a carreira diplomática.
obviamente não cabe comparação com os institutos
militares, explicitamente excetuados na legislação de diretrizes e
bases da educação nacional. Os cursos de formação de oficiais para
as três armas, assim como os das Academias de Polícia, são muito
específicos e não se confundem com qualquer curso regular de gra
-duação do sistema de ensino civil.
Mais importante do que se referir a esses
cursos é considerar a situação dos cursos oferecidos pelo
Instituto Mili-tar de Engenharia e pelo Instituto Tecnológico
da Aeronáutica, estabelecimentos de ensino superior ligados,
respectivamente, ao Ministério do Exército e ao Ministério da
Aeronáutica. Ao contrário das instituições voltadas exclusivamente
ã formação de oficiais, o IME e o ITA dedicam-se ã formação de
profissionais em Engenharia e áreas afins, oferecendo ainda
treinamento pós-graduado nos níveis de Mestrado e Doutorado. Todos
os seus programas de ensino são reconhecidos pelo Conselho Federal
de Educação. Esta situação tem razões históricas, já que esses
Institutos tem suas origens nos anos trinta e quarenta. Hoje,
provavelmente, não se justificaria a sua criação, já que os cursos
que oferecem poderiam ser ministrados por Universidades ou
estabelecimentos isolados de ensino superior, fazendo uso da
flexibilidade curricular que a lei lhes faculta.
O mesmo se diga do Instituto Rio Branco. Apesar
de alguma especificidade, a formação do diplomata exige cada vez
mais o aprofundamento de estudos em áreas que se confundem com
aquelas cobertas pelos cursos regulares de graduação ou de põs-gra
duação. Esta realidade jã se traduz hoje nos programas de formação
e atualização que o Instituto oferece, por força das próprias exi-
gências e requisitos para a progressão na carreira diplomática.
A parte esses exemplos, que tem razões históri -
cas a justificá-los, modernamente não há caso de instituições de
ensino criadas para ministrar cursos de graduação com a finalidade
de atender necessidades específicas de um determinado órgão ou seg_
mento da administração pública. Empresas estatais de porte, como a
Petrobrás e a Nuclebrás, quando sentiram a necessidade de preparar
profissionais com características adequadas ãs suas áreas de atua-
ção, estimularam, através de convênios, Universidades a oferecerem
em caráter optativo, as disciplinas correspondentes em seus cursos