JUSTIFICAÇÃO
Os dados do Censo I980-IBGE apontam para a existência, no país,
de uma população de 15 anos e mais da orcem de 73.541.186 pessoas. Destas,
18.716.730 nao sabem ler nem escrever. Cs que não sabem ler e escrever se inse-
rem nua total de 20.106.009 pessoas que ou não tem instrução ou têm menos de 01
ano de estudos. Na faixa de 01 a menos de 04 anos de estudos existem ainda
15.522.209 brasileiros, e na faixa de 4 a menos de S anos de estudos, ou se-
ja, ao nível de 1º Grau incompleto,chega-se 3 23.321.232 pessoas.
Restrivigindo-se, agora, os dados anteriores aos coletados pela
Relação Anual de Informações Sociais, RAIS-1938, do Ministério do Trabalho, che-
ga-se ao numero de 7.203.243 trabalhadores na indústria; desta população indus-
triaria, declararam-se analfabetos 264.951 pessoas; 1.218.179 so têm nível de
instrução de 4ª série incompleta; 1.903.387 têm a 4ª série completa, enquanto
1.381.797 nao lograram completar a 8ª série. Esses dados nos apontam que 67% da
população industriaria demanda, portanto. Ensino Fundamental.
Nao se pode mais compactuar, a partir dessa realidade, com pensa-
mentos correntes de que a prioridade para o Ensino Fundamental é só da infância.
Além da divida social que se tem com os adultos analfabetos ou
pouco escolarizados, aos quais se nega, sistematicamente, o acesso ao Ensino Fun
damental, hoje o atendimento a eles é imperioso pelo fato de ter a Constituição
Federal definido esse direito como direito do cidadão e, principalmente, porque
os dados mostram que não se investirá no homem improdutivo - como apregoam al-
guns -, mas sic no jovem, especialmente de 15 a 25 anos, maioria absoluta desse
contingente desprivilegiado do acesso à educação.
A sociedade se organiza pelo trabalho e sua força produtiva nao
"pode se encontrar afastada do código que domina nessa sociedade letrada.
0 SESI atendeu, em 1989, a cerca de 32.000 alunos adultos,o que demons-
trando uma não correlação entre a oferta e os, níveis de escolaridade dos demanda
tários, permite-nos algumas reflexões. Se por um lado esse dado reflete o desgas_
te da educação como perspectiva de vida e projeto de futuro palpável para o tra-
balhador, por outro, aponta o envolvimento ainda tímido das empresas, na execu-
ção de projetos capazes da oferecer melhores condições aos seus empregados, seja
pela escolarização, seja pelos benefícios daí advindos, que se traduzem não só
pela produtividade, mas também pela satisfação no trabalho, melhor compreensão
do seu papel social e nas relações de produção - mais conscientes e autônomas.