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MINISTÉRIO DA CULTURA
Fundação Biblioteca Nacional
Departamento Nacional do Livro
ANTÔNIO RODRIGUES, SOLDADO, VIAJANTE E JESUÍTA
PORTUGUÊS NA AMÉRICA DO SUL, NO SÉCULO XVI
Antônio Rodrigues
CÓPIA DE UMA CARTA DO IRMÃO ANTÔNIO RODRIGUES PARA OS IRMÃOS
DE COIMBRA.
De S. Vicente, do último de maio de 1553
Pax Christi. - Ainda que até agora, com muitos perigos, andei navegando por este mar do
sul, onde há tantas tormentas, que poucos navios escapam, contudo confesso, Caríssimos Irmãos,
até agora ter navegado por outro mar mais perigoso, que é o deste mundo e suas vaidades, onde
tantos se perdem, do qual Nosso Senhor me livrou por meio do Padre Manuel da Nóbrega,
recebendo-me na Santa Companhia de Jesus, trazendo-me já Nosso Senhor movido para entrar
nela vendo quanto tempo e com quantos perigos tinha sido soldado no mundo, com tão pouco
proveito, e que entrando nela entrava em melhor batalha, que é das almas, e com tão grande
prêmio, que é a remuneração eterna.
Mandou-me o Padre que eu vos desse conta da minha vida e das mercês que Nosso
Senhor me tinha feito, e por eu ter ido daqui do Brasil ao Peru, por terra e tornado, vos escrevesse
também dos gentios que por essas terras há, esperando ser ajudados de vós para a sua salvação, e
o aparelho que têm para receber a nossa santa fé; e para vos dar esta conta vos quero escrever
desde o princípio da minha vida a estas partes.
E é que eu e outros Portugueses, assim por vaidade como por cobiça de ouro e prata, no
ano de 1523, partimos de Sevilha em uma armada, que fazia Dom Pedro de Mendoça, na qual
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éramos 1800 homens; e todos carregados de nossa cobiça, chegamos, com próspero vento, ao Rio
da Prata e entramos pelo rio com as naus 60 léguas.
Logo quiseram ir em terra todos para edificar uma cidade: e os primeiros seis que saíram
para ver o lugar onde se podia fazer mataram-nos as onças bravas. Nem por isso se deixou de
edificar ainda que cada dia as onças matavam homens. Prouve a Nosso Senhor castigar a nossa
cobiça e pecados, que soldados comumente fazem: permitiu vir tanta fome ao arraial que não
davam a comer a cada um, cada dia, senão seis onças de pão. E, porque a gente por esta causa,
com a fraqueza, não podia trabalhar, era muito castigada dos oficiais da ordem da guerra, porque
lhes davam com paus, e assim morriam cada dia 4 ou 5. Ainda que não deixou Nosso Senhor a
estes, que castigavam aos outros, sem castigo, porque vieram os gentios um dia de Corpus Christi
e mataram 40 dos mais nobres e esforçados.
Aconteceram nesta fome, com que Nosso Senhor nos castigou por nossos pecados, coisas
semelhantes às que aconteceram aos judeus em Jerusalém, no cerco de Tito e Vespasiano.
Porque, enforcando-se a dois soldados, lhes comeram as barrigas das pernas, e um homem matou
em sua casa a um seu primo e comeu-lhe a assadura. Acabando de a comer o acharam que estava
para morrer, permitindo Deus por seu justo juízo que o matasse a comida com que a morte do
primo procurou. Aconteceu também comerem uns o excremento que outro depois de ter comido
deitava, ainda que pela corrupção dos corpos era aquilo tão peçonhento que quem o comia logo
morria. E, desta maneira, uns com fome, outros por os matarem as onças, e outros os gentios,
morreram neste tempo, que se fez a cidade, 600 homens.
O Governador, vendo ir a gente desta maneira, voltou para a Espanha, o qual morreu no
caminho e deixou em seu lugar a João de Ayolas, o qual em bergantins subiu pelo rio 350 léguas,
deixando a cidade sepultura de mortos; e praza a Deus que não seja o inferno sepultura das almas
e não sejam lá castigadas como foram cá seus corpos. Digo isto, Caríssimos Irmãos, porque
claramente se vê ter Nosso Senhor permitido tantos males por nossos pecados. Porque ali
renegavam e blasfemavam de Deus, ali os falsos testemunhos, ali as injustas justiças e vinganças,
ali os oficiais da ordem da guerra diziam:
- Bem é que morram, porque não haverá ouro para tantos!
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Estes morreram ainda mais miseravelmente, porque os seus corpos careceram até de
sepultura.
Deixando isto, andando a 350 léguas, achamos uns gentios que chamam “Timbos”, os
quais são muitos. Não comem carne humana, antes se afastam disso. São muito piedosos, porque
indo nós muito sumidos e os dentes e beiços negros, levando figura mais de homens mortos que
vivos, nos levaram nos braços e nos deram de comer e curaram-nos com tanto amor e caridade,
que era para louvar a Nosso Senhor ver, em gente apartada da fé, tanta piedade natural, que com
tanta mansidão e amor tratavam a gente estrangeira, que não conheciam. Achamos ali um
espanhol que sabia bem a língua deles, a qual tem muitas palavras latinas.
Há muitas terras povoadas deste gênero de gentio, os quais obedecem a seus principais e
neles há grande disposição para se fazerem cristãos. Praza a Nosso Senhor de mandá-los visitar,
porque a nossa, porque não era para ganhar as suas almas senão para ver se tinham ouro, não lhes
fez nenhum proveito na fé.
Há, adiante destes gentios, outros que chamam “Corumna”, outros “Aquilocos” e
“Chenatimbos” e “Qeuvas” selvagens e “Guirandas” e “Chandues” e “Chandues” e “Garinas”. E
estes Garinas têm guerra com todos os vizinhos e comem-nos; e, se cativam meninos, fazem-nos
à sua maneira. Estes nos mataram muita gente.
Deixamos alguma gente entre os Timbos e fomos cerca de 60 homens em bergantins, que
fizemos, com a nossa cobiça às costas, pelo rio acima a serviço da avareza, a buscar o governador
João de Ayolas, o qual tinha subido, com três bergantins e 160 homens, pelo rio 380 léguas. E,
deixando os bergantins com 30 homens, foi-se pela terra dentro com a outra gente em busca dos
gentios chamados “Carcara”, que têm ouro e prata. E, antes que chegassem lá, houve muita prata,
a qual não se sabe quanta era. E voltando para tornar com mais poder para sujeitar aqueles
gentios, adoeceu a gente que trazia à volta e, não achando os bergantins no porto, foi ali toda a
gente sem ficar nenhum, mortos por uns gentios chamados “Pagaes”.
Muito de considerar é, caríssimos irmãos, os trabalhos que os homens levam pelas coisas
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deste mundo e quão poucas vezes são galardoados mesmo destas coisas baixas dele; porque
comumente os prêmios dos trabalhos tomados pelo mundo são outros maiores trabalhos nele,
deixando o perigo que tem de cair em pena eterna, e, todavia, há tais que os sigam e tanto sofram
por ele e por Deus que dá prêmio eterno e até centuplum in hac vita não há quem faça nada. E
aqueles que especialmente se dedicam a seu serviço são tão excedidos dos do mundo, que têm
farta matéria de confusão em vê-los correr mais depressa à morte do que eles à vida.
Indo nós em busca do Governador passamos por muitos gentios que seria longo contar.
Somente direi alguns, a saber: Os “Mearetas”, que nos carregavam os bergantins de peixe curado
ao sol e muita mantença, porque disto se mantêm. É gente que não come carne humana: tratam
muito bem os cristãos; são também piedosos como os Timbos, que nos receberam em suas casas;
e os “Mepenes”, que são muitos e da maneira destes, e os “Cuchamecas” e os “Agazes”. Todos
estes gentios não comem carne humana.
Chegamos à terra dos “Carijós”, que são gentios muito poderosos e grandes lavradores e,
naquele tempo, em extremo cruéis, que comiam carne humana. Chegamos com muita fome e
falta de mantimentos, por haver seis meses que a remos tínhamos caminhado, sem ter um só dia
vento de vela. Ia por nosso capitão um homem chamado João de Salazar, muito capaz na guerra,
o qual como nos via ir cansados de caminhar, tomou conselho do que seria bom fazer, e concluiu-
se que se fizesse ali fortaleza. E assim saltamos em terra as três partes da gente, ficando os
bergantins apercebidos para a guerra no rio. E um homem, que levávamos, que sabia a língua,
começou a dizer àqueles gentios (que quando nos viram eram tantos sobre nós que cobriam a
terra) que nós éramos filhos de Deus e que lhes trazíamos nossas coisas, cunhas facas e anzóis;
com isto, folgaram e nos deixaram em paz fazer uma fortaleza muito grande de madeiras muito
grandes. E assim pouco a pouco fizemos uma cidade aonde trouxemos toda a gente que vinha
atrás, e outra que o Imperador depois enviou, de maneira que se juntaram nela 600 homens, os
quais vieram a tanta cegueira que pensaram que o preceito crescite et multiplicamini era valioso.
E assim dando-lhes os gentios as suas filhas encheram a terra de filhos, os quais são muito hábeis
e de grande engenho.
Estando nesta cidade, chamada de Nossa Senhora da Assunção, por ser começada neste
dia, nos livrou Nosso Senhor, daí a algum tempo, no mesmo dia, de umas traições, que os gentios
nos fizeram; e provue a Nosso Senhor que foram vencidos. E daí em diante começaram a temer-
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nos muito.
Desta cidade fomos mais adiante a conquistar terras e subimos mais acima 250 léguas e
chegamos perto do Maranhão e das Amazonas. Chegamos aos “Parais”, gente lavradora, muito
amigos dos cristãos; têm um principal a quem obedecem que em sua língua chamam “Mameri.”
Não comem carne humana. Perto destes estão os “Barbacanes,” os ‘Sabacoces”, os “Saicoces,”
todos gente lavradora de muitos mantimentos, e dócil para receber a fé de Cristo. Passamos por
outros gentios, de que não fizemos caso, por não serem lavradores, a que chamam “Pagais”, os
quais mataram a nosso governador João de Ayolas. Estes são pescadores e caçadores. Achamos
também outros gentios chamados “Gaxarapos”, mui ruim gente, e outros que chamam “Gatos.”
E não achando nesta saída prata nem ouro, tornamos a nossa cidade, cansados e em
excesso trabalhados.
Neste tempo os Carijós tomavam muito bem a doutrina de Cristo, como abaixo contarei.
Fomos outra vez no ano de 1548, que entramos caminho do poente, buscando a
gentilidade “Carcara,” que tem ouro e prata. Fomos vinte de cavalo e 250 de pé e 3000 Carijós,
homens de guerra. E assim caminhamos pela terra dentro 70 léguas e chegamos a uns gentios,
chamados “Maias”, que são seis povoações e uma e meia ( sic) onde estava o seu principal. É
gente de muitos mantimentos e grandes lavranças. Não comem carne humana. E vendo-nos não
ousaram esperar-nos, fugiram desamparando as suas casas. Mas o principal nos enviou um
presente de certas peças de prata e muitas mantas de algodão, que suas mulheres fiam e tecem.
Têm entre si uns, a que chamam “Taonas”, e a estes dão a comer os seus inimigos, quando os
tomam.
E, deixando estes, fomos adiante sempre por povoado e achamos outra muita gente, a
saber: os Laenos, Quichaqueanos, Soporoanos, Madpenos, Canes, todos gente lavradora, de
muitos mantimentos. Achamos também outros chamados Cororés. Estes nos esperaram para
pelejar, mas os de cavalo os desbarataram. Tinham uma povoação de bj (sic) casas com praças no
meio, bem-feitas e poços de beber, muito fundos, por não haver rios por toda aquela terra. E logo
achamos outros chamados “Caporés”, os quais tinham uma povoação de 300 casas. Estes nos
enviaram muitos avestruzes e outras carnes, porque isto é o que mais há naquela terra. Achamos
logo adiante outros, chamados “Severis”; é povoação mais pequena. Deram-nos também do que
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tinham e nos deram notícias da gente que tinha ouro e prata, que se chamava “Carcara”. E assim
passamos aos “Corcorones”, boa gente, e depois a outros, que não nos esperaram por terem
medo. Toda esta gente é boa e não come carne humana.
Dali passamos um despovoado de 50 léguas, mas sempre por bons caminhos e chegamos
a umas “salinas,” coisa muito para ver, porque são cerca de meia légua de comprido, onde há sal
branco e limpo e em muita abundância e está longe do mar 400 léguas. E há muitos povos ao
redor destas salinas, de que me esquecem os nomes.
Chegamos, depois de tão grande deserto, a uns gentios chamados “Morianos,” sem ter que
comer, com muita fome e trabalho; e achamos mantimentos de favas e outros legumes, patos e
galinhas.
Depois fomos adiante aos “Bracanos” e aos “Paicunos”, e estes somente achamos comer
carne humana, porque lhes encontramos as panelas ao lume com metade e pés e mãos de homens.
E daí fomos aos “Morganos”, que nos esperaram de guerra e nos mataram um homem e feriram
20. E depois fomos a outra povoação destes, que também nos esperaram, mas a todos cativamos,
exceto os que fugiram.
Daí fomos aos “Brotoquis”e “Cevichococis,” “Oricicocis”, “Tarapacocis”, todos em uma
terra muito boa, que não comem carne humana. As mulheres fiam e tecem muito bem, nem se
ocupam noutra coisa, porque os homens têm cuidado das roças que são as suas lavranças.
destes muitas povoações em 10 e 12 léguas em roda.
Aqui tivemos notícias dos “Carcarais”. E fomos adiante, com homens que sabiam a terra,
por um deserto de 55 léguas; e chegamos aos “Tamachoois”, que tinham muitos cães de Espanha.
E ali soubemos estar perto do Peru e que aqueles gentios, por não estar sujeitos aos Cristãos,
fugiram para aquela terra. E assim, enviando lá 4 homens, que chegaram daí a 90 léguas, aonde
estava um cavaleiro chamado Dom Pedro, nos voltamos muito tristes, por não achar ouro nem
prata, a nossa cidade, querendo ainda o Governador seguir o caminho do norte.
Isto vos digo, Caríssimos Irmãos, para que vejais quanta gente se perde por falta de
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operários, que sem dúvida se os houvesse toda esta gente se converteria facilmente à nossa santa
fé, e para que vos espanteis do que os homens do mundo sofrem por uma esperança vã das coisas
dele, para que assim vos animeis em trabalhar e aperfeiçoar as vossas almas e vir ajudar esta
gente tão desamparada.
Tornado a nossa cidade, achamos admirável fruto feito com os gentios, porque um Padre,
chamado Nuno Gabriel, deixando uma capelania que tinha na igreja se deu todo a doutrinar estes
gentios; tomava os principais deles e os filhos dos principais e os tinha em uma casa grande e ali
os ensinava a ler e escrever e sabiam o Pater Noster e Ave-Maria, Credo e Salve-Regina,
Mandamentos e finalmente toda a doutrina. Fez-lhes cantigas contra todos os seus vícios, a saber,
para não comerem carne humana, para não se pintarem, para não matarem, etc.
Foi coisa para louvar a Deus o fruto que com estes gentios fez este Padre e a mudança que
fizeram, porque sendo dantes grandes comedores de homens agora já vj (sic) léguas em roda os
não comem. É tanto o fervor que têm, que ainda não é manhã, quando se enchem os caminhos
dos que vêm à missa. Melhor sabem as festas que muitos cristãos. Vem à missa um principal com
toda a sua aldeia e depois outro com a sua e assim por diante os outros, e, muito cedo, para tomar
lugar na igreja. Fazia este Padre com eles procissões e levava consigo os que doutrinava,
cantando louvores a Nosso Senhor e especialmente nas procissões de Corpus Cristi, cantando
muitos louvores do Santíssimo Sacramento; pregava-lhes cada dia, e vinham de 5 léguas as
mulheres com os seus filhos às costas, por frios grandíssimos, fomes e muitos trabalhos, a
batizar-se e ainda agora lhes parece que fazer mal a um cristão é o maior mal que se pode fazer.
Vendo o inimigo da humana geração este fruto, buscou modo para o impedir e o achou.
Porque os cristãos de cá, que ali estão, desbaratam tudo, escandalizando muito aqueles novos
cristãos, porque não deixam aos pobres índios, mulher, nem filha, nem roça, nem rede, nem
cunha, nem escravo, nem coisa boa que lhes não tomem e roubem. Levam-nos como escravos até
o Peru e aqui já trouxeram muitos cativos. Assim que, com o desamparo, se perdem por não
haver quem os socorra.
Eu falei com o P. Manuel da Nóbrega que fosse ou mandasse lá um da nossa Companhia,
porque ali perto há outros gentios que não comem carne humana, gente mais piedosa e
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aparelhada para receber a nossa santa fé, por ter em grande estima e crédito aos cristãos.
Agora tenho desejos de ser de 20 anos e ter longa vida para ir com alguns Padres da nossa
Companhia, por eu ter mais experiência da terra e gastar as minhas forças e vida em ensinar esta
gente. Vinde, pois, Caríssimos Irmãos, pois já há tanto que fazer e tanta gente se perde por falta
de operários!
Acrescentou-se o desamparo daqueles Carijós, que foi agora um capitão com gente da
cidade de Nossa Senhora da Assunção a buscar as Amazonas, onde dizem haver ouro e prata. E
aquele Padre, que tinha doutrinado aquela gente, já enfastiado de ver tantos males dos cristãos,
foi com eles e não há agora quem tenha cuidado daquela gente senão para a destruir e assolar.
Neste estado deixei aquela terra, rogando a Nosso Senhor me desse caminho para a minha
salvação e assim vim aqui, que são perto de 360 léguas, por uns gentios, chamados Topinaquinas
e embarquei para Portugal para dar lá larga conta destas necessidades e se me quisessem receber
na Companhia para fazer penitência dos meus pecados. Mas, tornando a arribar e, movendo-me
mais Nosso Senhor, pedi ao Padre Manuel da Nóbrega me recebesse e ele me recebeu nesta santa
Companhia. E assim me trouxe Nosso Senhor, depois de tantos trabalhos, a porto tão seguro e me
fez grande mercê, qual eu nunca saberia agradecer.
Assim pois vos contei, Caríssimos Irmãos, a messe que há nesta terra, tanto em todos
estes gentios e Carijós, como no Peru, onde há grande necessidade de Padres da Companhia,
porque afinal, os que lá vão, levam mais o seu intento no ouro do que nas almas, e mais impedem
com a sua cobiça a salvação deles.
Já o caminho está feito daqui ao Peru, e a gente muito aparelhada para receber a nossa
santa fé. Não falta senão que venham da Companhia, uns para as partes do Peru, outros para aqui,
a colher tanta messe, até que pelo tempo, Nosso Senhor queira que se ajuntem, porque há alguns
anos que foram dois frades franciscanos, entraram cerca de 50 léguas daqui desta Capitania, pela
terra dentro, caminho dos Carijós, e a uma aldeia deles chamaram Província de Jesus, onde
fizeram admirável fruto.
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Isto digo para que vejais a disposição desta gente, principalmente a dos Carijós, que estão
desejando quem os favoreça , e muitos espanhóis que ali estão o desejam.
E assim escreveu já dali um Padre ao nosso Padre Leonardo Nunes, pedindo com muita
instância que vá lá.
Nas orações dos Padres e Irmãos muito no Senhor me encomendo.
Ahchiv. S. I. Roman., Bras. 3 (1), 91v-93.
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