ÁLVARO ALENCAR, UM DIPLOMATA NA LUTA CONTRA O SUBDESENVOLVIMENTO
64
desenvolveu na Embaixada do Brasil no Canadá. Durante esse período em
que ele esteve no exterior, em Genebra, estivemos muito juntos. Quando eu
estava na Procuradoria da Fazenda, ele chefiou a área internacional do Reis
Veloso e fez um trabalho muito grande de organizar toda a área internacional.
Ele foi o responsável pela organização da área internacional do Reis Veloso.
Posteriormente, quando assumiu o Rieschbieter, ele também foi para a área
internacional. Eu estava como Secretário da Receita. Ele participou ativamente
da discussão de alguns problemas da dívida externa e recebeu um convite
para ir para Genebra. Ele foi para Genebra e deixou a Assessoria Internacional.
Quando o Tancredo assumiu a Presidência da República, ele queria alguns
representantes da área externa junto com ele. Eu dei o nome do Paulo de
Tarso, que o Tancredo já conhecida, o nome do Ricupero e do Álvaro Alencar.
O Álvaro veio de Genebra, fez a viagem com o Tancredo em torno do mundo
e o Tancredo voltou dessa viagem encantado com o Álvaro. Logicamente,
durante aquele período, ele conquistou o Tancredo, por ser discreto e eficiente.
Ele não era uma pessoa de querer se meter a íntimo, de querer entrar onde
não era chamado e em todas as missões que lhe davam, ele falava com a
maior eficiência possível. O Tancredo faleceu, eu assumi o Ministério da
Fazenda e ele ficou chefiando a área internacional, coordenando todo o
relacionamento da Fazenda com o BID, com o Banco Mundial, com o FMI,
com o Clube de Paris. Ele participou de todas as negociações. Quando eu
saí, ele continuou com o Funaro e, num período muito curto de tempo, ele
era o braço direito do Funaro, era uma pessoa de grande confiança do Funaro.
O Dilson me dizia sempre: “Você me deixou uma herança fantástica!”. Era o
Embaixador Álvaro Alencar. Ele participou de toda a reformulação que houve
no tempo do Funaro, dos problemas na área externa, do Clube de Paris.
Posteriormente, ele não ficou com o Bresser e, quando o Funaro saiu, ele
largou o Ministério também e foi para o exterior. Foi para as Nações Unidas,
onde ficou até o Collor assumir. Depois, ele esteve em Hong Kong e na
FAO. Quando eu assumi o Ministério do Trabalho, eu convidei o Álvaro
para chefiar todo o relacionamento internacional do Ministério do Trabalho e
ele fez um trabalho fantástico. Nós conseguimos criar um Conselho do Trabalho
das Américas e o trabalho dele foi tão importante que, na reunião que houve
em Washington, eu fiquei como presidente desse Conselho, indicado por
todos os países, por unanimidade, em decorrência do trabalho que ele
desenvolveu. Foi um trabalho extremamente positivo e importante.
Posteriormente ao Ministério do Trabalho, acho que ele ficou no Brasil.