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E prossegue o ilustre Professor argumentando que:
"nesse contexto, observa-se no conflito de conceitos de
exploração agropecuária, a necessidade de se traçar um
perfil para o novo profissional de Engenharia Agronômica, a
fim de atender aos grandes desafions do futuro, como: presão
demográfica X produção de alimentos, produtividade x
qualidade dos produtos, problema da fome, mudanças no perfil
alimentar das pessoas, questão ambiental cada vez mais
presente (agroecologia), biotecnologia (biologia molecular,
biologia celular, transferência de embriões, controle
biológico, etc), informática na agropecuária, tecnologias
de conservação de allimentos, desenvolvimento
agroindustrial, técnicas de agricultura alternativa, etc."
A produção agro-pecuária nacional, que representa
cerca de 10% do PIB e ocupa perto de 25 milhões de pessoas,
compreendia, segundo dados do IBGE relativos a 1985, cerca
de 5,8 milhões de estabelecimentos produtores, ocupando uma
área total de aproximadamente 375 milhões hectares, dos
quais 52 milhões com lavouras e pouco mais de 179 milhões de
hectares com pastagens.
Embora não se disponha de dados confiáveis, pode-
se estimar que, hoje, o estoque de prossionais se apresenta
aproximadamente com o seguinte perfil: cerca de 60.000
Agrônomos, 5.000 Engenheiros Agrícolas e Florestais, pouco
mais de 30.000 Médicos Veterinários e 5.000 Zootecnistas. A
simples confrontação dos números citados parece indicar que,
potencialmente, o pais poderia utilizar um número bem mais
alentado de profissionais das Ciências Agrárias.
Ê sabido que nessa área o principal segmento do
mercado é constituido por órgãos e entidades governamentais
ou estatais, ou seja, um mercado administrado, no qual pouco
vale a "lei da oferta e procura". Por essa mesma razão,
uma parcela substancial do estoque de profissionais da área
está concentrada nas Capitais das unidades da federação,
onde desempenham funções de natureza mais burocrática do
que técnica.
Apesar disso, entretanto, observa-se que a
distribuição geográfica, isto è, entre as unidades da
federação, è, no caso dos profissionais de Ciências
Agrárias, mais adequada do que para muitas outras
profissões. Embora os dados obtidos do CONFEA não sejam
completos, pode-se utilizá-los para obter uma idéia
aproximada da distribuição relativa, ao menos dos
profissionais de Agronomia: