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UF
RJ
INTERESSADO/MANTENEDORA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
RELATOR
ASSUNTO:
Credenciamento do curso de pós-graduaçã
o
em Anatonomia Humana,
nível de mestrado.
1 RELAT
Ó
RI
O
A Universidade Federal do Rio de Janeiro solicita a
este Conselho o credenciamento do curso de pós-graduação em Ana-
tomia Humana, em nível de mestrado, sob a responsabilidade do
Instituto de Ciências Bio-médicas.
0 grande interesse deste curso reside no fato de que
no Brasil, escasseiam os professores de anatomia humana com boa
formação.
0 aludido curso teve início no ano de 1982, mas o
primeiro Relatório Técnico da CAPES, apresentado com base em ava
liação realizada em 1990, teve como referência a análise do de-
sempenho do curso no triênio 1987/1989.
Nesta avaliação, o curso obteve a conceituação glo-
bal "D" e, especificamente, conceito "C" na apreciação das ativi-
dades de ensino, "D" em relação ao corpo docente e às atividades
de pesquisa, e "E" em face das produções docente, discente e ao
fluxo de alunos.
As razões dessa desfavorável conceituação serão evi-
denciadas a seguir, ao transcrevermos os elementos do Relatório
Técnico da Comissão de Consultores Científicos da CAPES e o. Re-
latório da Comissão de Professores que visitaram o curso, consti
tuída pelos professores Ricardo Luis Smith, da Escola Paulista
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de Medicina e Neivo Luis Zonzetto, da Universidade Estadual Paulista "Jú-
lio de Mesquita Filho", Campus de Botucatu.
RELATÓRIO DA CAPES (1987/89)
RELATÓRIO DA COMISSÃO VERIFICA-
DORA (1990)
CORPO DOCENTE
Reduzido em face do número de alunos
e do número de disciplinas oferecidas.
Titulação e dedicação ao curso conside-
radas insuficientes. E grande a depen-
dência de professores participantes,
tanto para as tarefas de ensino como
a as de orientação. Isto não obstan-e,
adequada relação orientando/orienta
dor.
Dos 19 professores, 04 são permanen-
tes e 15, participantes. Ao todo, há 8
doutores, 6 mestres, 1 com Residência
Médica (especialização) e 4 com curso de
graduação apenas, dos quais 01 se inclui
entre os professores permanentes.
Quanto à produção, foi considerada
muito baixa, apenas 05 trabalhos de inte
resse para a área no triênio de 1987/89.
Dos quatro professores permanentes ,
dois se dedicavam ao ensino, à orienta -
ção e à pesquisa; sobre os outros dois ,
não há informação.
Dos 15 participantes, 01 se dedicava
somente à pesquisa, 01 somente à orienta
ção e pesquisa, os demais, ou ao ensino,
ou à orientação, ou a ambos.
Dimensão suficiente em relação aos
11 alunos, dos quais 6 matriculados a
partir do ano de 1989. Falta definição para
a composição do corpo docente. Alguns
professores permanentes tem pouco vínculo
com o curso.
Com respeito à qualificação, os profes-
sores listados apresentam título de doutor,
apenas um mestre e um sem titulação. Mas ,
"grande parte dos Professores não possuem
títulos na área do curso (anatomia) e muitos
deles atuam em áreas diversas com certa afi-
nidade".
"Atualmente apenas 02 professores são
dedicados efetivamente ao curso". Há depen-
dência de professores visitantes e partici-
pantes e alguns estão sobrecarregados de
tarefas em relação a outros. Pouca
atividade de pesquisa. Relação orientan-
do/orientador dificil de calcular, "não haver
do definição precisa do que seria um profes-
sor orientador.
COMENTÁRIO: Como se vê, existem apreciações discordantes, até mesmo apostas, na
apreciação do mesmo tópico, o que so pode confundir a análise da questão em foco.
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ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E PROGRAMÁTICA ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA E ADMINISTRATIVA
A Comissão não encontrou adequação e
coerência temática com um curso da nature
za do analizado. Verifica certo grau de
inflexibilidade tendo em vista que a quan
tidade necessária de créditos - 25.não po
de ser atingido pelas disciplinas do cur-
so, que perfazem somente 22 créditos.
Impressão idêntica à da Comissão
da CAPES. Assim se pronunciam: "0 curso
ministra disciplinas básicas na área de
Anatomia, cujas ementas sugerem temas de|
graduação (são muito resumidas e não
existe bibliografia). 0 elenco oferecido!
visa uma reciclagem. Todas as disciplinas
na área da Anatomia são obrigatórias e
perfazem 20 créditos dos 25 necessário
(...) a proposta curricular estaria ade-
quada para um curso que visa primordial-
mente a formação de professores de Anato
mia sem ênfase na atualização e na produ-
ção de conhecimento..."
CORPO DISCENTE
Corpo discente estável no triênio.
Tempo médio de titulação excessivo. 2
concluintes em 1988 e 1 em 1989. Perfil
constituido, em dez./1989, por 6 alunos
cursando disciplinas, 6 cursando disci-
plinas e elaborando dissertação, 3 com
dissertação aguardando defesa, 4 com
matrícula trancada. 6 titulações no
triênio e 4 teses cadastradas. Não
participação do corpo discente nos ar-
tigos publicados e apenas uma participa
ção em congresso.
Perfil variado da clientela: em
1989, 4 biólogos, 2 licenciados em educa-
física, 1 médico, 1 enfermeiro, e 1 fisio
terapeuta. Cursando atualmente, 4 médicos
4 biólogos, 1 odontólogo, 1 enfermeiro e
1 licenciado em educação física. Tempo mé-
dio de titulação excessivo. Não há rela-
ção constante entre o número anual de ti-
tulados e admitidos. Destino dos egressos
os 6 titulados mantiveram-se como profes-
sores, 3 na UFRJ, 2 na UERJ, 1 na Univer-
sidade de Passo Fundo. 6 alunos da turma
de 1988 transferiram-se para outros mestra
dos.
Listados nos anos de
1988 e 1989, respectivamente, 2 e 3
projetos de pes_ sa independentes. Em
1987, 1988, 1989, respectivamente,
foram alinhadas, 12, 2
Não há definição do que
seja uma linha de pesquisa."Há um número
muito gran de listado, confundindo-se com
ATIVIDADES DE PESQUISA
projetos ou trabalhos realizados'.'
e 2 linhas de pesquisa. As linhas de pes
quisa são coerentes com a área do curso,
mas vários projetos são irrelevantes
quanto à temática e especialmente em re-
lação à metodologia.
Quanto ao corpo discente, foram a
presentados em 1987, 2 dissertações, em
1988, 3 dissertações e em 1989, apenas 1
dissertação.
Produção de nível internacional
escassa.
"(...) Em grande parte não há coerência
entre uma proposta de um curso de pós-
graduação e boa parte do corpo docente
que não está envolvida em pesquisa e in
vestigação na área do curso." Produção
discente baixa: 6 dissertações em 8
anos, dentre 38 alunos. Quantidade
média foi considerada razoável.
INFRA -ESTRUTURA FISICA E FINANCEIRA
Não há manifestação relativa à in
fra-estrutura física.
Quanto ao financiamento, não reco-
menda inclusão do curso no PICD, opina
pela redução das bolsas de demanda soci-
al e se omite em relação ao apoio insti-
tucional ao programa.
0 curso está instalado em am-
plo espaço, dotado de laboratórios u-
suais de Anatomia, para estudos macros-
cópicos. Em construção, um laboratório
de pesquisa.
Biblioteca e Museu acanhados.
Nao existem equipamentos moderno para
investigação, o único computador é novo
e não estava ainda sendo usado. Sala pa
ra microscopia eletrônica sem uso.
Financiamento exclusivamente da Funda-
ção José Bonifácio, da UFRJ.
DIFICULDADES DO CURSO
Decorrem da necessidade de moderni-
zar em dar flexibilidade à estrutura cur
ríeular,de aumentar a produção de docen
tes e discentes, de modificar o fluxo
de alunos e da reformulação das linhas
de pesquisa, já que o curso tem atendi-
mento insuficiente em relação aos requi
sitos e ao desempenho que deve apresen-
tar um curso de pós-graduação "stricto
sensu".
Os professores visitantes,apon-
tando a baixa produtividade do curso e
seu elevado tempo de titulação, do que
é prova a alta taxa de cancelamento e
desistência (55%), admitem residir a
maior dificuldade nas deficiências do
corpo docente, ao qual falta massa crí-
tica para o desenvolvimento de um curso
de pós-graduação em nível de mestrado.
Em decorrência disso, há proble
mas outros, entre os quais salientam a
da estrutura curricular, cujos progra-
mas mais se adequariam a um curso de
graduação ou à reciclagem de docentes.
Faltam também modernização dos
laboratórios e disponibilidade de tempo
para pesquisas.
RECOMENDAÇÕES
"Revisão completa do curso".
Reduzir a quota de bolsas de deman
da social.
1. Promover uma política de
recursos humanos.
2. Associação a outros Depar-
tamentos e/ou Instituições para aumentar
a massa crítica qualificada, no sentido
de um curso de Morfologia e não apenas de
Anatomia Humana.
3. Reformulação do curso objeti
vando ênfase na formação de pesquisadores
e na produção científica.
COMENTÁRIOS;
Em seu parecer os professores que visitaram o curso opinaram
por seu credenciamento tendo em vista o potencial existente na região e a
falta de professores qualificados em Morfologia no País, condicionando, po-
rém, às modificações indicadas.
Grave é, entretanto, a afirmativa da Comissão da CAPES, ao jus-
tificar as desvantajosas conceituações (conceito global-D) com que avaliou
o curso. Diz ela: "Não se vislumbram perspectivas de melhora".
Comentamos, no inicio deste relatório, que o estudo da anatomial
humana vem perdendo adeptos. Daí, a escassês de professores e a dificulda-
de forma-los. Durante muitos decênios, os métodos de ensinar e aprender a-
natomia (e a tecnologia que os acompanhava) limitaram-se à disseção em ca-
dáveres conservados por meio de formalização e às técnicas de diafanização
injeção e molde-corrosão, estas utilizadas basicamente para estudo de va-
sos sangüíneos e brônquios, ao passo que, em ciências biológicas afins,
técnicas e equipamentos tiveram uma evolução capaz de torna-las mais atra-
entes. Está será, talvez, conclusão de uma análise superficial da questão.
Uma suposição mais importante seria admitir que,no cerne do problema se a-
cha, talvez, a perda de relevância da morfologia macroscópica e da taxono
mia diante do desenvolvimento e da relevância crescente de outros ramos da|
biologia, como seria o caso da biologia molecular.
Em todo caso, ao considerar o anátema do Relatório Técnico da
CAPES - "não se vislumbram perspectivas de melhora" - resolvi entrar em
co municação com o coordenador do curso. Em consequência, recebi
documentação comprobatória de que, atendendo sugestões da Comissão que
fez visita ao curso, nos dias 8 e 9 de maio de 1990, de então para cá, a
Coordenação do Curso tomou algumas providências tendentes a aprimorar a
qualidade do mesmo. Entre tais medidas, podemos relacionar:
- criação de um laboratório de plastinação, que é um novo mé-
todo de conservação de cadáveres, inicialmente desenvolvido
na Alemanha e já em uso na USP e na UFF;
- utilização de um laboratório de Anatomia Comparada, em con-
vênio com o Instituto de Primatologia;
- utilização dos recursos da videofluoroscopia, em associação
com o Departamento de Radiologia do Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho, da UFRJ. Trata-se de uma nova e di-
ficil técnica pela qual, no lugar da observação estática dos
órgãos e de outros elementos do corpo humano, passa-se a uma
apreciação dinâmica dos elementos envolvidos em um estudo de
morfofuncionalidade.
- Associação com o Museu Nacional para estudos do aparelho lo-
comotor na perspectiva da Antropologia e da Paleontropologia
II - VOTO DO RELATOR
Diante do que foi acima exposto, o Relator vota no sentido do
retorno do processo à CAPES, para a realização de nova verificação do cur-
so, com o sentido de reavaliar-lo, à luz das mudanças recentemente o
corridas.
III - CONCLUSÃO DA CÂMARA
A Câmara de Ensino Superior acompanha o voto do Relator.
Sala das Sessões, em 4 de dezembro de 1991.
IV - DECISÃO DO PLENÁRIO
O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou, por
unanimidade a conclusão da Câmara.
Sala Barretto Filho, em 05 de 12 de 1991.
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