em 1979, cresceu em 1978 e a partir de 1979 tem decrescido
constantemente. Embora não sejam disponíveis dados posteriores a
1982, sabe-se que em 1986 esse valor médio oscilou em torno de menos
de 2,0 inscrições.
1
9
8
1
1
2
.
4
3
5
8
.
2
3
1
1
9
8
0
1
2
.
4
3
5
8
.
2
3
1
9
7
9
1
2
.
1
3
1
8.239
8.133
19
78
11
.9
83
6.
9
9
9
6.
91
6
793
1
9
7
7
1
0
.
9
7
9
6.744
5.438
197
6
10.
41
7
6.083
4.373
647
210
2.120
23.
85
0
197
5
9.6
00
5.615
4.07
4
624
205
1.778
21.
896
(21.
1
9
7
4
9
.
3
6
6
5.182
3.896
6 23
19
73
8.
8.
07
5.
01
2
3.
8
6
6
CIVIL
ELÉTRICA
MECÂNICA
METALURGI
A
MINAS
QUÍMICA
TOTAL
Dados entre parênteses referem-se à Tabela I constante do documento elaborado em 1979 Fonte:
CEE /SES
TABELA I Nº TOTAL DE VAGAS
(EXCETO ENGENHARIA DE OPERAÇÃO)
CIVIL MECÂNICA
ELETRICIDADE
QUÍMICA
NETALURGIA
MINAS
OUTROS (*) EXTINTOS (**)
(*) Apenas 01 curso - Aeronáutica, Armamento, Automóveis, Geodésia e Topografia, Geológica, Alimentos e Têxtil
(**) Cursos que se extinguiram até 1971: Engenharia Económica, Industrial, Civil-Eletricista, Civil-Minas, Civil-Minas-Metalúrgica, Mecânica, Eletricista
Mecânica-Metalúrgica e Minas-Metalúrgica.
Dados entre parênteses referem-se ao valor médio das previsões efetuadas pelos dois critérios apresentados na Tabela III constante do documento elaborado
em 1979
Dados entre colchetes foram obtidos junto à CEEng/SESu como valor médio resultante da correção das previsões anteriores De 1981 em diante não existem dados
separadamente por área
CEEng/SESu
TABELA II
NÚMERO TOTAL DE ENGENHEIROS FORMADOS POR ÁREA DA ENGENHARIA (EXCETO ENGENHARIA DE
OPERAÇÃO)
TABELA III
1982*
4,91
6,46
5,90
4,47
5,49 .
4,95
5,60
1981*
6,0
9
7,2
9
6,9
6
7,3
3
6
,
8
ANO
1980*
7,40
8,58
8,19
7,47
6,33
7,52
7,86
1979*
7,8
6
7,8
2
9,0
2
9,1
1
6
,
5
1978*
8,7
9
8,3
8
7,6
6
5,1
9
,
HABILITAÇÕES
. ENGENHARIA CIVIL .
ENGENHARIA ELÉTRICA
. ENGENHARIA
MECÂNICA .
ENGENHARIA
METALÚRGICA .
ENGENHARIA DE MINAS
. ENGENHARIA QUÍMICA
. OUTRAS
TABELA III RELAÇÃO
INSCRIÇOES/VAGAS NOS CURSOS DE ENGENHARIA
Fonte:
*
CODEINF/SESu/MEC
"A partir de 1980 grande número de instituições de ensino de
Engenharia não tem conseguido preencher as vagas oferecidas em seus
concursos vestibulares, especialmente no caso das instituições loca-
lizadas fora dos grandes centros urbanos, e também em particular na
cidade do Rio de Janeiro".
"0 mesmo levantamento efetuado pela ABENGE indicou ainda ele_
vada percentagem de evasão relativamente do total de alunos matricu-
lados, em média em torno de 50% em 1983, contra cerca de 18% em 1979".
"A Escola de Engenharia de Lins, instituição isolada também
típica do interior do Estado de São Paulo, tornou-se responsável pelo
índice de evasão 2 3 3% superior ao índice de novas matrículas no ano
de 1984. Tais considerações levam de imediato ao questionamento da
criação de novos cursos de Engenharia em cidades do interior, ex-ceto
em caso nos quais essa dificuldade possa ser contornada de forma
inºuestionável".
"O panorama relativo ao mercado de trabalho pode também ser
apreciado de forma mais qualitativa mediante as respostas dadas aos
questionários elaborados para a pesquisa de campo realizada em 1984
pela ABENGE, e que deu origem ã publicação "Perfil Profissional do
Engenheiro"."As respostas, constantes de Anexo a este estudo, são pra
ticamente unânimes no sentido de apontar excesso de profissionais de
Engenharia no mercado.'
Após a breve euforia suscitada pelo sucesso inicial do Plano
Cruzado, volta-se hoje a uma situação angustiada, semelhante à dos
anos anteriores, e que sem dúvida desestimula a criação de novos cur
sos de Engenharia, de maneira geral.
Finalizando, este documento, da mesma forma que o de 197 9,con
firma e reforça as conclusões anteriores no sentido de que a rede de
ensino existente é permanentemente suficiente para o atendimento das
necessidades de formação de Engenheiros, eventualmente com pequenos
ajustes que se mostrem necessários em decorrência de análises especí
ficas a serem efetuados em setores mais especializados, ou levando em
conta peculiaridades de desenvolvimento regional".
Quanto aos cursos de Arquitetura e Urbanismo a situação é mui.
to mais dramática. O mercado de trabalho encontra-se já há algum tem-
po totalmente saturado,e, anualmente ainda são injetados no sistema
um grande número de novos formandos em Arquitetura.
0 País conta, no momento, com cerca de 46 cursos de graduação
em Arquitetura e Urbanismo, com oferta anual de 3.445 vagas.
3. VOTO DO RELATOR
Tendo em vista os motivos e justificativas apresentados somos
pelo não acolhimento do pleito. Em consequência, devem ser arquivados
os processos abaixo relacionados:
- Proc.nº 23001.000.546/85-28 da Organização Educacional de
Ribeirão Pires/SP;
- Proc.nº 23001.000.649/85-61 da Fundação Educacional Campo-
grandense/RJ;
- Proc.nº 23001.000.495/85-99 do Instituto Salesiano Dom Bos-
co/SP;
- Proc.nº 23001.000.213/85-35 das Faculdades Metropolitanas
Unidas/SP;
- Proc.nº 23001.000.547/85-91 do Centro de Ensino Superior de
Mauá, e
- Proc.nº 23033.010.574/85-11 da Fundação Armando Álvares Pen
teado.
4. CONCLUSÃO DA CÂMARA
A Câmara de Planejamento(CAPLAN) acompanha do voto do Relator.
Sala das Sessões, 02 de junho de 1987.
/mho...
IV - DECISÃO DO PLENARIO
O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou , por unanimidade, a
Conclusão da Câmara.
Sala Barretto Filho , em 03 DE 06 de 1987
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